Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


674 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Gabriel.Chiquito 05/12/2022

"Viver é muito perigoso"
Que livro incrível. A história tem um ritmo próprio para acontecer, ora rápida e turbulenta, ora calma e pacífica. Sendo intercalada pelas reflexões do Riobaldo e as descrições líricas do sertão, acaba tendo uma leitura muito poética, além de ter um final muito impactante. Só não dei as 5 estrelas porque tem uma linguagem bem difícil, sem capítulos ou divisões, o que eu demorar muuuuito pra terminar, mas é bem fácil driblar isso lendo um pouco por vez e intercalando com outros livros.
comentários(0)comente



MoisAs32 31/01/2024

DON'T TOUCH, IS ART
IM PE CÁ VEL
Só um BR pra escrever e descrever situações tão únicas e regionais. O regionalismo aqui é bem explorado pelo autor no seu personagem de uma forma linda e sensível
Aliás, Brokeback Mountain copia, mas não faz igual, tá?
Pedro murangu 31/01/2024minha estante
Que bom que vice gostou, eu estava querendo ler esse ???




DIRCE 23/01/2015

Não era mais uma menina com sua boneca...
“Grande Sertão: Veredas graphic novel” me fez caminhar por veredas insólitas. Veredas que me levaram a me revisitar – que me levaram a minha infância. Lá estava eu: por volta dos 5 anos de idade com os “olhos compridos” fixos nas lindas bonecas que saiam, uma a uma, da barraquinha de uma quermesse. Explico: havia um senhor que comprava e concorria com vários bilhetes. Fatalmente, ele era sorteado e dava as bonecas que ganhava para as meninas que lá se encontravam. Quando finalmente ele me viu, prometeu que a próxima boneca seria minha. Foi aí que o azar lhe “sorriu”( ou a mim). O bom samaritano não conseguiu mais ser sorteado. Vendo minha tristeza e decepção, ele pediu meu endereço e prometeu que compraria uma boneca e que a levaria a minha casa- eu não iria ficar sem uma boneca. Recordo-me que minha mãe me disse: não acredite na promessa feita. Pois não é que na semana seguinte, o senhor bateu a nossa porta e me entregou uma LINDA boneca, mas tão linda que me fez acreditar que eu estava sonhando acordada. Eu, quando brincava com a boneca, segurava-a como estivesse segurando um tesouro. Mas por que estou, como diria Riobaldo, contando alinhavado? Porque foi essa a sensação que tomou conta de mim quando peguei nas mãos o exemplar do “Grande Sertão: Veredas graphic novel” que me foi dado de presente – de que eu tinha nas minhas mãos um tesouro. Eu o ambicionei tanto quanto ambicionei a boneca, quando criança, e senti semelhante encantamento.
Essa passagem da minha vida e o presente recebido, me reportaram a uma crônica da Clarice Lispector constante em seu livro A Descoberta do Mundo intitulado Tortura e Glória. Nessa crônica a narradora relata o quanto ambicionava o livro Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato) e o êxtase que sentiu quando, finalmente, conseguiu que o livro lhe fosse emprestado: “ Às vezes sentava-me na rede balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo , em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com seu livro: era uma mulher com seu amante” (pag. 29).
Permito-me parafrasear Clarice para dizer: não era mais uma menina com sua boneca, era uma sexagenária ( que horror!!!) com seu livro.
Bem como disse infinitas vezes: não faço resenha, limito-me a descrever as sensações provocadas por uma obra ou por uma leitura.
Deixo o meu agradecimento a Nanci por ela ter me permitido, acreditar que a vida é , de fato, tão etecetera.
Nanci 25/01/2015minha estante
Dirce:

Que linda associação de ideias. Adoro esse conto da Clarice e compartilho(amos) desse êxtase puro que um livro nos provoca. Tenha a certeza de que a maior joia que temos ao alcance é a memória.


