O Quinze

O Quinze Rachel de Queiroz
Shiko




Resenhas - O Quinze


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marcelo.batista.1428 25/09/2022

O romance começa com a visita de uma professora, que trabalha na capital, à sua avó, que vive em um sítio no interior do Ceará. Aos poucos, outros personagens vão chegando, e vamos percebendo, como pano de fundo, as diferenças culturais entre o campo e a cidade, entre o “novo” e o “velho”, o trabalho intelectual e o manual, e a relação do homem com a natureza (tanto no olhar fraterno do sertanejo com sua terra e seus animais, como na dureza da luta pela sobrevivência difícil com a chuva que não vem).
Mas para mim, sem sombra de dúvida, fica marcado a migração da família de Chico Bento. A escritora consegue com uma linguagem simples, sem floreios ou excessos, de forma sincera, singela e direta, mostrar toda tristeza, desalento, sofrimento, dor, amargura, desamparo, desesperança, miséria que envolve as pessoas quando a fome está presente. Lembrei-me de algumas passagens da heroína Macabéia (e sua “tristeza conformada”) em A Hora da Estrela (Clarice Lispector) e dos quadros de Portinari que representam os retirantes.
Lendo resenhas depois, vejo que a obra narra a grande seca que aconteceu no Ceará no ano de 1915. E o Alagadiço, o maior campo de concentração dos arredores de Fortaleza, que eram criados para abrigar os refugiados da seca, e que eu não tinha a menor ideia da existência.
Se por um lado a aridez do tema tratado não permite dizer que foi uma leitura agradável, por outro, ler um romance que nos afeta, que nos desperta para um tema tão relevante e que, infelizmente, ainda aflige o Brasil e o mundo, torna a leitura interessante e fundamental.
Viva a força do povo sertanejo, viva a força do povo nordestino.
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Fernando 30/12/2020

Retrato da crueldade da seca de 1915
Este é o primeiro livro da escritora Rachel de Queiroz e se tornou um clássico. Foi publicado em 1930, quando ela tinha apenas 20 anos. Ele narra a seca histórica de 1915 pelo olhar de uma professora que mora em Fortaleza (capital do Ceará) e que visita a fazenda da família nas férias.

O pequeno texto (o livro é curto e pode ser lido em poucos dias) demostra que a autora, à época, era uma mulher com visão à frente do seu tempo e descreve os encontros com os primos, as relações dos membros da família e amigos, o agravamento da seca e a luta dos personagens frente ao drama imposto por ela e a esperança de uma vida menos dura na cidade grande.
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Aline ig @escape.abacharel 07/03/2023

Nacional importante, que deveria ser lido por todos!
O Quinze é um clássico regionalista, que mesmo abordando eventos antigos como a grande seca de 1915, ainda hoje nos coloca diante de questões históricas e nos faz refletir sobre a desigualdade, sobre as feridas abertas de um país marcado por mazelas sociais.

Rachel de Queiroz narra três histórias ao mesmo tempo neste livro curto, mas importante: a vida de Conceição, uma jovem professora. As agruras da vida de Vicente, um vaqueiro primo de Conceição que não abandona suas terras e seu gado. E uma realidade mais triste que a desses dois: a experiência difícil do sertanejo Chico Bento e sua família.

A vida de Chico Bento é um resumo do que os retirantes foram obrigados a passar, tendo que abandonar sua terra por condições de seca, miséria e fome. Porém, ao sair de uma situação de miséria, eles entram em uma condição mais degradante ainda na ida até o seu destino. Aqui, a família de Chico Bento, incluindo crianças muito pequenas, tem que fazer o percurso de Quixadá até Fortaleza a pé. Porque o governo aparentemente não ajuda, ou ajuda só os que eles querem. Os mais pobres são deixados de lado.

É um livro triste, porque mesmo sendo personagens fictícios, sei que foi baseado em vários relatos reais. É que nem Morte e Vida Severina, que também já li... "vivendo na mesma serra, magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida". Quantos Severinos e quantos Chico Bentos existiram nesse sertão nordestino...

O Quinze é um livro forte, um soco no estômago, mas que deveria ser lido por todos! É uma leitura rápida e impactante! Recomendo muito.

