Barba ensopada de sangue

Barba ensopada de sangue Daniel Galera




Resenhas - Barba ensopada de sangue


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Romulo 16/07/2020

Legal
Livro agridoce, história de autoconhecimento e que explora a ideia de que não importa o local onde você vive, os seus demônios sempre te seguem!
PS: após terminar o livro, volte e leia o prólogo!
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Flavinha 09/06/2020

Uma história envolvente, que traz vários pontos a analisar em sua realidade de vida. Em alguns momentos de raiva outros de se apaixonar pelo personagem. Vale muito a leitura.
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Leticia Garozi 28/03/2020

Leitura prazerosa
Um livro muito agradável de se ler, com ótima escrita. É muito bom ler e apoiar autores brasileiro atuais, se identificar com o cenário e com a rotina do personagem principal. No entanto o final da trama é fraco e decepciona, o livro pedia mais
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Pedro Matias 02/07/2022

Barba ensopada de tédio
O livro gira em torno de um ano da vida de um protagonista sem nome, o nadador, professor de educação física, que vai de Porto Alegre a Garopaba para fugir de traumas, viver sozinho é investigar a história de um avô que não conheceu. A leitura flui fácil, e as 400 páginas vão rápido. Mas o ritmo contemplativo do livro não faz jus aos temas meio batidos e simplórios. Para quem não tem uma experiência de leitura que não envolve clássicos, pode ser um ótimo livro. Sobretudo, tem uma técnica muito boa de contar, algumas boas frases e umas reviravoltas interessantes. Um livro contemporâneo brasileiro interessante.
megerabovary 02/07/2022minha estante
Bem Daniel Galera, né? Também daria 3/5




Mariano15 26/04/2022

Excelente
Para mim grata novidade , sou adepto de clássicos e decidi enfim começar a ler os novos escritores desta forma iniciei por Flávio Carneiro a que li quatro volumes e pesquisando na internet descobri este Daniel Galera ?desculpe por minha ignorância mas até então jamais tinha ouvido falar ?
Enfim livro com linguagem bem acessível conta história do cotidiano e ao mesmo tempo da vida o pano de fundo uma pequena cidade Catarina não quero dar spoiler aconselho categoricamente a leitura valerá apena!
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Nina Madruga 02/08/2021

É preciso mergulhar na obra e na proposta do autor
Confesso que estava numa ressaca literária absurda enquanto lia ele, então a leitura realmente foi bem lenta e demorou bastante para engrenar.

Não é um livro muito instigante nem faz com que você se apegue ao personagens tão fácil, ao meu ver. Então realmente, até o terceiro ou quarto capítulo mais ou menos (que por sinal, são enormes, algo que para mim é um grande problema num livro) eu realmente não tava gostando.

Acontece que mesmo não sabendo nem o nome do protagonista, você vai se acostumando com ele, ele vai passando a ser alguém conhecido a você. Não sei se pelo formato da escrita ou dos diálogos até meio confusos, mas você começa a emerged na história de forma muito sutil, e o segredo é se permitir ir fundo nisso. Tinham momentos que eu realmente esperava ver Beta do meu lado kkkkkkk me senti acompanhando o protagonista e sua bela companheira nessa até que breve jornada.

Adorei as narrativas, descrições e contextualizações de Garopa. Me deu realmente uma sensação de conhecer por inteiro aquele lugar, aquelas pessoas, aquele mitos e costumes. As relações dele com Dália, Jasmine e bonaboo foram rapidamente construídas mas conseguiam transmitir uma sensação muito interessante que me fazia entender muito bem o que tava rolando.

Amei muito o impacto que o primeiro capítulo deu na história. Foi uma ideia arriscada, mas que simplesmente deu um toque incrível ao livro e que fez entender bem melhor o que Daniel Galera queria que vivêssemos no livro. Até pq o próprio protagonista, em vários episódios, também sabia o que vinha no final. E isso com certeza não era o mais importante na histórias espetacular!