DIRCE 27/01/2015minha estante
Essas 2 passagens da minha vida ( da boneca e do livro) povoarão a minha memória, Nanci, enquanto for me dado possui-la.
Mas não foi uma associação de ideias, foi uma associação de sentimentos.
Bjs




Bruna.Duailibe 30/07/2023

O sertão é dentro da gente
Que travessia! Guimarães Rosa escreveu um livro plural: é um documento, uma epopeia, uma conversa, um romance. Depois de 4 meses, finalizo o livro com muita felicidade de ter completado essa travessia.

É impossível descrever ou delimitar a grandeza dessa obra. É um dos grandes clássicos que conseguem estabelecer uma relação do micro ao macro de forma tão evidente. A travessia do sertão mineiro é a travessia e transformação da vida. Nas preciosas páginas desse livro nos aprofundamos na aventura do nosso herói, percebemos as denúncias políticas da época e nos apaixonamos junto com Riobaldo pelo seu verdadeiro amor. Percorrendo por todos os gêneros, Guimarães Rosa nos escreve a mais bela história que nosso país poderia encenar.

É um livro que se propõe a ser grande e vai além do que existe nas entrelinhas.

A linguagem pode ser um empecilho até certo ponto, mas cabe pedir que não desista. A recompensa do esforço é grandiosa!

?Travessia perigosa, mas é a da vida?
comentários(0)comente



Gláucia 24/09/2014

Grande Sertão: Veredas - João Guimarães Rosa
"O demônio na rua, no meio do redemunho."

Não que seja um livro difícil mas tem que se estar preparado e pronto pra ele. Eu levei muitos anos, a participação para um fórum literário virtual me animou.
A linguagem é praticamente o protagonista dessa história, cheia de novas palavras num estilo regional soando quase musical. Inversão da ordem usual das frases também fazem nossa cabeça girar e muitas vezes tive que voltar e reler para entender que raio de palavra era aquela. Que só existe no sertão de Riobaldo e Diadorim, andando sempre "parmente".
Valeu o esforço, estranha-se no início mas após as primeiras 50 páginas a leitura fica mais fácil. Dizem que ler o começo em voz alta ajuda. A história é linda, sofrida cheia de delicadeza num ambiente todo masculino e inóspito como é o sertão dos jagunços.
E para quem não souber ainda a susrpresa da revelação final, cuidado com spoilers, pois o impacto nesse caso será doloroso. No bom sentido.
"Viver é muito perigoso..."


site: https://www.youtube.com/watch?v=QSgVQdjrCx8
DIRCE 26/09/2014minha estante
Sua resenha espelha bem essa obra. Ela é a favorita das minhas favoritas.
bj




jota 19/02/2020

Riobaldo: o jagunço que entre uma e outra peleja amava Reinaldo e também Otacília

O comentário acima poderia ser um resumo do grande livro (cerca de seiscentas páginas) de João Guimarães Rosa (1908-1967) mas não é, logicamente. Obra complexa, com várias camadas de escrita, de apreciação um tanto difícil para leitores comuns (meu caso) e que até mais ou menos a página 117 (exemplar lido é da editora Nova Fronteira, 2001, 19ª. edição) pode deixá-lo com uma imensa vontade de abandonar a leitura. Comigo isso aconteceu muito antes e mais de uma vez. Ainda mais que depois de sua adaptação televisiva em 1985 (não vi mas sei de sua repercussão positiva) a história perdeu um tanto do mistério que seduzia os leitores até então. Além disso, Rosa não facilita: o livro é um calhamaço com inúmeros parágrafos, sem capítulos ou quaisquer outras divisões, o que também dificulta a leitura.

Grande Sertão: Veredas continua sendo uma das mais importantes obras de nossa literatura desde sua publicação em 1956. E é por ali, na página 117, quando a narração se torna menos complicada, mais palatável, que começa o encontro, a história da meninice de Riobaldo e Reinaldo (depois Diadorim), os personagens centrais do livro. Tudo o que lemos antes (e vamos entender somente depois) são as divagações do jagunço contando sem muita ordem sua vida, suas aventuras e desventuras, agora no papel de um idoso e rico proprietário de fazendas que herdou de seu padrinho. A narração é feita numa linguagem particular, estranha, com muitas palavras desconhecidas e ou inventadas, cortadas ou juntadas, em frases construídas - ou destruídas, depende; elípticas seria melhor dizer - de modo a colocar o leitor dentro do grande sertão que é o mundo desse homem intrépido e apaixonado. Um mundo um tanto inóspito, em mais de um sentido, para nós da cidade e do século XXI.