Para quem não sabe, O quinze ficou marcado na historia por ter sido publicado por uma mulher durante a década de 30. E ela escreveu este romance quando ela tinha apenas 19 anos. Eu fiquei chocada como era nova!

site: https://www.instagram.com/p/CpfestOrJ_i/?igshid=YmMyMTA2M2Y=
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Natasha.Louredo 11/08/2023

Uma Leitura Impactante
"O Quinze" foi o primeiro livro da escritora Rachel de Queiroz. Publicado em 1930, ele narra a seca histórica de 1915 pelo olhar de uma professora que mora em Fortaleza e que, em suas férias, visita a fazenda da família. O romance faz parte do ciclo nordestino com algumas características do neorrealismo.

O romance possui dois polos narrativos diferentes. Um conta a história do relacionamento de Vicente, um proprietário de terra que luta contra a seca, e a sua prima Conceição, uma professora progressista que mora em Fortaleza. O outro polo narra a trajetória do vaqueiro Chico Bento e a sua família, que perdem o sustento na terra e partem para a capital do Ceará. Em ambos os polos, os confrontos básicos são entre o campo e a cidade e entre a natureza e o homem.

Em vários momentos fiquei emocionada, "O Quinze" é um soco no estômago pela simplicidade direta com que expõe a dureza da seca nordestina. A narrativa é forte, com cenas pesadas que se entremeiam com a aspereza do cenário. É a luta dos homens, mulheres, crianças e animais contra um inimigo invisível que ataca sem dó. Mesmo na singeleza de algumas passagens, é um livro que sufoca, perturba e faz pensar.



Contexto Histórico - Os Campos de Concentração:

A grande seca de 1915 levou fome e miséria para o interior do Ceará e uma migração em massa. Milhares de sertanejos deixaram o campo e foram em direção à capital Fortaleza. Em resposta à crise, o governo instalou campos de concentração para abrigar os refugiados. O cenário nos campos de concentração era de extrema miséria e pobreza. Estima-se que morriam em média 150 pessoas por dia nos campos. Os refugiados da seca ficavam presos, cercados pelo exército e recebendo algumas doações de comida e medicamentos.
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Cristal 26/04/2021

Nunca fui muito inclinada a gostar de clássicos, leitura arrastada e linguagem antiga difícil não me atraía, mas com O Quinze eu mudei de opinião. Esse livro trata da seca de uma maneira tão realista, sem exageros e sem palavras enfeitadas propositalmente pra encantar o leitor, mas mesmo assim encanta pelo jeito cru que é descrito. A morte, a fome, a seca, o campo de concentração e a pitada de romance se interligam nesse livro de maneira perfeita, me emocionou e me fez temer pelo que ia acontecer com os personagens.
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João 12/03/2021

O Quinze foi a primeira obra escrita pela Rachel de Queiroz, na qual retrata a “aventura” de uma família de retirantes que estão fugindo de uma extrema seca no nordeste brasileiro, com elementos fortes da realidade do povo nordestino e suas necessidades em relação a seca que os assombra.
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A narrativa se inicia com a família de Chico Bento sofrendo com falta de chuva, na qual o mesmo trabalhava na fazenda do Quixadá, onde Dona Inácia e seus parentes residiam. Com a aperto da seca e sem perspectiva de chuva, Dona Inácia ordena que Chico Bento solte os animais pois não tinha como mais cuidar deles naquela situação. Além dos animais a mesma que ordenou a soltura foge da seca rumo a capital Fortaleza, Chico fica sem opção e sai em rumo a capital também. Porem o mesmo não consegue passagem de trem para ele e sua família, tendo como única opção seguir rumo a pé.
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Na trajetória de Chico Bento podemos imaginar um cenário deplorável de miséria, onde se perde ente queridos, animais e até a sanidade em alguns momentos. Na obra também é retratada o enorme descaso dos governantes com toda esta situação, com uma falsa promessa de amparo vinda dos “campos de concentração”, local onde os retirantes eram mantidos isolados do restante da cidade com uma mínima condição de vida, estando expostos a inúmeras doenças e a fome.
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“Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome, estrada afora. Não tinha mais alguns anos de miséria à frente da vida, para cair depois no mesmo buraco, à sombra da mesma cruz.” Trecho retirado do livro, pág. 67.
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Um livro com várias camadas e visões, mas o que predomina é a enorme sensibilidade do leitor com a narrativa triste e real que Chico Bento passa junto de sua família, onde Rachel de Queiroz faz sua estreia com este livro profundo e extremamente necessário.
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Ian 10/05/2021

