Juliana 07/01/2013Mentecaptos Por Livros | www.mentecaptosporlivros.blogspot.comO livro começa exatamente onde o Warner deixa a cena em Estilhaça-me: ele está no chão, baleado e muito, muito puto da vida.
É oficial, virei fã de Tahereh Mafi e de agora em diante estou lendo tudo o que ela publicar.
Meu maior medo em relação a essa novella era de que, de alguma forma, a Tahereh romantizasse o Warner, fizesse dele aqueles típicos heróis YA. Para a felicidade geral da nação, ela não o fez. Ele é um vilão maléfico? Não. Ele é realmente uma pessoa ruim, fria e sádica como a Juliette pensa que ele é? Não. Mas ele mata, ele comanda com um punho de ferro e faz todo tipo de coisas repreensíveis. Coisas que o deixa enjoado consigo mesmo, mas desde que não fazê-las significa perder seu lugar no poder, ele as faz. E não se desculpa com ninguém. Muita gente diz que acha o Adam muito certinho, muito perfeitinho e muito dentro do estereótipo good boy. Warner não é assim; ele não é ruim, mas ele não é um santo. Um personagem multifacetado, é o que Warner é.
Obviamente, a narração de Destroy Me é bem diferente da de Estilhaça-me. É menos poética e fantasiosa, mas muito mais subjetiva. A maior surpresa aqui foi descobrir o quão intenso Warner é. Não vou estragar a leitura entrando em detalhes, mas lendo vocês vão entender o que eu estou falando. Ele tem sérios problemas. Tipo, ele pode rivalizar a Juliette, e os dois deviam começar um grupo de apoio.
E a narração mostra isso, e dá a entender muito mais. Subjetivo, com certeza.
Por mais que a sinopse dê a entender que o clímax da história tem a ver com o fato do Comandante Supremo (papai querido do Warner) querer a Juliette morta, não se engane. O ponto alto de Destroy Me são as consequências do tiro disparado por Juliette, e do insight que temos dela.
Mas, wait a minute. Se a novela é narrada por Warner, como assim temos um insight melhor de Juliette? Exatamente. A mente de Warner é muito interessante; ele tem, obviamente, uma voz mais limpa que a da Juliette, e portanto, é mais direto. Desse jeito, Destroy Me é muito mais carregado de informações que Estilhaça-me, seja informações sobre Warner, quanto da Juliette.
Juliette viveu maior parte da sua vida em clínicas psiquiátricas barbáricas, mas Warner passou a sua vida no mundo. Vivendo, comandando na sociedade. Portanto, ele sabe o que está acontecendo no mundo naquele momento, e pela sua posição de poder, tem acesso a todo tipo de informações. Como por exemplo, acesso ao histórico médico de Juliette. Crianças, vocês querem ler isso, acreditem em mim.
Em Throne of Glass, a protagonista é um personagem misterioso. Em Destroy Me acontece a mesma coisa. Warner ainda é um grande ponto de interrogação; descobrimos um pouco mais sobre ele e suas verdadeiras intenções, mas a fundo? Não. Droga, não conhecemos nem 1/4 da história dele, mas ainda é muito mais do que nos foi mostrado em Estilhaça-me. O que deixa o leitor aberto à especulações; minha amiga, que teve que me aturar durante a leitura do livro (Oi Lary!), sabe do que eu estou falando. Há trechos do livro que acusam, por exemplo, a possibilidade de abuso sexual. Mas não é claro, não é óbvio, o leitor tem que ler nas entrelinhas e torturar a imaginação. Isso faz do livro uma obra apelativa, e da Tahereh uma autora talentosa.
Já reli Destroy Me umas quatro vezes, e a cada leitura peguei detalhes e novas informações que eu não havia percebido antes. Tahereh Mafi é boa desse jeito.
Ok, isso aqui já está comprido demais para um conto de 150 páginas, então resumindo: gostei muito da voz do Warner, a novella foi interessante, Tahereh sabe escrever um POV masculino crível, Warner me seduziu fácil (cenas sexys, COF COF) e eu mal posso esperar por Unravel Me!
OBS: No conto, é incluído um monte de Extras, inclusive os dois primeiros capítulos de Unravel Me. So, read it!