Vitor Emmanuell 11/07/2013
“- Negro, uma perna só, fuma cachimbo e não pode ver um nó bem dado na sua frente que já se derrete todo – falou Anderson – E ainda usa uma boina vermelha. Não é um gorro, mas é vermelho. E com essa camisa xadrez, você parecer, sei lá, um afro-irlandês.”
Prepare-se para entrar numa aventura totalmente diferente de tudo o que você já viu! Todo mundo aqui já ouviu falar do folclore, não é? Aquelas histórias sobre Saci, Boi Tatá, Cucas? Pois é! Neste livro, tudo isso é possível! Onde a fantasia se une à tecnologia e, numa incrível história, somos capazes de conhecer o folclore de uma forma diferente, além de ser uma crítica aos que não conseguem enxergar os problemas vividos todos os dias.
Anderson Coelho tem 12 anos, é um garoto comum, que joga um jogo de RPG, BoA, ou Battle of Asgorath, ele é o segundo colocando no ranking geral, perdendo apenas para um tal de Esmagossauro.
Bom, vamos ao que interessa!
Anderson conversa com um cara em seu jogo, um cara muito estranho, que fala até tudo certinho, acredita? Nenhuma gíria. Mas ele nem liga. Ele vai para sua aula de Educação Física, como sempre, jogar futebol, conversar com os amigos.
Até que ele, sem querer, chuta a bola para fora da escola, num muro alto – um terreno baldio – e é forçado pelos amigos a ir pegar a bola, pois era a última.
O garoto não esperava duas coisas: que visse um lobo super bizarro e que levasse suspensão da escola por alguns dias.
Pois é, das duas, a pior é a suspensão. Afinal, seus pais lhe dão todo o crédito por jogar e ser um garoto legal.
E como ele é um ser normal, ficou com aquele lobo na cabeça, mas nem se lembrou do lobo quando, chega em casa e dá de cara com José! Um anãozinho, aquele que conversou com ele no BoA, aquele que falava tudo certinho!
Muito bizarro!
Mas aí a aventura só está começando! José, afirma que o garoto passou na Olimpíada de Matemática e terá que viajar alguns dias para São Paulo, onde fará sua prova e ganhará muitos prêmios! Num ímpeto de fúria, o garoto aceita sua jornada, e viaja.
Ai gente, são tantos personagens que eu queria mostrar pra vocês! É tanta gente bacana que eu não conseguiria contar tudo nessa minúscula resenha, tentarei ser breve, prometo!
Daí, Anderson conhece seu verdadeiro rumo. Ele terá que construir um vírus de computador para invadir o sistema da Rio Dourado, onde o perverso Wagner Rios impera. Eles precisam resgatar a Mãe D'Ouro, que é uma espécie elemental raríssima! E tem mais, um ser totalmente diferente, de fogo está vindo salvar a Elemental! Grande, de fogo e tudo mais!
Neste primeiro volume, o que me surpreendeu (além do livro todo '-'), foi a capacidade do autor de expressar tantas coisas num livro só.
Isso mesmo!
Gente, é lindo demais ler algo, ler um livro que envolve Literatura Fantástica com o respeito pela natureza! O livro fala de assuntos que eu mesmo nem sabia que existiam!
Além de conhecer tudo isso, acho que o que mais surpreende, é que eu (e qualquer leitor) entende o que o autor que passar, e se todas as pessoas tivessem a capacidade de entender essas circunstâncias, o mundo com certeza seria um lugar melhor.
E tem mais, é impressionante ler algo sobre a nossa CULTURA, sobre os problemas que dizem respeito ao nosso país, foi uma leitura maravilhosa, e eu estou mais próximo do Folclore Nacional como nunca!
Como eu disse, não tenho como explicar ou expressar o livro todo numa única resenha, mas vou deixar alguns trechos do livro por aqui, e vamos aguardar o próximo volume, denominado Prata, Terra & Lua Cheia. Vamos aguardar o segundo volume desta incrível série!
“Somos uma espécie de Organização Não Governamental. Não uma ONG de fato, pois não recebemos dinheiro do governo e nem de ninguém mais. Nosso verdadeiro modus operandi não é conhecido pelo grande público, apesar de sermos ativistas na questão da proteção ao meio ambiente.”
“- O nosso nome, Organização – continuou ela – é uma brincadeira com o significado dessa palavra. Estamos aqui para organizar, no sentido de arrumar e também tornar as pessoas cada vez mais orgânicas.”
“- Eu sou o Visconde de Sabugosa.
Anderson arqueou as sobrancelhas.
-Sério?
- Claro que não, né.”
“ – Não existe apenas um curupira, um caipora, uma mula sem cabeça – disse o Patrão – Como qualquer outro animal da natureza, os fantásticos também possuem espécies.”
Título: Ouro, Fogo e Megabytes – O Legado Folclórico – Volume 01
Autor: Felipe Castilho
Editora: Gutenberg
Páginas: 288