K.

K. Bernardo Kucinski
Bernardo Kucinski




Resenhas - K.


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Rafa 25/09/2022

Fragmentado, mas dolorido.
Acho que a primeira impressão que fica do livro é a escrita: fragmentada. As vezes, até confusa. Mas mesmo assim, as peças se ligam para construir o cenário triste.

Cenário este que atinge em cheio a nação brasileira: conformista, "não se mete", não se mexe. O Estado, sempre onisciente e onipresente, assusta tanto quanto uma distopia Orwelliana.

Só que, aqui, é realidade. E, ainda assim, não se estuda profundamente sobre a ditadura nas escolas. Não se comenta. Não se busca. As muralhas descritas no livro continuam de pé, à ponto de existirem civis órfãos da ditadura brasileira.

Acho que a parte que mais doeu foi o K. no tribunal, sem resposta mais uma vez, perguntando "e a minha filha?". O retrato de um pai que vê um sistema fazer o impossível, na sua frente, pra impedi-lo de saber a verdade é de doer. Assim como os nomes das ruas em São Paulo. Cara...

Vale a leitura.
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Isa 19/09/2022

K.
?O Estado não tem rosto nem sentimentos, é opaco e perverso. Sua única fresta é a corrupção. Mas às vezes até essa se fecha por razões superiores. E então o Estado se torna maligno em dobro, pela crueldade e por ser inatingível. Isso ele sabia muito bem.?

K. reúne memórias da aflitiva investigação de um pai sobre o desaparecimento da filha durante a ditadura no Brasil. O livro relembra e e faz um paralelo da busca com a história do pai, judeu, que vivenciou e teve que fugir do Holocausto e a sua filha que desapareceu por motivos pertinentes ao Estado brasileiro da época.

Em nenhum momento é revelado o nome do personagem principal, porém alguns outros são revelados o primeiro nome, a meu ver poderia representar o profundo desconhecimento, e a falta de concenso, do que realmente aconteceu no período da ditadura. Outra possibilidade de interpretação seria a inspiração do autor em Kafka.

É importante ressaltar que os causadores do regime continuaram vivendo suas vidas normalmente, morreram de morte natural, impunes, conseguindo encostar a cabeça no travesseiro todas as noites, rodeados pela família, tendo seus nomes homenageados em placas de ruas. Enquanto a culpa ficou para aqueles que perderam seus entes queridos, afinal, hipoteticamente poderiam ter feito mais.

Por isso, é importante rememorar esses eventos, por mais obscuros que tenham sido. Para assim evitar que a história se repita e que apoiadores da ditadura continuem no poder.
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Chele 10/09/2022

É preciso estômago forte pra ler esse livro e rememorar nosso passado trágico e vergonhoso. K. é a narrativa de um pai um busca de sua filha desaparecida durante os anos de ditadura militar no Brasil. A dor, o desespero e angústia desse pai não tem como mensurar é agoniante imaginar principalmente em uma época em que pelo simples fato de se opor poderia ser um risco a vida. O livro vai travando uma odisseia intercalada com outras vozes narrativas formando essa teia intrincada e comovente de arrepiar ora de emoção ora de ira.
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Marina 08/09/2022

Nossa, acabei ontem, e que livro incrível, uma escrita fluida, apesar do tema pesado e doído.
A parte que ele fala dos nomes das ruas, que aperto no peito saber que enaltecemos torturadores por aí... Que tristeza.
Um livro extremamente necessário.
Lembrar para não repetir.
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Malu 07/09/2022

Uma obra prima
Acompanhando a trajetória do pai em busca da sua filha desaparecida e intercalando a narração com outros personagens que fazem parte direta e indiretamente dessa trama, K. é uma narrativa que prende em seus capítulos curtos e rememora aqueles que desapareceram e a angústia dos que ficaram sem saber quando e o que aconteceu.
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Paula 07/09/2022

Algumas partes boas e tema extremamente importante, mas ruim e chato.
Nunca tinha lido um livro sobre a ditadura militar e tinha altas expectativas, mas o livro não me prendeu, muito arrastado, no geral não tenho nada bom pra falar
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Quérol 31/08/2022

Sobre as marcas da ditadura
'Tudo neste livro é invenção, mas quase tudo aconteceu.'

Essa frase, logo nas primeiras páginas do livro, me fez lembrar do meu avô. Cresci com ele dizendo a quatro ventos o quanto a Ditadura foi uma época boa, ruas limpas, tudo organizado, não tinha "crime". E quando comecei a estudar sobre esse período na escola, pela primeira vez questionei a tal da sabedoria dos idosos. Meu avô nunca acreditou nos desaparecimentos, nos absurdos cometidos durante a Ditadura, para ele é tudo invenção. Assim como para muitos outros brasileiros. Que triste isso de sermos um povo sem memória. Um país que não aprendeu e nem evoluiu com esse momento tão triste da nossa história.

K. se faz extremamente necessário. Não podemos apagar o período da Ditadura e fingir que nada aconteceu. Não podemos nos esquecer das centenas de desaparecidos e de todas as famílias que sofrem até hoje com a ausência de um ente querido - sem nunca obter respostas o suficiente sobre o que aconteceu de verdade. Precisamos manter viva essa memória e nunca mais repetir os mesmos erros. Precisamos lembrar. Lembrar que a nossa democracia pode não ser perfeita, mas ela nos protege e nos salva. Lembrar que a liberdade é um bem precioso. Lembrar que ditadura nunca mais.
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Janaina 16/08/2022

?Caro leitor:
Tudo neste livro é invenção,
Mas quase tudo aconteceu.?

