A Ilha

A Ilha Aldous Huxley




Resenhas - A Ilha


102 encontrados | exibindo 91 a 102
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Augusto 02/11/2014

A metáfora da ilha
É impossível dissociar esse livro do clássico "Admirável mundo novo" do mesmo autor. Ambos trazem uma sociedade perfeita, utópica, mas diferente de "admirável..." esse livro se baseia num modelo existente, podemos ver claramente que a sociedade idealizada segue o molde das sociedades orientais que temos hoje. O yoga, a meditação, o budismo; existem, não são "só mera invenção" de um escritor. Mas acho que o mais interessante do livro é a "metáfora da ilha", essa sociedade apesar de existir não é acessível, está isolada, está proibida.
comentários(0)comente



vortexcultural 18/09/2014

A Ilha - Aldous Huxley
Por Thiago Debiazi

Nunca aceite o sim como resposta.

Esse é o lema de um jornalista britânico, que como todo intelectual no Mundo Ocidental, sofre dos males do cinismo frente a uma Sociedade emocionalmente auto-destrutiva. Em um lado da moeda temos as pessoas alienadas da realidade, e em outro, aquelas que são esmagadas pela contemplação de um mundo construído sobre mentiras repetidas e falsas promessas. Acredito que o Bob Dylan uma vez disse: Anúncios publicitários que te tapeiam em pensar que você é aquele que pode fazer o que nunca foi feito, que pode ganhar o que nunca foi ganho, enquanto isso, lá fora , toda a vida continua ao seu redor (traduzido).

É exatamente disso que esse livro se trata: sobre a prisão que acabamos construindo pra nós mesmos dentro das nossas cabeças. Aldous Huxley nos conta em 300 páginas a história de um povo que conseguiu achar outra saída, tendo a consciência de que a nossa inteligência evolutiva não precisa ser um fardo e tampouco fonte de sofrimento constante. Sua receita é simples, embora o resultado possa não ser assim tão fácil de engolir. Seguem algumas passagens curtas do livro que podem servir pra ilustrar o que quero dizer:

O eu que penso ser e o eu que realmente sou. Em outros termos, o sofrimento e o fim do sofrimento.

Define-se como fé perfeita algo que traz uma completa paz de espírito. Mas a paz de espírito integral é coisa que praticamente ninguém possui e, sendo assim, a fé perfeita não existe. Consequentemente, todos nós estamos de antemão condenados à punição eterna. Quod erat demonstrandum.

Na escola que eu freqüentava não aprendíamos coisas. Só nos ensinavam palavras.

Os povos são ao mesmo tempo os beneficiários e as vítimas das suas próprias culturas.

No fundo, todos vocês não passam de platônicos que adoram as palavras e detestam os fatos.

Em seu último romance escrito, Aldous Huxley (famoso por sua fantástica fábula futurista Admirável Mundo Novo, referência na ficção científica-política) conta a história de Will Farnaby e sua libertação espiritual e filosófica em Pala, um refúgio paralelo a um cenário bipolar durante a Guerra Fria. Will viaja o mundo como repórter correspondente, exercendo secretamente o papel de intermediário nas negociações do dono do Jornal em que trabalha, um poderoso magnata do petróleo. É assim que ele acaba naufragando próximo a pequena ilha de Pala, onde na manhã seguinte, depois de ser acordado por gritos incessantes e desumanos de Atenção (um dos mais importantes recursos de Simbolismo presentes na história), é resgatado pelos nativos. Ainda traumatizado com a experiência de se ver subitamente rodeado de animais selvagens em um lugar desconhecido e com uma das pernas quebrada, Will passa por um tratamento psicológico que até então desconhecia, e se surpreende com sua eficácia. Sua curiosidade em relação aos métodos adotados por aquele povo é incitada e, durante sua recuperação, ele passa a conhecer muitos dos habitantes de Pala. Um deles é o Dr. MacPhail, descendente direto de um médico escocês que chegou a ilha já fazia mais de um século, inaugurando a influência Ocidental na cultura de Pala. Conforme o seu envolvimento com os nativos se torna mais íntimo, Will começa a absorver os conceitos apresentados a ele, descobrindo assim uma sociedade quase utópica, onde uma impressionante fusão entre o conhecimento científico Ocidental e a Espiritualidade Oriental dita todos os aspectos da vida da população. Deslumbrando-se com os longos e esclarecedores discursos de seus mais influentes habitantes, Will passa a hesitar sobre a intenção de seu chefe de, juntamente com os renegados do regime, promover a industrialização da ilha através do petróleo.

Alternando entre discussões sobre Ciência, Religião, Filosofia, Sexo, Hipnose e Psicologia, Huxley nos apresenta um Estado Ideal, em que o foco é a plena satisfação de todos os potenciais de cada ser humano, em contraste com a realidade cruel de um mundo segregado entre um consumismo desenfreado e ditadores totalitários. Diferentemente de seu romance mais famoso, em que o enredo flui em uma história dinâmica envolvendo diversos personagens distintos, A Ilha é uma jornada individual em que o leitor é exposto a análises incrivelmente detalhadas e fulminantes de toda a estrutura da cultura a que foi condicionado. Huxley levanta questionamentos que sempre estiveram presentes em qualquer mente inquiridora e nos faz pensar sobre como encaramos nossa vida, o mundo ao nosso redor e a existência em si.

