@leiturasdanickson 18/09/2022
"Existo porque penso... e não posso me impedir de pensar"
o termo "a náusea" representou exatamente o que Sartre quis passar, me senti nauseada de verdade e associei esse sentimento com alguns momentos bem específicos da minha vida, achei incrível. as últimas 50/60 páginas do livro foram mais chatinhas, mas no geral eu adorei a experiência.
nesse livro vivenciamos o fardo que é viver um dia após o outro e como às vezes isso pode ser cansativo e em como a existência é frágil em sentido quando a analisamos profundamente. Sartre aborda tanta coisa que eu nem consigo elaborar uma resenha decente. vou deixar apenas algumas citações:
"Um dia perfeito para a introspecção: essas feias claridades que o sol projeta, como um julgamento sem indulgência, sobre as criaturas, entram-me pelos olhos; estou iluminado por dentro por uma luz empobrecedora. Tenho certeza de que bastariam 15 minutos para que atingisse a suprema repugnância de mim mesmo."
"Apego-me a cada instante com todo o meu coração: sei que é único; insubstituível - e no entanto não faria um gesto para impedi-lo de se aniquilar."
"Mas para mim não existem segunda-feira nem domingo: existem dias que se atropelam desordenadamente e, além disso, lampejos como esse."
"Sou, existo, penso, logo sou: sou porque penso, por que penso?"
"... que aqui estamos, todos nós, comendo e bebendo, para conservar nossa preciosa existência, e que não há nada, nada, nenhuma razão para existir."
"Existo - o mundo existe - e sei que o mundo existe. Isso é tudo. Mas tanto faz para mim. É estranho que tudo me seja tão indiferente: isso me assusta."
"... pensam no Amanhã, isto é, simplesmente num novo hoje; as cidades dispõem apenas de um único dia que retorna igualzinho todas as manhãs."