O sertão de Riobaldo, quer dizer, de Guimarães Rosa, apesar de mineiro e ao mesmo tempo um pouco baiano em suas características físicas e humanas, não tem fronteiras geográficas e sociológicas claras, não se resume aos homens, matas, rios, animais e outros elementos com que nos deparamos durante a leitura. Nem mesmo as tais veredas do título significam apenas e tão-somente a vegetação do cerrado ou os caminhos secundários, sendas, atalhos, desvios etc. Como escreve o crítico Paulo Rónai na Introdução, temos neste livro “(...) um conjunto único e inconfundível, algo de real e de mágico sem precedentes em nossas letras e, provavelmente, em qualquer literatura.” Modernista e regional, mas também muito mais do que isso, Grande Sertão: Veredas dialoga bastante com obras destacadas como algumas de, por exemplo, James Joyce e William Faulkner, e muito menos com as de narradores tradicionais (e notáveis) feito Charles Dickens ou Machado de Assis. Riobaldo é de um outro mundo mas mesmo assim é parente de Macunaíma, de Mário de Andrade. É preciso conhecê-lo também, ler um pouco de Rosa, ir além da página 117 e então continuar na pegada ou largar...

Lido entre 06 e 18/02/2020. Avaliação da obra como clássico de nossa literatura: 5 estrelas. Minha relação de leitor com a mesma: três estrelas.
Alê | @alexandrejjr 19/02/2020minha estante
Jota, agradeço a oportunidade de ler uma resenha sua de uma obra tão gigante quanto essa. Confesso que dificilmente leio textos grandes aqui no Skoob, pois são, em sua maioria, desinteressantes. Felizmente isso é algo que não acontece quando tu és o autor. É sempre um prazer ler a próxima resenha. Um abraço.


jota 19/02/2020minha estante
Muito gentil de sua parte escrever isso, Alê. Na verdade, acho que faço mais comentários sobre as obras do que propriamente resenhas. Mas agradeço suas palavras. Um abraço também.




Renato375 30/03/2021

Até onde você tem coragem de ir?
Em Grande Sertão: Veredas, só navega quem tem coragem, ou seja, louco!

Louco para conhecer o texto mais difícil, inusitado e democrático. Pois agrada tanto aos estúdiosos da língua, da literatura e os navegantes, como eu, que terminei o livro avido por compreender um pouco mais de tudo aquilo.

Através de situações tidas, no primeiro momento, como comuns ao cotidiano do sertanejo, Guimaraes Rosa levanta questões que irão refletir por centenas de gerações.

Ódio, medo, dúvida, desejo e amor, não faltarão nessa obra.

Encadernação: 5/5
Fonte: 5/5
Espaçamento: 5/5
Cor do papel: amarelado
Preço: R$ 65,00

P.S. O início é difícil, mas depois piora! Só que vale a pena...
comentários(0)comente



Stephanie.Nietto 10/08/2020

Estou tola...
Eu "me demorei" pra vir aqui e ter coragem de escrever algo sobre esse livro, porque ao mesmo tempo em que ele me deixou completamente sem palavras, também me deixou com uma vontade imensa de sair por aí gritando o quanto deveríamos valorizar nossa literatura, o quanto deveríamos valorizar o gênio que foi Guimarães Rosa e o quanto deveríamos valorizar o Grande Sertão Veredas.

Eu não tinha intenção alguma (e muito menos me achava capaz) de desbravar o sertão mineiro, ou de fazer essa travessia, mas graças a Isa, do Ler antes de Morrer, criei coragem e mergulhei numa história que, incrivelmente eu não havia recebido nenhum spoiler, e nem tinha ideia do que se tratava.