Aos 19 anos
Dos ?livros da seca?, que aparente são tantos, este foi meu primeiro contato. Fiquei encantado com o fato de Rachel o ter escrito com meros 19 anos, esse livro é coisa de gente grande. A leitura é fluida e interessante, os cortes bem feitos, mas como as próprias críticas pontuaram, lhe falta algo para alcançar a perfeição.
No entanto é um belíssimo retrato da condição do sertanejo nordestino em estratos que se intercedem e se intercalam de maneira orgânica e interessante. O romance que atravessa a leitura não é demasiado como a seca nem escasso como a água, e é exatamente esse o tom da narrativa. Um tom de equilíbrio entre personagens e histórias. Inacreditável ser a primeira obra e ainda mais aos 19 anos. Merece seu lugar de destaque na categoria de literatura da seca, superando livros de autores muito mais experientes e consagrados.
Para finalizar, cabe a mim destacar como senti a crescente desnutrição dos sertanejos na virada de cada página. Os olhos pesavam ao pensar no cansaço batido e rebatido de dias sem comer, sem beber e sem dormir sob o sol forte. Pobre desenvolvimento dessas crianças. Maldita miséria. Um livro necessário.
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OgaiT 16/07/2022

Registro de uma História esquecida
Estruturalmente, o romance é contado pela perspectiva de 3 personagens: Conceição, Vicente e Chico Bento. A primeira é um professora que divide a sua vida entre o magistério, os cuidados dedicados a sua vó idosa e os retirantes dos Currais do governo. Já Vicente é o símbolo da teimosia de uma gente que insisti em permanecer em sua terra, ele também é apaixonado por Conceição que, assim como ele, prefere não assumir uma relação. Por fim, temos o Chico Bento, vaqueiro que já não tem nada que o alegre, muito menos esperanças para continuar ali em meio a grande seca.
Por mais piegas que essa sinopse possa ser, nada te prepara para o que você vai ler nesse romance. É, aliás, uma leitura de fôlego, em que você só sossega ao chegar à última página. A miséria do povo sertanejo do Nordeste brasileiro é sem dúvida o grande responsável pelo impacto dessa obra. Nesse sentido temos duas cenas em que a fome transforma aquilo a que chamamos de ser humano, são crianças que desesperadas de fome comem o que encontram pela frente, até mesmo uma mandioca braba.
Engraçado como o tempo passou e o meu gosto continua o mesmo. Ao lado de Vidas Secas, Menino do Engenho e Os Corumbas, O Quinze é um dos meus romances regionalistas favorito. Além de possuir um escrita leve e nada prosaica, Rachel Queiroz faz um recorte histórico de um fato pouco conhecido pela população brasileira: Os Currais do governo (campos de concentração do Ceará), criados para evitar que os retirantes da seca chegassem à capital Fortaleza.
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Jonathan.Queiroz 16/06/2020

Muito real e emocionante
Curto, objetivo e emocionante. Especialmente emocionante pra quem é nordestino e sabe que seus antepassados enfrentaram muitas situações como a Seca do Quinze ao longo de suas vidas.
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Graziele20 29/03/2023

Livro incrível, simplesmente fascinante. Comecei a lê ele e não imaginava que fosse algo tão incrível, que mostrasse de maneira tão profunda e até mesmo dolorosa a seca, e como ela consegue afetar e acabar com as vidas. Foi ai, que notei a importância de valorizar a chuva.
Uma obra maravilhosa de uma jovem de 19 anos, Rachel foi brilhante em cara palavra dita em seu livro.
O livro só não alcançou as 5 estrelas, por conta da minha enorme exigência para finais de livros, juntamente com o romance que existiu na obra, o romance foi perfeito, porém meu lado apaixonada queria algo mais PORÉM meu lado racional sabe que o melhor foi terminar daquela maneira.
De qualquer modo, recomendo muito essa obra
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alex 05/07/2020

