spoiler visualizarLuisa647 24/04/2023
Uma forte protagonista negra
Linda saga de uma menina-mulher negra, Kehinde, ou Luisa (nome cristão abrasileirado), essa incrível africana que enfrentou, desde pequena, terríveis situações que sua cor lhe causava, tanto no Brasil como na África. Mas ela se reinventou de muitas maneiras, e talvez o seu único arrependimento foi ter abandonado aquele filho que iria ser a figura mais importante da história escravagista brasileira: Luis Gama.
Foram tantos papéis que ela representou, tantas mulheres que ela se transformou, diferente mãe ela foi para cada filho, diferente esposa para cada amante e marido, diferente empreendedora para cada negócio que ela criou, mas uma personalidade ela sempre foi única: a de nunca desistir, em sempre lutar e batalhar por uma vida melhor, e principalmente, em dar melhores condições de vida para todos os escravos pretos que conviviam com ela. A luta pela sua libertação é de todos ao seu redor.
A autora teve o máximo cuidado de estudar a fundo sobre a escravidão no Brasil, precisamente, na Bahia, e de forma primorosa, nos relatou todos os costumes, comportamentos, crenças das diferentes tribos negras que vinham da África, e que, infelizmente, com muita dor e tristeza, eram tomadas pelo branco europeu no Brasil, deixando todos sem identidade, sem pátria, sem esperança.
A única ressalva que faço nessa obra é o excesso de informações, para mim, às vezes, desnecessárias, que cansam a leitura, dificultando a sua fluidez. Muitas dessas informações poderiam ter sido deixadas de lado, diminuindo, assim, a excessiva quantidade de páginas desse livro. Para mim, não foi uma leitura tão fácil.
Mas Ana Maria Gonçalves está de parabéns pelo extenso e intenso estudo realizado sobre esse período histórico da escravidão, e sua obra com certeza se tornará referência e, e autora, consequentemente, uma autoridade no assunto.