Enfim, não sou ninguém pra ficar fazendo análises críticas sobre livros, até porque esse foi muito além de qualquer experiência pra mim. Mais do que um retrato do sertão, mais do que um devaneio psicanalista, e mais do que todas as invenções linguísticas de Guimarães Rosa, vou sempre levar Grande Sertão comigo como uma história de amor (e que história mais trabalhosa de entender e participar rs).

Eu me perdia, relia, ria, ficava feliz por entender e por sentir através de palavras tantas emoções. Enfim, eu me descobria a cada narrativa do personagem.

"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura."
...
"Amor é a gente querendo achar o que é da gente"


comentários(0)comente



Erika 26/05/2021

Viver é muito perigoso
"Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo! - só estava era entretido na ideia dos lugares de saída e de chegada."

Seguindo orientações do próprio autor, não vou falar do enredo. Grande Sertão: Veredas é história para se descobrir sozinho. Eu tive a grande sorte de mergulhar no desconhecido.
Me permito dizer que é sobre o sertão, sobre crenças, sobre o amor. Sobre aprendizagem, sobre a vida. É uma linguagem difícil? Nonada. Depois de 15 páginas, você se acostuma e não consegue mais largar. É um livro que te desafia, você aceita e vence. E o troféu é uma das coisas mais bonitas que já foram escritas. É lírico, é filosófico, sem você ao menos perceber.

"Viver é muito perigoso". Mas é o que é imposto a nós, seja por Deus, o Diabo, o Destino, ou  o que você acredita e escolhe para si. Sobre as escolhas erradas? Essa é a vida da gente. Palavras de Riobaldo: "O senhor... Mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão."

A realidade é que isso é tudo o que consigo escrever sobre Grande Sertão: Veredas sem atrapalhar a experiência de quem ainda não leu e pretende conhecer esse monumento. Sei que tenho um mundo de livros pela frente, mas a sensação é que dificilmente ele será superado.

O sertão é o mar, é a vida, que jamais é estático. Pelo contrário, está em constante mudanças.

Travessia.
comentários(0)comente



Aninhar0 17/01/2021

Espetacular
A cada página João Guimarães nós dá grandes lições como a vida é linda apesar dos pesares e que pra ser feliz é preciso ter coragem.

O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é no meio da travessia..."
comentários(0)comente



Nando 14/06/2020

Claro que eu vou ter que reler...
Quando eu comecei a ler esse livro e ver que eu não tava entendendo nada, pensei "bom, talvez não seja a hora ainda". Mas eu fui teimoso, e vi que apesar de estranhar a estrutura, dava pra compreender a história. Mas duas dicas preciosas, vindas de duas amigas, salvaram a experiência de ler "Grande Sertão: Veredas" e eu vou falar quais foram daqui a pouco.

Esse livro conta a história do Riobaldo. Ele é todo em primeira pessoa, então o Riobaldo vai tá falando pra gente sobre a trajetória de sua vida. Só que é curioso porque o Riobaldo conta a história não precisamente pro leitor, mas pra um interlocutor a quem ele chama de "Senhor", ou "Doutor", e que esse interlocutor aparentemente faz algumas interferências no decorrer da narração. Então, por diversas vezes, o Riobaldo para de falar o que tava contando e repete o que seria uma pergunta do "Senhor", como por exemplo "se eu tive medo?..." E isso é perceptível ao longo de todo o texto.

