Norwegian wood

Norwegian wood Haruki Murakami




Resenhas - Norwegian Wood


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Arsenio Meira 20/05/2013

Mal acabei de ler e já sinto vontade de reler.

O enredo narra a juventude de Toru Watanabe. A época: o final tormentoso dos anos 60, período rico e famoso.

Numa universidade japonesa, Toru, como qualquer jovem da sua idade, apaixona-se. No entanto, ele viverá um dilema entre duas paixões: Naoko e Midori.A famosa geração de sessenta, também no Japão, vivia seus próprios maniqueísmos e a velha encruzilhada, refletida nos movimentos estudantis em confronto com a geração conservadora dos pais, justamente a geração (a dos pais, tida como ultrapssada e etc) que suportou os horrores da segunda guerra mundial.

Este conflito de gerações, (que se sentiu também na Europa e em nossa plagas) ensejou o confronto entre aqueles que viveram a guerra e construíram a recuperação econômica com base numa disciplina férrea e os filhos, educados nessa disciplina, como condição essencial para o grande objetivo de construir a riqueza material.

Ao longo da obra, Murakami encara estes jovens rebeldes (com os quais Toru, o protagonista do romance, não se identifica) como pessoas pouco esclarecidas, para quem a rebeldia era um instrumento de afirmação, mais do que de defesa de determinados ideais. Tem total sentido.

Os gritos contra a guerra do Vietnã ou contra o sistema universitário eram apenas instrumentos para uma geração sem ideais, vista sob a perspectiva do romance. São ideias revolucionárias que nada alterarão; são ideias ocas, desprovidas de conteúdo.

O livro é extraordinariamente envolvente. Murakami constrói um enredo bem linear, que envolve o leitor numa espécie de solidariedade para com Toru. Talvez este personagem tenha bastante de autobiográfico; no entanto, os dilemas de Toru (os amores, as opções de vida, a forma de encarar o futuro e o passado) são os dilemas de todos nós. Por isso nos revemos nele.

Como diz Reiko (a voz da razão neste livro): “todos somos imperfeitos num mundo imperfeito” e, por isso, não devemos encarar os nossos dilemas com demasiada seriedade.

A vida exige leveza – essa leveza do ser que Murakami transporta de forma encantadora para o romance.

É que a vida, às vezes, encarrega-se de decidir por nós. Assim foi com Toru, um homem perdido nas encruzilhadas…

Romance de formação de primeira grandeza. E o título do romance (Norwegian wood é uma canção dos beatles), em si, já prenuncia a sensação de encanto.

O trecho final da canção é um recado:

"(...)And when I awoke,
I was alone,
This bird has flown."
Carlos Patricio 17/08/2014minha estante
Grande Arsenio! Onde entro vejo uma resenha foda sua! rs
Cara... me interessei pelo titulo pois sou apaixonado pela Noruega. Gostaria de saber o q esse livro tem a ver (se tem) com este país. ?
Abraço!!


Camila A. Meireles 15/04/2015minha estante
Estou lendo este livro, Arsenio! Estou amando. Suas resenhas são tão boas!




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Norwegian Wood, Haruki Murakami - Nota: 8,5/10
Para quem nunca leu alguma obra de Murakami, Norwegian Wood pode ser uma boa forma de iniciar e entrar no mundo do autor. Nessa obra, Murakami se atém ao "mundo real", diferente de fantasias - sem muita explicação - que estão presentes em grande parte de seus livros. A leitura é bem profunda, e o leitor consegue se colocar no lugar de Toru, personagem principal, acompanhando seus pensamentos e problemas do dia a dia. Passando por temas como a juventude e o suicídio, Norwegian Wood tem como pano de fundo o romance entre Toru e Naoko, com seus constantes encontros e desencontros.

site: https://www.instagram.com/book.ster
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Diego Lima 29/08/2021

rei delas
O japonês Haruki Murakami nessa obra com título de uma música dos Beatles tenta abordar temas como solidão, mudança da fase adolescente para adulta, amizade, doenças psicológicas, depressão e suicídio - no Japão os números de suicídios são sempre acima da média.

