A Ilha

A Ilha Aldous Huxley




Resenhas - A Ilha


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Jaina 22/03/2019

Uma viagem... Kkkk
Apesar de ter umas sacadas muito boas, achei viagem demais. Comparado com AMN dou uma nota 7...
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Gustavo 28/02/2019

Aldous Huxley criou em A Ilha – tal como Platão em A República – uma sociedade utópica, onde a civilização alcançou altos níveis de desenvolvimento intelectual/científico, aliados de uma avançada compreensão da sua natureza espiritual.

- Em Pala (AIlha), as famílias participam de Clubes de Adoção Mútua, onde os filhos são estimulados a buscarem aconselhamento com outros pais.
- O sexo é feito através da Yoga do Amor, estando consciente da sacralidade do ato.
- As pessoas não possuem apenas um emprego, transitando por diversas profissões no decorrer da vida.
- Os estudiosos não são “intelectuais de poltronas” tal como no Ocidente, trabalhando também com atividades braçais, para desenvolver igualmente o corpo físico e mental.
- As cirurgias médicas são feitas mediante técnicas de hipnose e de tempos em tempos fazem uso ritualístico dos cogumelos, como forma de se entrar em contato com o seu Eu Superior, o Ser Imortal que reside por trás dos seus pensamentos e emoções ...
- É estimulado a meditação nos templos ou então através da pratica do alpinismo ...
Gustavo 28/02/2019minha estante
- Os palaneses são todos muito compreensivos, bondosos e simpáticos.
- Na ciência, utilizam da Inseminação Artificial para reproduzir os genes daqueles que se destacam pela sua inteligência, força etc.
- A morte não é vista como tabu, sendo até mesmo ensinada nas escolas sobre a impermanência da vida (a cena final retratando um desencarne é de uma beleza ímpar).

Enfim, serve como um lembrete de que é possível cultivar um desenvolvimento "holístico" da vida, integrando a intelectualidade, a espiritualidade, bem como a saúde física e emocional. Livrão!




jsilveira 06/10/2018

Não percam tempo
Um dos livros mais estúpidos que li.
Laura 19/12/2018minha estante
por que?




Pedro Igor 03/10/2018

A idealização da sociedade perfeita de acordo com os preceitos das filosofias espirituais orientais
Esse romance utópico é um veículo para entregar o que Huxley acreditava ser A resposta para uma das questões mais críticas da nossa existência - sabemos que o presente sistemas de valores são problemáticos, mas qual é a alternativa? A Ilha, Pala, é onde Huxley materializa em palavras sua visão, confiando e tomando emprestado pesadamente das filosofias espirituais orientais, particularmente as do budismo e do hinduísmo.

Os sistemas sugeridos são engenhosos (mesmo quando são derivados) e instigantes, o livro é uma iniciação às visões de mundo alternativas, o autor mostra que ele não é apenas um entusiasta, mas um verdadeiro intelectual, que sua compreensão das filosofias espirituais não é mera fascinação por suas promessas e mistérios da rica metafísica das mesmas. Tomando, também, sua análise incrivelmente aguda da natureza humana, suas percepções sobre os dilemas e inseguranças inatas do homem ocidental (ou pelo menos do homem ocidental do tempo em que ele viveu) aplicando tudo isso nessa sociedade que julgava perfeita.

Por fim, enquanto a ideia utópica é passada de forma séria, a trama é bem divertida. Alguns dos personagens secundários são caricaturados, os diálogos são muitas vezes espirituosos e o herói tem um humor egoísta, o que torna a história agradável.

Há pouca chance, mas como eu gostaria que essa história acontecesse, de alguma forma. Talvez daqui a muito tempo, talvez...
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spoiler visualizar
Guilherme.Cerqueira 24/03/2018minha estante
O nome do cara é Stephan Molyneux é americano naturalizado.