A vontade que fica agora é de passar dias conversando e refletindo sobre o livro. A nota dele teria sido 3,5, mas só pelo efeito que me deixou na pós leitura, mereceu 4 :)
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Marina 30/06/2020

Antes de ler este livro, eu já tinha visto as resenhas e vi que ele divide opiniões... muita gente não gostou, muita gente adorou... Eu achei que seria um daqueles casos "ame ou odeie", mas no fim das contas acabei ficando no meio termo.
Eu concordo com quem reclamou que é um livro muito descritivo, realmente o autor não poupa os detalhes. Mas eu já estou craque em fazer leitura dinâmica nesses trechos com muita descrição, que eu também não curto muito.
Ele é sim um livro meio linear e introspectivo, não tem grandes acontecimentos, emoções ou reviravoltas. Mas de modo geral eu gostei. Realmente é muito bem escrito, tem bons diálogos, me deixou presa e interessada o suficiente. A ambientação também é muito bem feita, você realmente consegue se sentir e se visualizar em uma cidadezinha do interior litorânea. Acho que não dou uma nota mais alta porque, no final das contas, não me senti envolvida com o personagem principal, parece que ficamos meio indiferentes ao que acontece com ele, e aí, acaba que a história não me marcou tanto assim.
Concluindo, achei uma boa leitura, mesmo não sendo um livro sensacional, gostei de ler um livro de um escritor brasileiro com uma escrita excelente.
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Xavier 19/09/2022

Começa bem, se perde no caminho... Mistura de histórias sem um desfecho adequado atrapalha, além de não ter travessão para indicar fala dos personagens confunde boa parte da leitura.
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Sérgio 15/02/2013

Uma jornada de busca por mais de uma verdade
Gênero: Romance
Ano de lançamento: 2012
Ano desta edição: 2012
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 426
Idioma: Português

Citação: "Tu não leu aquele conto do Borges que eu mencionei antes né.
Não.
'O Sul'.
Não, não li nada do Borges.
Claro, tu não lê porra nenhuma.
Pai. A pistola.
Bueno.
O pai abre a garrafa de conhaque, enche uma pequena taça de vidro, bebe tudo de uma vez. Não oferece ao filho. Pega a pistola e a analisa por um instante. Aciona o mecanismo que libera o pente para fora do cabo e o recoloca em seguida, como se apenas quisesse mostrar que a arma está descarregada. Uma única gota de suor escorre por sua têmpora chamando a atenção para o fato de que ele já não transpira por todo o corpo. Um minuto antes, estava coberto de suor. Prende a pistola na cintura da calça e o encara.
Eu vou me matar amanhã."



Eu fiquei tremendamente interessado em "Barba Ensopada de Sangue" ao ler o primeiro capítulo do livro (disponível para leitura no site da Cia das Letras, e de onde saiu a citação desta resenha) e fiquei tremendamente interessado. Não conhecia Daniel Galera, e agora ele é o autor de um dos meus livros favoritos de todos os tempos. Simples assim. Por vários motivos.

Daniel Galera escreve muito bem. Tem sacadas ótimas em momentos inesperados ("Giram as tampinhas de suas long necks, o gás escapa dos gargalos com interjeições de desdém, brindam a nada específico"), e por isso mesmo não é óbvio. Seu romance começa com uma história intrigante, antes mesmo da história: um prefácio dá a entender que parte da história é baseado em um parente do escritor. A partir daí, começa o verdadeiro mistério, com o pai chamando o filho mais novo para uma conversa, contando da morte misteriosa do pai, um gauchão tradicional da fronteira, que foi morar no litoral catarinense, em Garopaba. O pai pede ao filho para sacrificar sua cadela de estimação, Beta, pois já não tem mais tesão de viver, e não quer que a bichinha definhe até a morte, depressiva. O filho, cujo nome nunca é revelado, contraria o último pedido do pai, larga sua vida em Porto Alegre, e parte para Garopaba, para investigar a morte misteriosa do avô.

