Ulisses

Ulisses James Joyce




Resenhas - Ulisses


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Lucas1429 05/09/2023

Uma grande enciclopédia da vida cotidiana
Tentando resumir o Ulysses em uma palavra, eu diria "complexidade".

Levando em consideração seu enredo bastante simples, a forma com que ele é escrito o contrapõe. Aqui (como na vida) os personagens são complexos, profundos e únicos, mas ao mesmo tempo tão parecidos uns com os outros...

"Pará refletir que cada um que entra imagina ser o primeiro a entrar enquanto que é sempre o último termo de uma série precedente mesmo que seja o primeiro termo de uma outra subsequente, cada um imaginando ser primeiro, último, único e só enquanto que não é nem primeiro nem último nem único nem só em uma série que se organiza e se repete no infinito.

GENIAL!
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gean 12/04/2011

Se puder, leia o original...
Tradução é missão difícil até para os grandes... Segue um pequeno exemplo que não tem o objetivo de julgar o trabalho do tradutor (o grande Antônio Houaiss), mas mostrar como as coisas podem ficar compicadas, mesmo em pequenos detalhes.

O personagem Leopold Bloom recebe na rua um folheto e, ao botar nele os olhos, tem a breve impressão de ver seu nome (Bloom).

Tradução:

Bloo-san... Eu? Não.
Sangue do Anho.

Original:

Bloo... Me? No.
Blood of the Lamb.

Embora tenha abandonado a leitura desta tradução (pelo menos a leitura "normal"), estou utilizando-a como referência para dirimir dúvidas relativas ao texto original.

Mas o texto possui outras dificuldades... Assim, comprei uma edição da Penguin com notas explicativas (Ulysses: annotated student edition). Além do mais, interrompi sua leitura para ler antes Dublinners e A portrait of the artist as a young man. Providenciei também um livro de referência (McKENNA, Bernard. James Joyce's Ulysses: a reference guide. Greenwood, 2002.).

Alguém poderia dizer: "Putz! Assim não é leitura... É estudo!"
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LisboaPB 14/08/2021

Meu Deus que livro ruim e confuso.
Li mais de 350 páginas e não entendi nada. O autor quis narrar de forma diferente e única mas você se perde por que o que ele escreve não faz sentido nenhum!
Tentei ser paciente mas não da. Você lê e lê mas você não entende nada. Tentei me esforçar mas surte efeito nenhum.
Ah eu pulei e praticamente abandonei. Não da. Sentia que eu perdia tempo lendo uma coisa que nãl agrega em nada.
Há muitos livros com essa temática filosófica e reflexiva que o autor quis trazer como é o caso de A Montanha Mágica que este sim é um excelente livro onde o autor escreve muito bem e nos conduz a refletir perfeitamente.
Este livro pelo amor de Deus. Me desculpe James Joyce. Mas vou morrer sem entender o que você queria trazer neste livro. A gente se vê aí no céu no dia que eu for (espero que seja muito tarde).
Ninguem 13/02/2023minha estante
Tenta daqui uns anos!




Adilson.Staffen 24/03/2022

Difícil...
Foi de longe o livro mais difícil que eu já li, cada capítulo foi escrito em estilo diferente, precisei consultar a Internet a cada instante para auxiliar na leitura.
Vou precisar reler algum dia para ter uma nova experiência com a obra.
É uma leitura para pessoas persistentes, muitos desistem pelo caminho.
Boa sorte para quem se aventurar a ler esta obra.
Orochi Fábio 31/03/2022minha estante
Eu li e ADOREI desde a primeira linha...a escrita me estimulou e divertiu bastante. Livros como Grande Sertão:Veredas, O Som e a Fúria ou Almoço Nu, desafiam também, em diferentes graus ao incauto leitor...




Ariadne 30/04/2023

Maravilhoso
Levei quase um ano lendo Ulysses e só posso dizer que valeu muito a pena. Com certeza não é um livro fácil, mas que vale muito o esforço porque você se sente recompensado ao final.

O livro é triste, engraçado, tedioso, estimulante e não nunca te deixa numa posição confortável como leitor porque, acredito, que Joyce realmente conhecia muito bem a estrutura normativa do romance tradicional e quis desconstruí-la para ver onde ela poderia chegar. Várias partes eu não entendia direito onde os personagens estavam, quem estava falando e onde Joyce queria chegar com tanta digressão, mas apenas siga lendo.

