Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


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Lucas.Pereira 23/02/2024

Você já viu um porco com cara de diabo? pois é eu também
Se você começar a ler esse livro agora em questão de segundos ou irá desistir e começar a duvidar da sua capacidade analítica e literária, ou simplesmente resolver fazer uma faculdade de Letras, Literatura, História e Geografia só pra questão do acaso de isso ser de alguma forma abordado na leitura porque mais parece uma pesquisa histórica do início do sertão e o uso linguístico específico do lugar, onde a personagem principal se encontra, do que uma história e se por um acaso do destino você ler esse livro até o final ou você não entendeu bulhufas e isso não acrescentou em nada a sua vida, ou você é o próximo empresário brasileiro de sucesso e agora ganha milhões por mês.
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Gabriela 21/02/2024

Travessia
?Viver é muito perigoso?, repete o narrador-personagem diversas vezes, mas é muito precioso também. E é esse viver do jagunço Riobaldo que acompanhamos ao longo de uma história de amor e de guerra.

Não existem palavras para descrever a grandeza de Grande Sertão. Existem sentimentos muitos, uma comichão fina que a gente sente na boca do estômago quando vai lendo e penetrando na história. Frio da barriga, ansiedade, hesitação, ternura, empolgação. E choro, muito choro, chorei até.

Vejo Grande Sertão como duas histórias principais. 1. A vida dos jagunços que estão em busca de vingança contra o traidor Hermógenes, que matou o antigo líder do bando, Joca Ramiro. 2. A história de amor entre Riobaldo e Diadorim. Os núcleos centrais se entrelaçam a todo momento, tendo como ambiente os sertões mineiro, baiano e goiano, com o Rio São Francisco e suas veredas testemunhando tudo.

Além da história maravilhosa, a linguagem primorosa do autor é de tirar o chapéu. Ouvir falar de Guimarães Rosa e seus neologismos é uma coisa; entrar em contato direto é outra completamente diferente. No início, parece difícil, mas é só seguir que tudo se ajeita.

Leitura que fez morada em meu coração.
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Gabriella440 21/02/2024

Viver é perigoso.
Nada do que eu disser sobre Grande sertão, veredas vai ser à altura de como me senti lendo a obra, mas vou tentar.
Primeiramente eu tenho uma história com esse livro, que está há mais de dez anos na minha estante. Ganhei ele no colegial, tentei ler na época e abandonei a leitura nas primeiras páginas. Uma professora muito querida disse como era uma linguagem difícil, pra dar um tempo para amadurecer minhas experiências literárias e tentar novamente dali um tempo.
E ali ficou o livro por muito tempo sem sequer pensar em lê-lo. Até que eu soube que aquela que tinha sido minha professora havia falecido. Me lembrei das aulas dela e coloquei esse livro na minha lista. Quando um desafio literário pediu para ler um livro com a inicial do meu nome, não tive dúvidas.
Não há elogios a fazer ao livro, que ja não tenham sido feitos.
Eu não sou nenhuma crítica literária e com certeza não absorvi tudo que essa obra tem de genial, muita coisa só me dei conta lendo o material de apoio. No entanto, tem uma coisa nesse livro, que é um grande causo contado por um senhor, que nos faz ficar maravilhados com o devir da história. O lirismo de Guimarães Rosa salta aos olhos, é encantador.
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Miah.Kan-Po 16/02/2024

Precisava vir aqui compartilhar minhas impressões sobre essa obra incrível e, como da primeira vez, minha experiência foi simplesmente intensa. ?

A obra, considerada uma das maiores expressões da literatura brasileira, vai além de um retrato caricato do homem do campo e seus costumes. Guimarães Rosa inova ao trazer uma narrativa marcada pelo fogo, que queima a cada página, e pelos neologismos, que enriquecem ainda mais a linguagem e a vivacidade dos diálogos.