O Toru Watanabe irá contar da época na qual saiu de sua cidade natal para começar os estudos universitários em Tóquio, tendo em vista que a principal motivação da mudança era fugir dos acontecimentos passados de sua vida. O personagem principal não tem grandes características a qual possam o destacar ou o tornar admirável ao longo do enredo, não possui um plano para seu futuro, apenas tenta ocupar sua vida vazia com atividades para não se perder nele mesmo.

O escritor desenvolve a história de Watanabe com sua amiga de infância Naoko. Uma relação diferente, onde no começo existe pouco diálogo entre eles e muitas dúvidas do que estão sentindo, principalmente por que Naoko é ex-namorada do falecido melhor amigo de Toru. Na faculdade o protagonista conhece Midori, uma jovem muito a frente de seu tempo, que fala o que realmente está sentido sem se preocupar com julgamentos. Por fim, depois de alguns episódios ocorridos com Naoko nos quais a levam a um determinado local afastado da sociedade nos é apresentado a Reiko, que por ter já seus quase quarenta anos, tenta ajudar como a voz da experiência para tentar desvendar o que todos os personagens estão sentindo, mas não conseguem expressar.

Basicamente o livro resumisse na interação de amizade de Watanabe com essas mulheres. O desenvolvimento dos sentimentos que vão nutrindo uns pelos outros. A partilha das dores e sofrimentos. As paixões homem e mulher que surgem entre eles. Demonstra, também, como somos egoístas aos sentimentos dos outros, como não sabemos lidar com a dor do próximo e, o que mais ficou marcado, como não sabemos interagir e ter o tato de entender nossos amigos.

O ponto negativo entendo que seja a grande quantidade de cenas de sexo, é sabido que nessa idade a descoberta e a liberdade para colocar os desejos carnais sejam realmente presentes, mas creio que foi um pouco desnecessário em alguns momentos, mas colocando isso de lado, foi uma história que realmente me fez refletir. Talvez possa não ser a melhor obra do escritor, todavia, é bem proveitosa a leitura, fluida, com ligação parágrafo a parágrafo.
jesusa02 14/10/2021minha estante
Todo mundo fala tão bem desse livro, que é um dos melhores do Murakami, sua avaliação só me deixou mais curiosa :)


B.norte 20/10/2021minha estante
Vou começar a ler esse livro agora! ?


Diego Lima 21/10/2021minha estante
Vale a pena, viu. Só vai ^^




Will Monteath (autor) @willmonteath 13/06/2020

Murakami kami kami
Essa foi meu primeiro livro do Murakami. É fácil se apegar ao Toru, a Naoko e aos personagens que compõem as memórias do rapaz. Por aqui a temática suicídio é tratada de maneira bem levinha. Gol do japão! A escrita é impecável e poética, porééémmm, pro meeeuuu gooosssto, um tanto arrastada. Demora muito pra alguma coisa acontecer, o que me fazia ter aquele conflito interno de ficar encarando o livro e pensando: ?pego você ou dou aquela ligada no Netflix como quem não quer nada?? Conversei com a bonita capa de borboletas pretas, brancas e amarelas algumas vezes. Te amei. Fiquei entediado. Me encantei. Peguei no sono. Murakami, você merecia um 5 pelo trabalho excelente, mas vou te dar um quatrão campeão, OK?

Não é você, cara. Sou eu!

Espero poder te encontrar em Tóquio para tomarmos um saquê geladinho e aí conversamos mais.
Drica 13/06/2020minha estante
Nunca li esse autor, mas tenho uma super vontade.




Max 07/09/2023

Nowergian wood...
O livro trata do amadurecimento e recuperação de dois jovens após o suicídio do amigo de um e namorado da outra. Nesse apoio mútuo seus sentimentos se afloram e daí nasce um amor. O acontecimento mexe de tal forma com suas vidas que ainda que tendo de enfrentar as mudanças próprias da idade ainda buscam se recuperar da perda.
Em se tratando de um livro japonês, vemos aqui o suicídio, que culturalmente é uma solução para o oriental e uma covardia para nós ocidentais, perpassando toda a leitura. O inusitado é ver o autor discorrer sem pudor sobre a sexualidade das personagens.
Nesta viagem, feita numa linguagem espontânea e direta, vemos a leitura nos abraçar e encantar à medida em que nos reconhecemos neles, quando nessa idade, cheios de sonhos e incertezas, descobrimos que não é sobre o mundo que nos cerca que queremos compreender o funcionamento, mas sim sobre nós mesmos.
Amei!
Super recomendo!
Débora 07/09/2023minha estante
Vou ser repetitiva, mas vou dizer novamente: adoro suas resenhas!


Max 07/09/2023minha estante
Obrigado, querida Débora! ??


Fabio.Nunes 07/09/2023minha estante
Estou com Kafka à beira-mar aqui na fila. Já leu?


Max 07/09/2023minha estante
Não li, Fábio! Mas depois dessa experiência vou ler muito mais do Murakami!?




carlosmanoelt 02/03/2024

?Aos domingos, eu não dava corda em mim mesmo.?
?Norwegian Wood" de Haruki Murakami é uma obra com atmosfera melancólica e introspectiva, que mergulha profundamente nas complexidades da juventude, amor e perda. A narrativa é habilmente construída em torno das experiências do protagonista, Toru Watanabe, enquanto ele navega pelos altos e baixos emocionais da vida universitária e os relacionamentos tumultuados que o cercam. Murakami tece temas de solidão, desejo e trauma de forma envolvente, levando os leitores a uma jornada emocional intensa. Em suma, é um romance poderoso que ressoa com muitos leitores devido à sua sinceridade e profundidade emocional.
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Renata CCS 29/03/2014

“I once had a girl, or should I say, she once had me?” (Norwegian Wood – The Beatles)

"- O suicídio tanto pode ser afirmação da morte como negação da vida. Tanto faz.
- É mentira. E vou explicar: o suicida é aquele que perdeu tudo, menos a vida." (Fernando Sabino)


Ao pousar no aeroporto de Hamburgo, Toru Watanabe começou a ouvir dos auto-falantes do avião uma versão orquestrada de Norwegian Wood dos Beatles. Imediatamente suas recordações o levam de volta ao passado, há vinte anos, quando passeava por Tóquio na companhia de Naoko, e se lembra de uma antiga promessa: nunca se esquecer dela. É este o gatilho que faz desenrolar a história de NORWEGIAN WOOD, com Toru narrando em primeira pessoa diversas passagens de sua vida.

Com o movimento nos anos 60 contra a Guerra do Vietnã como pano de fundo, a história se desenvolve capturando a juventude de Toru, dos 18 aos 20 anos, quando morava em um alojamento nos primeiros anos da faculdade em Tóquio. Ele leva uma vida sem grandes acontecimentos, dividindo seu tempo entre os estudos e o emprego monótono em uma loja de discos, até que o dia em que cruza com Naoko, a namorada de seu melhor amigo, Kizuki, que havia se suicidado um ano antes. Primeiro surge uma amizade silenciosa apoiada na lembrança de Kizuki, depois, um amor romântico, porém cheio de receios. É neste momento que surge Midori, colega de Toru nas aulas de História da Arte, o oposto perfeito de Naoko. Enquanto esta última exala tristeza, insegurança e até uma certa morbidez, Midori é eloqüente, extrovertida, completamente explosiva de sentimentos, liberada e liberal.