O monólogo de Molly ao final do livro talvez seja a coisa mais bem escrita da literatura mundial.
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Charmssss 20/01/2022

Desafiador
Não tem outra palavra que descreva esse livro melhor. É um livro muito desafiador, demanda atenção, pesquisa e dedicação. No entanto vale muito a pena a leitura, aqui podemos acompanhar o dia de Bloom, uma pessoa comum como eu ou você, e tudo que acontece com ele durante esse dia, de manhã até a noite. O que pega aqui é a escrita do autor, que de episódio para episódio muda demais, muito mesmo, então é necessário se readaptar a cada episódio. No geral é um livro ótimo, e a sensação de terminar essa obra é muito boa! Se você tem vontade de ler e se desafiar como leitor, vai com tudo!
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Fabi 24/03/2018

Um encontro infeliz
Não quero atribuir a culpa exclusiva à obra, mas dividi-la.
É difícil escrever sobre um livro famoso quando não se gosta dele. Você fica com receio das críticas e até mesmo em ofender a alma do autor (no meu caso). Mas o que eu vi em Ulysses, foi a mais profunda falta do que fazer de uma pessoa.
E eu não peço perdão por achar isso.
Tive a nítida impressão de que James Joyce perdeu algum tipo de aposta e se viu obrigado a escrever aquilo.
Prefiro pensar assim a pensar que tenha sido algo intencional.
***
Também creio que não tenha sido um bom momento para iniciar esta leitura. Final de ano, época de festas, sei lá... a gente fica meio aéreo. Talvez por isso, meu espírito não estava preparado para as palavras do Sr. Joyce.
***
Fato é que não gostei, desde o início.
Achei totalmente desinteressante, fraco, pretensioso, beirando o ridículo. E me senti desinteressante, fraca, pretensiosa e ridícula quando terminei.
Eu lamento ter lido.
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Bia Pampuch 05/05/2023

O autor é realmente um gênio, mas eu não sou, então não entendi muito bem o livro :((( leitura complicada, acima da minha capacidade de compreensão. Daqui uns anos tentarei ler novamente.
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ComTruise 12/05/2023

A Leopold, Stephen e Marion
Se Ulysses não vale a pena ser lido, a vida não vale a pena ser vivida. Uma experiência desafiadora e enriquecedora para amantes da Literatura. Mudou meu jeito de falar e escrever.
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Cris 07/12/2023

07.12.2023
Sem muitos comentários. A obra mais doida que já li. Cada capítulo, uma narrativa. Teve momento que não sabia qual era o personagem que estava pensando (fluxo de consciência), nem de quem estava falando. Tudo junto e misturado, sabe? Mas a obra tem de tudo, filosofia, economia, geografia, astrologia, astronomia, política, mitologia, religião, racismo, acontecimentos como a segunda guerra mundial, Hitler, outras obras como a Odisseia, Shakespeare, erotismo, perda de ente querido ou nao....e assim vai. Às vezes pensava que o autor escreveu para que o leitor não entendesse mesmo. Que experiência!
CPF1964 07/12/2023minha estante
???????


CPF1964 07/12/2023minha estante
Ainda estou me preparando psicologicamente para este livro....???




Gabriel.Tesser 29/11/2019

Leitura eterna
Um clássico. O livro é difícil demais, a um nível tão alto quanto a miríade de histórias construídas por Shakespeare. Aliás, para ler essa belezinha você deveria começar por Hamlet, A Odisseia, Dublinenses e Retrato do artista quando jovem para ter um pouco de noção de como desfrutar do livro. Claro, só soube disso depois de acabar de ler as 1106 páginas de Ulysses. Disseram, também, que o livro não deve ser lido de cabo a rabo, coisa que não sabia. Contaram-me que celebram o Bloomsday (sempre no dia 16 de junho) na Irlanda, dedicado à leitura do livro em voz alta pelas ruas de Dublin, visitando os lugares aonde Bloom e Dedalus andaram. O livro é um marco na literatura, um divisor de águas. Nunca se esgotará, sempre terá algo a ser descoberto dentro do universo o qual Joyce criou. Cenas e pessoas de fato existiram, Bloom de fato existiu, existe e somos todos nós. Parte de nós, de nossos sonhos e desejos em nos tornarmos grandes heróis como Odisseu (Ulisses), mas que de fato somos normais, ansiosos, desastrados, divertidos e abobalhados esperando que o tempo nos consuma ao tutano. É uma homenagem ao homem comum, nosso espelho que torce, espreme aquele lasco de felicidade tão necessário, às vezes mendigado na expectativa de se obter um pouco de sustento. Ulysses faz analogia com A Odisseia, de Odisseu retornando a Ítaca; Leopoldo Bloom voltando para casa após um dia circulando pelas ruelas de Dublin expurgando um fluxo de pensamento frenético, com uma constante mudança de estilo de escrita.
Haverá sempre um retorno ao livro, pois é enigmático, lindamente escrito, complexo e elementar. Mal comecei a ler essa obra, acredito que me tomará uma vida para entendê-la e assim espero.
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Val | @livre_se_clube 28/03/2020