Sandro 20/12/2017

Pensamos que somos algo único e maravilhoso no centro do Universo, mas somos apenas um leve atraso na infinita marcha da entropia
A minha expectativa para esse livro era alta devido ao impacto que Admirável Mundo Novo causou em mim no ano passado. Quando comecei A Ilha, a primeira sensação foi de estranhamento, até mesmo com os nomes dos personagens, que são muitos - alguns sem importância alguma. A história demora a engrenar e as vezes empaca. Até que me dei conta que a grandiosidade não estava na história em si e sim nos diálogos.

Pala é o cenário: uma ilha à parte do mundo que concilia o equilíbrio entre as culturas ocidental e oriental, com a valorização de elementos como o Budismo e Yôga sem se deixar contaminar pelo progresso tecnológico e armamentista. Will Farnaby é o protagonista. Um forasteiro na ilha e um homem atormentado por três mortes em sua vida: a do cachorro na infância, da tia que o cuidava e da esposa que não amava.

Dos personagens, talvez eu esqueça com o tempo. De algumas das falas, dificilmente. Muito é especulado sobre a Psicologia utilizada nos países ditos desenvolvidos, como os métodos de Jung e Freud, duramente questionados por aparentarem uma preocupação maior com a boca e o ânus das pessoas do que com o indivíduo como um todo em suas tentativas de mergulhar o paciente no lixo do inconsciente em vez de buscar sua evolução; sobre uma não-interação direta entre a Psicologia e a Economia, resultando na falta de controle de natalidade, por exemplo; e na devoção paranoica a líderes como Paulo, Maomé, Marx e Hitler e sua ambivalência: o sadismo contra o dever e o sadismo como dever.

- 30 milhões de mortes foi o preço pago pelo mundo para o amadurecimento tardio do pequeno Adolf, um Peter Pan categórico. Stalin já era outro tipo de delinquente: o Valentão. Ao contrário dos Peter Pans, que são ótimos para começar guerras com seus delírios, os Valentões - com sua força física e realismo sem ambiguidades - é que conseguem desfechos bem sucedidos.

Assim como em Admirável Mundo Novo, perto do fim há um forte diálogo semi definitivo entre o forasteiro e um residente da realidade alternativa, sendo que em A Ilha, a conclusão do protagonista é a antítese da chegada pelo 'selvagem' do primeiro livro - não menos impactante também.
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Roberto 18/11/2017

Estonteante
O autor nos leva pela mão e -- com a desculpa de nos mostrar o modo de vida de uma ilha fictícia isolada no meio do nada--, faz analises profundas das várias áreas do conhecimento humano, bem como uma crítica, ainda hoje, pertinente e acertada da vida neurótica que levamos e nos leva a outras possibilidades de viver e de sentir.
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e-zamprogno 15/11/2017

Não leia o prefácio antes
Não leia o prefácio do Olavo de Carvalho antes de ler o livro. Ele foi escrito para quem já conhece a história. Além de não ter entendido do que ele estava falando, está cheio de spoilers.
Mas pode ler depois.
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Lia @liaolivro 14/10/2016

Conheça uma comunidade budista-socialista...
Foi o primeiro livro que li do aldous Huxley, e o último que ele escreveu. Muitas pessoas comparam com "admirável mundo novo" por se tratar de uma sociedade utópica também, como ainda não li, não farei comparações aqui.

Conhecemos Will Farnaby, um jornalista que é também um tipo de negociador de seu chefe, milionário dono de vários tipos de negócios.

Ele visita uma região que possui essa ilha que é regida de forma budista/socialista. A princípio é um povo esclarecido e ciente do mundo consumista que o cerca. O autor cobre todas as áreas da sociedade para que ela seja "perfeita", subsistente. Will vai até lá para persuadi-los a explorar sua produção petrolífera e acaba ficando encantado com o meio de vida que lhe é apresentado.

Não há luxo na ilha, porém não há falta de comida, nem epidemias de doenças, nem superpopulação, nem guerras... Há muitas coisas que achei interessante como um tipo de "adoção comunitária", que uma criança pode ser criada em várias casas além da sua família biológica. A criança não é obrigada a ficar com pais que ela não se dá bem, ou que não lhe dão a devida atenção.

