A montanha mágica

A montanha mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Felipe - @livrografando 04/09/2020

Ao fim, compensa maravilhosamente sentir-se o próprio Hans Castorp
Nada mais do que 55 dias foram necessários para que o caminho do vale até o cume da montanha pudesse ser concluído. Entre inúmeros obstáculos, a começar pelo conteúdo complexo da trama, em que pese a escrita ser envolvente, a experiência que adquiri ao ler A Montanha Mágica foi, ao mesmo tempo, uma das mais prazerosas e uma das mais trabalhosas (senão a mais trabalhosa) em tantos anos de leitor. De fato, é um livro que convida o leitor a refletir, não apenas pelos acontecimentos que ocorrem ao longo da narrativa, mas pelas discussões que são apresentadas e que faz do romance uma obra atemporal. Não foi à toa que a leitura levou quase quatro anos para, de fato, acontecer, pois sentia que ainda não tinha formação o suficiente para entendê-lo (não que eu tenha, mas sinto que, pelo menos, a maioria das coisas, foram no mínimo entendidas, mas seria exagero dizer compreensíveis).

A Montanha Mágica é um tipo de obra que você não consegue ler de forma contínua, de maneira que se leia como um romance consumido qualquer. Muito pelo contrário. Ela exige um ritmo de leitura extremamente parcimonioso e calmo, malgrado a obra ter mais de 800 páginas e o tempo transcorrer na narrativa de forma bem lenta, beirando à modorra. Isso faz jus ao que o autor coloca logo no prólogo, ocasião em que ele afirma que a obra em questão tem como objeto o tempo, bem como ele previne que o leitor pode terminar a obra em sete semanas, sete meses ou (o que ele não espera acontecer) em sete anos, dada à natureza da obra. E, de fato, Thomas Mann estava coberto de razão.

A trama tem como personagem principal Hans Castorp, um jovem de 23 anos de idade, que se formou em engenharia e que estava com um emprego certo assim que finalizasse a faculdade. Órfão de pai e mãe e, agora, morando com o tio-avô James Tienappel, Hans Castorp espera nesse serviço uma oportunidade para poder exercer a função que tanto deseja. No entanto, uma enfermidade pulmonar faz com que ele vá “visitar” seu primo, Joachim Ziemssen, no Sanatório Internacional Berghof, um espaço que congrega indivíduos de inúmeras nacionalidades, localizado nas alturas dos Alpes suíços, e ele é obrigado a se deslocar do seu torrão natal, conforme Mann utiliza muito para se referir ao local onde o engenheiro nasceu, para Davos-Dorf. Hans Castorp se desloca até o local com o intuito de passar três semanas e retornar à sua vida corriqueira na planície, e para isso sendo irreverente e indiferente aos hábitos do sanatório, utilizando a máxima “habituar a não se habituar”.

Convicto de que apenas ficará no sanatório por poucas semanas, Hans Castorp torce o nariz para alguns aspectos como o fato de não utilizar termômetro, instrumento obrigatório para todos os pensionistas enfermos, bem como de escarnear situações de outros doentes. Nesse meio tempo conhece Settembrini e com ele engendra longas discussões filosóficas. Mas o capítulo que mexe com a estrutura do engenheiro é o momento em que vê pela primeira vez Claudia Chawchat que, apesar de ter um péssimo hábito de fechar a porta com um forte estrondo e de isso não agradar a Castorp, mesmo assim o recém-chegado se atrai pela russa. As três semanas vão se aproximando e Castorp continua confiante de que retornará para o mundo lá de baixo, para a sua rotina aristocrática.

É nesse momento que é revelado ao leitor que Hans Castorp não se encontra com os pulmões sadios e, que, quando na infância, já enfrentava problemas nas suas vias respiratórias, fato que é confirmado logo depois pela consulta com o dr. Krokowski, na qual descobre que ele tem uma mancha no pulmão e que, se quiser viver, deve abandonar a ideia de retornar à planície, permanecendo no sanatório por mais seis meses, o que Castorp acaba por acatar, embora relutantemente, e agora deverá aprender a se aclimatar se ainda optar por desfrutar da vida no mundo lá de baixo.