"Toda vida é muitos dias, dia após dia. Caminhamos por nós mesmos, encontrando ladrões, fantasmas, gigantes, velhos, rapazes, esposas, viúvas, bonscunhados. Mas sempre encontrando a nós mesmos". p. 375
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Você já parou pra pensar em todas as ações e pensamentos que compõem um só de seus dias? Toda a ação de Ulysses transcorre no dia 16 de junho de 1904, em que se entrecruzam as histórias e o fluxo de consciência de Stephen Dedalus, Leopold Bloom e Molly Bloom.
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As mais de mil páginas do livro, dividem -se em 18 episódios, cuja estrutura simbólica é tomada da Odisseia, poema épico de Homero. Desse modo, Ulysses é uma recriação do clássico homérico, por meio do humor e da sátira em paródias, interpretações e pastiches.
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O contraponto com os mitos merece nossa atenção. Enquanto as epopeias louvaram os grandes e corajosos heróis, Joyce nos apresenta o homem comum, pessoas sem importância na sociedade que em suas lutas diárias enfrentam o medo, a solidão, a morte, o luto, a dor. Nas palavras da professora Munira Mutran, "aventuras mais perigosas do que as enfrentadas por Odisseu". Ulysses se revela, assim, uma história, sobretudo, humana.
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Joyce nos surpreende com o rompimento das convenções estéticas e morais, fazendo uso de uma linguagem grosseira, palavrões, o que explica em parte o choque causado pelo livro quando de sua publicação, tendo sido censurado em vários países.
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Mais do que contar uma história, pouquíssimo enredo aliás, Ulysses é uma obra de aspectos grandiosos, desde o experimentalismo linguístico até as técnicas narrativas diversificadas. É realmente um livro trabalhoso que nos obriga a estudar para romper sua complexidade que se apresenta em inúmeras alusões históricas, artísticas, literárias, que exigem pesquisa leituras de apoio (usei Sim, eu digo sim do tradutor Galindo).
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Depois de um longo dia ouvindo as falas e pensamentos masculinos, o monólogo de Molly Bloom ao final do livro é um brinde para o leitor que anseia por ouvir a sua voz.
Raphael 19/05/2020minha estante
Ótima resenha, obrigado.




Purkotte 18/11/2012

Mais um vencedor
♫Agora fiquei doce, doce, doce, doce
passei e não estava de Ulisses aberto♫


Finalmente e infelizmente depois de mais de um mês dedicado a esta famigerada obra de James Joyce terminei a leitura do livro, me sinto bem por ter lido e triste por depois de tanto tempo juntos a história ter acabado.

Eu tenho a versão da Alfaguara traduzida pela Bernardina, diz ela no prefácio ter tentado fazer uma tradução mais fluída do texto, um bom trabalho ela deve ter feito afinal dedicada ao autor ela é, tanto que é pós-graduada ou doutorada em James Joyce, ou coisa que o valha, mas pretendo no futuro ler a tradução do Houaiss que tão criticada pelos leitores e tão bem aceita pela critica pelo que pude perceber, e quem sabe num futuro ainda mais distante encarar o original, assim vou saber o que perdi, se perdi e o que posso sair ganhando, mas posso afirmar que comecei com o pé direito, a leitura apesar de confusa em muitos momentos é até pratica e o tão temido fluxo de pensamento foi bem tranquilo, muito mais que o capítulo que me inseriu nesse estilo em o O Som e a Fúria de Faulkner.



O livro é muito temido pela grande quantidade de estilos literários que ele usa, e talvez a comparação imediata com a Odisséia de Homero só piore as coisas, pois normalmente as pessoas querem ver e compreeender aquilo que estão vendo, a sociedade não gosta de nada que seja muito diferente do usual, por isso vivemos como vivemos a tantos e tantos anos e sem a menor previsão de qualuqer mudança, talvez a última grande mudança tenha sido essa, a inserção do modernismo, comparando os estilos anteriores com esse dá para criar uma costura envolvente que nos une as artes de outras épocas, além dessa que já dura mais de 100 anos não me lembro de outra, mas não sou tão sabido e dedicado para afirmar algo assim.

O estilo dos estilos de Joyce naminha opinião visa o âmago, equivalente ao nada onde tudo acontece, essa liberdade não deve ser compreendida de imediato, apenas tolerada se for identificada, isso extrapola o habitual e cria um mundo tão livre e autosuficiente que podemos considerar a grande revolução, e isso não é algo que está sob o controle de ninguém, nem mesmo de Joyce, é a capacidade natural das palavras e de toda a estrutura natural da Terra, quando nós compreendermos a força disso nossa evolução como seres humanos pode extrapolar o infinito, mesmo sem sairmos do lugar.

Uma dica muito boa para digerir a obra é ler cerca de 10 páginas por vez, ou 5 nos capítulos com paragrafos mais extensos, eu como estava desempregado conseguia parar e retomar várias vezes ao dia, e dei uma acelerada no fim para não me comprometer com algo desse nível apartir de amanhã quando estarei mais atarefado, mas fica aí a dica, e outra dica é não ficar relendo o que não for compreendido, é melhor na minha opinião passar por cima e mais para frente a compreensão pode vir por si sem a necessidade de uma cansativa e desentusiasmante releitura. Uma coisa engraçada é que eu compreendi muito mais O Som e a Fúria lendo Ulisses, isso também pode acontecer com você, então tenha paciência, se dê o tempo que achar necessário se deseja embarcar nessa aventura.

Quanto a história, o livro é dividido em 18 capítulos, cada um sugerindo um tema e estilo diferente, os dois personagens principais são Stephen Dedalus e Leopold Bloom, tirando eles tem diversos outros que podem ou não reaparecer, então não é preciso se apegar a eles, apenas a situação imposta em cada capítulo, que apesar de tudo representar um único na vida de um homem a ligação do eventos não é segmentada própriamente, outro motivo de não se prender com tanta convicção as releturas imediatas, o que você não compreendeu num capítulo não vai necessariamente ser usado no próximo. Mas claro, quanto mais se absorver dos textos melhor.

A Odisséia de Homero que inspirou Joyce a escrever Ulisses traça as aventuras de Odisseu retornando para Ítaca, na saga original isso leva 10 anos para se concretizar, em Ulisses todos os acontecimentos na vida de Leopold Bloom se referem a apenas um único dia na vida de um homem, o que é muito interessante e outro aprendizado importante, o livro tem quase 1000 páginas, a história é puramente "intelectual" vou assim dizer, não foi descrita uma guerra em minúcias por exemplo, e ainda assim, superficialmente falando, é possível que haja tanto para se descrever de apenas um dia? sim, com certeza na vida de cada um de nós é possível acontecer muito mais que isso, mas mais uma vez o que nós fazemos? consideramos válidos apenas os grandes acontecimentos, nada mais importa, só que quando ocorre esse grande e esperado evento não estamos desenvolvidos o suficiente e acabamos não apreciando em sua plenitude, o que acaba gerando diversos conflitos pessoais e sociais ao longo do tempo. Joyce não está sendo exclusivo nessa descrição de apenas um dia perante acontecimentos banais do dia na vida de um homem, mas! mesmo com tanto a fazer e ser dito nós continuamos apenas considerando nossas vidas como um erro, uma falha existencial, um vazio incompreendido.

Então, eu ainda pretendo ler a Odisséia de Homero e reler outras versões de Ulisses como disse lá no início, é uma obra interessante, mais curiosa que divertida na minha opinião, me ajudou a perceber a literatura de outra forma e gostar dessa introspecção ainda mais, gostaria de ser mais detalhista na minha resenha mas amanhã tenho que trabalhar e estou muito entusiasmado para compartilhar minha experiência, então é isso aí, e se achar necessário farei adendos no meu comentário, até pelo fato que o livro acabou mas suas idéias permanecem em minha cabeça e vou digerir isso pelo resto da vida.

Esse livro me ajudou um pouco na última entrevista, um livro desse realmente parece para poucos, o que não acho o caso, mas... já que foi assim quem sabe eu consiga ir mais longe, conquistar uma gatinha falando que li Ulisses, ou, quando os baladeiros estiverem se vangloriando de ter pego 20 petecas no show eu digo - Eu li Ulisses - hahaha cada um tem o orgulho que pode esse é um dos meus.
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Gley 30/11/2009

Uma experiência de leitura.
Muito já foi dito e escrito sobre "Ulisses", e provavelmente é impossível acrescentar hoje alguma informação nova à discussão. Desta forma, o mais sensato é colocar aqui minha experiência pessoal.

Enquanto era estudante universitário, costumava freqüentar a livraria do Campus olhando tudo sem comprar nada, para me atualizar do mercado literário de novidades a que eu não tinha acesso e nem muito interesse (levando em conta que toda a minha leitura provinha da biblioteca do meu irmão, do meu pai e da universidade, e todas eram lotadas de clássicos).

Um dia, entretanto, folheando um lançamento comemorativo dos 80 anos de "Ulisses", resolvi ler as primeiras páginas. E não parei mais. Na própria livraria, neste mesmo dia, terminei a primeira parte (página 70) em pé. Alguma coisa ali continha que me cativou. Como não existia na biblioteca, e eu não tinha dinheiro para comprar o romance, retornei todos os dias à livraria até que comecei a ser mal visto. Mudei de loja e continuei nesse procedimento até o final da segunda parte (página 725). Infelizmente, por falta de tempo, tive de encerrar a empreitada sem ter terminado a história.

Anos depois, logicamente comprei a edição e o terminei, e desde então já adquiri outras traduções e li o original em inglês. O mais impressionante de tudo é que há tanta informação e subtexto que parece nunca esgotar o furor de abrir o livro novamente. O manejo das palavras e o estilo inconfundível de Joyce até hoje são considerados únicos por diversos críticos, e com certeza poucos são capazes de compreender a imensidão e variedade de "Ulisses".

Leia, depois pesquise, e volte a ler. Repito essa seqüência há anos, e um dia quem sabe eu consiga ler "Finnegans Wake", a obra definitiva do autor, uma verdadeiro "Ulisses extreme".
Quelemem 28/08/2010minha estante
Também corro atrás do Wake...


Menezes 04/09/2010minha estante
Adoro Ulisses mas o Finnegans me quebrou, ainda preciso comer arroz e feijão


formasfixas 26/04/2011minha estante
Ler de forma entendível o Finnegans Wake é impossível. O máximo que se pode fazer é estudá-lo. Leiam-no, riam de seus trocadilhos, de suas piadas. Sintam sua musicalidade. "É pura música", dizia Joyce.




@thereader2408 04/04/2022

A odisseia do homem comum
Em fevereiro de 1922 o livro mais controverso, complexo e polêmico da história da literatura foi publicado. James Joyce fez questão de publicar seu livro na mesma data de seu aniversário de 40 anos e a editora "Shakespeare and Company" de Sylvia Beach foi a única que se arriscou a publicá-lo. Na época o livro foi banido em vários países por abordar temas considerados "impublicáveis" e até hoje tem fama de livro "difícil". E é um livro muito difícil.

Ulysses vale a pena? O livro é um baita desafio, e como desafios literários me atraem criei o "Mr. Bloom project", é a segunda vez que leio o livro e pretendo ler outras vezes, meu objetivo é um dia ler na língua original, até lá vou lendo e relendo e aprendendo um pouco mais sobre o "mito do homem comum" criado por Joyce como uma paródia de "A odisseia" de Homero.

Apesar das dificuldades do livro (talvez Finnegans Wake seja mais difícil e os dois foram escritos por Joyce), este é uma obra prima da literatura mundial. A comoção é tanta que há um dia especial para comemorar o livro, o "Bloomsday", onde milhares de pessoas do mundo inteiro se vestem como os personagens do livro, recitam passagens e circulam pelas ruas de Dublin fazendo o mesmo percurso de Leopold Bloom.

Apesar da aparente simplicidade do tema, não temhá nada simples em Ulysses, cada capítulo apresenta um estilo diferente e é o que torna o livro complicado. Todas as 900 páginas vão falar de apenas um dia na vida de Mr. Bloom, conhecemos sua esposa infiel, Molly, e Stephen Dedalus, alter ego do escritor, que aparece como protagonista do livro "O retrato do artista quando jovem". Em um dia vemos Mr. Bloom em casa, indo às compras, a um enterro, indo a um pub, a um teatro, um bordel...

O enredo é claramente uma sátira ao Ulysses de Homero que passa mais de 20 anos tentando voltar para sua fiel esposa. Já Ulysses de Joyce vai passar 18 horas do dia 16 de junho de 1904 peregrinando em Dublin evitando voltar para sua esposa infiel. Bloom é um judeu irlandês, um heroi profundamente humano, assim como todos nós, e se o livro é chato, engraçado, inteligente, sarcástico, curioso e frustrante é porque a vida também é assim.

@thereader2408
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