Márcia 10/06/2023
O homem do Castelo Alto
Fui instigada pelo grupo de leitura @leitoresanonimosba para ler O homem do castelo alto, porque ele está relacionado com a segunda guerra mundial e amo estudar as duas guerras. Quando fui pesquisar a temática, me apaixonei: e se o Eixo ? Alemanha, Japão e Itália ? tivesse ganhado a guerra? Como seria o mundo sob o domínio dos nazifascistas. Além disso, Philip K. Dick, o autor, também havia escrito Blade Runner e Minority Report. Parecia promissor.
Dick escreveu O homem do Castelo alto em 1962. Vale lembrar que a segunda guerra termina em 194; uma diferença de apenas 17 anos. Na distopia criada por Dick, o mundo é dividido entre Alemanha e Japão, ambos vivendo quase que uma guerra fria. A Itália não tinha tanto poder. A história se passa nos Estados Unidos, que foi dividido entre os dois lados do mundo: o Japão domina a costa leste e a Alemanha a oeste e um pouco do centro. Há ainda uma zona neutra, também ao centro. Esse mundo é revelado por meio de alguns personagens que se entrelaçam de alguma maneira: um artista judeu que precisa se esconder; sua ex-mulher, professora de judô, que vive na zona neutra e se envolve com um italiano; um sueco que tem um segredo e informações políticas; um americano vendedor de antiguidades, que eram relíquias dos Estados Unidos de antes da guerra (essa parte é muita hilária). Imagine o Mickey se tornando uma relíquia?
Mas a grande sacada do livro é um livro que circula clandestinamente entre alguns desses personagens: O gafanhoto torna-se pesado, no qual o autor faz o trabalho inverso, ou seja, e se os aliados tivessem vencido a guerra, mas nesse outro mundo em que o Eixo domina? Uma distopia dentro da distopia. Outra coisa interessante é o uso constante do I Ching, um oráculo chinês, que funciona como uma espécie de livro da sabedoria a ser consultado no dia a dia. Algo como um horóscopo. O autor, na vida real, era usuário do I ching e comenta-se que o usou para escrever esse livro, inclusive para decidir como seria o final.
Se gostei? Não. Esperava muito mais do livro, pela genialidade da ideia e acho que meu erro foi ir com muita sede ao pote. Demos nota 4 ao final da discussão no clube o livro.