O livro explica mais como essa sociedade funciona do que como as cidades em volta tentam se apropriar de seu petróleo, e conhecer Pala é muito interessante! É utopia, uma fantasia de uma sociedade perfeita... Às vezes é bom sonhar, apesar de não concordar com algumas filosofias do livro, mas é interessante do mesmo jeito.

site: https://youtu.be/2LhozkqrU1c
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Lia @liaolivro 21/08/2016

Uma ilha "budista/socialista"
Foi o primeiro livro que li do aldous Huxley, e o último que ele escreveu. Muitas pessoas comparam com "admirável mundo novo" por se tratar de uma sociedade utópica também, como ainda não li, não farei comparações aqui.

Conhecemos Will Farnaby, um jornalista que é também um tipo de negociador de seu chefe, milionário dono de vários tipos de negócios.

Ele visita uma região que possui essa ilha que é regida de forma budista/socialista. A princípio é um povo esclarecido e ciente do mundo consumista que o cerca. O autor cobre todas as áreas da sociedade para que ela seja "perfeita", subsistente. Will vai até lá para persuadi-los a explorar sua produção petrolífera e acaba ficando encantado com o meio de vida que lhe é apresentado.

Não há luxo na ilha, porém não há falta de comida, nem epidemias de doenças, nem superpopulação, nem guerras... Há muitas coisas que achei interessante como um tipo de "adoção comunitária", que uma criança pode ser criada em várias casas além da sua família biológica. A criança não é obrigada a ficar com pais que ela não se dá bem, ou que não lhe dão a devida atenção.

O livro explica mais como essa sociedade funciona do que como as cidades em volta tentam se apropriar de seu petróleo, e conhecer a ilha é muito interessante! É utopia, uma fantasia de uma sociedade perfeita... Às vezes é bom sonhar, apesar de não concordar com algumas filosofias do livro, mas é interessante do mesmo jeito.
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Vani Vaninha 07/08/2016

Em A ilha acompanhamos a trajetória de Will Farnaby, um jornalista que vai até a ilha proibida de Pala para tentar convencer as autoridades locais a permitir que uma grande companhia inglesa explore o petróleo do território. O que ele não esperava era encontrar um paraíso.

Will chega a Pala, quase por acaso, depois de uma tempestade e encontra um lugar de natureza exuberante, com pessoas que vivem em harmonia com a fauna e a flora locais e uma sociedade praticamente autosustentável. Protegida pela própria geografia é quase impossível invadí-la.

O importante para os Palaneses é ser feliz. Para isso, eles investem em todos os campos: a educação das crianças é responsabilidade de todos, a política promove o que é melhor para todos, o cuidado com a própria saúde física e psicológica, ensinamento de ecologia e do respeito à natureza desde as séries mais elementares, um forte controle da natalidade através da conscientização de que a superpopulação gera a miséria e assim ninguém pode ser plenamente feliz e a manutenção de uma economia voltada para a sustentabilidade.

À medida que conhece o sistema social e político da utópica Pala, Will começa a compará-la com os países ocidentais e com isso o autor aponta tudo o que está errado na nossa sociedade. O que torna a obra completamente atemporal, pois, mais de cinquenta anos depois, as críticas feitas por ele se mostram ainda mais pertinentes. Assim como os palaneses, nós também estamos em busca da plena felicidade, mas estamos sempre buscando pelos caminhos errados.

O único ponto negativo é que o autor coloca as coisas de forma muito didática e em vários momentos parece mais que estamos assistindo uma aula e não lendo um romance, o que torna a leitura arrastada e um pouco enfadonha.

Mesmo assim eu recomendo a leitura do livro, principalmente pela crítica social e política que ele traz.
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Amâncio Siqueira 09/06/2016

Isolados
Aldous Huxley retorna ao tema das topias em A Ilha. O romance é o último do autor, depois de uma carreira de mais de quarenta anos em que sua distopia Admirável Mundo Novo acabava de ser revisitada. Nesse livro, Huxley tenta traçar sua ideia de uma utopia, tomando como exemplo a ilha de Pala, minúsculo ponto de terra encravado no Oceano Índico. Apesar de haver um drama pessoal na vida do personagem central, Will Farnaby, que vai parar lá como enviado secreto de um dos maiores donos da indústria petrolífera, justamente para conseguir explorar a riqueza do pequeno país, e acaba sofrendo um acidente que o leva a necessitar dos cuidados dos nativos, a divisão dos capítulos por temas enfraquece a identificação com os personagens, que parecem surgir apenas para apresentar didaticamente a organização sociopolítica do local.

