A Queda

A Queda Albert Camus




Resenhas - A Queda


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Matheus.Vanin 12/01/2024

"Jean-Baptiste Clamence, ator" - O 'Grande Inquisidor' de Camus!
Não sabia o que ia encontrar nesse livro, e foi uma experiência única. Camus tem uma tese, que não é nova e nem autoral, mas é surpreendentemente bem desenvolvida: os seres humanos são atores, a vida é um palco e a sociedade é a plateia. Vivemos para atender expectativas, para sermos gentis, polidos, bem sucedidos etc. E quando isso perde o sentido, o que sobra? Para Clamence, sobrou a profissão de "juiz-penitente": ao mesmo tempo que julga, confessa. E o que motivou sua transformação? O riso do deboche, a fugacidade da vida, a indignação com Deus. É inegável a inspiração de Camus no 'O Grande Inquisidor' de Os Irmãos Karamázov, e o resultado foi um romance espetacular (com o perdão do duplo sentido)
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Luiz Souza 08/01/2024

Silêncio no tribunal
O livro vai contar a história de Jean um advogado que vira juiz penitente , no auge de sua carreira ele era famoso agora já nem tanto mas sua vaidade exacerbada não se abala com esses pormenores mas tudo muda quando diante do Rio Sena uma mulher vai dar fim a sua vida , ele nada faz mas sua consciência vai lhe atormenta por um bom tempo sobre o que ele deveria ter feito em relação ao acontecimento passado.

O livro é bem filosófico e mostra situações da vida em que a escolha e o julgamento são colocadas em voga.

Ótima leitura.
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Nina Pina 04/01/2024

Fazer o bem, sem se mostrar ?
Albert Camus, ganhador do prêmio Nobel de literatura em 1957, gostei bastante da leitura, a escrita é bem filosófica, repleta de reflexões, um advogado parisiense, se muda para Amsterdam.
Mesmo apaixonado pelo seu país. Sua vida em Paris era perfeita, muito próspera e cheia de sucessos, na profissional e social, famoso por sua profissão e aparente generosidade, em uma noite de festa, passando por uma ponte ele vê algo que poderia ter ajudado e não o fez, após esse episódio sua queda é iminente. Ao conhecer um homem qualquer num bar frequentado por exilados e deserdados do mundo moderno, ele passa a contar a sua vida, em forma de confissão, se arrependendo de toda sua hipocrisia, de seus prazeres fúteis, fazendo um exame de consciência, Jean Baptiste Clamence ex-advogado mudou-se para um lugar onde ninguém o conhecia e está tentando fugir de suas pesadas memórias e falsidade. Excelente leitura, vamos fazer um exame de consciência também?
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Ana Lu 28/12/2023

Confesso que não entendi muita coisa do livro kkkkkk acho que não compreendi a mensagem, mas pretendo reler em algum momento
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Rick Shandler 28/12/2023

A queda - Albert Camus
A Queda nos apresenta mais um homem do subsolo. Camus era um franco admirador de Dostoiévski e as semelhanças deste livro com Notas do Subsolo não são coincidências. A Queda nos mostra a derrocada da humanidade através do característico charme da escrita de Camus.

Até onde podemos cair? Camus nos mostra que o subsolo é o limite. A Queda é uma confissão. Um monólogo de Jean Baptiste Clamence contando a trajetória que o levou aos porões de Amsterdã. Ao longo do livro vamos presenciando as diferentes quedas pelas quais o personagem passou e é claro que acabamos nos identificando com algumas delas.

Este é o último livro escrito por Camus e nele vemos uma nítida maturação de suas ideias. O caminho que Jean Baptiste percorre de renomado advogado em Paris até as ruelas mais escuras de Amsterdã serve de tela para diversos assuntos caros ao autor. Vemos interessantíssimas discussões sobre a culpa, a moral, a verdade, a justiça entre outras tantas. A falsa máscara que cobre o rosto da sociedade cai sob o olhar de Camus.

A queda é repleto de ironia, referências, provocações. É aquele livro que te incomoda, um convite para cair também. Tem que ler.
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Thais 19/12/2023

Ler Camus é sempre um acontecimento
Ler Camus é sempre um acontecimento! Romances que são poesia pura, frases que dariam teses inteiras!
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Carla.Floores 18/12/2023

Narciso explica
Não subestime a quantidade de páginas deste livro. Ele é pequeno mas imenso. Denso e real.
Um advogado autodenominado juiz-penitente, que antes se via como caridoso, generoso, perfeito, de repente percebe que não é tudo isso e que também é mau, cruel, egoísta, sádico, perverso, egocêntrico, ganancioso, hedonista.
Sendo uma confissão existencialista nada mais justo que o reconhecimento de que somos todos vítimas e algozes. Somos críticos e indulgentes, somos carrascos, de nós e dos outros. Somos fraternos, não por vontade própria, mas por necessidade de sobrevivência. Nem preto, nem branco; o cinza é a cor. Nem Yin nem Yang; mas ambos. A dualidade, a ambiguidade, o espelho que existe em cada um de nós. É sobre isso.
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Daniel Andrade 29/11/2023

Muito bom
Segundo livro do Campus que leio, gostei mais que de O Estrangeiro. Crises existenciais, hipocrisia, falso moralismo, suicido... tem de tudo. Leitura super fluida, simples, apesar de exigir certo grau de concentração pra não se perder.
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manumoura18 19/11/2023

Destaques preferidos
"O julgamento que fazemos dos outros acaba por nos atingir em plena face, deixando algumas marcas."