Uma história interrompida pela ditadura militar, que abriu feridas no coração de um pai sobrevivente do holocausto. A corajosa busca que foi longe, mas tarde demais. As decepções coletadas no caminho, seladas por uma culpa avassaladora. A tentativa de resgate que não encontrou força para dar voz à história que se revelou dolorosa demais para ser eternizada no papel. A documentação de um filho, em nome de seu pai, da história de sua irmã, que compõe a história de sua família, e que se confunde com (parte d)a História do nosso Brasil.

Poderia ser mais do mesmo: ditadura, autoritarismo, violência, tortura, desaparecidos... tudo aquilo que a gente ? infelizmente ? está cansado de saber. Mas se há um mérito inegável deste período sombrio da nossa história, foi o de produzir atrocidades para alimentar nossa literatura para a vida de todas as nossas próximas gerações. (contém ironia) E, sendo assim, mesmo já tendo ouvido tanto sobre o assunto, ainda é impossível sair ileso a uma obra que o aborde.

E esta não é diferente.

Para além de tudo que se sabe ter ocorrido nos porões da ditadura, o livro me pegou pela dor do pai que, ao sentir a ausência da filha e dar início a sua busca, vai-se dando conta de que pouco sabia do que vinha acontecendo em sua vida, o que o faz mergulhar na culpa profunda que invade aqueles a quem resta apenas o ?e se??.

Aqui acompanhamos toda sua árdua peregrinação, que expôs contradições do sistema, que revelou como facilmente vítimas podem converter-se em algozes sem o menor pudor (como na hipótese de judeus perseguidos pelo holocausto que naturalizavam a tortura da ditadura sob o argumento de que apenas se dirigia a comunistas) e como o vazio provocado pelo desaparecimento pode ser muito mais devastador que a própria morte.

É daqueles livros que demandam um longo período para ?digestão?.
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Bru 09/08/2022

O melhor livro da Tag de 2022
Até o momento esse tem sido o meu livro favorito entregue pela Tag Curadoria em 2022.
A forma que os acontecimentos são narrados, te transporta par dentro da história, te prendem e despertam a angústia que aquele pai a procura da sua filha sentia naquele momento.
Simplesmente emocionante!
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@gezaine_ 05/08/2022

Excelente livro.
Mesmo sabendo de antemão o desfecho, queremos continuar a leitura.
Sempre bom se lembrar do que aconteceu para não deixar se repetir.
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Anne 02/08/2022

Viva os vilões da pátria
Esse não é um livro de esquerda. É um livro de denúncia, e um brado de dor.
K. é um literato muito importante, judeu, fugido da Polônia em tempos de perseguição. Ele e sua esposa perderam quase que toda a família. Da parte da esposa, toda a família foi dizimada. Ela é uma sombra na história, pois já não há mais vida nela, apesar de estar entre os vivos.
No dia 22 de abril de 1974, sua filha, uma jovem e promissora professora de química da USP desaparece como fumaça.
K. percebe o sumiço dias depois, e inicia uma busca incessante por sua única filha.
Já iniciamos a história sabendo seu fim, mas não conseguimos abandonar K. em sua busca; e cada busca é um beco sem saída. Um muro sobe de repente quando se começa a chegar perto.
A história já é bem conhecida entre os brasileiros: um grupo de extrema esquerda se levanta, o Estado de extrema direita os esmaga. Casa da Morte, torturas, mentiras, a dor dos familiares, as culpas sentidas por quem menos tem culpas, e anestesiada naqueles que nunca foram responsabilizados.
O livro vai além. O autor (irmão da desaparecida e filho do narrador) continua suas denúncias acusando os próprios comandantes dirigentes da esquerda, omissos ao problema, deixando seus defensores serem caçados e inclusive, punindo injustamente os próprios defensores da causa.
A conversa aqui não é esquerda do bem e direita do mal, muito menos o contrário. A conversa é que deixamos impunes personalidades grotescas. Nomeamos pontes e avenidas em homenagem a homens diretamente responsáveis por não só sequestro, tortura, morte, esquartejamentos e incineração de corpos. A denúncia é que nunca se teve um pedido de desculpas, nunca se teve uma retratação pela falta de humanidade praticada no período. Ao contrário, a memória da dor foi apagada e esquecida não acidentalmente, mas intencionalmente.
A história do mundo está repleta de episódios vergonhosos, e esse com certeza está entre um dos maiores.
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Luly @projetocabeceira 01/08/2022

Impossível de parar, mesmo a gente sabendo o desfecho da história desde o início. Autor consegue depositar na gente a esperança desse pai encontrar a filha sumida na ditadura, e a gente sofre com ele. Que leitura!
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Lara 01/08/2022

Baseado em fatos reais, esse livro conta a história do desaparecimento da filha de K. (sim, tem referência ao Kafka), durante a ditadura militar. Vemos a perspectiva do pai e de outras pessoas com outros papéis sociais durante o regime de 64. Me fez ficar emocionada diversas vezes em ver o sofrimento e exaustidão do pai ao ir atrás das pistas falsas (mesmo ele sabendo que são falsas) pois não podia desistir de saber o paradeiro de sua filha. Muito bem escrito e tocante!
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Juliana.Sallum 31/07/2022

K.
Livro pesado mas muito necessário para não esquecermos esse passado tão recente e tão dolorido da nossa história. Assustador ver algumas semelhanças com nosso presente
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Aline221 29/07/2022

Um livro pra repensar
São tantos pontos que esse livro me tocou: a ditadura militar, o drama dos que possuem familiares desaparecidos e a angústia de um pai por não ter exercido o seu papel ?direito?.

Vários sentimentos e em um momento tão oportuno, em ano de eleições. Que a história seja sempre contada, da perspectiva correta, para que não se repita.
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