O Quinze
O título é uma referência à seca histórica de 1915 no Nordeste. O livro é incrivelmente direto e "seco". A autora não disseca ou reflete sobre sentimentos, pobreza extrema, desigualdade ou luta de classes. Apenas conta uma história, de forma objetiva e meio descompromissada (e, ao mesmo, totalmente compromissada em desenhar uma realidade dolorosa). A narrativa é simples e dura (seca mesmo). Um clássico dos verdadeiros. E isso, qdo a autora tinha 19/20 anos.
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Pequeno 24/10/2021

Resenha do Livro O Quinze Rachel de Queiroz
O Quinze foi o primeiro romance escrito por Rachel de Queiroz, o livro narra como a seca de 1915 assolou o nordeste brasileiro. Quando o livro foi publicado em 1930, Rachel de Queiroz tinha apenas 19 anos.

A trama se desenvolve em torno de dois eixos: de um lado narra a relação de Conceição, uma professora progressista de 22 anos, com seu primo Vicente, um fazendeiro, meio bruto e muito trabalhador. Por outro lado, narra também a luta do vaqueiro Chico Bento e sua família para sobreviver em meio a seca avassaladora de 1915.

O livro O Quinze, que possui um Glossário, Fortuna Crítica e uma Cronologia, tem uma estrutura muito simples e direta, tornando o livro muito agradável e prazeroso.

Conceição, professora solteira e independente que morava em Fortaleza, sempre passava suas férias da escola com a sua avó na fazendo em Quixadá. Por causa da seca, Conceição convence sua avó a ir com ela para a capital. Chico Bento e sua família também foram forçados a irem para Fortaleza, para fugir da seca, porém, como não tinham dinheiro e não conseguiram ajuda do governo, tiveram que ir a pé; no caminho enfrentaram diversos problemas, como a fome e o cansaço, a morte de um dos filhos e o desaparecimento de outro filho.

Rachel de Queiroz, em O Quinze, descreve de forma extraordinariamente precisa, a seca e suas consequências para a terra, os animais e para as pessoas que mais são afetadas por ela (que moram em cidades do interior do nordeste). É, para mim, o melhor livro sobre o sertão e a seca, valeu muito a pena a leitura.

Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma escritora brasileira. A primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a primeira mulher a receber o Prêmio Camões. Foi também jornalista, tradutora e teatróloga. Seu primeiro romance "O Quinze", ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha.
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Lucas 31/08/2022

Monótono
Na ilustríssima obra O Quinze, que Rachel de Queiroz nos seus dezenove anos de idade publicou e muitos intelectuais da época não acreditaram que foi uma mulher que escreveu algo tão maduro para sua idade... A escritora narra um romance vivido em meio a seca de 1915 que aconteceu no sertão, especificamente no Ceará onde a história se passa.
Rachel descreve um ambiente semiárido e monótono do interior do Ceará e a miséria que os retirantes passavam a procura de saciar a sua fome. Em meio a narrativa, vai ser apresentado a família de Chico Bento, sua mulher e seus cinco filhos que saem do sertão em direção a capital na estrada vermelha e escaldante em meio a caatinga.
Vai ocorrer também um romance entre Conceição e Vicente que cuida de gado. Fora toda essa narrativa, a escritora vai apresentar os problemas que haviam sobre a fome, o trabalho escravo que os retirantes passavam no próprio local e em outras regiões como no Norte do país, direção percorrida pela maioria dos pobres daquele tempo e também o campo de concentração que existia em Fortaleza, usado pelo governo da época com o intuito de isolar os que viam do sertão atrás de ajuda.
Uma belíssima obra como essa não se pode passar despercebido por ninguém ainda vindo de uma escritora e tradutora cearense, primeira mulher a ocupar uma cadeira na (ABL) Academia Brasileira de Letras, e uma personalidade intelectual nordestina.
Cadê a Aline? 31/08/2022minha estante
eu amo esse livro




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