Água Funda

Água Funda Ruth Guimarães




Resenhas - Água Funda


95 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Caio Faiad 18/11/2021

Um romance de causos
Fiquei passado como uma história se emenda na outra, com personagens que vão e que voltam. Contei ko vídeo no meu canal...
comentários(0)comente



Elba 02/11/2021

Como uma roda de conversa
A sensação é como chegar na casa de um conhecido e passar o tempo escutando as conversas sobre os acontecimentos do lugar, sobre a vida dos vizinhos, sobre a vida daquele povo.
O apego que a história traz, vontade de conhecer todos os personagens, conhecer aquele lugar, questionar as atitudes que por ali acontecem.
Feliz por ter conhecido a literatura de Ruth Guimarães, deveria ter conhecido antes.


"Alguma coisa guia os perdidos para o caminho de casa. Assim como as águas correm para baixo, a gente segue o caminho que tem que seguir..."
comentários(0)comente



Lílian 25/10/2021

Um dos meus tipos preferidos de livros
Ah, que delícia...
Lembrou quando eu, menina da capital, sentava e pedia pra minha avó me contar as histórias do tempo e da cidade dela, no Recôncavo Baiano.
Hoje em dia, já não tenho mais minha avó, então, quando a família se reúne no sítio, peço a mesma coisa aos meus pais e tios, que são todos do Recôncavo também.
Uma roda boa de prosa com bolo de milho, de aipim, café fresco, chá de capim santo, Amós Oz (meu cachorro fofoqueiro) com a cabeça nos meus pés e a orelha em pé e hoooooras de causos, risadas, lembranças de infância, cantigas, expressões, ditados, palavreados dessa região da Bahia.
Esse livro traz exatamente essa sensação de trocar um dedo de prosa sem pressa, só que fala de uma região de Minas Gerais.
comentários(0)comente



Patresio.Camilo 21/10/2021

Sim, precisamos falar mais de Ruth Guimarães
A Ruth é mais uma daquelas escritoras que descobrir agora, mas deveria ter descoberto na escola, e não sei o porquê.
Ganhei este exemplar de uma pessoa que eu gosto muito, ou melhor: amo.
O livro é de uma singeleza maravilhosa, contando a história da Fazenda Água Funda.
Um local que um dia morou a felicidade, mas infelizmente lhe rogaram uma praga.
Com uma gama de personagens complexos, e alguns simples, a leitura vai mostrando a história no decorrer do tempo em Àgua Funda.
Um livro para ler e um dia reler, e obrigado Ruth.
comentários(0)comente



Ferferferfer 01/09/2021

O mundo mágico de Ruth Guimarães
Certo dia na aula da pós, sugeriram a leitura desse livro, e só pela capa me senti totalmente inclinada a comprá-lo. Sabe como é, sou apaixonada pelo modernismo brasileiro.
Ficou ali na minha estante, esperando, fatigado, que eu o pegasse e folheasse. Ficou assim por quase 6 meses, nesse flerte distante. A necessidade de ler mais mulheres me voltou a ele, e assim embarquei nessa narrativa - não antes, claro, de pesquisar mais sobre ela. Em certa entrevista, ela diz: "Eu conto a história da roça, de gente da roça, do caipira. Eu também sou caipira, modéstia à parte. Eu não me importei muito se havia uma tendência, ou se havia uma inclinação para contar a história do preto; como eu também sou misturada, o meu livro é misturado. Como eu sou brasileira, nesse sentido de brasileiro todo um pouco para lá, um pouco para cá, o meu livro também é assim, um pouco para lá, um pouco para cá", e, de alguma forma, eu soube que tinha feito a coisa certa.
Para quem gosta de um realismo mágico, essa estória é um prato cheio. Pode ir, sem pestanejar. Há a presença muito forte de toda a crença "misturada" do Brasil, em um espaço bastante rural, tropeiro, com os mais diversos personagens que, sim, vão te levar para aquela atmosfera. Você vai se sentir dentro das conversas, querendo que o Bugre te proteja, ao mesmo tempo que ele também pode te deixar pensativo sobre sua própria personalidade. As vidas de Joca e Curiango são acompanhadas por nós, ao mesmo tempo que também notamos a decadência de todo aquele núcleo.
Acredito que o livro é um aconchego pelos cortes de narrativa que ocorrem, sempre trazendo uma espécie de "pensamento" de quem conta a história, que vai te fazer repensar em tudo.
comentários(0)comente