A edição da Companhia das Letras entrega uma diagramação simples, sem muitos caprichos, mas com uma tradução impecável, letras confortáveis, o que proporciona ao leitor uma leitura fluida, tranquila, mesmo com o conteúdo complexo do romance. É importante ressaltar que cada página do livro leva aproximadamente 10 minutos caso o leitor opte por seguir o ritmo proposto por Mann (e que é o recomendado) e que constitui em um dos aspectos que formam o perfil da obra: o tempo.

O texto da obra é magnífico, espetacular, de um alto nível de inspiração intelectual e filosófico, mormente nas passagens em que Mann descreve lugares, situações e a vida dos personagens. Apesar de essas partes nada apresentarem de dinamicidade, o mais envolvente delas é que você acaba por adentrar, se introduzir na trama. Podemos citar como momentos geniais da trama a parte que Hans Castorp tem o seu primeiro delírio e enxerga seu amor platônico da infância, Pchibislav Hippe, bem como os diálogos sensacionais entre Settembrini e Naphta, momentos em que a genialidade de Mann atingiram o ponto culminante no livro. Apesar de aparentemente ser uma parte modorrenta, Hans Castorp consegue incutir no leitor a curiosidade de saber o que vai acontecer depois, mérito do texto sensível, sofisticado e de nível elevado do autor alemão.

Preciso dizer que, em alguns momentos, a escrita de Mann me pareceu às vezes cansativa, o autor utiliza de diálogos cansativos e partes que parecem, à primeira vista, serem desnecessárias, constituindo em um dos momentos irregulares do romance. Um exemplo disso é o capítulo em que Mann destrincha, por completo, o conteúdo de um livro de anatomia que Hans Castorp está debruçado, quando do seu momento de descanso. Este se constitui num dos momentos em que o leitor precisa de um mínimo de base histórica para saber porque o autor está introduzindo esta descrição na trama, pois se relaciona diretamente com as discussões na Europa em vias da Primeira Guerra Mundial, a respeito da morte e da doença, bem como sobre a composição biológica dos seres humanos.
Ainda em seu texto, Mann traz junto com seus personagens, suas impressões a respeito da época, bem como sua escrita em tom melancólico e pessimista, apesar de alguns momentos haver um humor involuntário na sua escrita, mas que não diminui a aura soturna e pesada que a história do livro traz.

O livro, apesar de ter uma história completamente incomum, possui um início e um final (embora em aberto), se constituindo numa narrativa linear. Para um livro de mais de 800 páginas, o autor deve utilizar de inúmeras cartas na manga para manter o fôlego do leitor a fim de que este se interesse pela história, bem como a possa concluir. Até as primeiras 200 páginas, ainda há uma certa apresentação dos personagens, dos hábitos do Sanatório, bem como da intransigência de Castorp em se adaptar à sua nova realidade, ainda preso aos hábitos dos seus hábitos e costumes do seu torrão natal. As 200 páginas seguintes apresentam o diagnóstico de Hans Castorp e a sua permanência compulsória no hospital, bem como a sua primeira conversa com Claudia Chawchat, que acontece somente beirando à página 400, na qual a conversa está escrita em francês, mas ao rodapé da página, a Companhia das Letras disponibilizou a tradução, inclusive, um grande acerto desta impecável edição. E a terceira e última parte tem início com o primeiro embate de ideias entre Naphta, representante de um ideal reacionário, e Settembrini, representante de um ideal mais libertário, embora um pouco conservador, iniciando-se por volta da página 430 da edição mais recente da Companhia das Letras.

Embora não seja um livro de reviravoltas e acontecimentos que se sucedem, de modo que o leitor fique sem fôlego, A Montanha Mágica oferece ao leitor uma galeria de momentos-chave na história, e devo dizer que a maioria dessas passagens encontram-se na primeira metade do livro, a fração mais difícil e árdua de se ler, de tal forma que a primeira metade da obra me consumiu 33 dias e a segunda, 22, sendo esta a mais marcante do livro e pelo fato de o autor resolver desenvolver a relação entre os personagens do que se ater propriamente aos diálogos filosóficos entre eles.

E falando dos personagens, vou citar alguns que me chamaram atenção durante a leitura, e aqui vou enfatizar aqueles que mais possuem ação na história. Vamos dar início se centrando no personagem central da trama, Hans Castorp, constituído por inúmeras camadas, bem como sendo um personagem muito complexo, já que fica indeciso entre voltar à sua vida comum ou optar por continuar nos Alpes. Apesar de estar plenamente convicto de que irá retornar, a paixão por Claudia Chawchat, bem como a figura de Settembrini e seus diálogos intelectuais o fará refletir se realmente deseja tanto voltar para a rotina corriqueira da planície, mesmo antes do diagnóstico da doença do jovem engenheiro. Também Hans Castorp surpreende pela humanidade, mormente no momento de óbitos no hospital, onde não se deve esboçar tipo algum de emoção, todos devendo ser indiferentes e frios, bem diferente do Hans Castorp do início do livro, ainda um garoto insensível e completamente atrelado aos hábitos do mundo “lá de baixo”.

Outros que devem ser sempre destacados na trama é a entrada de Naphta, pois é a partir desse ponto que o autor dará o tom da rixa intelectual entre humanismo e misantropia (uma vez que Settembrini entra na história por volta da página 70 e que irá ter diálogos enriquecedores com Castorp e Naphta entra quase 360 páginas depois). Na construção da história desses personagens, o autor deixa patente qual projeto de Europa se pensava naquele contexto. Também ao longo do livro os dois possuem uma trajetória linear, no entanto, ao final da trama, o leitor se surpreende com o que acontece com aquela diplomacia intelectual que os dois possuíam quando travavam embates de pensamentos, embora Mann não tome partido de nenhum dos lados, apenas se atendo a apresentar os pólos opostos.

Os temas emulados pelo romance do escritor alemão são muito pertinentes não apenas à época que foi produzido, mas também é atinente aos dias atuais. Num mundo onde se vive a fugacidade do tempo, uma rotina ditada pela dinamicidade e pelo imediatismo (algo já identificado, guardadas as devidas proporções, na Europa do período do pré-guerra), A Montanha Mágica vem a ser seu contraponto. Discussões como a natureza do tempo, a morte, a doença, o senso de humanidade e inumanidade, progressos e retrocessos no mundo recheiam o texto de quase 900 páginas da obra. Ainda em relação à temática, é importante apontar momentos em que os personagens são completamente machistas e misóginos, a exemplo de Peeperkorn, no qual isso se emula de forma muito evidente, bem como alguns momentos dos diálogos entre o trio Castorp-Settembrini-Naphta. Apesar de ser um produto de uma sociedade de quase um século, tais situações causam incômodo em alguns leitores da atualidade, evidenciando passagens que envelheceram mal.

Deve-se ler A Montanha Mágica com um pé, com o olho ou talvez com todo o corpo na história e também na História, pois é uma leitura que é preciso atenção, paciência e, acima de tudo, persistência, além de uma certa noção histórica da Europa (mormente a Alemanha) do período pré-guerra. A construção dos personagens, bem como do espaço principal da trama e dos diálogos refletem a sociedade aristocrática europeia, seus hábitos, seus costumes, seus pensamentos, suas maneiras de se comportar, de enxergar o mundo.