O autor traça um retrato de sua sociedade ideal: como organizar as famílias (A família não é nuclear, vários pais adotam vários filhos num club de adoção mútua, sendo essa família maior o verdadeiro cerne da sociedade); como educar sexualmente (a yoga do amor, que libera as pessoas desde a juventude para descobrir-se sexualmente de forma plena); o sistema educacional; a saúde (com vários cuidados para evitar a necessidade de cirurgia, embora tenham um excelente sistema hospitalar); a religião (as pessoas são encorajadas a duvidar da crença, a usar a fé a seu serviço, ao invés de ser servidores da fé); o governo (Farnaby tem vários diálogos com Murugan, herdeiro do rajá falecido, um jovem criado pela mãe na Europa, e portanto seduzido pelo mundo exterior, “corrompido” contra o sistema tão melhor de seu país natal, e muito amigo do ditador da ilha vizinha, Rendang, já controlada pela indústria petrolífera, o que gera certas incertezas em relação à continuidade da paz social de que desfrutam).

Obviamente, Huxley não deixaria de colocar as drogas como parte central de sua proposta de uma civilização mais avançada, e há várias páginas dedicadas ao cogumelo usado pelos ilhéus para encontrarem a si mesmos e o espírito que paira sobre as águas.

Entre as propostas para a educação, tem uma que achei particularmente interessante: todos os jovens que terminam o ensino médio devem participar de uma escalada. Talvez falte de fato um rito de passagem que traga certo perigo em ambiente controlado para nossos jovens, uma forma de reconhecimento de que demonstraram coragem e determinação e merecem o reconhecimento de que chegaram à idade adulta, diante de tantas tentativas de substituição desse rito que vemos diariamente terminar em tragédia.

A Ilha é um livro interessante como romance-ensaio, embora deixe a desejar do ponto de vista literário. Na literatura, as distopias continuam sendo mais sinceras e interessantes.

site: https://amanciosiqueira.wordpress.com/2016/06/09/isolados/
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Thielly Zamorano 24/09/2015

Não é mais do mesmo!
Tentando dissociar "Admirável Mundo Novo" de "A Ilha" ambos como sociedades distópicas é possível observar em "A Ilha" uma aproximação com a sociedade oriental que busca o bem estar físico e mental de seus membros.

O termo Ilha como o próprio titulo sugere nos remete a algo de difícil acesso, impossível de alcançar, distante, proibido.

Descrevendo superficialmente diversas áreas do conhecimento na fundação de um estado ideal, se isso fosse possível.

Novamente nos leva a mesma conclusão de seu romance de maior sucesso, não existe felicidade completa nem sociedade perfeita onde o objeto é completamente corruptível e imperfeito.

É possível observar claramente a evolução de Huxley como escritor, comparando a "Admirável Mundo Novo" escrito duas décadas antes.
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mari 15/08/2015