Paula 09/08/2021

A história passa-se na Fazenda Olhos D'Água, no sul de Minas Gerais, entre o fim do período escravocrata e as primeiras décadas do século XX
comentários(0)comente



Christiane 05/08/2021

Logo após ler Torto Arado li Água Funda, e são dois livros fundamentais para se compreender a vida nas fazendas pelo viés do trabalhador, e não dos fazendeiros e suas sinhás e sinhôs.
Ruth Guimarães nos relata a vida em uma fazenda no Vale do Paraíba, na divisa de São Paulo com Minas Gerais. É a vida caipira da região e dos ex-escravizados do tempo do café.
Passei toda minha infância nesta região, então reencontrei muito do que já conhecia, a linguagem, as crenças, as comidas, o jeito de viver do caboclo.
Muitos chamam de literatura fantástica, eu sinceramente penso que se trata da cultura, do folclore e de crenças que como disse Itamar de Torto Arado, prefiro chamar de religião. O caboclo é supersticioso, acredita em assombração, em pragas, em maldição. É cultural isto. A mãe de ouro, a mãe d'água, a Iara, a sereia, é o folclore que no surge e Ruth nos relata como ele se insere na vida destas pessoas.
Temos duas histórias principais, a da Sinhá Carolina e a de Joca. Este último se vê enfeitiçado pela Mãe de Ouro, o que se equivale ao encantamento das sereias que levam os homens para o fundo do mar. Só que no caso dele foi o deboche que lhe trouxe a praga, a maldição, mas ele já estava enfeitiçado antes.
A autora consegue trazer a linguagem cabocla sem caricaturar, sem forçar, a falada mesmo, a que ela mesma ouviu. Apesar da pobreza geral ela não força nisto, mas na vida deles, e o matuto sabe também ser feliz, porém é claro que poderia ter a vida melhorada. Mas há uma denúncia sobre o recrutamento dos trabalhadores para ir para o sertão, iludindo-os com um ganho maior, o que não passa de uma cilada, uma vez que lá eles são tratados piores que os escravizados. Infelizmente ainda vemos casos assim, do trabalho escravo em fazendas.
É também a história do Vale e suas fazendas, que primeiro pertenceram a coronéis, e depois foram as empresas, a Companhia, que assumia, mas de nada valeu para os trabalhadores, que continuaram sem ganhos extras ou melhorias.
Ruth Guimarães nos traz um belíssimo livro sobre este povo que vive nas fazendas e nas pequenas cidades do Vale do Paraíba.
comentários(0)comente



Helissa 03/06/2021

Um deleite
Um dos melhores livros que li na vida. Talvez o melhor do ano! Ruth Guimarães traz a simplicidade erudita do homem e da mulher rurais traz reflexões sobre a natureza humana e aciona memórias afetivas que nos emocionam profundamente.
Uma obra e tanto!
comentários(0)comente



Faluz 25/05/2021

Olhos d'água - Água Funda
A prosa poética nos alcança num livro que nos conta a história de um lugar e seus moradores ao longo de anos. Seus moradores, seus amores, dores e crenças, num vocabulário muito próprio das pessoas muito próximas na vida do campo, com seus aspectos mágicos.
Deliciosos momentos de pureza de vida.
comentários(0)comente



Adriana1161 21/05/2021

Um clássico
Primeiro romance de Ruth Guimarães.
Literatura fantástica, retrata a vida caipira no Vale do Paraíba.
Conta duas histórias entremeadas, separadas por meio século. Começa no final do século XIX, ainda escravocrata, no sul de Minas, e vai até meados do século XX.
Narrador anônimo, mas a autora dá bastante voz aos personagens. Linguagem própria.
"Um destino terrível", é um dos "personagens" mais fortes. Presença de encantados/entidades.
O livro é curto, mas a história é envolvente e bem desenvolvida.
Gostei muito!
Personagens: Maria Carolina/Sinhá, Joca, Curiango, Cecília, Luís Rosa
Local: Vale do Paraíba - final século XIX, início século XX
comentários(0)comente