A genialidade desse romance está presente desde a sua construção até a sua execução. Embora já datada e ultrapassada, com passagens que não já se aplicam aos dias atuais, A Montanha Mágica possui um texto espetacular, muito confortável de se ler, em que pese seus longos e, por vezes, maçantes parágrafos, mas que são fundamentais para o desenvolver do romance. Com personagens, discussões e acontecimentos, embora esporádicos, mas muito marcantes, este romance de Thomas Mann continuará sendo imortalizado no hall dos grandes escritores e escritoras da humanidade, trazendo discussões e reflexões sobre o tempo e sua visão de mundo a respeito daquele contexto, apesar de se tratar de uma realidade muito restrita aos bem-nascidos da época. Entre obstáculos e inúmeras tentações a desistir da leitura, concluí com êxito depois de quase dois meses corridos a experiência com este livro fantástico.

Aos vindouros leitores, sejam experientes ou iniciantes, mais uma vez recomendo: apenas aceitem essa empreitada se estiverem dotados de preparo mental, psicológico e intelectual, pois é um livro que exige bastante do leitor e que deve ser aproveitado com muita cautela e com um olhar atento. Desde já, digo que se se está acostumado com tramas de ação ou com romances de fácil compreensão, tal obra não é uma opção de leitura para se realizar.

Por fim, deixem-lhes dizer quanto tempo passei nas montanhas: foram oito semanas de estadia nesse microcosmo de Thomas Mann e agora, se me dêem licença, retornarei à planície, ao mundo lá de baixo, com muita tristeza e pesar, mas muito enriquecido das coisas que aprendi com a leitura dessa obra. Estou me sentindo o próprio Hans Castorp!
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Felipe Augusto 04/03/2021

Ótimo livro
Primeira obra que leio do Thomas Mann e não podia ter sido melhor, a construção dos personagens, os diálogos detalhados e contextos políticos e históricos tornam a historia muita bem construída. É um livro complexo tem muito embates filosóficos que podem desanimar o leitor e preciso voltar em alguns trechos.
Mas não desista de ler esta obra é muito boa e nós traz a pensar em vários aspectos da vida e da morte, amizades e amores.
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Clara 17/04/2021

O tempo
Eu pretendia terminar esta leitura em um mês, mas tal qual, Hans Castorp, minha estadia foi mais longa, exatos três meses.
A leitura por vezes é massante e desgastante, capítulos de 1h40 falando somente da anatomia da pele (é a morte para mim), no mais o narrador é muito bom, acho que é uma das jogadas do Mann, o narrador conversando com o leitor.
Mas é uma leitura "gostosa", recomendo que leia em conjunto com outra, ela sozinha desgasta demais.
Viviane Stenzel 17/04/2021minha estante
Adorei a analogia com o tempo na montanha e p tempo na leitura do livro.


Clara 17/04/2021minha estante
Mulher, vi que você leu também. Quanto tempo levou ??? Eu achei massante demais, mas o final valeu a pena. E madame Chauchat é tudo em minha vida.


Viviane Stenzel 17/04/2021minha estante
Eu demorei uns seis meses, mas isso pq eu comecei a ler e parei na página 400. Só voltei agora em março e terminei em abril.




Andrea 11/09/2021

O tempo é o elemento principal!
Nunca fiz tanta marcação em um livro! E devo dizer que muitas vezes voltei para absorver melhor o que havia marcado... Que narrativa maravilhosa! Cansativo, muitas vezes, mas conseguiu me transportar para aquele ambiente de forma que até frio eu senti... É um livro cheio de reflexões e filosofias, mas, não é difícil de ser lido! Eu me encantei especialmente com Settembrini, e gostei muito de ver a vida pela vida de Hans Castorp! Enfim, valeram a pena os quase 60 dias que levei para subir A Montanha Mágica, apreciá-la e descer...
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Marcos606 07/09/2023

