Marcelo Leite 31/12/2023
E se...
Imagina viver em uma outra realidade onde eventos históricos e políticos de grande relevância tiveram rumos completamente diferentes.
Em O homem do castelo alto, o Eixo venceu a Segunda Guerra Mundial, e o nazi-fascismo dominou o mundo. Os EUA passou a ser ocupado por japoneses no oeste e alemães pelo leste, havendo apenas uma zona neutra na faixa central. A escravidão é restabelecida, os judeus praticamente todos foram exterminados, os nazistas já desenvolveram tecnologia para viagens espaciais. Um mundo assustadoramente diferente.
A história gira em torno de núcleos que vivem na área dominadas por japoneses e na zona neutra. O que sabemos sobre os nazistas parte principalmente dá influência japonesa. Os representantes políticos de áreas comerciais e de um vendedor de raridades da cultura norteamericana, são o mote de boa parte da obra. O I Ching dita a tomada de decisão de políticos e civis como uma espécie de oráculo
Vale um destaque ao judeu disfarçado Frank Frink, vendedor de jóias.
Sua ex-esposa, Juliana Frink vive na zona livre, e se envolve com um caminhoneiro ítalo americano.
O livro Gafanhoto torna-se pesado estará presente como leitura para alguns personagens e será importante pois será o disparador das motivações de Juliana na busca do seu autor Hawtorne Abendsen. A obra dentro da obra sugere uma realidade oposta, semelhante a nossa, porém, não igual,com a vitória dos aliados.
Espionagem, morte do líder máximo do governo nazista, os novos rumos políticos devido a ascenção de Goebbels permeiam o medo do que ainda há por vir.
Mas o interessante na obra é que o livro não constrói uma dinâmica maniqueísta. Em alguns momentos vemos personagens americanos sugerindo de que as mudanças foram ruins, porém não de todo o mal, já que implicou a volta da escravidão, expondo uma certa mentalidade reacionária.
Confesso que esperava um contexto com núcleos de personagens completamente diferentes, devido ao que chegou até a mim sobre este livro. No entanto, acredito que este tenha sido culpa exclusivamente minha, já que a obra é o que ela é, e não o que eu gostaria que fosse.