Giselle 20/04/2021

Água funda foi o romance de estreia de Ruth Guimarães, publicado em 1946, quando a autora tinha apenas 26 anos, e o responsável por fazer de Ruth a primeira escritora negra a alcançar uma projeção nacional.
O romance é ambientado no sul de Minas Gerais, na fazenda Olhos d’Água, e dividido em dois momentos, com diferentes personagens centrais. No primeiro momento, narra a história de Sinhá Carolina, uma senhora de terras escravocrata que vende suas terras à uma companhia e caminha em direção à sua ruína. No segundo, já após a abolição da escravidão, algumas décadas mais tarde, as mudanças e modernizações realizadas na fazenda pela companhia que a adquiriu já estão em andamento. Nessa segunda parte, as histórias narradas são as de Joca e de Curiango, que estão sutilmente entrelaçadas com a da primeira protagonista.
Outro elemento que interliga toda a narrativa é a presença de elementos fantásticos na história: testemunhas de aparições e assombrações na fazenda e, principalmente, da Mãe de Ouro, uma entidade que influencia a vida dos personagens centrais da obra constantemente.
A história é narrada por uma figura que não se identifica, ao mesmo tempo em que passa a ideia de pertencer ao grupo ao redor do qual se desenrolam os acontecimentos. Essa figura não apenas narra, como se comunica diretamente com o leitor e emite suas próprias opiniões dos eventos. A sensação que fica é a de ouvir uma história de uma avó, que viveu, viu e ouviu muitas coisas durante sua vida.
Tive dificuldade no início da leitura pela quantidade de coloquialismos e expressões regionais, as quais não tinha nenhum conhecimento sobre, e pelos saltos temporais na narrativa. Mas, da segunda metade para o fim, a leitura fluiu muito bem. Os mistérios e a jornada de Joca despertaram meu interesse rapidamente. Também gostei muito da forma como a narradora (para mim, é uma mulher) impõe suas próprias opiniões, e como, ao final de cada capítulo, emite uma frase que dá um tom de suspense aos próximos acontecimentos e te impulsiona a continuar lendo.

Para mais resenhas: @litclassica no Instagram
comentários(0)comente



Rhu 28/02/2021

Água Funda: O fantástico mundo de Ruth Guimarães
Ruth Guimarães em seu primeiro livro já escreve um clássico. Publicado em 1946 ?Água Funda? apresenta as histórias fantásticas da fazenda Olho d?água, um lugarzinho perdido entre sul de Minas e Vale do Paraíba e acompanha ao passar dos anos, entre o fim do período escravocrata e as primeiras décadas do século XX, as mudanças desse lugar e o medo dos moradores, sobre o olhar de um narrador maravilhoso.

Duas camadas narrativas estão presentes na obra, a história de Sinhá Carolina, de início, e que se prolonga durante toda a história e mais à frente o romance entre Joca e Curiango. Uma personagem de destaque e que guia boa parte da narrativa é a entidade Mãe de Ouro, irremediável, ela se apresenta como o destino e o medo dos personagens. As histórias contadas nos fazem lembrar das histórias de terror da infância, dá aquele frio na barriga e são histórias únicas e instigantes: são as lendas, os mistérios e as superstições desse povo.

A narrativa desse romance ? em terceira pessoa - flui como água, um grande ponto é o primeiro capítulo, somos acompanhados por um narrador, desconhecido, com poucas informações, mas que se torna nosso amigo de cara, ele aponta, mostra, como estivesse sentado do nosso lado, deixando as descrições mais claras e vibrantes. O narrador tudo vê e tudo sente. Outro fator que nos aproxima bastante é a forma como a história é contada: ao longo dos anos; boa parte da vida daquele lugar é vivida também por nós leitores. Podemos enxergar as marcas da oralidade, mais compassada e as vezes lenta, que pode causar estranheza para alguns.