Hans Castorp, um jovem engenheiro alemão, vai visitar um primo num sanatório de tuberculose nas montanhas de Davos, na Suíça. Embora Castorp pretenda ficar apenas algumas semanas, ele descobre que tem sintomas da doença e permanece no sanatório por sete anos, até a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Com temas como doença, introspecção e morte, através da conversa com outros pacientes, ele gradualmente toma consciência e absorve as ideias políticas, culturais e científicas predominantes da Europa do século XX. O sanatório passa a ser o reflexo espiritual das possibilidades e perigos do mundo real, longe da montanha mágica. O tratamento dado por Mann aos sentimentos de Castorp sobre a tuberculose é uma das principais referências em A doença como metáfora (1977), da escritora americana Susan Sontag.
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Adalgiane 19/05/2021

Muito interessante e profundo!! Nos faz refletir muito a respeito da vida!! Recomendo para quem gosta também de filosofia. Livro inteiramente filosófico.
Rafael Bezerra 19/05/2021minha estante
As brigas filosóficas entre Settembrini e Naphta são tão acalorada que acaba em tragédia...




Carol 25/05/2021

Escalando uma montanha
Foi a impressão que tive lendo esse livro, que eu escalava a Montanha, pois é uma narrativa muito longa e muito densa, então de fato leva muito tempo e a gente sente o progresso. Me comprometi a ler 5% a cada dia de leitura, às vezes parecia que não chegava nunca e outras vezes eu nem percebia que já tinha alcançado. No geral é um livro muito bom, com uma ótima história e personagens incríveis. Mas tem algumas partes arrastadas, principalmente as que narram discussões e divagações de caráter filosófico. São interessantes, mas exigem bastante do cérebro e por isso cansam mais do que a narrativa ficcional. De qualquer forma fico feliz de ter conquistado esse clássico tão famoso e agora conhecer a história de Hans Castorp.
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Bruna 27/06/2021

O tempo e a vida na Montanha Mágica
Thomas Mann nos apresenta diversos personagens e as peculiaridades da vida de Hans Castorp no Sanatório Internacional de Berghof na Suíça. A princípio vai para visitar seu primo, porém com o passar do tempo os motivos mudam.

Há grande descrição de detalhes dos ambientes, das paisagens, do clima, das pessoas e das conversas em cada página. Algumas páginas possuem uma leitura fluída e outras exige muita concentração. Há predominância em assuntos filosóficos e a todo momento é mencionado o significado do tempo para quem está nessa montanha.

Há uma grande pluralidade neste Sanatório de culturas, nacionalidade, idiomas e crenças tendo em comum apenas a enfermidade que todos são cometidos, a tuberculose.

Minha opinião é que a obra é riquíssima e exige do leitor atenção. Não é uma leitura fácil. Caso esteja iniciando nesse universo da leitura, aguarde mais um pouco para inicia-la, assim poderá aproveitar e imergir nessa montanha onde o tempo é outro.
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Ale Giannini 30/06/2021

Ler para conhecer
Um dos romances mais influentes da literatura mundial do século XX, foi importante para a conquista do Prêmio Nobel de Literatura em 1929 por Mann. É um exemplo clássico da literatura que os alemães classificam como Bildungsroman - escrita detalhada do desenvolvimento físico, moral, psicológico, social de uma personagem, da infância à maioridade.

Mann começou a escrever A Montanha Mágica em 1912 vindo a concluir somente em
1924, ano em que foi publicado. Durante esse período sua mulher Khatarina Mann foi internada em um sanatório em Davos, na Suíça, para tratar de uma tuberculose.

O livro conta a história do jovem Hans Castorp que viaja aos Alpes para visitar um primo doente e tratar de uma pequena anemia, quando descobre também estar doente de tuberculose.

O tratamento vai adiando seu retorno à planície (que entendemos se tratar da vida habitual), oferecendo tempo para que ele conheça mais sobre política, arte, literatura, religião e filosofia.

Consequentemente Hans acaba amadurecendo como homem e no modo de se relacionar com a sociedade e com as pessoas com quem convive.

Especialistas e estudiosos entendem que o ritmo lento com que Mann desenvolve a história - os primeiros cinco capítulos, quase duzentas páginas, formam o relato de apenas um dia no sanatório - é intencional, para trazer a monotonia do tratamento nos Alpes.