Pois bem, o Riobaldo vai tá contando pro Doutor/Senhor a história da vida dele. Ele é um jagunço, que vive em um bando, e que atua pelas regiões de Minas e Bahia (e Goiás?). O livro inteiro narra as experiências pelas quais passam os jagunços em seu meio de vida no sertão, com as guerras contra outros jagunços, as mortes, a divisão de tarefas, etc. Mas o Riobaldo, além de narrar como era a vida de jagunço, ele também vai falar sobre a infância dele e tudo que aconteceu, e as circunstâncias que fizeram com que ele chegasse até ali. Ele teve uma infância difícil, não conheceu o pai e, após a morte da mãe, passou a viver com o padrinho (Selorico Mendes), que era bem de vida e que cuidou bem do Riobaldo. Em dado momento o padrinho lhe manda ajudar um conhecido seu, chamado Zé Bebelo, a fim de lhe ensinar a ler. O Riobaldo passa a conviver com o Zé Bebelo, que conta pra ele sobre seu propósito de - se não me engano e a princípio é - acabar com a jagunçagem. Só que o Riobaldo acaba tendo interesse em virar jagunço e a partir de então ele entra em um bando, chefiado por Joca Ramiro. Posteriormente o bando do Joca Ramiro entra em guerra com o bando do Zé Bebelo (que agora é jagunço?) e o Zé acaba tendo que deixar a região. Mas o Joca Ramiro é traído por Hermógenes, o grande "vilão" da história, que assassina seu chefe. A partir daí, o Riobaldo se une a Zé Bebelo pra vingar a morte de Joca Ramiro.

Durante toda a narração o Riobaldo vai ficar fazendo algumas filosofias sobre a vida, o sertão, Deus, o diabo e o amor. O ponto chave dessa narrativa é justamente o amor que ele nutre por um colega seu de bando chamado Diadorim. Aliás, as minhas partes preferidas na história eram justamente quando ele falava sobre o Sertão, com as definições que variavam em cada circunstância ("Sertão é..."), ou quando ele falava de seu amor impossível por Diadorim.

Até então, eu tava gostando da leitura, mas não tinha tido o prazer de continuar lendo, nem ansiedade nenhuma, porque apesar de falar de algo tão complexo como o amor de dois jagunços, ou sobre a existência ou não do diabo, eu não tinha conseguido captar o espírito do livro.

Até que uma amiga me indicou um vídeo da Maria Bethânia declamando trechos de "Grande Sertão: Veredas". No mesmo dia, outra amiga falou "leia em voz alta". Pena que eu já tava com 60% da leitura, só que a partir daí eu vi que ler esse livro não era apenas "ler". Era preciso sentir! (uau kkkk). E depois de ver a Bethania lendo, e começar a ler em voz alta, e "virar" o jagunço Riobaldo, a história ganhou outro patamar.

É muito bonito ver como Riobaldo conduz sua narrativa, como ele fala sobre o Sertão e Diadorim, e até sobre seu outro amor (esse, possível), por Otacília... Em certo momento a história fica bizarra, com Riobaldo fazendo um "Pacto Fausto" (é assim que chamam o pacto com o diabo?). Enfim... É uma leitura que vale muito a pena.

E que não termina quando acaba. Claro que eu vou ter que reler.
comentários(0)comente



Cintia295 28/04/2022

Achei um livro difícil, nada fluído, mas é uma história interessante, porém estava lendo junto com outro livro bem difícil também.
Um dia vou reler acredito que deixei passar muitas coisas. Mas a história do Riobaldo acaba te prendendo, mas não foi como imaginei que seria. Valeu a leitura, foi a primeira desse autor também talvez deveria ter começado com um menor kkkkk.
comentários(0)comente



Leticia 09/11/2021

Se Riobaldo ama "inteiriço fatal", fatalmente eu amaria
Tá aí um livro que eu morria de medo, sua fama me aterrorizava, iniciei essa leitura pronta para nada entender. É... Guimarães Rosa, cê acabou comigo! Mas eu gostei de me acabar, me acabar de lágrimas e de amor. Eu aqui não me proponho a uma resenha, até porque não tenho cacife para isso, mas coloco aqui as minhas singelas reflexões.

Nessa travessia, pouco mais de quatrocentas páginas. Eu, Ana, consegui me perder um pouco, na vida e na narrativa. Eu acho que perder-se é uma capacidade dignamente humana, as certezas estão para além dessa mera existência mortal. É como diz Riobaldo " Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa".

