Letícia 11/01/2014
Um novo mundo veste Prada
Eu estava muito ansiosa para ler A Vingança Veste Prada, muito MESMO! Desde quando vi há muito tempo a notícia de que Lauren estaria trabalhando em uma continuação, não parei de pensar em como seria. Devido a uma série de fatores, só consegui ler o livro agora, vários meses após o lançamento, mas devo dizer que a espera valeu a pena. A Vingança Veste Prada foi um livro delicioso de ser lido e que me satisfez bastante.
Antes de começar minha leitura, resolvi ler as resenhas escritas aqui no Skoob. Confesso que me senti decepcionada ao ver tantas críticas negativas, mas nada me desanimou, pois percebi que as queixas eram sempre as mesmas: a Miranda quase não aparecer, a falta do "mundo Runway" e, principalmente, a vingança que não acontece. Um dos maiores erros que as pessoas cometem é julgar um livro pelo título ou pela capa. O título nem sempre é literal. A "vingança" a qual Lauren se refere aparece em todo livro, mas não é uma vingança que Miranda Priestly preparou para Andrea (mesmo porque seria tolice uma mulher tão ocupada e importante como Miranda ficar planejando uma vingancinha como se fosse uma adolescente de 15 anos que quer se vingar da amiga que a chamou de gorda), e sim o sentimento constante de pânico que Andy tem por causa da convivência que teve com Miranda. Ao menos esse foi meu ponto de vista, creio que muitas pessoas poderão discordar e dizer que isso não foi uma vingança e que Lauren se equivocou no título. Mas se for para encontrar uma explicação plausível, eu coloco essa, mesmo se for apenas coisa da minha cabeça e a Lauren tenha pensado em um titulo realmente nada literal – e que eu adoro, sendo condizente com a história ou não.
A sinopse do livro também deixa bem claro: "(...) Andy Sachs tem uma nova vida". Quando fiquei ansiosa para ler o livro, estava ansiosa para ler justamente a vida da Andy, não a vida de Miranda, e eu adorei a forma como Lauren conduziu A Vingança Veste Prada. Escrito em terceira pessoa, enquanto o primeiro volume "O Diabo Veste Prada" é escrito em primeira, a autora conseguiu construir uma narrativa de foco bastante pessoal, centrada realmente em Andy e seus sentimentos e conflitos, e as vezes você até mesmo esquece que não é a própria personagem que está narrando. Lauren conseguiu, mais uma vez, fazer com que você se sinta realmente dentro do mundo de Andy e consiga compreender suas perspectivas.
O livro é constituído por uma série de acontecimentos normais do dia-a-dia (no contexto da história, é claro), mas que são conduzidos de uma forma envolvente e nada maçante. A vida de Andy é certamente bastante diferente do que ela imaginava que seria quando pensava no futuro há 10 anos (tempo passado desde sua saída da Runway até o tempo em que acontece AVVP), e no começo eu havia gostado desse rumo que Lauren escolheu para a personagem. Emily, sua ex-colega de trabalho da Runway e com quem Andy não se dava muito bem, é agora sua melhor amiga e juntas administram uma revista sobre casamentos da alta sociedade, a The Plunge. Andy começa o livro casando-se com o influente e fabuloso Max Harrison, o típico homem com quem toda mulher adoraria se casar - carinhoso, atencioso, romântico e apaixonado. Com isso, a história se desenrola baseada no recente casamento de Andy, seu trabalho na revista e mais uma série de acontecimentos que se tornam importantes ao longo da narrativa, mas que seriam considerados spoiles se eu os escrevesse.
Tenho uma pequena ressalva para o livro, que diz respeito ao fato de Andy descrever sua antiga inimizade com Emily, ainda dos tempos em que trabalhavam na Runway, como um relacionamento extremamente odioso. Quem leu O Diabo Veste Prada sabe que, ao contrário do que acontece na adaptação fabulosa para o cinema, o relacionamento de Andy com sua colega de trabalho não é tão horrível a ponto de serem inimigas, é mais um relacionamento "não-fede-nem-cheira". Entretanto, é a palavra "inimiga" que Andrea usa para descrever Emily no passado. Para mim isso tem mais a ver com o filme do que com o livro, mas, como eu já disse, isso não interfere no enredo do livro, foi apenas um detalhe que chamou minha atenção.
Nos últimos capítulos de A Vingança Veste Prada, a história sofre uma série de enormes reviravoltas que resultaram em um final, em minha opinião, adorável. Vi muitas pessoas dizerem que não gostaram do final, mas finais de histórias são sempre assim: uns amam, uns odeiam. Eu definitivamente estou na turma dos que amam. Lauren me surpreendeu com essa continuação. Confesso que não é inteiramente necessária, mas para os que como eu são admiradores da personagem Andy, foi uma experiência incrível ler A Vingança Veste Prada. Recomendo a todos os fãs de O Diabo Veste Prada e reforço: Não esperem ler mais sobre o mundo Runway, mas apreciem esse novo direcionamento tomado por Lauren Weisberger.