O Clube dos Suicidas

O Clube dos Suicidas Robert Louis Stevenson




Resenhas - O Clube dos Suicidas


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Marcos Pinto 10/06/2014

Um livro com poucas emoções
Nesse livro, Robert Louis Stevenson constrói sua trama ao redor do Clube dos Suicidas. Essa organização tem o objetivo de proporcionar a morte para aqueles que desejam se matar, mas não tem a coragem necessária. Para entrar nesse estranho grupo, basta querer perder a vida e pagar quarenta libras.

Nesse cenário, conhecemos o príncipe Florizel, que caminha disfarçado pela cidade, e seu escudeiro, o coronel Geraldine. Os dois, a procura de uma aventura para distrair a chata vida principesca de Florizel, resolvem entrar no clube. Porém, logo na primeira noite, se espantam com o cotidiano do grupo e, principalmente, com a forma que as mortes acontecem.

“Ora, sabemos que a vida é apenas um palco onde representamos o papel de bufões enquanto isso nos divertir. Faltava ao conforto moderno uma facilidade: uma maneira decente e fácil de sairmos do palco; a escada dos fundos para a liberdade; ou, como disse antes, a porta privativa para a morte” (p. 27).

Mesmo após todo o ocorrido na noite anterior, Florizel convence a Geraldine que eles devem voltar ao clube, já que são cavalheiros e devem honrar a palavra que deram. Porém, será que eles sairão ilesos da segunda noite? Será que o destino dos dois será resolvido em um jogo de cartas? Morte ou vida? Encontre as respostas nas páginas dessa obra.

Robert desenvolveu uma premissa bem original nesse livro, contudo não a fez da forma que eu imaginava. Confesso que ao ver a capa do livro, imaginei um livro denso, forte, com cenas de violência e muitas mortes. Contudo, nada disso é encontrado na obra.

De início, somos apresentados a uma escrita leve e rápida, fazendo que seja possível ler o livro em apenas algumas horas. Além disso, o autor não se aprofundou muito nos personagens e também não criou um terror psicológico que caberia perfeitamente em um livro com esta temática. Não obstante, não é narrada detalhadamente nenhuma morte. Se você quiser ver sangue, melhor assistir a Jogos Mortais.

“As pessoas brincam como o amor; ora, eu me recuso a dizer que o amor é uma paixão forte. O medo é a única paixão forte; é com o medo que deve brincar quem deseja experimentar a intensa alegria de viver” (p. 43).

O que mais me incomodou foi o não aproveitamento de personagens tão originais. O Príncipe poderia ter sido muito melhor trabalhado. Geraldine poderia ter um motivo mais criativo por ser tão preocupado com o príncipe. Os personagens secundários, como o dono do clube dos suicidas, são praticamente inexistentes de tão apagados.

Era para ser sobre suicidas, mas o livro tem muito de desenho infantil. A leitura é tão leve e tão pacífica que a aconselho para crianças. Não que isso seja ruim. O livro é muito bom se o desejado for uma leitura leve, mas não era isso que eu esperava.

“Mas olhe para isto! – replicou Silas apontando o cadáver. – Olhe isto em minha cama; não há como explicá-lo, não há como dispor dele, não há como olhar para ele sem horror” (pag. 79).

Outro ponto que me incomodou foi uma narração descontinuada. O livro é composto por três partes e só é revelada a conexão entre as partes lá para o meio de cada uma, já que até mesmo os personagens são diferentes. É impossível se apegar ao mocinho ou ao vilão já que não há uma continuidade profunda e intrincada.

Porém, nem só de pontos negativos se faz a obra. Tanto que, se você não considerar o livro como adulto, ele é uma diversão para crianças e adolescentes. Seja pela linguagem leve como pela premissa incomum. Outro ponto bastante chamativo é a diagramação do livro que, apesar de simples, é sofisticada e agradável. Além disso, a capa é linda.