Acompanhado de escrita espetacular, a autora não inventa, não força, os vocábulos são próprios daquele povo, saem naturais e fazem toda a diferença na construção da verossimilhança, a voz do caipira está ali, presente nas bebedeiras, nos casamentos e nas festas dos santos. Além da língua, os sofrimentos daquele povo também são reais, ao tratar da exploração do homem do campo que sonha em conquistar o que é seu e busca por mínimo de conforto, a autora nos alerta de uma realidade cruel e que se perpetua até hoje, temática inclusive que foi tratada por Itamar Vieira Junior em Torto Arado, publicado em 2019. Sinto que essa obra me acolheu para viver em seu mundo fantástico e por mais que a temática me agrada muito, confesso que fui surpreendido. Uma obra que deve ser conhecida e divulgada, traz temas pertinentes e uma escrita maravilhosa.
comentários(0)comente



ViviCs 07/02/2021

Encanto de linguagem
O prefácio de Antônio Cândido traduz tudo e diz muito mais do que eu poderia dizer sobre esse livro. Com uma linguagem encantadora, a autora consegue a proeza de dar uma voz única e realista aos personagens de um romance classificado como regionalista. A narrativa, aparentemente entrecortada e construída com saltos temporais inesperados, mostra sua enorme habilidade em surpreender. Ruth Guimarães nos conduz até Olhos d?Água para revelar seus segredos com uma sutileza excepcional. Leitura encantadora!
comentários(0)comente



Bia 25/01/2021

Canoa em água funda
Há algo muito especial sobre esse livro; toda a construção imagética-linguística dele se consolida na sensação de estar ouvindo a história de uma cidade diretamente da boca de seus moradores, em vez de lê-la no sofá de casa. Um mergulho profundo na ambientação, nos personagens, na narrativa que vai e volta no tempo como se o contador estivesse ansioso para chegar ao final. Sem apelar para caricaturas ou lugar-comum, Ruth Guimarães nos entrega uma viagem no tempo, no espaço e em nós mesmos.
comentários(0)comente



Maria Clara Mendes 19/01/2021

Merecia o reconhecimento de clássico
Água Funda é o primeiro romance da Ruth Guimarães e foi lançado em 1946.

Uma prosa interiorana, mas como bem disse o Antonio Candido no prefácio, sem "querer imitar com ânimo de exotismo pitoresco os modismos caipiras foneticamente sugeridos". 
 
Vai contar histórias de diversos personagens e mitos do folclore brasileiro com toques de realismo mágico.

As histórias nem sempre se entrelaçam, mas estão presentes na vida cotidiana do interior que muitas vezes a gente só ouve falar, mesmo que não estejamos envolvidos. Filho de fulano, neto de ciclano, casado com beltrana.

Gosto de falar dos sentimentos que os livros despertam em mim e em Água Funda, muitas vezes me peguei extremamente indignada com as situações colocadas. Como as pessoas se comportavam frente a injustiça, como davam a vida e sorriam, mesmo sabendo que estavam sendo explorados.

E mais uma vez me deparo com o sentimento de viver. Viver, apesar da dificuldade. Apesar da ruindade. Apesar da indiferença. Contar os causos, lidar com doenças desconhecidas, sorrir sem motivo, se apaixonar, fazer serenata, duvidar e mesmo assim não pestanejar. Seguir a vida.

Não dá pra romantizar essas situações, mas certamente elas ensinam muito a sociedade. Uma passagem que exemplifica bem isso está a seguir:

"Ruindade, às vezes, é só falta de imaginar a tristeza dos outros. Imaginar mesmo bem pouco adianta. Ter dor de barriga é uma coisa. Pensar na dor de barriga alheia é outra coisa muito diferente. Sempre parece que a dos outros dói menos."

Fluido e bem ágil. Me pergunto por que não ouvimos falar dele na escola. É um clássico. Vale a pena demais.
Wanderson 19/01/2021minha estante
Falando assim deu vontade de ler :)


Maria Clara Mendes 19/01/2021minha estante
Que bom que você gostou, Wanderson. E te digo que vale a pena conferir. :D


Patresio.Camilo 09/10/2021minha estante
Obrigado pela resenha, estou começando a leitura agora e sempre gosto de ver uma resenha antes e achei a sua muito boa e produtiva.


Maria Clara Mendes 24/12/2021minha estante
Muito obrigada! Fico muito feliz que gostou ? espero que tenha aproveitado a leitura ??


Patresio.Camilo 26/12/2021minha estante
Maria Clara, sim, uma leitura gostosa e encantadora....




95 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR