Gabi 27/04/2014Isso sim que eu chamo de erótico!Se você esta esperando uma comparação com 50 Tons de Cinza, já desiste. Primeiro que eu não li 50 Tons, e segundo porque mesmo que eu não tenha lido, sei que seria injusto. Mas vamos ao que interessa.
Os Desejos da Bela Adormecida (carinhosamente apelidado por mim como OBDA) é um “remake” do conto de fadas da Bela Adormecida de uma jeito bem atrevido. Pra dizer o mínimo. O livro foi lançado aqui no Brasil pela editora Rocco a pouco tempo, mas foi escrito lá em 1983, pela A. N. Roquelaure, que nada mais é do que o pseudônimo da Anne Rice (autora de Entrevista com Vampiro, que deu origem ao filme homônimo).
A história é a seguinte, Bela é uma ~bela~ princesa que foi aprisionada em seu próprio sono por uma feiticeira (recalcada). Após vários anos adormecida, Bela é resgatada pelo seu príncipe encantado, que a toma para si, como se por direito, já que ele a resgatou de seu sono profundo (Na minha quebrada teríamos dito “me beijou porque quis, pervertido!). O problema é que de encantado ele só tem o rosto. O príncipe submete Bela a várias humilhações e situações no mínimo desconfortáveis, sob o pretexto de estar “educando” a moça, para que ela fosse uma pessoa melhor, que tivesse mais humildade e fosse menos mimada. WHAT?
As minhas três estrelas foram atribuídas pelo seguinte:
1) A inescrupulosidade do livro. Mesmo que meio assustadora, é muito bacana. Altamente tapa na cara? Sim. Me questionei por varias vezes se a Anne tava ok com a cabeça? Também. Se ela praticaria o que ela escreveu? VIXE!!!! A leitura foi inacreditavelmente fácil e ágil. Eu acabei me envolvendo sem querer com as personagens e fiquei curiosa sobre qual seria o fim (que talvez não fosse tão fim assim no caso da Bela) delas, eu ficava me segurando pra simplesmente não ir pegar um spoiler no ultimo capitulo do livro (eu tenho esse hábito, pois é).
2) O fundo histórico. Cada vez que eu lia uma passagem que descrevia o lugar onde os personagens se encontravam ou a forma com a qual elas se vestiam, eu praticamente conseguia enxergar aquilo. Eu me transportava para a época e me sentia lá, e pensava como alguém que passara por aquilo. E acreditem, me tirar do meu século 21 e me fazer gostar disso? Nada fácil.
3) Por ultimo mas não menos importante, porque, quando eu li resenhas sobre esse livro e vi que ele teria “abuso de abusos sexuais com escravos” eu fiquei desapontada. Fiquei “Argh, mais dessa ladainha?!”. Na minha cabeça, seria um superior usando e esbanjando um escravo NEGRO. E isso é tão over galera. Tão novela das seis. Mas para minha surpresa, NÃO TEM NADA A VER COM ISSO (insira aqui uma Gabriela impressionada). Adorei. Adorei como a Anne não correu pro obvio e inovou. Como mesmo num livro erótico super depravado ela deu uma cutucadinha que intencionalmente ou não acaba por ser uma critica social.
Ainda estou confusa sobre como me sinto sobre esse livro. A leitura não foi das piores, mas o tempo todo eu tinha aquela voz sussurrando no fundo do meu cérebro: “Por que você ainda ta lendo isso?”. Por duas vezes eu pensei em desistir da leitura, assim como eu ainda não defini se vou ou não continuar a ler a trilogia. Quem sabe?
Leia se não estiver esperando por nada profundo ou por um conto de fadas.