Bru 21/04/2017Resenha - ExtrasTerminei o último livro da série Feios do Scott Westerfeld e fiquei triste por um lado, mas aliviada por outro. Triste, pois não irei mais acompanhar as insanas aventuras de Tally. Nem sofrer com a dor da perda de Zane. Ou torcer para que Tally fique logo com David. Muito menos ficar em dúvida sobre o que penso da Shay. Tudo isso porque não haverá mais história para acompanhar.
Mas confesso que fiquei aliviada por ter terminado Extras, já que o livro é bem diferente do que eu imaginava. Para começar, preciso dizer que ele não é tão bom quanto os seus três antecessores. Achei um livro agradável, mas nem tanto assim. Acho que por causa da impressão que tive da trilogia inicial desta série. Talvez a mágica dos livros anteriores tenha ofuscado o tímido brilho deste último livro.
Com certeza o fato de Extras contar a história de outros protagonistas, que não a dos que eu estava acompanhando, me deixou meio irritada. Neste último livro somos transportados dos Estados Unidos para o Japão, e precisamos nos acostumar com uma cultura completamente diferente da que estávamos acostumados. Muitas coisas evoluíram desde a libertação dos Perfeitos, que deixaram de ser marionetes na mão dos poderosos das cidades.
Neste quarto livro nós acompanhamos a história de Aya, uma coisinha pequena, ambiciosa e infantil, na minha opinião. Longe de ser a nossa amada Tally, Aya quer ser famosa, como o irmão, e para isso não mede esforços para conseguir divulgar uma matéria que será capaz de levá-la aos 1000 primeiros colocados do arauto da fama. Nem mesmo se importa em trair um grupo de garotas que acabou de conhecer: as Ardilosas. Mas no meio disso tudo ela descobre uma matéria muito maior do que garotas radicais que se arriscam surfando sobre trens magnéticos. Ela descobre uma conspiração que pode acabar com a humanidade.
Aí a coisa começa a ficar interessante, não por causa da conspiração e blá… Mas porque Tally está de volta! Assim como seus Cortadores, Shay e Fausto. Isso deu um brilho para a história e me fez acreditar que este livro era realmente uma continuação. Mas fiquei triste por David não ter aparecido um pouco mais. Ele até dá o ar da graça, mas não tanto quanto eu gostaria.
Procuro não mencionar aqui o fato de certas “criaturas” que surgem neste livro e que ainda não me convenceram por completo. Suas cirurgias são um tanto forçadas de mais para o meu gosto, mas ok, estamos no futuro, afinal de contas.
O livro não é de todo ruim, e até entendo o fato de não ter sido uma continuação padrão, já que os primeiros livros foram construídos para serem uma trilogia, o que super funcionou. Mas, sinceramente, preferia que tivessem terminado ali. Extras só me deixou com mais saudade ainda dos personagens pelos quais eu me apaixonei. E trouxe outros com os quais eu não consegui me conectar. Acho que de todos os humanos novos, eu gostei mais da câmera voadora de Aya, só para terem uma ideia.
Mas enfim, quem quiser pode ler, não vai ser uma total perda de tempo. O livro é bom, só não tanto quanto eu esperava. Como eu disse no início, talvez seja apenas a ótima impressão que os primeiros livros causaram em mim que acabou ofuscando este último.