Se essa era a intenção, então podemos concluir que o autor conseguiu seu intento.

Há interessantes debates principalmente filosóficos e religiosos, mas o nível de detalhamento das reflexões torna a leitura cansativa.
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Liduina 01/07/2021

Subi a montanha, permaneci por 8 semanas. Foi uma estadia maravilhosa, de muito aprendizado. Mas, acredito que mais cedo ou mais tarde terei que voltar lá. Ainda preciso continuar o tratamento. Preciso entender melhor algumas coisas que não consegui compreender agora. Amei.
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Sidnei 08/08/2009

Abandonei mas gostaria de terminá-lo
Abandonei este livro porque mudei de cidade e o livro era de uma biblioteca. Gostei até onde li, cerca de metade, parecia bem interessante e envolvente. Pretendo terminar de ler algum dia.
Sidnei 23/11/2021minha estante
Anos depois, terminei.
ÓTIMO!




Allysson Falcon 23/01/2013

Épico...
simplesmente um dos melhores livros que já li.

A saga de Hans Castorp, o mal do século XX: a tuberculose e a eclosão da I Guerra... tudo isso está no belo trabalho de Mann.

Marcou minha vida.
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elainegomes 26/07/2021

Montanha Mágica

Sem dúvida foi o livro que me exigiu uma enorme dedicação, não foi fácil, mas valeu muito a pena!

Foi um livro que me provocou sensações físicas, definitivamente um livro sensorial.

Terminei o livro, mas tenho a impressão que ele não vai terminar tão cedo em mim, me pego pensando e refletindo, e ele melhora a cada dia.

Abaixo vou tentar organizar tudo o que senti, será tão longo quanto necessário, paciência.

A Montanha Mágica - Microcosmo chamado de mundo lá de cima em contraponto ao lá de baixo, a planície. Que reproduz a decadência europeia no pré 1a Guerra.

Somos convidados a subir a montanha, e sofremos com seu ar rarefeito, com a letargia convidativa em se passar uma vida horizontal, particularmente, passei a sentir inclusive os efeitos entorpecentes do ser febril, quase congelei com o frio ora seco ora úmido da neve.

Na Montanha Mágica, o tempo corre diferente, 7 minutos passam lentamente enquanto 7 anos em uma rapidez inexplicável.

Lá o tempo até pode parecer estar suspenso, mas as emoções não são interrompidas, e no mundo de cima, nosso personagem Hans Castorp aprendiz da vida, nos ensina a beleza da morte.

E recebe valiosos ensinamentos de quatro personagens, dois deles antagônicos e brilhantes, Settenbrini o iluminista revolucionário, Naphta o reacionário, que doutrinadores amantes teóricos e sedentos em ganhar atenção exclusiva de HC, por outro lado e completamente distante de teorias humanísticas, socialistas ou niilistas temos Peeperkorn que lhe ensina que a vida deve ser vivida plenamente e temos obrigação de tirar dela o prazer de viver e em complemento temos Clawdia Chauchat que ensina a amar.

Assim acompanhamos HC crescer e amadurecer, e quando se encontrava completamente adaptado ao seu novo modo de vida e absolutamente desconectado à vida anterior da planície, o mundo lhe sacode, verdades absolutas (de outros) roubam todas suas certezas, e eu a leitora, que tanto sofri e aprendi com todos os ensinamentos me pergunto, para que serve tanta teoria, se no final fazemos parte da engrenagem de um grande relógio, que quer você queira ou não vai girar, levar o tempo, e te carregar.

Sinto que ainda virei aqui editar, e acrescentar impressões, afinal Montanha Mágica merece um diário de toda experiência experimentada.
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Cleber.Laia 30/05/2024

Sem fôlego
Sim, é um volume bem grande, realmente estamos subindo uma montanha, mas as histórias de vários personagens moradores de um hospital/ hospício revelam uma época.
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