Em resumo, NORWEGIAN WOOD trata dos rumos do coração, mas não se trata, porém, de uma abordagem simplória. Há toda uma atmosfera de instabilidade emocional e o suicídio é uma constante no livro. Murakami nos apresenta uma sociedade japonesa suscetível a isso e trata do assunto com uma franqueza espantosa, mas não usando de questionamentos quanto às motivações do ato em si, mas entrando nos sentimentos e nas reações de quem toma uma atitude como esta. Sim, o tema é pesado e pouquíssimos livros me deixaram com um vazio tão grande ao terminar a leitura como aconteceu com esta obra. Fiquei com uma profunda sensação de perda e de impotência diante dos acontecimentos narrados, e por serem tão reais, não conseguia largar o livro.

Para finalizar, penso que não seja um livro que exatamente todos venham a apreciar. Tem um ritmo próprio e uma temática forte, só dele, mas que é recompensador. Valeu a leitura.


Resenha originalmente publicada em 29/11/2013.
Paty 04/12/2013minha estante
Algumas coisas neste livro me assustaram, não no sentido de medo mas coisas que me tocaram emocionalmente de uma maneira que eu não esperava.


Renata CCS 06/12/2013minha estante
Paty, minhas impressões são bem parecidas com as suas. Emocionalmente, é um livro inquietante.


Arsenio Meira 10/12/2013minha estante
Um romance que já começa acertando no título (não liguem, sou beatlemaníaco!) tem tudo pra dar certo. Estou com Paty e Renata: é um romance que aborda com especial densidade a vida dos personagens numa época extremamente rica, sob todos os aspectos. Os anos 60 parecem e são míticos. E a volúpia da personagem Midori é bem sintomática desse período; ela não estava nem um pouco preocupada com o olhar reprovador do vizinho, para usarmos uma metáfora ampla e jocosa. Um livraço.


Renata CCS 11/12/2013minha estante
Arsenio, em relação ao título concordo com você. Durante a leitura não conseguia tirar esta música da cabeça.
Também achei Midori fascinante, foi a personalidade que mais me cativou durante a leitura!
E o grande mérito de Murakami é o de representar as inquietações de todos os jovens neste processo de transição, dos medos e da aquisição de responsabilidades. Porém, Norwegian Wood foi de uma experiência de leitura triste, melancólica. Murakami ao seu nível: excelente.


Joy 11/12/2013minha estante
Fiquei encantada com a escrita do Murakami, requintada e delicada. É um livro sobre a vida e a morte, sendo que a morte não é encarada como o fim da vida, mas sim como parte dela. Tenho a certeza que me vou recordar deste livro em vários momentos da minha vida!


Jayme 11/12/2013minha estante
Mas, Renata... três estrelas? Mesmo? rs


Renata CCS 12/12/2013minha estante
Olá amigo Jayme,
O talento de Murakami é indiscutível, mas não vou avaliar um livro apenas pelo brilhantismo do autor, mas também pela minha sensação ao término da leitura. São, no mínimo, três estrelas. Incoerente? Talvez... mas não vou desmerecer esta bela obra pelas minhas impressões e expectativas.
Grande abraço!


Jayme 12/12/2013minha estante
Entendi... o impacto da primeira leitura!


Daniel 09/03/2018minha estante
Se eu tivesse lido este livro aos 20 anos provavelmente seria o livro da minha vida.
Hoje não...




clara 23/06/2021

Esse foi o primeiro livro do Murakami que li e, de cara, fiquei apaixonada pela sua escrita. Em Norwegian Wood, o autor descreve sentimentos delicados e complexos com muita maestria. Para quem se identifica com as vivências dos personagens, é daqueles livros que você lê e pensa: alguém conseguiu colocar em palavras o que eu sinto (e eu amo quando isso acontece).

Embora algumas passagens do livro tenham me desagradado, sinto que uma possível releitura no futuro possa me trazer novos esclarecimentos e outros pontos de vista.