Em geral, o livro é recomendado para quem deseja uma leitura leve ou para quem está iniciando no mundo das palavras. Quem prefere uma literatura mais densa, provavelmente não se apegará muito a obra.

site: http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/06/resenha-o-clube-dos-suicidas.html
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Koe 04/07/2014

O Clube dos Suicidas
É uma leitura deliciosa e divertida. Uma aventura intrigante contada de uma forma engenhosa. São 3 capítulos (com nomes curiosos, alias),em forma de historias, que por um momento parecem casuais, mas acabam se unindo uma a outra. É como se o autor, a cada capitulo, mudasse o ponto de vista pelo qual a historia estava sendo contada, partindo de outros ambientes, situações e personagens.
Basicamente, o livro conta as aventuras e desdobramentos do ingresso de um príncipe e seu fiel servo em um "clube de suicidas" - uma organização criminosa que reúne pessoas que desejam encontrar a morte, mas não tem coragem para o suicídio.
Apesar de curto, cada personagem foi muito bem criado. É fácil de ler e bem objetivo, porém, mantendo certa dose de mistério, tão essenciais para a historia.
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Nat 24/01/2015

Robert Louis Stevenson é conhecido por O Médico e o Monstro, mas optei por O Clube dos Suicidas devido ao título e por não conhecer nada da história, ao contrário do primeiro. O livro conta a história de um príncipe e um coronel que, entediados com a vida (tem dinheiro e não precisam trabalhar), buscam aventuras e acabam parando em um clube onde as pessoas “ajudam a suicidar-se”. A cada noite de encontros, eles poderiam ser escolhidos para matar ou serem mortos. A introdução de Fernando Sabino fez que eu esperasse muito da trama, o que não foi correspondido – na verdade é bem simples. São três histórias que parecem não ter ligação, mas no final você percebe que tem. Gosto muito de histórias policiais e essa é considerada a precursora do estilo, mas achei que ficou muito aquém do que estou acostumada. Não gostei muito bem. É bem escrita, mas não é profunda, nem o enredo te prende tanto assim.
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Notas da SubLinha 12/02/2024

A expectativa é a mãe da m3rd4
Não sei se não gostei porque comecei a ler achando que seria um terror vitoriano cheio de coisas grotescas e esbarrei em uma história policial ou se simplesmente não gostei porque o texto é prolixo demais pra pouco peso da trama. A primeira parte é interessante, mas o resto, pra mim, foi enfadonho.
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Anna Carolina 25/04/2016

Antes de nos aprofundarmos nas escolhas narrativas de Stevenson, tenhamos em mente seu contexto. Escocês de alma nômade, o escritor mudou-se diversas vezes, percorrendo países como Inglaterra, França, EUA e Suíça, velejando por arquipélagos do Pacífico-Sul e, finalmente, se instalando em Apia, nas Ilhas Samoa, onde veio a falecer. Publicou o clássico O Médico e o Monstro em 1886, que lhe deu notoriedade artística, mas já havia publicado títulos aclamados anteriormente, como A Ilha do Tesouro, resultado claro de seu apreço pelas aventuras e o primeiro a lhe render fama.

Aliás, essa palavra devia ser uma das favoritas de Stevenson, que gostava de pensar em si como uma figura heroica. Carregada de personagens repletos das virtudes mais virtuosas que existem, é evidente que parte de suas ficções era uma tentativa de pintar, mais até do que uma boa imagem literária, uma boa imagem pessoal. Pelo menos é essa a impressão que O Clube dos Suicidas deixa. Ambientado numa Londres extravagante, mas populada por almas em martírio, o livro, compostos por três novelas que se intersectam, é um dos precursores do gênero detetivesco ao lado de O Homem na Multidão, de Edgar Allan Poe. Deveras, Stevenson constrói uma narrativa que consiste, basicamente, em homens juntando pistas e informações para fazer prevalecer sua moral sobre outros corrompidos por uma sociedade virulenta.

A primeira história, A história do rapaz com as tortinhas de creme, nos apresenta ao Príncipe Florizel e seu Sancho Panza, o coronel Geraldine, dois homens muito cavalheirescos e sedentos por emoção que acabam num estranho clube onde senhores cansados da vida vão para buscar a morte. O clube segue a linha das sociedades secretas que até hoje nos chamam a atenção, seja na ficção ou na vida real, seja na forma de uma festa de orgias, como em De Olhos Bem Fechados, ou seja na de um teatro vampírico, como em Entrevista com o Vampiro. Isto quer dizer que raramente essa escolha falha, pois condensa os elementos básicos para o suspense e mais ainda se ele for investigativo. Acontece, porém, que a sociedade secreta em questão não lida com os suicidas no sentido mais familiar da palavra, haja visto que eles não executam o ato, mas esperam que outro membro do clube, por sorteio, os mate.

Pois até que o que parecia uma dissecação das razões dos suicidas faça uma curva bem fechada para uma exaltação de valores heroicos, essa história caminhava bem. Eu fiquei bastante empolgada com algumas passagens, onde Stevenson equilibra certo moralismo com a ironia, um casamento que, surpreendentemente para mim, deu certo. Mas o choque entre o que eu esperava e o que o autor me deu poderia ter arruinado minha experiência. Não é, de forma alguma, um livro sobre causas suicidas ou sobre questionamento do espírito de um depressivo. É sobre patifes.

A segunda novela, A história do médico e do baú de Saratoga, mergulha de cabeça no que mais tarde consagraria o gênero policial. Mais direta em suas pretensões, é a melhor das três. Aqui Stevenson deixa claro seu talento para lidar com as perturbações da moral: um jovem tímido, quando diante de uma arapuca que pode incriminá-lo por um assassinato que ele não cometeu, deve arrumar um jeito de se livrar do corpo sem chamar a atenção das autoridades. Todas as qualidades de um bom suspense estão presentes: figuras intrigantes, um protagonista curioso, um acontecimento que o obriga a questionar seus princípios e uma reviravolta nas últimas páginas. Tanto que, se falar muito dela, é provável que encha o leitor de spoilers e acabe com o encanto desse trecho.

O que deixa a terceira, A aventura do cabriolé, numa posição delicada. Stevenson escolheu fazer dela simplesmente o que ela é: um desfecho. Como já foi apontado, as três narrativas são ligadas entre si, embora contem com particularidades que as tornam independentes. Em comparação com as outras, esta é um tanto mais arrastada e mais-do-mesmo. Igualmente, um homem mui virtuoso, herói de guerra, se vê diante de uma situação esquisita quando sobe num cabriolé e vai parar numa mansão ao lado de convivas escolhidos ao acaso e dispensados, um por um, até sobrarem quatro, aos quais é encarregada uma missão que confronta suas virtudes. Para não estragar seu único trunfo, vale dizer aqui, apenas, que se trata de um encerramento razoável e previsível, mas que remonta às histórias de capa-e-espada, sendo impossível não recordar, por exemplo, de Alexandre Dumas pai que não chega a ser, no entanto, apontado como uma influência de Stevenson.

Não compreendesse o entorno do autor, eu daria para O Clube dos Suicidas nota 3,5/5. Mas acredito que uma boa crítica deve considerar, também, as motivações por trás da escrita. De qualquer forma, a segunda narrativa, por si, vale essa nota.

site: http://erradoemlinhastortas.wordpress.com
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Angélica 20/03/2012

O Clube dos Suicidas
Quarenta libras e vontade de morrer. Esse é o preço de entrada para “O Clube dos Suicidas”, a macabra sociedade que dá nome a esta novela de Robert Louis Stevenson. Infelizmente, este pequeno livro acaba não correspondendo às expectativas que seu intrigante tema desperta.
O livro é protagonizado pelo príncipe Florizel e seu “fiel escudeiro”, o coronel Geraldine. Em uma noite em que os dois saíram disfarçados e foram até a cidade em busca de aventuras, a dupla acaba conhecendo um curioso jovem, que estava oferecendo tortinhas de creme a todos que cruzavam seu caminho. Ao questioná-lo sobre o motivo desta atitude, os protagonistas, após uma série de eventos, acabam chegando até o clube dos suicidas, onde homens que perderam o encanto pela vida, mas não tem coragem de se matar, reúnem-se semanalmente para um macabro jogo de cartas, que decide qual deles será o próximo a morrer.
O livro, que originalmente havia sido publicado em um jornal, é dividido em três partes, que na verdade são três contos independentes, protagonizados pela mesma dupla de heróis e tendo como linha condutora da trama a existência do clube dos suicidas. A primeira parte consegue facilmente captar a atenção e o interesse do leitor, em boa parte graças a seu tema inusitado. Já as outras duas não são capazes de impressionar. Os conflitos da trama se resolvem de maneira muito simples, e tudo parece acontecer rápido demais, sem que haja espaço para um desenvolvimento mais completo da trama. Outro ponto incômodo é que estas últimas partes parecem se focar somente em alguns eventos, deixando outras partes interessantes da história sem desenvolvimento, sendo que só sabemos da existência destas por meio de rápidas explicações. Por mais que esta seja uma história curta, publicada em um jornal para entreter seus leitores de forma rápida e superficial, continuo achando que ela poderia ter sido mais bem desenvolvida.
Os personagens compõem outro fator que contribuiu para o meu desinteresse pela história. Assim como grande parte dos personagens dos romances de aventuras do século XIX, eles acabam sendo maniqueístas demais: Os heróis são verdadeiras fontes inesgotáveis de qualidades (corajosos, bonitos, honrados, etc), enquanto os vilões são a encarnação do mal em forma de ser humano. Esse contraste excessivo entre bem e mal faz tudo parecer muito forçado e sem graça.
“O Clube dos Suicidas” é uma obra curta e de leitura rápida, e pode ser uma leitura interessante para quem quiser conhecer as obras menos populares do autor de “O Médico e o Monstro”. Porém, ao contrário do romance mais famoso de Stevenson, esta novela não envelheceu bem, e acaba soando um tanto antiquada e tediosa para os leitores atuais.
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albert4 12/02/2017

Gostei da ideia central, mas o desenvolvimento não me agradou. Segundo livro do Stenvenson que leio (o outro foi o clássico "O médico e o monstro") e acho que não o lerei mais. Não simpatizei com o autor. Achei mediano.
Natalie Lagedo 12/02/2017minha estante
Não li este, mas também achei O Médico e o Monstro mediano.




Trisha 17/04/2017

Um livro da coleção Novelas Imortais, apresentado e organizado por ninguém menos que Fernando Sabino, a história em si no inicio é fascinante e me prendeu muito, assim que comecei a ler tive minhas duvidas....

Leia mais no link a baixo.

site: https://reticenciasevirgulas.wordpress.com/2016/01/21/o-clube-dos-suicidas-robert-stevenson/
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Thalita R. 09/05/2017

Tão monótono...
Queria dizer que fiquei impressionada e que a leitura foi ótima, porém seria uma mentira. Não sei se foi o ato de ir com muita sede ao pote, já que o autor Robert Louis Stevenson tem uma bagagem de produções literárias consideráveis (A ilha do tesouro, O médico e o Monstro), mas a leitura se desenrolou tão lentamente que fiquei até surpresa.

No livro temos 3 capítulos que narram situações separadas porém interligadas, sendo a primeira O clube dos suicidas. A premissa foi ótima, mas a narrativa e os personagens confusos me desapontaram um pouco.

Não poderia dizer se fui eu que não consegui extrair o melhor do livro, ou se o que li é tudo que ele tem a oferecer. Geralmente em leituras medianas eu dou 3 estrelas, mas neste caso o desapontamento teve seu peso.
Gabiis. 31/01/2019minha estante
Concordo totalmente!




LER ETERNO PRAZER 27/05/2019

Em O clube dos suicías vaconhecer o Príncipe Florizel e seu fiel amigo, o Coronel Geraldine. O enredo todo se passa na Inglaterra e nessa epoca o que as pessoas tinham para se divertir era quase inexistente. Mas o Príncipe e o Coronel tomaram o gosto por uma prática um tanto estranha: Eles se disfarçavam e saíam pela noite com uma outra identidade.Em uma de suas aventuras noturnas, os dois estão em um pub quando um rapaz entra, com dois seguranças, entregando tortinhas gratuitamente. Quase ninguém aceita suas tortas, mas os amigos disfarçados acham a situação um tanto peculiar e aceitam as tortinhas, ao mesmo tempo em que fazem perguntas ao homem.Ele lhes conta que está acabado, que já havia ganho muito dinheiro, decidiu-se casar, mas levou um fora da namorada. Logo, passou a gastar todo o seu dinheiro lhe restando apenas 40 libras.Os dois ficam intrigados com a narrativa do quando o mesmo responde que faz aquilo porque seu fim é breve. E que essas 40 libras são o passaporte para que ele acabe com sua própria vida! Pensando que isso é apenas uma metáfora, o Príncipe, o mais impulsivo dos dois, diz que está passando pela mesma situação e pede para que o ?rapaz das tortinhas? o leve ao tal local onde ele irá concluir o que falara. Os três então partem para um local secreto onde, após serem entrevistados pelo dono do estabelecimento, são convidados a participar do Clube dos Suicidas. O clube funciona da seguinte forma:Toda noite, vários homens chegam, fumam seus charutos e bebem algo bem pesado, e então, em certa altura da noite, o dono chama todos à mesa, embaralha cartas e começa a distribuí-las. Quando sair o Ás de Espadas, significa que a pessoa que recebeu a carta irá MATAR. E quem receber o Ás de Paus a pessoa irá, obviamente, irá MORRER. Não posso entrar mais em detalhes.
O livro é bem curto, mas a história é fascinante. Dividida em três partes e cheia de reviravoltas, o Clube dos Suicidas junta ação e suspense em uma novela que podemos até afirmar pode ser uma das percusoras do gênero "thriler policial".
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jonathanrausch 04/02/2020

Três capítulos pequenos de uma novela grandiosa
Sabe aquela leitura que lhe prende do começo ao fim? É isso que te espera nesta obra. O autor utiliza da mesma técnica nos três capítulos, prender a atenção do leitor com personagens novos que terão relação com os anteriores, mas não é uma técnica utilizada para roubar a atenção pela história não ser boa, mas para mostrar que ela é mais complexa do que pode parecer no início, ao ler o título da obra.
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Coruja 13/03/2012

Stevenson é um autor curioso – é difícil até decidir se mais interessante é sua obra ou sua própria história. Filho de engenheiro, doente desde criança, Stevenson pareceu primeiro condenado a uma morte precoce. Tendo sobrevivido à idade adulta (embora ainda doente), o pai quis que fosse engenheiro. Ele se formou em Direito, mas nunca atuou na área. Em vez disso, começou a escrever. Se apaixonou por uma mulher mais velha, que já tinha, inclusive, filhos, e – escândalo dos escândalos – casou-se com ela.

Perambulou então pelo mundo, à procura de um clima propício à sua saúde. Escreveu, entre outros livros clássicos, A Ilha do Tesouro e O Misterioso Caso do Dr. Jekill e Mr. Hyde (que foi apelidado de O Médico e o Monstro) e acabou seus dias numa ilha do pacífico, venerado pelos nativos como um deus.

Tanto A Ilha do tesouro quanto O Médico e o Monstro fizeram parte de minha infância – e eu os continuo relendo hoje, com o mesmo prazer de então.Assim que, quando me deparei com esse título curioso na Bienal ano passado, não precisei de muito para colocá-lo na crescente pilha que já carregava comigo.

O Clube dos Suicidas é composto de três contos curtos que nos apresentam ao príncipe herdeiro do trono da Boêmia, Florizel e seu fiel súdito e companheiro, Coronel Geraldine - os dois já inauguram a tendência das duplas de romances policiais, como Sherlock Holmes e Doutor Watson e Hercule Poirot e o capitão Hastings.

Bem, tudo começa quando o príncipe Florizel, em virtude de se sentir entediado, decide dar um de seus costumeiros passeios por Londres – costumeiros porque não era a primeira vez que ele e o Coronel se disfarçavam para sair e observar a fauna e flora da ‘grande capital do mundo civilizado’ – esses são os tempos em que o sol nunca se punha no Império Britânico.

Ele acaba por encontrar nessa saída um jovem de comportamento estranho, que, interpelado, revela estar à espera da morte. Mas não qualquer tipo de morte, nada singelo, como alguma doença incurável. Não... nosso jovem anseia por morrer, mas não tem coragem de dar o passo fatal sozinho, de forma que se associou ao Clube dos Suicidas.

E o que é esse Clube? – se perguntam os dois nobres que, para descobri-lo, juntam-se ao desditoso suicida e acabam por se associarem também (por nada menos que pura curiosidade).

Ora, o Clube dos Suicidas é exatamente como qualquer outro clube de cavalheiros em Londres: um lugar onde pessoas com interesses e gostos comuns se reúne para conversar (ou ficar em silêncio, se você for um associado do Diógenes Clube, fundado por Mycroft Holmes), comer, beber e jogar uma inofensiva partida de cartas em que sempre são sorteadas duas pessoas: um sortudo suicida... e seu assassino.

Ligados ao clube por juramento, Florizel e Geraldine não podem denunciar o presidente do Clube dos Suicidas – que é a grande mente criminosa por trás de tudo – às autoridades competentes. Então, uma vez que não pode quebrar o segredo – afinal, deu sua palavra de honra e a honra de um príncipe é mais importante que coisas estelionato e assassinatos – Florizel decide que deve fazer justiça com as próprias mãos.

O livro é curto – curto demais para meu gosto. O mote da história é engenhoso e rendia fácil um romance. Sendo apenas uma novela, Stevenson deixa muito por desenvolver – e me ressinto um pouco do fato de nunca nos ser explicado porque cargas d´água o presidente criou o Clube dos Suicidas: ele era um psicopata que gostava de ver o circo pegando fogo? Ele ganhava alguma coisa com as mortes de seus associados? Qual era o interesse dele com aquilo tudo?

Se tais perguntas não são respondidas, ainda assim, O Clube dos Suicidas é uma boa leitura. A narrativa é ágil, surpreendente, curiosa. Um livro digno da figura fabulosa de Robert Louis Stevenson.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Jô Santos 30/01/2021

Uma história em três atos
Para começar tenho que dizer que apesar de ter seus méritos esse não é meu tipo de história. Achei muito interessante como a novela se desenvolve em três atos, cada um com uma premissa mais estranha que a outra. Mesmo assim, muitas vezes a história era para mim bem chata, e eu até pensei em largar o livro. Mas continuei, e no geral foi uma boa leitura, pelo menos me serviu de repertório para narrativas mirabolantes.
Sobre a primeira parte: que procura sarna para se coçar, acha!
Sobre a segunda parte: o que a tara cega por mulher (e vontade de contar vantagem) não faz com um homem.
Sobre a terceira parte: ata que eu ia me meter em problemas dos outros e arriscar minha vida.
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Amanda Salomone 03/03/2021

O clube dos suicidas é uma novela do Robert Louis Stevenson, conhecido mundialmente pelo "O médico e o monstro", principalmente. Esse texto é considerado o precursor do romance policial, preparando o terreno para criações como Sherlock Holmes e Lupin.
A história em si tem uma premissa fantástica: se trata de um clube onde homens que querem morrer mas que, sem coragem para cometer suicídio, decidem morrer pelas mãos uns dos outros. Quem mata e quem morre é decidido toda noite pelas cartas de um baralho. O livro é dividido em 3 partes, e essa é a excelente primeira parte.
Da segunda parte para o final, o livro fica desconexo, como se o autor realmente não soubesse como guiar a história e amarrar as pontas soltas. É genial pela originalidade, mas não é bem construído e conduzido a um clímax. Mesmo assim, vale a pena pela importância do autor, dessa obra e da qualidade da escrita.

"-Horror? - repetiu o médico - Não. Quando este tipo de máquina cessa de funcionar, para mim ela não é mais que um mecanismo a ser investigado com um bisturi. Quando o sangue fica frio e estagnado, deixa de ser sangue humano; quando a carne está morta, deixa de ser a carne que desejamos em nossas amadas e respeitamos em nossos amigos. A graça, a atração, o medo, tudo isso já partiu, juntamente com o espírito que lhe dava a vida. Acostume-se a encará-lo com frieza."
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Alineprates 13/09/2011

Bom, este era um livro que estava na pilha há um tempinho, então aproveitei a oportunidade para lê -lo.


Eu já havia lido O Médico e o Monstro do Robert Louis Stevenson e mais uma vez o autor me ganhou, adorei o livro do inicio ao fim, não é a toa que seja um clássico. apesar ser um novela, com poucas páginas a história é tão bem desenvolvidas e os personagens tão bem criados que marca. Enfim, é uma aventura de tirar o fôlego daquelas que a gente quer ler de vez só.

A trama conta uma perseguição eletrizante entre príncipe da Boêmia, Florizel e o presidente do Clube do Suicidas, um criminoso muito astucioso.

São apenas 3 capítulos, mas o suficiente para despertar a curiosidade do leitor em relação ao destino das personagens que tem suas histórias se cruzando e assim instigando o leitor.

Recomendo a todos que curtem um boa aventura e procuram um leitura rápida e leve.
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