Tem tanta coisa para comentar, só nesse parágrafo. Galera não dá nome ao protagonista (que é um professor de natação, e por isso ganha vários apelidos ao longo do livro: nadador, professor), e isso acaba, a meu ver, facilitando uma identificação com ele, já que não há uma identidade definida para o personagem. Além disso, Galera omite o pronome "ele" na maioria das frases, tornando a leitura agradável, não infantil ou repetitiva ("Dá as costas ao oceano e enxerga a praia. Nadou mais longe do que havia calculado. Vê a fileira dos galpões dos pescadores encarando as ondas com suas frentes de madeira cinzenta ou pintada em tons suaves"); ele sabe bem o que faz, torna a leitura ágil e mostra que não é um escritor enfadonho (pelo menos não nesse aspecto). Parece pouco, mas faz toda a diferença. O professor também tem uma doença neurológica que interfere no relacionamento com as pessoas, e acaba sendo um ótimo pretexto para Galera exercitar sua verborragia descritiva, tanto no que tange a pessoas, quanto a lugares; em alguns momentos chega a ser enfadonho (como quando ele descreve a quermesse da cidade), mas nada é por acaso, e poucas páginas depois os motivos das longas descrições se revelam (nesse mesmo caso da quermesse, remetendo a um causo contado no primeiro capítulo). E, é claro, Beta, a pastor australiana que proporciona alguns dos momentos mais emocionantes do livro (os amantes de cachorro vão ficar com o coração na boca), e que tem papel importantíssimo na construção do personagem professor.

A história é linear, mas não necessariamente contínua; há saltos de dias, ou até mesmo semanas entre um capítulo e outro, o que torna a narrativa dinâmica; Galera resume em poucas linhas o que houve de relevante, e já apresenta novos aspectos da vida do professor em Garopaba: suas novas amizades, romances, e suas investigações sobre a morte do avô, apelidado de Gaudério, e que ele percebe ser um assunto proibido na cidade ("A mulher [...] quer saber quem ele é e por que está atrás de informações do avô. [...] Ela pergunta se ele anda fazendo perguntas a respeito do avô por aí e quando ele diz que sim, que perguntou para algumas pessoas, ela quer saber para quem."). Sem cacoete de investigador, e lidando com sua vida pessoal junto a seu interesse no avô, o professor segue sua investigação sem método muitas vezes sem investigar, simplesmente vivendo sua vida à beira da praia. E aí brilha novamente Galera. Em suas conversas despretensiosas, ele nos presenteia com diálogos espetaculares da vida cotidiana, nunca óbvios, sempre interessantes, mostrando que não somente Tarantino consegue construir diálogos relevantes (mesmo quando irrelevantes) e atraentes, desta maneira construindo personagens complexas, mesmo as secundárias. Todas as personagens são ricas e trazem verossimilhança suficiente para acreditar que são reais, com seus defeitos e qualidades, manias e atitudes. E é por meio dessas interações que conhecemos ainda mais o professor, em seus relacionamentos amorosos, a amizade com o budista porra louca Bonobo, e tantos outros pequenos encontros através do livro. Galera não utiliza travessão para indicar a fala das personagens, lembrando um pouco Saramago, mas seu texto é construído de forma clara e nunca há confusão quanto a quem está falando ali, se o narrador ou alguma das personagens. Galera também pincela referências pop aqui e ali (como um filme que "tem o Brad Pitt nascendo velho e morrendo criança"). Tais referências são colocadas naturalmente, nunca soam pedantes, mostrando a categoria de Galera e proporcionando uma localização temporal da história. Juntando tudo isso, os saltos de tempo, as pequenas histórias apresentadas a cada capítulo, o livro vira quase uma coletânea de pequenos contos, que vão se unindo, sendo costurados sutilmente por uma linha maior e mais complexa.

Os relacionamentos amorosos também são parte importante na história do professor, e um dos trechos mais marcantes do livro é quando Galera apresenta a melhor definição que eu já li sobre o que é estar apaixonado: "Fantasia que estão vivendo juntos e tiveram um filho e quanto mais debocha de si mesmo e tenta sufocar essas ideias mais sua mente as elabora e maior é o contraste entre as fantasias e as manhãs que acorda sozinho com o mesmo dia pela frente e com a rotina que normalmente aprecia assombrado minuto a minuto por uma sensação de impotência. Ele se sente doente". Sempre achei uma bobagem as mulheres na faculdade suspirando pelo Mr. Darcy de Jane Austen, mas confesso que me peguei torcendo bastante pelo relacionamento do professor e Jasmim, desde o início, por me identificar muito com ele.

O professor se perde de sua busca primordial, mas acaba sendo trazido de volta a ela, e o clímax da descoberta do que realmente aconteceu com seu avô é cheio de significado. E aí a grandeza da personagem da cadela Beta (que sofre demais nessa busca e, oh, de novo, eu assumo, como eu sofri por ela, junto com o professor!), que se mistura a tudo que foi vivenciado pelo protagonista e o humaniza, mostra sua fragilidade, e a revelação se dá, óbvia e ao mesmo tempo brilhante: a busca pela real história de seu avô não passa de um pretexto, e Galera nos brinda com uma maravilhosa história de busca interior, de crescimento, de descoberta própria. Ao chegar ao último capítulo, mais do professor é revelado, sua complexidade, e defeitos e qualidades, e olhando para o primeiro capítulo (ou, melhor ainda, para o prefácio que passa a fazer mais sentido), você vê toda a jornada que ele precisou percorrer para chegar onde está, para se tornar esse novo homem, ainda o mesmo, e mesmo assim completamente diferente, evoluído.

Eu poderia continuar escrevendo sobre este livro ainda mais, comentar mais a fundo outras personagens, as notas de rodapé providenciais que Galera introduz em momentos oportunos, os momentos hilários de fazer gargalhar algo... Mas acredito que, para tal, nada melhor do que a própria leitura do livro, para provocar a catarse, a identificação com a história, trazer um ano da vida de um completo estranho que luta para dar significado à sua vida, e acaba nos ajudando a dar significado às nossas próprias. Uma obra memorável, de um dos meus novos autores favoritos.

Leia esta e outras resenhas: http://catharsistogo.blogspot.com.br/2013/02/barba-ensopada-de-sangue-daniel-galera.html
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Breno 08/12/2023

Memorável...
Dou cinco estrelas porque o livro me surpreendeu muito. Começa meio devagar e assim fica por umas boas páginas, e você fica se perguntando onde isso tudo vai dar. Mas tem sentido, afinal a vida cotidiana em Garopaba não ia ser muito agitada, mesmo. E aí então tudo se desenrola.

Enredo muito bem estruturado, pontas amarradinhas e um final que te faz voltar pro começo para reler as primeiras páginas e assimilar melhor o início. Sem falar dos diálogos, ágeis, envolventes e reais.

Eu só questionaria uma descrição por vezes muito exagerada dos espaços físicos, mas entendo a relação desse foco com a condição neurológica do protagonista.

Belíssimo!!
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Henderson 28/12/2014

Razoável
“Barba ensopada de sangue” é um livro em que a forma supera o conteúdo. E pronto, eu poderia acabar essa resenha aqui, mas vamos nos aprofundar um pouco.
Daniel Galera tinha tudo para escrever um bom livro de suspense ou policial. Os requisitos estavam todos lá: o suicídio do pai logo no início, o misterioso desaparecimento do avô, a pequena cidade litorânea onde todos escondem um segredo, um protagonista gato, que pega todas as menininhas da cidade mas que é atormentado por uma estranha doença mental que faz com que ele não memorize os rostos das pessoas, o conflito com o irmão e a cunhada.
Mas o autor prefere focar no personagem principal e sua “jornada de auto-conhecimento”, onde a procura pelo avô se torna uma procura por si mesmo, ou algo parecido. Pessoas mais cultas e/ou mais estudadas do que eu devem ter enxergado influências de grandes psicólogos e/ou filósofos no livro de Daniel Galera. Como não é meu caso, vou poupar vocês de meus comentários a esses respeito. O resultado é muito parecido com uma novela da Globo em formato de livro. Dá até para imaginar o Luigi Baricelli como o protagonista-sem-nome, a Isis Valverde como a Dália, a Sheron Menezes como a Jasmin, o Francisco Cuoco como o pai e o José de Abreu como o avô. Teria até o “núcleo de humor” com o “budista hardcore” Bonobo (você vai ter que ler para entender).
Mas “Barba ensopada de sangue” está longe de ser um livro ruim. O estilo de escrita de Daniel Galera, com os detalhes da vida do protagonista-sem-nome sendo desvendados aos poucos, as lacunas propositais que mexem com a imaginação do leitor e os excelentes diálogos tornam o livro interessante. É muito difícil escrever um bom diálogo, mas o autor o faz de forma natural e a leitura fica, como disse uma pessoa que resenhou o livro, “fluida”. Um dos melhores personagens sequer tem qualquer fala: é a cachorra Beta, que vai ter participação essencial no final, que é onde um pouco de ação acontece e onde você vai saber porque, afinal, o livro tem esse título.
Pesando tudo, “Barba ensopada de sangue” é até um bom livro. Nada especial, e não acho que mereça todo o barulho feito em torno dele, mas diverte, faz pensar às vezes e a técnica do autor é inegável. Se você for ler, uma dica: ao terminar, volte e leia o prólogo de novo, senão o final não fará qualquer sentido.
Uilians 24/11/2015minha estante
concordo com você tem muito barulho em torno desse livro, mas o autor tem boa técnica




Luan Rocha 24/08/2021

Melhor do que parece, pois parece o que não é..
Barba ensopada de sangue é um livro muito bom, principalmente nos seus diálogos. Por outro lado foi muito cansativo ler páginas e páginas de um mesmo parágrafo, talvez eu não teria parado de ler tantas vezes se o autor não fosse tão prolixo. Mesmo assim a experiência de lê esse livro valeu a pena, principalmente por não ser exatamente o que eu esperava dessa história.
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Tatiane Buendía Mantovani 07/02/2013

Este livro me fez querer querer ter uma barba...
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Cristian Fontoura 24/03/2021

Barba ensopada de sangue
Um livro muito especial, sem dúvidas. Daniel Galera traz uma história sobre ressentimentos com um personagem que sofre de um problema raríssimo que faz com que ele não memorize rostos. Isso só dá uma profundidade incrível pra trama, mas já de cara sabemos que há muito mais. Abalado pelo suicídio do pai, o personagem misterioso vai a Garopaba com a cadela órfã de seu progenitor, em busca de uma nova vida. Lá encontra mais problemas, inclusive um que envolve sua família.
A linguagem informal dos diálogos traz um realismo incrível e a descrição das coisas é um caso a parte. A bênção também é a maldição em alguns momentos, nos quais a trama se arrasta devido ao detalhismo, mas rapidamente recupera seu fôlego e deixa o leitor curioso novamente.

Nota: 9/10
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Luiz Gustavo 19/12/2020

Gosto muito da escrita do Daniel Galera, me identifico com vários personagens e temas de sua obra, e entre todos os livros já publicados, acredito que “Barba ensopada de sangue” seja o mais bem realizado. Este romance recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura em 2013 e foi o terceiro colocado no Prêmio Jabuti, na categoria Romance, no mesmo ano. A narrativa, como outras do autor, questiona e debate a construção identitária do personagem central, que é o único cujo nome não é revelado ao longo de todo o romance. Além disso, o personagem sofre de prosopagnosia, uma “incapacidade de memorizar qualquer rosto humano por mais que alguns minutos”; doença neurológica causada, no caso dele, por uma lesão cerebral que surgiu durante seu nascimento. O protagonista inominado busca por referências identitárias em sua família – em seu pai, irmão e avô, principalmente –, e por algo que dê sentido à sua existência. Após conversar com o pai, logo no início da narrativa, e obter informações sobre a vida conturbada e nebulosa do avô, que desapareceu sem deixar vestígios há muitos anos e ninguém sabe com certeza se está vivo ou morto, o protagonista decide se mudar para a cidade de Garopaba, onde o avô vivia, para buscar informações sobre ele. Ao longo do romance, vemos o personagem se estabelecendo na pequena cidade litorânea e investigando o passado de sua família. O estilo narrativo de Daniel Galera, principalmente neste romance, se assemelha ao de autores estadunidenses como Ernest Hemingway, em que a narração apresenta com detalhes o ambiente e as ações dos personagens sem, contudo, deixar explícito o que se passa em suas mentes. Acompanhamos o protagonista pelas mais de 400 páginas do romance sem conseguir nomeá-lo ou compreendê-lo muito bem, e acho que todos nós, contemporâneos, conseguimos nos ver um pouco representados nisso.
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