spoiler visualizarnana' 28/03/2024
Em duna não há pontos finais, apenas reticências
Duna é, sem dúvida, um livro bem escrito, com frases bonitas e filosóficas, com um plano (criação) incrível, mas o roteiro desse segundo livro foi fraco quando comparado ao primeiro.
'Messias de Duna' passa a detalhar a essência humana que ainda existe em Paul, agora Imperador. Porém, a estrutura do planeta -- agora muito modificada devido às mudanças feitas pelo Muad'Dib -- não consegue acompanhar o aprofundamento de tais sentimentos. Para mim, o ideal a ser feito seria detalhar não só a lenta mudança e construção de deserto para floresta, mais explorar (e quem sabe aprofundar) a relaçã entre Paul e Chani.
Esse último tópico, por sua vez, não exige tanta urgência quanto o rápido desenvolvimento do planeta, visto que nos atuais livros em que se mistura ficção e romance os sentimentos dos personagens entre si são expostos conforme a trama se desenrola. Isso, porém, não ocorre em Duna. Tal feito, em minha concepção, se dá por possíveis duas razões: 1) o novel é antigo, e quem sabe se o amor pelos personagens se desenrolava desde esse tempo?, 2) o autor simplesmente não quis explorar a relação Paul-Chani.
Apesar de tudo o que fora alegado acima, para mim, a obra ainda deixou a desejar. Detalhes que chegam a ser curiosidades, como "onde foi parar Gurney Halleck?" e "Como anda Jessica em seu planeta natal?", ambas notícias que sequer são mencionadas nesta segunda obra.
E porque, meus deuses, NINGUÉM fala sobre o caso de Alia e Duncan? Meu deus -- além de ser pedofilia pura, é bizarro, porque o cara é um zumbi!
A minha conclusão é: espero que 'Os filhos de Duna' ao menos me prenda com mais facilidade, visto que essa segunda obra só passou a me prender da morte de Chani para o fim.