Eu sei por que o pássaro canta na gaiola

Eu sei por que o pássaro canta na gaiola Maya Angelou




Resenhas - Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola


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Paula 09/01/2021

uma história real e dolorosa
essa autobiografia foi meu primeiro contato com a autora e posso dizer que foi extremamente positivo. ler sobre a vida de maya não é algo fácil, muito menos leve. ela vai relatar abusos psicológicos e sexuais, pedofilia e a vida de uma mulher preta no século XX, onde o racismo conseguia ser pior que hoje em dia.
é difícil. mas muito, muito necessário.
maya é uma mulher foda e tem toda a minha admiração, até pela coragem de expôr todos esses acontecimentos e, com toda certeza, já inspirou muitas mulheres no mundo inteiro à relatarem também. ??
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Yentl 21/02/2023

Melhor autobiografia que já li.
Maya Angelou tem um jeito de escrever que me encantou. Simples, direto, engraçado e dramático ao mesmo tempo. Devorei o livro em 3 dias!
Foi uma jornada intensa pela infância e adolescência da autora, narradas pela Maya já adulta, mas tive a sensação de que quem estava me contando a história era a criança e depois a adolescente, com todos os questionamentos e dúvidas tão características de cada idade. Eu ri, chorei e até me identifiquei com alguns dramas. Recomendo muito a leitura!
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Lemos, ACR 24/06/2020

Maya Angelou: Eu sei por que o pássaro canta na gaiola
Eu sei por que o pássaro canta na gaiola é um livro de muitas dores, desconfortos e um misto de emoções permeado, também, por humor. Não há outra forma, é impossível ler esse livro e não sair metamorfoseado.

Maya Angelou ou Marguerite Ann Johnson, nasceu em 4 de abril de 1928, e em razão da separação de seus pais, ela e seu irmão, Bailey, foram morar com a avó paterna, Annie Henderson. A qual foi uma fonte de inspiração por sua força e independência. No entanto, Maya aprendeu, desde muito cedo, como o mundo poderia ser cruel, espumado por violência, pobreza, machismo e racismo.

O livro passa por nuances, começa muito pesado e doloroso. Aos oito anos, Maya foi violentada pelo namorado de sua mãe. Ler sobre abuso sexual e de uma criança, doe muito. Somos invadidos por um sentimento de impotência. Ninguém, mas principalmente uma criança, não deveria passar por isso. Nunca.

E nessa mesma toada, acompanhamos o quão doloroso é o racismo. A segregação racial é um capítulo abominável na história da humanidade e se ter conhecimento pelos olhos de uma criança é ainda mais triste. Desde pequena, Maya, percebeu o que significava ser preta em uma sociedade racista. “As crianças brancas teriam a oportunidade de se tornar Galileus, Madames Curie, Edisons e Gauguins, e nossos meninos (as meninas não eram sequer mencionadas) tentariam ser Jesses Owens e Joes Louis. (…) Era horrível ser negra e não ter nenhum controle sobre a minha vida. Era brutal ser jovem e já treinada a ficar sentada em silêncio e escutar acusações feitas contra minha cor sem nenhuma chance de defesa.” (p. 167 e 169). E, infelizmente, até hoje ouvimos e vemos cenas de racismos, mesmo estando no século XXI, quando já se tem naves de turismo espacial em testes. Sempre me pergunto, será que evoluímos mesmo?

Pedras no caminho? Junte-as e construa um castelo. Foi durante o período de seu silêncio que a pequena Maya desenvolveu uma memória extraordinária, o amor pelos livros e pela literatura e a grande habilidade de observar e escutar o mundo que a rodeava. Ela aprendeu encantar com sua imaginação e sua inteligência.

E então, a Doutora Maya é fantástica, ela te faz rir. Há uma passagem no livro sobre uma história de terror relatada pelo vizinho. Durante as lamurias de assombração, a sua avó pede para a pequena ir buscar algo em outro cômodo, e você consegue pensar, no auge dos relatos todo aquele suspense e medo mesmo e a brava garota tendo que enfrentar o tal deslocamento? “A viagem até a cozinha e de volta não pode ter levado mais de dois minutos, porém nesse período eu percorri cemitérios pantanosos, passei por cima de pedras tumulares empoeiradas e esquivei-me de ninhadas de filhotes de gatos pretos como a noite.” (p. 156).

E também te faz sentir corajosa. A brava Maya dirigiu um carro do México para os Estados Unidos, sem saber dirigir, ademais, com trajetos de montanha abaixo. Não é para qualquer um. Não que seja incentivado dirigir sem carteira, por favor, se atentando que a situação de Maya foi há muito tempo, mas pelo ímpeto mesmo, pela bravura, coragem.

E para enaltecer ainda mais essa mulher extraordinária, Maya Angelou foi a primeira preta a se tornar roteirista e diretora em Hollywood. Uma artista polivalente, fez teatro, cinema, televisão, dança. Autora de livros de memórias e assessora de presidentes, brandiu a poesia como arma de luta. Maya Angelou foi uma gênia, ativista, poeta e mulher revolucionária.

A referência de Angelou para o título do livro baseou-se no poema “Sympathy”, de Paul Laurence Dunbar. A metáfora do pássaro engaiolado que cantana gaiola porque está com medo, de pássaros que “cantam sobre a liberdade” por detrás de “grades de raiva”. Ademais, a proposta oferecida pelo livro da Doutora Maya Angelou não se trata apenas de superação, propõe, acima de tudo, uma redefinição dos nossos conceitos aceitando as marcas que a vida nos deixou, usando-as para compor o futuro de forma cônscia.

Maya Angelou faleceu em 28 de maio de 2014. Tinha 86 anos, e mesmo com estado de saúde frágil, que a obrigara a cancelar aparições públicas, ela nunca parou. Na referida data ela estava trabalhando em um novo livro sobre suas experiências com líderes nacionais e mundiais.

Por fim, nas minhas pesquisas sobre a vida de Maya Angelou encontrei um poema belíssimo, publicado em 1978, “Still I Rise” (Ainda assim eu me levanto). É considerado um dos poemas mais influentes, inspirando diversas pessoas. Um verdadeiro hino à resiliência e à dignidade.

"Ainda assim eu me levanto

Você pode me riscar da História
Com mentiras lançadas ao ar.
Pode me jogar contra o chão de terra,
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.

Minha presença o incomoda?
Por que meu brilho o intimida?
Porque eu caminho como quem possui
Riquezas dignas do grego Midas.

Como a lua e como o sol no céu,
Com a certeza da onda no mar,
Como a esperança emergindo na desgraça,
Assim eu vou me levantar.

Você não queria me ver quebrada?
Cabeça curvada e olhos para o chão?
Ombros caídos como as lágrimas,
Minh’alma enfraquecida pela solidão?

Meu orgulho o ofende?
Tenho certeza que sim
Porque eu rio como quem possui
Ouros escondidos em mim.

Pode me atirar palavras afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome do ódio,
Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.

Minha sensualidade incomoda?
Será que você se pergunta
Por que eu danço como se tivesse
Um diamante onde as coxas se juntam?

Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se como a maré.

Deixando para trás noites de terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto.".


Angelou, Maya. Eu sei por que o pássaro canta na gaiola; tradução Paula Rosas – Rio de Janeiro: José Olympio, 1996.


site: https://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/6986638
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Pri | @biblio.faga 09/12/2020

Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém,
provavelmente a minha própria vida. (Clarice Lispector)


A polivalente Maya Angelou desempenhou diversos papéis ao longo de sua existência: poetisa, atriz, roterista, diretora, cantora, bailarina, cozinheira, jornalista, condutora de bondes e até mesmo prostituta… mas, principalmente, acima de tudo, foi uma exímia escritora.

A relação íntima de Maya com as palavras é facilmente percebida, sua familiaridade, dom e domínio das letras reverberam nas linhas impressas de suas vivências escritas. Não há como passar incólume.

Fazia tempo que eu não via uma história atingir um nível tão profundo, tão intimista, quanto o seu primeiro livro autobiográfico. “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola” não apenas desnuda as lições e os traumas de sua infância, mas também é um convite a entendê-los, senti-los, compartilhando de uma forma tão honesta e completa quais eram os seus delicados pensares e todo o seu jovem e confuso sentir.

Ao se deleitar com “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, você não lê apenas um livro da Maya Angelou, você se torna, momentaneamente, a jovem Marguerite Anne Johnson, e te garanto que jamais será o mesmo após esse encontro. Eu, por exemplo, mal posso esperar pelo próximo.

Ler esse livro, como já destacou a mestra das escrevivências, a escritora Conceição Evaristo, “é entender, também, como a escrita, como a literatura pode ser um meio, um exercício de reflexão e de sublimação da dor”.

É um livro tão maravilhoso e tão grandioso que não posso escrever mais nada além de um humilde pedido: faça-se esse favor e vá lê-lo para ontem!

Afinal, para que serve a vida e a leitura dos livros se não para sangramos e gritar a plenos pulmões o que importa?

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Bianca Vieira 31/05/2021

O que Maya Angelou tem a dizer?
Muito! Eu sei porque o pássaro canta na gaiola deve ser lido, como diz Djamila Ribeiro, por doses.... absorvido aos poucos.

O livro contém gatilhos: situações de racismo e cenas de abuso sexual.

Uma biografia completa e inspiradora!

"Glória, glória, aleluia, quando eu me livro do peso que carrego."

Marguerite é nossa Maya, que junto de Bailey (seu irmão com apenas um ano a mais de diferença) chegam a cidade de Stamps, no Arkansas, após seus pais os mandarem num trem para morar com Momma, sua avó paterna que é dona de um Mercado, o comércio criado no coração da área dos Negros e mais que um local apenas de venda.

A igreja, o Mercado, a força e a rigidez de Momma os ensinam durante os anos mais do que eu possa dizer.

Maya ao crescer sente os socos da vida e compartilha cada momento que em sua maioria me tocaram a fundo... naqueles locais difíceis e incômodos de digerir, onde a dor é tão real que a lágrima não hesita e transborda.

"Minha raça gemeu. Era nosso povo caindo. Era outro linchamento, mais um Negro enforcado em um árvore. Mais uma mulher emboscada e estrupada. Um garoto Negro chicoteado e ferido. Eram cachorros na trilha de um homem correndo por pântanos gosmentos. Era uma mulher branca estapeando a empregada por ser esquecida."
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@ciduart 02/01/2021

História de vida
Com uma escrita fácil, a autora conta sobre sua vida enfrentando preconceitos, abusos e aprendendo a se conhecer no meio de tanto sofrimento. Ela faz muitas relações com personagens de livros que nunca cheguei a ler e fiquei bem curiosa.
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Tati 06/11/2022

A gigante Maya
Maya Angelou divide com a gente um pouco sobre a vida dela, contando de momentos divertidos, mas sobretudo sobre sofrimentos e dificuldades. Uma mulher brilhante que deu a volta por cima!
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Carmine.Antes 21/01/2021

Impactada com algumas frases...
?Nós éramos empregadas e fazendeiros, quebra galhos e lavadeiras, e qualquer coisa maior que aspirássemos ser era uma farsa e presunção.?

?Era horrível ser negra e não ter controle sobre a minha vida. Era brutal ser jovem e já estar treinada para ficar sentada em silêncio ouvindo as acusações feitas contra a minha cor sem chance de defesa.?
C Paula 18/01/2022minha estante
Essa frase acabei de ler,foi a que mais me marcou!




mardelivross 21/07/2022

Através de um relato autobiográfico, Maya Angelou nos apresenta sua infância e juventude de uma forma que me tocou fundo, trazendo dor, reflexão e indignação.

Como ela mesmo diz: "Não existe agonia maior do que guardar uma história não contada dentro de você".
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Ave Fantasma 28/01/2021

Emocionalmente real
A autobiografia da escritora Maya Angelou me surpreende por dois pontos, é uma leitura de certo modo com olhar leve e por ser relatado com a perspectiva que a autora tinha na infância, sem interferência da Maya já madura.
Apesar de vivenciar diversas violências que a tira muito cedo da inocência, My, Maya, Marguerite, continua tão doce, melancólica, e fantasiosa como qualquer outra criança e adolescente. Esse tom infantil, não faz a obra ser menos impactante, de fato é um livro que trata de temas difíceis, profundos, vivências que a vida de uma garota negra retinta no sul de um Estados Unidos segregacionista viveu.
O mais gostoso desse livro é lê-lo sobre o olhar que ela mesma tivera em cada momento de seu crescimento até a fase de jovem adulta, assim como é marcante a admiração e influência das pessoas que a cercaram, sua vó, Momma, com sua religiosidade severa, sua força e prudência imposta pela tensão racial, seu irmão Baylee com a ternura e diversão secreta que os irmãos proporcionam, Sra. Flowers, que reforçou seu amor aos livros e a influenciou a ter sua própria voz.

A vida que Maya nos conta é real, não há cenas heroicas, pois nessa época não é possível enfrentar o racismo sem correr perigos fatais, não há romantização da dor, nem mesmo divagações e ensaios sobre pequenas atitudes, não existe passividade ou conformismo, as coisas são complexas, com diversas camadas, contraditórias, belas, simples, ou frias como a vida o é. E essas experiências, essas marcas, não só geram dor ou vazios, porque junto a sua sede pela vida, se torna um clamor pela liberdade.
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Ste 30/08/2021

"Era horrível ser Negra e não ter controle sobre a minha vida. Era brutal ser jovem e já estar treinada para ficar sentada em silêncio ouvindo as acusações feitas contra a minha cor sem chance de defesa."

"A mulher Negra é agredida nos anos jovens por todas essas forças comuns da natureza ao mesmo tempo em que fica presa no fogo cruzado triplo do preconceito masculino, do ódio branco ilógico e da falta de poder Negro."
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Sandrinha 14/03/2021

Que relato doloroso!!
Foi a minha primeira experiência com Maya Angelou, só amei!!
A mulher sofreu mais que uma condenada e mesmo assim conseguiu dá uma volta espetacular na vida, mostrando que cada um pode ser o que quiser, fazer o que bem entender e mesmo assim preservar a sua própria essência.
Bom, o livro tem muitas passagens tristes, muito triste, mas a medida que vc vai lendo, tudo vai procurando um lugar e não é que fique menos pesado, mas a força da Maya vai te mostrando que a vida é sacana, mas você precisa ter fé em alguma coisa.
Indico muito a leitura!
Já comprei o outro livro dela...
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Rebeca_Moledo 18/03/2021

As experiências vividas por Maya Angelou na infância e adolescência são tristes e assustadoras, ao mesmo tempo há memórias boas e felizes, principalmente quando envolvia estar com sua família. Em cada página transparece o racismo que ela teve que suportar naquela época em específico, bem como outras situações horríveis pelas quais teve que passar. Durante a leitura é possível ver a força que havia dentro dela desde pequena e ver como ela ultrapassava com glória os limites que a sociedade impunha a ela. O livro termina de uma maneira abrupta, o que me deixou curiosa para saber o restante da vida da autora. É um ótimo livro.
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Reis 15/03/2021

Eu li esse livro aos poucos, sorvendo em goles cada página, momento, lembrança e informação apresentada por Maya Angelou, pois sua escrita (e o que está por trás dela) é tão necessária, que há momentos em que é preciso parar e respirar. É marcante ler sobre cada precioso instante de felicidade e as nada agradáveis situações em que o racismo aliado ao egocentrismo branco fizeram a garota Negra e sulista duvidar de si mesma.
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