Através das palavras, Rosa nos transporta para o sertão com tanta profundidade que podemos sentir o calor escaldante, a aridez da terra e a bravura daqueles que ali vivem. A complexidade dos personagens também se destaca, como Riobaldo, protagonista que mergulha em conflitos existenciais e dilemas morais. E é o próprio Riobaldo o narrador dessa história, ou seja, a narrativa é em primeira pessoa, o que traz uma experiência única ao leitor. Sentimos como se estivéssemos dentro da mente do jagunço. É uma trama densa e complexa, cheia de nuances e reflexões profundas sobre a vida e o sertão.

É através dos olhos de Riobaldo que enxergamos a dura realidade do sertão brasileiro, suas tradições, crenças e conflitos.

Outro personagem que se destaca é Diadorim, o amigo e companheiro de Riobaldo. A relação entre eles é intensa e cheia de mistérios, o que nos mantém presos à trama. Diadorim é corajoso, determinado e também carrega seus próprios segredos. É uma figura enigmática que desperta diversas emoções ao longo da narrativa, e causa um reboliço na história quase no final.

Além desses dois protagonistas, a obra apresenta uma variedade de personagens secundários igualmente interessantes e complexos. Cada um contribui para a história de forma significativa e representa uma faceta diferente da vida no sertão.

"Grande Sertão: Veredas" é uma obra que desafia o leitor, exigindo uma leitura atenta e envolvente. Com uma narrativa não linear e cheia de digressões, o livro exige paciência e dedicação, mas recompensa com uma experiência literária única.

Não é à toa que Guimarães Rosa é reconhecido como um mestre da escrita. Sua habilidade em criar metáforas, a poesia das palavras e o uso magistral dos neologismos fazem desta obra um verdadeiro tesouro literário.

Recomendo "Grande Sertão: Veredas" a todos que estão em busca de uma leitura que vai além do entretenimento e traz reflexões sobre a vida, a natureza humana e a complexidade de nossa existência. Prepare-se para se perder nas veredas do sertão, onde o fogo das palavras de Guimarães Rosa irá incendiar sua alma! Permita-se encantar com a genialidade de Guimarães Rosa.
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MoisAs32 31/01/2024

DON'T TOUCH, IS ART
IM PE CÁ VEL
Só um BR pra escrever e descrever situações tão únicas e regionais. O regionalismo aqui é bem explorado pelo autor no seu personagem de uma forma linda e sensível
Aliás, Brokeback Mountain copia, mas não faz igual, tá?
Pedro murangu 31/01/2024minha estante
Que bom que vice gostou, eu estava querendo ler esse ???




lolo ð¦ 31/01/2024

Sou suspeita a avaliar pq eu amo muito literatura nacional.
A história do livro é emocionante e me prendeu bastante. Um clássico incrível da literatura brasileira, recomendo muito!!
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Vanessa.Lago 26/01/2024

Muito bom
Desconfiei de uma coisa e acertei :)
Não deixa de ser uma história triste. Apesar de ser inventada, retrata um dos muitos Brasis que existem dentro do nosso Brasil. É lindo, mas é triste
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Carla.Maciel 20/01/2024

Diadorim era minha neblina
O livro é um romance lindo, a linguagem do texto é difícil no começo, e as descrições do sertão pedem uma busca na internet para uma completa compreensão, mas todos os personagens são cativantes (queria um sertão verso, ou seja que os outros livros do Guimarães Rosa falassem desses mesmos personagens, principalmente de Diadorim entender o porquê do segredo) um dos melhores romances que já li.
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Guilherme2280 18/01/2024

Catártica
Meditei formas de descrever um pouco daquilo que eu senti durante a leitura e ao término dessa obra, mas é impossível. Essa é uma daquelas que te marca para todo sempre. Estive dias obcecado com tudo a respeito dela. Acordava e dormia com o anseio por me embeber em suas veredas para voltar a provar um pouco das sensações únicas que só ela te proporciona. Nunca chorei tanto com o final de uma obra. Ela conversa com o íntimo de cada ser humano, de formas diferentes. Através dela reafirmo o que Tolstói versa sobre o poder que uma obra de arte tem de contagiar seu contemplador com o estado de alma do artista, e acrescento que aqui isso ocorre no plural, "com os os estados de alma". A um monumento artístico como Grande Sertão, não cabem singularidades. Guimarães Rosa reitera, mediante ela, que na literatura, bem como nas artes, os seus significados e significâncias navegam para além do que fora proposto. Por isso, finalizo com a seguinte passagem de Riobaldo, o narrador-personagem, e faço um convite para que leiam e, com isso, ainda mais significados se sucedam.

"Narrei ao senhor. No que narrei, o senhor talvez até ache mais do que eu, a minha verdade. Fim que foi." ROSA, G. p. 512.
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Thimsilva 18/01/2024

A antítese do herói
?Digo! o real não está na saída nem na chegada! ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.?

Iniciado com um travessão, Grande Sertão: Veredas é um diálogo unilateral onde acompanhamos entre devaneios e reflexões os acontecimentos da vida do jagunço Riobaldo, contados por ele mesmo a um interlocutor que não chega a se materializar além dos vocativos utilizados nesta fala.

Não é uma leitura fácil. Não a toa empaquei nesse livro ano passado e tive que reiniciá-lo. O início é um pouco enrolado, enquanto nos acostumamos com uma escrita regional ?oralizada? e um ritmo de leitura que remete ao discurso falado? mas a medida que vamos adentrando no Grande Sertão que é essa densa história, entramos em contato com os conflitos internos, a busca da identidade e de sentido, um amor improvável e totalmente dissociado do status quo? tudo isso faz de Riobaldo uma antítese ao herói épico/clássico.

A verdade é que pra mim ainda é impossível resumir a profundidade dessa experiência. Vou pensar nesse livro por muito tempo e ainda assim jamais esgotarei toda sua riqueza.
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Virgilio_Luna 15/01/2024

Veredas do Grande Sertão
?O grande-Sertão é a forte arma. Deus é um gatilho??
(Riobaldo à página 247 de Grande Sertão: Veredas).

Quando se escreve sobre um livro reconhecido e aclamado, arrisca-se a originalidade das ideias advindas da leitura. Poderia comentar sobre temas do destino, do demoníaco, do amor e do épico em Grande Sertão: Veredas. Isso implicaria, em meu caso, comentar sobre aspectos que pouco entendo e sobre os quais nada ou muitíssimo pouco estudei. Conforme meu intento, que é o de convidar o leitor a uma leitura ou releitura, prefiro abdicar dessas empreitadas.

Quero falar sobre coisas pessoalíssimas pertencentes à minha leitura, limitada e delimitada, desse romance que, por beirar o universal, atinge as particularidades de cada um. Redigir esse texto é expor minha pessoalidade de leitura, isto é, o livro que criei a partir do que li.

Para mim, Grande Sertão: Veredas é um monumento à ambiguidade diante de um mundo que valoriza cada vez mais a distinção evidente entre o verdadeiro e o falso, o real e o abstrato, o claro e o escuro, o bom e o mau e, sobretudo, entre deus e o diabo. É uma leitura catalisadora de perguntas, pois a narrativa de Riobaldo é tanto limitada por sua perspectiva quanto por seu desconhecimento das causas que o levaram a tomar determinadas escolhas. Para citá-lo, ?mente pouco quem a verdade toda diz? (p. 263) ? essa é uma das passagens do grande diálogo entre o jagunço-narrador e o doutor-interlocutor na qual Riobaldo denota sua dificuldade em constituir fatos.

Mas a ambiguidade de Grande Sertão vai a níveis mais profundos da narrativa, porque alcança perguntas sem resposta, como os Koan budista, concernentes à metafísica. ?Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. O senhor concedendo, eu digo: para pensar longe, sou cão mestre ? o senhor solte em minha frente uma ideia ligeira, e eu rastreio essa por fundo de todos os matos amém? (p. 18), diz Riobaldo, demonstrando ser uma personagem de personalidade reflexiva e que se atenta e sensibiliza diante dos grandes mistérios da vida.

Aquele mais pertinente à obra é: o Demo existe? Sendo essa pergunta a formuladora de toda a narrativa a ser contada, encontrando-se desde as primeiras à derradeira página da obra. Em outros termos, pode-se pergunta: o Destino existe? O que implica configurar um espaço para a vida e para a liberdade humana. Para Riobaldo, ao longo da obra, a metáfora privilegiada para se falar de gente e sina é fluvial ? a vida própria é um rio turvo, os destinos recruzados são travessias por rios, de uma banda a outra, passando pela ?terceira margem? e a busca de Riobaldo, perto do final da obra, é pelo rio Urucuia, de onde ele beberia fresca água.

Isso responde à pergunta anteriormente colocada? Sim e não ? o Diabo existe e não existe, o Destino existe e não existe, nós estamos mergulhados em nosso próprio rio, no qual a correnteza do Destino é mais forte que qualquer ação humana, ou nós atravessamos o Rio em uma bamba canoa, agindo conforme a coragem. Mesmo que, ao fim, aquilo existente nessas imagens seja o mero homem humano, esse é sobretudo travessia e, portanto, não sendo coisa findada e acabada, podendo mudar, variar entre Deus e o Diabo, entre o bem e o mal, entre o céu e o inferno. Por isso, não figura para mim, na leitura de Grande Sertão: Veredas, a pequenez humana diante do destino.

Isso é resultado de traços próprios de personalidade. Sou uma pessoa que acredita que o ser humano pode agir conforme sua vontade, mas só se o quiser. Daí, vejo nas ambiguidades de Riobaldo as minhas próprias ? e percebo como dividir as coisas em duas bandas e reduzir o todo à parte é um erro crasso. É como cortar uma laranja em duas bandas, chupar a doce, cuspir a azeda, e dizer que a fruta era de todo doce ou azeda. Aliás, meu estranhamento com Riobaldo ao final da obra foi incômodo, pois aquela personagem já não refletia valores por mim elegidos como bons ou maus. É Riobaldo de Deus ou do Diabo? É Riobaldo um pactário? ? É e não é, quer dizer, ele é dele mesmo.

Disso tudo, me vem uma última reflexão. A necessidade premente de se acabar com a guerra. Falo do genocídio na Palestina feito pelas mãos do Estado de Israel armadas com as máquinas-de-chacina dos Estados Unidos da América. Para mim, se aquele povo é o povo de Deus, e aquele reino que eles estão construindo é o Reino de Deus, então Deus e o Diabo são a mesma coisa. Esse é um dos perigos de querermos distinguir tanto o Bom do Mau e nos colocarmos em um grupo ou noutro ? é esse tipo de coisa que separa os seres humanos entre si e de si mesmos.

Você é de Deus ou do Diabo?

Tenho descoberto que somos todos uma travessia.
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Yara_ 14/01/2024

"Viver é muito perigoso"
Eu não cheguei a chorar, mas meu coração ficou tão apertadinho no final e subiu um nó na minha garganta... Foi uma leitura desafiadora, mas incrível, uma travessia incrível
Sinto que esse livro vai ficar comigo por muito tempo e com toda certeza irei querer reler em outros momentos. E sim, viver é muito perigoso, sentir é muito perigoso, mas também é uma experiência transformadora.
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eschablau 12/01/2024

"Grande Serão: Veredas" é um livro narrado em primeira pessoa em que nas primeiras 120 páginas há um grande embaraço narrativo do personagem Riobaldo, ele fica contando mil histórias ao mesmo tempo que já imprime suas opiniões, fala sobre o diabo, o sertão e de certa forma antecede toda a história que seguirá no livro. Esse momento é o meu preferido, porque Guimarães Rosa cativa o leitor de uma forma impressionante se utilizando de uma linguagem nada convencional e de imagens muito fortes, metafísicas e bonitas. A partir dessa "introdução", Riobaldo vai nos contando de forma um pouco mais linear a história do livro e seu amor latente por Diadorim - o Reinaldo, suas dúvidas em relação a jagunçagem, as brigas que ele participa, sua relação com o diabo, as disputas de território e ao mesmo tempo faz uma descrição maravilhosa sobre o Sertão - que é maior do que o mundo.
Esse livro, pra mim, só tem um problema: depois que eu li nunca mais gostei tanto de qualquer outro livro! É muito bonito. E acredito que ele aparece nas nossas vidas no momento certo para ler e que se não for o momento certo você estranhamente não consegue adentrar o Sertão.
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