Norwegian Wood é, acima de tudo, um livro sobre a vida. É sobre as pessoas que fazem parte dela. É sobre compreender, quando jovem e diante das transformações da juventude, que a vida é efêmera, finita, complexa, repleta de acontecimentos que fogem à nossa compreensão. É sobre o quanto e como queremos vive-la.

Independente da nota, recomendo demais a
leitura.
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Pappa 20/02/2010

Romance melancólico e arrebatador
Caramba, não consigo nem expressar o que sinto logo após ler este livro. É de tirar o folego.

Vamos lá: o livro conta a história de Toru Watanabe, um homem que ao ouvir a música Norwegian Wood ao desembarcar de um avião relembra uma promessa feita na época em que ainda era um adolescente: a de que nunca se esqueceria de Naoko, uma garota com quem havia se envolvido nos tempos de faculdade (anos 60). Naoko fora namorada de seu melhor (e único) amigo dos tempos de escola, porém após este ter se suicidado, um encontra no outro o único elo que os liga ao resto do mundo. Naoko, por não se recuperar da perda de seu antigo namorado, acaba passando por sérios problemas, e nesse ínterim Toru conhece Midori, uma colega de faculdade. Os dois passam a se afeiçoar, e então chega o principal ponto do livro, que é a escolha que Toru deve fazer: se apegar a seu passado, ou partir para um novo futuro.

É uma história de romance, mas sempre permeado por uma melancolia que chega a ser em alguns pontos assoladora. É uma história sobre a passagem para a vida adulta, sobre responsabilidades, enfim é um catado de tudo isso.

O que torna a trama angustiante é o vai e vem entre Naoko-Toru-Midori, quando parece que as coisas se encaminham para uma solução, vem uma reviravolta. A loucura parece tomar conta dos três personagens em ondas, quando um está bem, o outro está mal, depois tudo muda.

Por sinal, o ponto forte desse livro são os personagens. Nos livros de Murakami os personagens sempre são elementos fortes na trama, marcantes, mas neste livro os personagens atigem um nível especial. Eu os tomei, todos eles, como amigos íntimos. Toru, Naoko, Midori, Reiko, o pai de Midori (que aparece num dos melhores trechos do livro), Hatsumi e até Nagasawa e o Nazista, são personagens extremamente verossímeis e cativantes. Cada um tem suas qualidades e defeitos, mas eu acabei torcendo por cada um deles.

O estilo Murakami de contar histórias me parece semelhante a seus outros livros, porém a temática deste é totalmente diferente dos livros que li. Mas de certa forma chega a ser até melhor.

Um ponto deve ser levado em conta: se você se sente incomodado com trechos quase que pornográficos, evite este livro. Estes trechos são bem comuns, mas no meu entendimento não são nem um pouco forçados ou apelativos. São tratados como parte da vida de um adolescente.

Em suma, Murakami definitivamente é meu autor favorito, não há como negar. É a conclusão que chego após ter lido 5 dos seus livros, gostado de todos, e ainda tendo 3 como livros favoritos (incluindo este aqui). Este é um daqueles livros que se sente tristeza quando acaba, porque você acha que poderia continuar lendo até não poder mais.
Marina 24/02/2010minha estante
Tbm adoro o estilo do Murakami. Este, junto com Kafka à beira mar, foram os que mais gostei dele até agora.


Arthourius 11/08/2010minha estante
Incrível a resenha! Me estimulou a ler o livro. Murakami parece ter o estilo que eu curto em literatura.


princessmiwi 01/08/2011minha estante
ótima descrição. Como você, amei esse livro, especialmente pelos personagens, incomuns, tão profundamente humanos e cativantes.

estou atrás de outros livros de Murakami também, espero me tornar uma fã :)


Katsumi 13/02/2013minha estante
Adorei a resenha, estou quase terminando este livro e estou achando fantástico.




