Fabiano Lobo 12/09/2014O título do livro não é dignoSó pra constar, Nota 3,0 no Skoob, e agora explicarei o porquê.
Comentários:
Livro físico: Bom, o livro em si continua com uma diagramação legal, as capas sempre marcantes e o acabamento em geral bem bonito, tal como as versões anteriores. Chamativo. Desperta curiosidade.
Escrita: A escrita de Oliver Bowden mudou completamente nesse livro. Não sei se a ideia dele era tentar deixá-la mais parecida com a escrita da época em que se passa o livro, mas eu não gostei nem um pouco. Nos outros livros da série ele sempre utilizou uma linguagem simples, de fácil entendimento, mesmo quando os personagens contavam a história, pois em um dos livros usou como narrador um personagem, o que não acontece com os outros livros da franquia. Mas nesse, ele resolveu escrever em formato de diário. Pra mim, o único livro que deu certo escrevendo em forma de diários foi o Drácula, de Bram Stoker, mas o entendimento desse dependia de vários diários de várias pessoas diferentes, juntamente com cartas, notícias de jornal e outros escritos mais de cada personagem, e cada um com sua característica marcante na própria escrita.
Já no Assassin's Creed Renegado, o autor mostra uma história contada pelo ponto de vista do personagem principal, Haytham Kenway, que mesmo depois de muito tempo lutando pela sua ordem, se mostra totalmente inexperiente, o que acaba tirando um pouco do gosto da leitura. Além do mais, o personagem tem a mesma forma de descrever os fatos quando tinha oito anos de idade e quando se tornou um idoso. Convenhamos, pode ser que a educação daquela época favorecia o aprendizado das crianças como "mini-adultos" e tal, mas a própria forma de escrever e de pensar de uma pessoa muda muito ao longo dos anos, principalmente após vitórias e derrotas, após perdas e após passar por perigos, o que está presente em todas as histórias da franquia. Portanto, a escrita de Oliver Bowden me decepcionou nesse livro. Acho que ele foi infeliz ao tentar escrever um livro da forma proposta. Sem descrever várias batalhas que seriam de tirar o fôlego, sem descrever assassinatos ou até mesmo o sentimento do personagem enquanto os executa, sem descrever nada direito. Quando se escreve pelo ponto de vista de algum personagem, é necessário ressaltar suas emoções, seus sentimentos, suas opiniões a respeito do que está acontecendo. Tudo isso deve transparecer na fala ou escrita de um personagem que conta a história, e nesse livro, infelizmente, isso não aconteceu.
A história: Ah! Sobre a história! Vou evitar dar spoilers, deixando até um pouco de curiosidade no ar.
A história não tem nada a ver com o título. Só isso. Não tem nada a ver com a série, com a franquia, e pelo que vi e meu irmão comentou comigo, não tem nada a ver nem com o jogo (porque ainda não joguei esse jogo, na verdade joguei um pouco do primeiro, que conta a história de Altaïr e um pouco do Bandeira Negra, porque achei interessante algumas novidades acrescentadas).
A história, assim como a história do Bandeira Negra, foge totalmente do Credo dos Assassinos, que fica sendo algo à parte, um plano de fundo, o que eu não acho que seria interessante fazer nessa franquia, pois é uma cronologia, apesar de um livro não depender do outro, pelo menos à partir desse. Ou seja, o que o Credo dos Assassinos tem feito por todos esses anos que não são descritos nos livros?
Qual impacto teve a jornada de Ezio Auditore ou os ensinamentos de Altaïr nos anos descritos nos livros Renegado e Bandeira Negra?
Eu quero saber o que acontece!!!
Bom, pra evitar maiores spoilers, vou parar por aqui nos comentários sobre a história.
Resultado (como eu já havia comentado antes): Nota 3,0 no Skoob, e com a consciência pesada, pois os outros mereceram Notas 4 ou 5, apesar de o Bandeira Negra também ter sido avaliado em 3.
Não gostei, e estou pensando seriamente em desistir dessa coleção, pois acho que as histórias estão ficando cada vez mais escassas, e o dinheiro está falando mais alto pros produtores da franquia. Vem vindo aí mais um livro sobre o jogo e estou com medo, pois a cada jogo a história é estragada mais um pouco, sendo deixada de lado, o que infelizmente não é bom pra quem gosta dos livros, mas talvez seja pra quem admira os jogos.
Fabiano Lobo
Resenha disponível no blog Reminiscências de Um Coração de Lobo
site:
http://reminiscencialobo.blogspot.com.br/2014/09/assassins-creed-renegado-o-titulo-do.html