Ninguém precisa ir a parte alguma. Como seria bom que todos soubessem disso!
Se apenas soubesse quem realmente sou, deixaria de proceder como penso que sou. E se parasse de me comportar como penso ser, saberia quem sou.
Se ao menos o maniqueísta que penso ser me permitisse ser o que de fato sou, o "sim" e o "não" viveriam reconciliados na abençoada aceitação da experiência de Ser Único.
Em religião, todas as palavras são obscenas. Qualquer pessoa que se mostrasse eloquente acerca de Buda, Deus ou Cristo deveria ter a boca lavada com sabão carbólico.
A aspiração de todas as religiões de eternizar somente o "sim" em cada par de opostos irrealizável porque contraria a natureza das coisas. O maniqueísta isolado, que penso ser, se autocondena a uma repetição infindável de frustrações e está em conflito permanente com outros maniqueístas igualmente frustrados em suas aspirações.
Conflitos e frustrações — tema de toda história e de quase toda biografia.
"Eu lhes mostro o sofrimento", disse Buda, realisticamente. Porém ele também mostrou o fim do sofrimento — o autoconhecimento, da aceitação total e a abençoada experiência de Ser Único.
O perfeito autoconhecimento gera o Bom Ser, e os Bons Seres realizam uma melhor espécie de Bem. Mas as coisas bem-feitas não produzem automaticamente o Bom Ser. Podemos ser virtuosos sem que saibamos quem realmente somos. Os indivíduos apenas bons não são necessariamente Bons Seres;são simples pilares da sociedade.
A maioria desses pilares representa o papel de Sansão. Sustentam a sociedade, porém cedo ou tarde a derrubam. Ainda não existiu uma só sociedade que, sendo criada por Bons Seres, fosse constantemente atualizada.
Isso não quer dizer que tal sociedade jamais existirá e que nós sejamos idiotas por estarmos tentando pô-la em prática aqui em Pala.



III
O iogue e o estoico — dois egos que pretendem atingir seus fins fazendo-se passar por alguém que na realidade não são. Mas não é fingindo ser outro alguém, mesmo um alguém sábio e superlativamente bom, que deixamos de ser meros maniqueistas cegos e
isolados para nos transformarmos em Bons Seres. O verdadeiro conhecimento de quem realmente somos é que nos faz Bons; para sabermos quem realmente somos devemos conhecer nos mínimos detalhes aquilo que pensamos ser. 'Desse modo, descobrimos o que essa falsa ideia nos obriga a sentir e a fazer. Um simples momento de conhecimento claro e completo do que pensamos ser, mas que na realidade não somos, põe um fim momentâneo ao enigma maniqueísta.
Se renovarmos esses momentos de autoconhecimento do que não somos, fazendo com que se tornem contínuos, poderemos vir a descobrir subitamente aquilo que realmente somos.
A concentração em pensamentos abstratos e exercícios espirituais eqüivale a exclusões sistemáticas no domínio do pensamento.
O Ascetismo e o Hedonismo são exclusões sistemáticas no domínio das sensações, dos sentimentos e das ações.
Mas o Bom Ser conhece sua verdadeira posição em relação a todas as experiências e, desse modo, está em permanente estado de alerta. Está alerta ao que se possa crer, não crer, às coisas agradáveis e às desagradáveis, e essa vigilância não deve cessar, mesmo quando está imerso nos trabalhos e nos sofrimentos.
Essa é a única ioga verdadeira; o único exercício espiritual digno de ser praticado. Quanto mais um homem conhece os propósitos dos indivíduos, mais sabe a respeito de Deus. Adaptando a linguagem de Spinoza, podemos dizer: Quanto mais um homem sabe o seu
modo de sentir em relação a cada tipo de experiência, maiores serão as chances de que um dia venha a descobrir quem realmente é, ou melhor, Quem (com Q maiúsculo) Realmente (com R maiúsculo) É (com E maiúsculo).
São João estava certo. Num universo abençoadamente mudo, a Palavra se limitava a estar com Deus. Era o próprio Deus.Alguma coisa para ser acreditada. Um símbolo projetado, um nome para ser adorado. Deus = Deus.
A fé é uma coisa muito diferente da crença.
A crença resulta do fato de se levar a sério (sem a menor análise) as palavras proferidas... Palavras de Paulo, de Maomé, de Marx e de Hitler: palavras que o povo levou a sério...
Que resultou disso?
O resultado foi a ambivalência sem sentido da história — o sadismo apresentado como dever, a devoção contrabalançada pela paranoia, as despersonalizadas irmãs de caridade cuidando das vítimas dos inquisidores e dos cruzados da Igreja à qual pertencem.
A fé, ao contrário da crença, nunca pode ser levada muito a sério. Ela é a confiança empiricamente justificada na nossa capacidade de saber quem realmente somos. É ela que nos permite esquecer o crente maniqueísta que existe no âmago do Bom Ser.



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