Wercton 30/11/2023

O coração humano à beira de um obscuro poço
"Em plena vida, tudo girava em torno da morte."

Esse é o meu 4° livro do Murakami e, como em todos os outros, tive uma experiência muito imersiva em sua imaginação, composta de uma atmosfera melancólica e personagens perdidamente solitários procurando uma forma de fugir do vazio que carregam no peito.

Aqui, um jovem universitário tenta lidar com o suicídio de seu melhor amigo enquanto se aproxima da (ex-)namorada do mesmo. É uma colisão de duas solidões, uma tentativa de, ao olhar para o outro, entender a si mesmo. Um olhar sobre a vida, tendo como fundo a morte e as diferentes formas que processamos o luto.

Esse livro é o que se chama de "romance de formação", onde acompanhamos um personagem em sua fase de amadurecimento, tentando conciliar seus comportamentos juvenis com o peso da vida adulta que chegou. Lembrou-me muito O Apanhador no Campo de Centeio, com o protagonista aqui também vagando pela cidade melancolicamente em certos momentos e com um sutil desenvolvimento diante dos acontecimentos que vão se desenrolando.

É preciso ter paciência em certos momentos com o protagonista, e existe alguns acontecimentos bem questionáveis na trama. Mas, para mim, tudo é muito bem justificado tendo em mente que somos todos seres humanos cercados de imperfeições.

Um traço que admiro muito nos personagens do Murakami - e nesse livro não há exceção - é a sinceridade dos personagens nos diálogos, se abrindo e sendo transparentes a respeito do que sentem e mesmo do que desejam (até sexualmente), por mais "não ortodoxos" que sejam muitos desses sentimentos e desejos. Sua narração é exímia, especialmente quando se trata de um personagem relatando seu passado na história, sempre muito involvente de modo que é impossível largar o livro até o fim do relato.

Minhas expectativas não estavam altas devido à algumas críticas que vi, e por isso o livro me surpreendeu bastante. Recomendo muito a leitura, mas esteja preparado para discordar de muitas ações tomadas pelos solitários e controversos personagens do Murakami.
Ricardo 01/12/2023minha estante
Essa sinceridade dos personagens é algo que acabo sempre buscando no mundo real também. Às vezes eu sei que não vai levar à resolução da situação, mas por mais que pareça que você se fragiliza, muitas vezes é o contrário, a outra pessoa não espera tamanha coragem de se abrir totalmente sobre o que você acha, o que quer, ou mesmo sobre a sua indecisão. E não há nada melhor pra seguir em frente do que não deixar mal entendidos pra trás.




naju 27/07/2022

sinceramente?
eu esperava mais. bem mais. eu vi esse livro como um dos fundamentais para ler antes de qualquer outro, um clássico. é de fato, muito bem construído, descritivo e ambientado. as personagens tem um desenvolvimento atroz. é completamente bem feito. passa toda a ambientação e todo o psicólogo da sociedade japonesa na época. fiquei chocada - extremamente chocada- pelas narrações explícitas de sexo, como foram tão comentadas de forma aberta e livre. talvez um esteriótipo da cultura japonesa, ou mesmo um tabu, mas o panorama e a cultura, mesmo por esse livro, me abriram bem os olhos sobre esse povo.

acabei me decepcionando de certa forma com o final. foi inevitável, era sabido. tinha consciência do fim com a história rolando, acabou se tornando óbvio demais, não teve surpresas. condeno ainda os últimos atos do protagonista por não terem sentido - ao meu ver-.

em suma, um romance com um caráter depressivo, fugaz e totalmente sensível. é uma recomendação, mas acredito existirem outros melhores.
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Henrique_ 16/03/2021

Livro estilo de escrita fluida, narrado por um adolescente, Toru, e que conta a história de seu romance com Naoko no Japão do fim da década de 1960. Romance adolescente, vamos pensar. Só que não. Esse romance está rodeado de um tema polêmico, triste e que merece ser debatido. Vale a leitura.
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Lisa 04/12/2022

Canções de solidão
O Murakami tem como parte de sua assinatura literária o enfoque em momentos triviais do dia, o corriqueiro da rotina, emoldurando cenas de cenários e pensamentos simples que logo se tornam reflexões profundas. Há uma lentidão natural no passar de suas histórias, temos que aguardar tal como o tempo do esperar de uma gota que se forma e resiste em cair, que embora leve segundos, nos soa infinito. Em nenhum outro livro, essa marca é tão tangível. As páginas passam e a gota não cai, a impaciência vai tomando forma, é preciso respirar, vc quer sacodir para que ela caia de uma vez e te livre da agonia. E então, simplesmente, você aceita a inevitabilidade, vai cair quando tiver que cair, enquanto isso há muito mais para se ver, olhe em volta.
Esse é também o livro que li do autor que mais possui camadas e profundidade. A história além de ir se revelando para o leitor a sua própria velocidade, vai lentamente te quebrando, te mostrando suas dores, se abrindo em carne vive, se despudorando ao nossos sentidos. E tal como a água molda a costa, também somos. Norwegian Wood dói, aquela dor solitária, fria, injusta. Seus personagens tendem a estarem em conflitos, deprimidos e com perdas, mas em nenhuma história isso se faz tão presente e seriamente como nesta.
Murakami fala aqui pela primeira vez que vejo, diretamente sobre saúde mental, sobre suicídios, sim, no plural. Eu falei, esse livro "dói dolorido". Sobre como a morte acompanha e está sempre presente, seja morrendo ou deixando de o fazê-lo. Nos fala sobre as fugas que criamos para continuar levantando todo dia, as lutas que travamos para melhorar e as derrotas que temos com isso.
Embalados pelas músicas dos Beatles, acompanhamos Kizuki, Naoko, Toru, Midori, Reiko e as canções de suas vidas, algumas terminadas antes da hora, outras para terminar, algumas seguindo a serem tocadas. No fim "os mortos vão continuar mortos, mas nós precisamos levar nossas vidas adiante." E no entanto, Toru nos diz "um dia você arrastou parte de mim para o mundo dos mortos. E agora X puxou outra parte de mim para esse mundo. Às vezes eu me sinto transformado no zelador de um museu. Um museu sem visitantes, totalmente vazio, do qual eu cuido exclusivamente para mim." Eu falei, Norwegian Wood dói remansoso e solitário. Dói here, there and everywhere, e nos canta look at all the lonely people, certo Paul?
Toru é um Nowhere man, Naoko e Midori são nossas lost little girl norwegian wood. E esperamos apenas que após tanta long and winding roads o final seja Here comes the sun, George.
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Jow 05/10/2012

Sobre amor e decisão.
"But i, i'll never forget you
I'll never forget you
You make things so easy
I'll never forget you"

I'll Never Forget You - Birdy

Amar não é apenas um sentimento, amar também é uma decisão! Decidir o que ou quem amar na vida é um passo fundamental para caminhar em rumo a felicidade. O grande contraponto que está implicado no amor é que ele não se sustenta sozinho, não aprende a se moldar para a solidão, não consegue viver escondido e trancafiado.

Todos temos nossas próprias concepções de amor, elas podem (ou não!) mudar com o tempo e com as várias experiências que vamos vivenciando ao longo da vida, mas sempre surgirá algo que nos fará repensar algumas verdades que pensamos ser imutáveis. Haruki Murakami consegue isso, e “Norwegian Wood” é um livro sobre a juventude, o relacionar-se, a depressão e a morte. É sobre amor, mas também sobre desamparo e perda.

Murakami é um mestre em criar enredos apaixonantes e suas tramas sempre estão carregadas de conceitos traduzidos em sentimentos. Toru, Naoko e Midori são personagens com feridas profundas, desestabilizadas, desamparadas. São pessoas levadas, por situações extremas, a lidarem consigo mesmas, algumas terão sucesso, outras não. A dor é praticamente palpável em toda a narrativa, até os momentos felizes carregam uma dor nostálgica. Murakami nos faz entender que não pode existir uma realidade perfeita, imaculada e de eterna felicidade. Estamos interagindo sempre com duas forças distintas, mas ao mesmo tempo intrínsecas, que se abraçam nos momentos mais sublimes da nossa vida para nos mostrar um grande clichê dessa vida: Que não pode existir o amor sem a dor!

Quando nos afundamos na rotina de Toru temos contato com a nossa própria vida, nossos relacionamentos e visão nossa de mundo. A narrativa flerta com a dura realidade que é a dor de crescer, de ter de deixar a adolescência para trás, e de conviver com quem desistiu pelo caminho. E se percebe isso de forma muito presente com as histórias de Reiko, Hatsumi e do ótimo Nagasawa, um experimentador e crítico de uma vida que abre caminho para vitória e para derrota.

Murakami muda constantemente a energia da narrativa dependendo do personagem que está com Toru, e um dos momentos mais evidentes dessa experiência é no momento em que ele viaja para encontrar com Naoko. É interessante a quebra de clima da história nesse momento: é como se o mundo se convertesse também naquele cenário bucólico, como se ele limitasse o mundo. Pensei em mim mesmo, em como às vezes tenho vontade de fugir para algum lugar tão tranquilo, sossegado e harmônico – e como o próprio livro mostra isso como uma fuga fácil, uma alienação, que poderá cobrar seu preço, nada barato. Essas escolhas ficam mais evidentes no contraste entre Naoko e Midori. Cada uma, ao seu modo, sofreu perdas severas e teve de lidar com isso, mas enquanto Naoko escolheu desistir, Midori decidiu viver, ainda que de forma excêntrica e contestadora.

E assim chegamos ao “MacGuffin” da história: Toru que ama e espera por Naoko não consegue entender o porquê de Midori fazer o mesmo por ele. A complexidade dos sentimentos envolvidos é enorme, e Toru se vê cada vez mais atraído tanto por Midori quanto por Naoko. E quando todas as cartas se encontram estendidas na mesa, os amores em jogo se tornam mais que um simples sentimento torna-se uma escolha.

E essa é a lição: Em qualquer lugar do mundo, pessoas se ferem. Pessoas não suportam. Pessoas buscam maneiras de seguir adiante, pessoas escolhem – e se são melhores ou piores escolhas, quem poderá dizer?
Alan Ventura 06/10/2012minha estante
O tipo de resenha que eu gostaria de ter escrito sobre um livro que eu gostaria de ter escrito! Parabéns!


Carol Minardi 09/04/2013minha estante
Eu simplesmente AMEI este livro! Volta e meia, me pego pensando nele e nas imagens que eu criei, ao lê-lo. Um dos melhores.

A resenha está perfeita também!

PS- Vc já viu o filme?


Alana Homrich 17/02/2015minha estante
Bela resenha, parabéns. E torna-se melhor ainda ao lê-la escutando a música citada.
Fiquei com vontade de ler este livro. =)




Tatta 26/03/2021

quem não ama o Japão?
são muitas as imperfeições desse livro, só que a prosa é boa. a sensação de vida incompleta do Toru é latente.

aquela síndrome que ocorre nos países desenvolvidos, em que a pessoa não entende seu papel no mundo, é muito presente.

o livro é bem sexual, mas parece decorrer de uma intenção do autor de falar um pouco sobre jovialidade e nosso lado animal.

nós tomamos um banho de cultura ao longo da narrativa, muitas músicas e livros. até Desafinado do Tom Jobim é citada!

não tem como evitar a comparação com ?Apanhador no campo de centeio?. penso que o autor incorporou bem a atmosfera daquele livro, só que com um toque mais suave, agridoce.
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