Na travessia de Riobaldo e Diadorim que se perdem nas veredas do sertão e do coração, aprendendo que o amor é um "inteiriço fatal" , a recusa se faz presente, e ela é incessante. Recusa do amor, do ir, do viver, do morrer. Perder-se na vida, na travessia. A entrega a desorientação é por demais dolorida, e fica a tentativa de encontrar um Deus, um demônio, um existir, um Deus por vez odioso, um diabo amoroso (um amor não tal como o cristão, mas um amor que satisfaz os nossos desejos, desejos demoníacos?)

Riobaldo diz que "o diabo vige dentro do homem" então, talvez sejamos o próprio demônio, soltos por aí, demônios encurralados dentro de um corpo mortal, frágil, assim, "viver é muito perigoso" além de ser perigoso, sempre acaba em morte, mas esse corpo enquanto não encontra Thánatos, insiste no viver, o como viver é uma resposta singular, ela não está posta , fica o que diz Riobaldo: "O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."

Obs: Ao lerem o livro não procurem imagens da adaptação, eu - jacú - fiz isso, levei um baita spoiler ?.
Joao 09/11/2021minha estante
Parabéns pela resenha Ana!!! Só me deixou com mais vontade pra encarar esse livro hahaha


Leticia 09/11/2021minha estante
João, foi a minha melhor leitura do ano, quiçá da vida.


Isadora1232 09/11/2021minha estante
Que resenha linda! Esse livro é um acontecimento. Costumo dizer que fui realfabetizada por GSV e depois dele nenhum livro foi mais o mesmo. Lindo lindo!


Joao 09/11/2021minha estante
Ana, fico feliz por você. É uma maravilha quando finalizamos um livro e saímos com essa sensação. Provavelmente no próximo ano, vou encará-lo hehehe. Você me deu o estímulo que faltava


Leticia 09/11/2021minha estante
Obrigada, Isadora. Realmente, não sei se outro livro chegará aos pés desse, GSV foi um divisor de águas na minha vida.


Leticia 09/11/2021minha estante
João, fico feliz !! Espero que você ame como eu, e que essa experiência seja diferente do seu primeiro contato, que não foi promissor. É um livro lindo.


Ana Sá 09/11/2021minha estante
Me fez reviver tudo que senti depois de ler esta obra prima! É um tsunami de emoções mesmo! ?? Daqueles livros "o que eu era e o que me tornei depois de ler...". rs

Resenha ótima pra recordar e ter vontade de ler de novo!


Leticia 09/11/2021minha estante
Ana, eu já quero reler, lendo os textos de apoio, eu percebi que deixei passar muita coisa. Então, essa primeira foi só uma leitura de reconhecimento do terreno, preciso de uma outra para ler mais atentamente. Realmente, me tornei outra depois desse livro.




Claudio 17/04/2024

Um arrebatamento
O lirismo desse épico brasileiríssimo encanta durante toda essa obra fundamental da literatura brasileira.
A história de Riobaldo pelo Grande Sertão é narrada pelo próprio, tendo guerras entre jagunços como pano de fundo e cobrindo temas profundos como a existência de Deus e o Diabo ou seu amor impossível.

É definitivamente um livro para leitores com disposição de se embrenhar nesse universo. O início é complexo, pela oralidade e infinitos neologismos, além de uma narrativa com longos períodos e sem divisão de capítulos. Uma vez adaptado ao estilo e entregue às veredas, vira um deleite até o fim!
comentários(0)comente



Monica 17/08/2020

Travessia inesquecível
O livro começa e você lê sem entender. Até que entende, se envolve, se emociona e fica tão contagiado que passa até a compreender o que não tinha entendido antes.

Aqui o sertão é o plano de fundo para uma história sobre o ser humano e o sentimento, o certo e o errado, o bem e o mal. Mas é também sobre culpa e absolvição, vingança e perdão.

Chego ao fim da leitura extremamente feliz comigo mesma por ter me permitido fazer essa travessia.
Obrigada, Guimarães Rosa.
comentários(0)comente



674 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR