Alyaht 29/10/2012
O Trono do Sol –A magia da alvorada. O Ciclo de Nessântico –Vol. 1
Resenha: O Trono do Sol –A magia da alvorada.
O Ciclo de Nessântico –Vol. 1
Pois bem. Comecemos com o pé direito falando sobre uma obra que realmente me atraiu logo pela capa do livro: O Trono do Sol.
Criticado por muitos e elogiado por (quase) todos –assim como ninguém mais, ninguém menos que R.R. Martin, autor de famosas séries, e dentre elas “As Crônicas de Gelo e Fogo”-, S. L. Farrell causou uma grande polêmica com esta obra.
O tema central é basicamente formado por política e religião. Uma mistura de guerra e magia faz com que a obra se torne um pouco mais... Envolvente. Uma pitada de romance e traição também é adicionada ao enredo. Mas o que será que realmente se passa na história? Veremos a seguir.
O livro começa contando sobre a cidade de Nessântico: poderosa, generosa e indestrutível. O autor a compara como um ser vivo, e ainda diz metaforicamente que Nessântico é mais que uma simples cidade, é uma cidade mulher.
A história começa com Ana Co’Seranta, uma jovem o’téni que exerce sua função como aprendiz do Ilmoldo –uma energia predominante em Nessântico, que pode ser usada por várias pessoas de diversas “religiões”, apesar da fé Concénziana ser a mais conhecida e poderosa-.
Bem, neste início de conversa vocês não devem ter entendido muita coisa, provavelmente pelos termos que o autor utiliza, que são neologismos.
Um o’téni é uma espécie de aprendiz da Fé Concénziana, porém, tem um pouco mais de sabedoria. A Fé Concénziana é a principal religião de Nessântico, que vai se tornando cada vez mais intolerante aos numetodos –pessoas que não acreditam no Deus Cénzi, e que creem que o Ilmoldo (a magia) pode ser utilizada seguindo fórmulas, e que todos, independente de crença e fé, podem utilizar. Digamos que são “os ateus da história”.
A jovem Ana é como se fosse a “misteriosa garota com poderes mais sobrenaturais que todos os outros meros mortais”. A mesma história de sempre –a pessoa que se destaca por um poder a mais-, porém, com uma pitada mais extravagante de criatividade do autor.
Ana ousava do Dom de Cénzi. As “regras” diziam que era proibido curar com a energia do Ilmoldo, mas Ana o fazia. Sua mãe sofria de uma grave doença, e foi graças à Ana que ela pôde fazer com que a mãe vivesse por muitos anos.
Porém, em meio à solidão, seu pai abusava dela sem questionar. E Ana guardava essas terríveis memórias, até que um dia o archigos –o representante supremo da Fé- Dhosti percebeu que Ana tinha um dom muito maior, e sabia que ela utilizava cura, mas mesmo assim resolveu não puni-la.
Pediu para que Ana usasse todo o seu poder para curar sua mãe, sem que se preocupasse com castigos, e o fez. A mulher saiu completamente curada. O Archigos “contratou” Ana e a promoveu, pagou uma enorme quantia ao seu pai e disse que ele jamais teria poder sobre ela novamente.
Em meio a tantas coisas, tantos planejamentos, a kraljica, que pode ser considerada como uma “Rainha” era um tanto idosa. Ela reconheceu o dom de Ana, e a elogiou por isso. A “rainha” era conhecida por sempre fazer negociações com seus inimigos, portanto, Nessântico nunca entrara em guerra. Não até então...
Conhecida por manter a paz, a rainha acabou sendo morta no mesmo dia em que Ana e Karl –um numetodo que já tinha uma pretendente lááá no fim do mundo- se conheceram. Tudo ocorreu com um misterioso quadro que fora pintado em comemoração ao Baile de Jubileu da kraljica. O quadro tinha uma misteriosa energia que “sugava” a vida de quem era pintado, fazendo com que ficasse preso no quadro para sempre. Um tanto horripilante, não? Mas o pior vem aí.
A culpa caiu em cima de quem? Quem será? Em cima dos numetodos.
Ana e Karl se envolviam cada vez mais –uma mistura de romance e curiosidade- e em um momento Ana até chegou a perder seus poderes e levou, junto com eles, sua fé. Porém, mais tarde, conseguiu recuperá-los bem até demais.
Karl foi capturado, assim como inúmeros numetodos acusados por vários crimes que não cometeram. Enquanto isso, a cidade de Brezno, conhecida por ser a cidade que criava todas as tropas de Nessântico, resolveu se revoltar, e isso tudo por um motivo: O hïrzig, uma espécie de mais alto nível de comandante de todas as tropas, queria o Trono do Sol para si. Desejava Nessântico não só para ele, mas para sua filha, como se fosse um “Colar de Luzes” para a menininha Alessandra –que no final fora... Ah, não vou contar mais spoilers-.
O filho da rainha, o kraljiki Justi –um tolo, grande tolo...- assumiu o trono, e enganou Ana para que desse os numetodos como livres, sem pagar pelos seus crimes. Porém só conseguiu seduzir a anta chamada Ana e conseguiu até a façanha de levá-la para a cama –coisa que nem o pobre Karl conseguiu fazer-.
Mas Ana não conseguiu nada com isso, a não ser uma perseguição para o lado dela, pois o seu “quase maridinho” Justi descobriu que ela utilizava o dom da cura, proibido por Cénzi.
Traição é o que resume este livro. Muita, mas muita traição. Uma coisa doida atrás da outra. Mas é impressionante como o autor retrata isso de forma tão... Agradável.
Porém, uma das personagens mais importantes ainda não foi citada: Mahri. Um velho mendigo com poderes sobrenaturais. Mas o cara não é nem da Fé Concénziana, nem dos pobres numetodos. É... ainda é um mistério de onde toda essa magia misteriosa vem. Só podemos dizer que o cara ajuda e ferra todo mundo ao mesmo tempo. Ele protege Ana e Karl, e depois os entrega na mão de Justi, mas todos se dão bem, apesar das cidades entrarem em guerra. Mas do nada o velhinho revela sua verdadeira face que surpreende a todos, mas isso também seria um baita spoiler, então não vou revelar muitas coisas.
O que posso dizer sobre o livro é que é grande, mas vale a pena ler. É difícil de explicar sobre toda a história, cada detalhe, cada personagem, mas que é impressionante, é.
É uma pena que o autor utilize tão pouco de algo que eu prezo entre os livros: detalhes. Amo detalhes, e infelizmente, achei que o autor utilizou poucos, apesar do tamanho do livro. Mas não vou ser chata com isso.
A linguagem pode não ser das mais poéticas, mas as personagens têm seu amor e suas virtudes –apesar de traírem toda hora, mas vamos desconsiderar este fato, hi, hi...
Agora resta aguardar pelo segundo volume da série.
[Um QUASE SPOILER] Apesar de eu ter achado que o final decepcionou e deixou a desejar, e que o autor deveria ter parado ali, foi uma leitura "legalzinha". Mas vamos ver no que vai dar...