"Quando não se tem caráter, é preciso mesmo valer-se de um método."

"Quantos crimes cometidos simplesmente porque seu autor não podia suportar o fato de estar errado."

"Os homens só se convencem de nossas razões, de nossa sinceridade e da gravidade de nossos sofrimentos com a nossa morte."
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Daianne.sgs 10/11/2023

Leitura Difícil
O Livro tem uma forma de narrativa bem diferente da que eu estou acostumada, o narrador narra tudo em primeira pessoa, o interlocutor não tem voz, então sempre é o narrador falando e fazendo digressões.

A leitura é densa , me perdi as vezes em algumas partes.

Os temas existencialistas são jogados assim um atrás do outro.

O final eu achei estranhamente fraco.
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lucca 24/09/2023

"Em suma, queria dominar em todas as coisas."
Iniciando Camus.

Citações:

Ser senhor do próprio estado de espírito é privilégio dos grandes animais.

É o silêncio das florestas primitivas, tão pesado que sufoca.

Quando pensamos muito sobre o homem, por trabalho ou vocação, às vezes sentimos nostalgia dos primatas.

É, mas pobre de mim, sou muito loquaz ? e me relaciono com facilidade.

Duas ideias lhes bastarão para definir o homem moderno: fornicava e lia jornais.

"Devagar. Perigo!" Mesmo quando a simpatia é intensa, tenho cautela.

"De onde quer que você venha, entre e seja bem-vindo." Quem, segundo o senhor, respondeu a este belo convite? Os milicianos, que entraram como se a casa fosse deles e o estriparam.

Pelo contrário, privar os homens desses impulsos implica transformá-los em cães raivosos.

Os paióis, os porões, os subterrâneos, as grutas e os abismos causavam-me horror.

O crime está incessantemente em cena, mas o criminoso só figura fugazmente, para logo ser substituído.

Nunca tive necessidade de aprender a viver. A esse respeito, já sabia de tudo ao nascer.

Tratava-se, repare bem, de algo bem diferente da certeza em que eu vivia de ser mais inteligente do que todo mundo.

Sentia-me à vontade em tudo, é bem verdade, mas, ao mesmo tempo, nada me satisfazia.

Assim corria eu, sempre pleno, jamais saciado, sem saber onde parar, até o dia, ou melhor, até a noite em que a música parou e as luzes se apagaram.

A amizade é menos simples. Sua aquisição é longa e difícil, mas, quando se obtém, já não há meios de nos livrarmos dela; temos de enfrentá-la.

Talvez não amemos a vida o bastante. Já reparou que só a morte desperta nossos sentimentos?

Mas sabe por que somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos?
A razão é simples! Em relação a eles, já não há obrigações.

Não, é o morto recente que nós amamos em nossos amigos, o morto doloroso, nossa emoção, enfim, nós mesmos!

É assim o homem, caro senhor, com duas faces: não consegue amar sem se amar.

É preciso que algo aconteça, mesmo a servidão sem amor, mesmo a guerra ou a morte. Vivam, pois, os enterros!

A vida tornava-se menos fácil: quando o corpo está triste, o coração perde as forças.

Outro dia, nessa mesma época, a um motorista que me agradecia por tê-lo ajudado, respondi que ninguém teria feito o mesmo. Eu queria dizer, é claro, que qualquer pessoa teria feito o mesmo.

Em suma, queria dominar em todas as coisas.

Que importa, não acha, humilhar o próprio espírito, se dessa forma se consegue dominar o mundo inteiro?

Sua culpabilidade tornava-me eloquente, porque eu não era a vítima.

Sempre achei a misoginia vulgar e tola, e quase todas as mulheres que conheci, julguei-as sempre melhores do que eu. No entanto, ao colocá-las tão alto, utilizei-me delas mais vezes do que as servi. Como entender isso?

Não tenho o coração seco, longe disso, mas, pelo contrário, cheio de ternura, e mais: tenho a lágrima sempre fácil. 

A sensualidade em si não é repugnante.

De tanto recomeçar, criam-se hábitos.

Acredite-me, para certos seres, pelo menos, não possuir aquilo que não se deseja é a coisa mais difícil do mundo.

O ato de amor, por exemplo, é uma confissão.

Todo mundo pode levá-lo a admirar as toucas, os tamancos e as casas decoradas, onde os pescadores fumam tabaco em meio a um cheiro de encáustica. Eu sou, pelo contrário, uma das raras pessoas que podem mostrar-lhe o que existe de importante aqui.

Como sei que não tenho amigos? É muito simples: eu descobri isso no dia em que pensei em matar-me para lhes pregar uma boa peça, para puni-los, de certa forma. Mas punir quem? Alguns ficariam surpreendidos; ninguém se sentiria punido. Compreendi que não tinha amigos.

Mas aí está, não se tem certeza, nunca se tem certeza. Caso contrário, haveria uma saída, poderíamos, finalmente, fazer com que nos levassem a sério.

Os homens só se convencem de nossas razões, de nossa sinceridade e da gravidade de nossos sofrimentos com a nossa morte.

Julgam sempre que nos suicidamos por uma razão. Mas podemos muito bem suicidar-nos por duas razões. Não, isso não lhes entra na cabeça.

E depois, vamos direto ao ponto, eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida.

A partir do momento em que temi que houvesse em mim qualquer coisa a ser julgada, compreendi, em suma, que havia neles uma vocação irresistível para julgar.

Mas, sobretudo, porque a riqueza nos livra do julgamento imediato, nos retira da multidão do metrô para nos encerrar numa carroceria toda niquelada, nos isola em vastos jardins particulares, carros-leitos, camarotes de luxo.

O gosto pela verdade a qualquer preço é uma paixão que nada poupa e a que nada resiste. É um vício, às vezes um conforto, ou um egoísmo.

Apregoava minha lealdade e acho que não há entre os seres que amei um único que, afinal, eu não tenha também traído.

Não será a mulher tudo o que nos resta do paraíso terrestre?

Já que tinha necessidade de amar e de ser amado, julguei-me apaixonado. Em outras palavras, fiz papel de bobo.

Também ensaiei falar de amor e acabei por persuadir a mim mesmo.

Acabou-se o jogo, acabou-se o teatro, eu me encontrava, sem dúvida, com a verdade. Mas a verdade, caro amigo, assusta.

Eu me amava demais para desejar que o precioso objeto de meu amor desaparecesse para sempre.

Compreenderá, então, que a verdadeira libertinagem é libertadora, porque não impõe qualquer obrigação.

O senhor já deve ter notado, o homem que verdadeiramente sofre de ciúmes não tem outra pressa senão a de deitar-se com aquela que, no entanto, julga que o traiu. É claro que querem assegurar-se, mais uma vez, de que seu precioso tesouro ainda lhes pertence.

O ciúme físico é um produto da imaginação e, ao mesmo tempo, um julgamento que se faz de si mesmo. Atribuímos ao rival os sórdidos pensamentos que tivemos nas mesmas circunstâncias.

Vou contar-lhe um grande segredo, meu caro. Não espere pelo juízo Final. Ele se realiza todos os dias.

Mas o mais alto dos tormentos humanos é ser julgado sem lei. Nós vivemos, porém, neste tormento.

A verdade, como a luz, cega. A mentira, ao contrário, é um belo crepúsculo, que valoriza cada objeto.

É assim, meu caro, que nascem os impérios e as igrejas, sob o sol da morte.

O julgamento que fazemos dos outros acaba por nos atingir em plena face, deixando algumas marcas.

O essencial é poder permitir-se tudo, mesmo que seja preciso proclamar, de vez em quando, em altos brados, a própria indignidade.

Mas, quando não amamos nossa vida, quando sabemos que é preciso mudá-la, não temos escolha, não é? Que fazer para ser outra pessoa?
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Atteneee_ 22/09/2023

Gostoso do começo ao fim
Essa obra foi a que mais me fez parar e refletir entre todas as obras de Camus. Ela busca explorar o absurdo na moralidade e nas ambições humanas, indo ainda mais longe ao distanciar o narrador por meio do uso da segunda pessoa. Clamence empreende uma busca incessante por culpa e sentido em meio ao seu passado, mas ao mesmo tempo, questiona a própria moralidade de suas ações. Sua repulsa em relação a humanidade e a sua banalidade e julgamento é muito palpável e reconhecível.

É um livro denso, mas incrivelmente gratificante de ser lido, uma leitura que me convidou a confrontar a complexidade da natureza humana e as ambiguidades morais que a cercam. Recomendo demais a quem busca uma reflexão foda sobre a condição humana e comportamento em meio ao caos.
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maria 19/09/2023

Gostei da escrita, é um personagem interessante. a forma como toda história ocorre e é milimetricamente narrada e voltada pra si, é meio egoísta e expositivo.
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Massasa 15/09/2023

A queda
A história de parece bastante com memórias do subsolo, acredito que pelos paralelos que percebi entre os personagens principais das duas obras. As ironias, contradições e o sofrimento dos homens à margem.
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