Pra quem está preparado pra esse tipo de aventura, o romance pode servir como pontapé inicial de uma revolução em seu modo de pensar e de viver. Nenhuma questão é deixada sem resposta e o final transcende qualquer senso comum de auto-compreensão.

Certamente vale a pena conferir a viagem, se o leitor for aberto a novas ideias e, acima de tudo, a morte das ideias antigas.

site: http://www.vortexcultural.com.br/literatura/a-ilha-aldous-huxley/#ixzz3Dhxo3PuJ
comentários(0)comente



Xsavier 06/05/2014

Romance pra gays e velhos com tempo de sobra
Sério leia "admiravel mundo novo" desse autor e esqueçam essa porcaria de velho gagá. O livro começa perfeito, mas é só pra te prender em uma história arrastada e idiota.
comentários(0)comente



Amaury 22/05/2013

Triste!
Livro bom demais, mais o final é muito triste! ta louco ,pegou pesado tio Huxley! atenção, aqui e agora...
comentários(0)comente



Lili Machado 07/03/2013

Quanto mais ele vê e vive em Pala, mais ele descobre que a ilha deve ser preservada da civilização, a todo custo
Esta é a estória da ilha utópica de Pala, no Oceano Pacífico, onde o crescimento populacional é estável e os Clubes de Adoção se sobrepõem às famílias.
Pala é uma ilha proibida, que ninguém sabe onde fica, onde uma sociedade supostamente ideal, vem florescendo há 120 anos.
Inevitavelmente, essa ilha atrai a curiosidade do resto do mundo.
Uma conspiração se inicia para dominar Pala e os acontecimentos são colocados em ação quando um jornalista, Faranby, naufraga na costa da ilha.
O que Faranby não sabe, é como o tempo em que irá passar com as pessoas da ilha, irá revolucionar todos os seus valores e – para seu prazer – lhe dará um sopro de esperança na vida.
Quanto mais ele vê e vive em Pala, mais ele descobre que a ilha deve ser preservada da civilização, a todo custo.
Num mundo onde o consumismo é o rei e a liberdade sem responsabilidade é vista como uma dádiva, Pala parece tão distante quanto os mundos de ficção científica da Isaac Asimov (resenhas no blog: http://scifinowlilimachado.wordpress.com/category/isaac-asimov-2/),e de Arthur Clarke (resenhas no blog: http://scifinowlilimachado.wordpress.com/category/arthur-c-clarke/ ).
Pala nos mostra como estamos condicionados pelo nosso entorno – e que ultrapassar esse condicionamento pode fazer o melhor para nossas vidas, apesar de continuarmos vivendo nesse mundo cruel.
Aprendemos que Moksha, na ilha, é um cogumelo alucinógeno que faz com que os Palaneses não se sintam aborrecidos, caiam vitimas das ameaças da velhice, do progresso material e da expansão territorial.
Também aprendemos sobre Maithuna – a yoga do amor.
Talvez o livro mais pessimista de Huxley, seu último, considerado por ele, o mais importante, é uma mistura perfeita da sabedoria ocidental e oriental.
Depois de ler estelivro, duvido que alguém não questione os valores morais decadentes existentes no mundo atual.
comentários(0)comente



Vanderley 27/10/2012

A ilha, de Huxley: velhas novidades
Embora a coincidência do título, o romance não é a base do filme "A Ilha", de Michael Bay.
Tal como é comum nas obras dos ecritores "beatniks", o livro é bastante estático, com extensas elucubrações filosóficas. É, por vezes, um texto cansativo. O autor repete clichês "beatnik", tal como em "Admirável mundo novo": apologia ao sexo livre e ao uso de drogas. Apenas mais do mesmo.
Um emissário de uma empresa petrolífera vai a uma ilha paradisíaca autônoma e independente, com a incumbência de contatar seus líderes e convencê-los a permitir a exploração e exportação de suas reservas. Durante seu mister, conhece um modo de viver diferente, com valores aos quais não estava acostumado...
comentários(0)comente



Saracino 28/08/2012

Um paraíso no mundo real
A ilha de Pala é um paraíso na terra. Em meio ao mundo dividido pela Guerra Fria, entre a destruição do Consumismo e a destruição do Comunismo Autoritário, Pala desenvolve o equilíbrio entre o capitalismo e o comunismo primitivo, entre a ciência e o misticismo, entre o progresso e a natureza. Mas, Pala continua fazendo parte do planeta terra, será que o planeta terra permitiria um núcleo de felicidade em meio a nossa realidade opressiva?
É neste paraíso que chega uma ave de rapina, um representante de uma grande companhia petrolífera, com o objetivo conquistar a concessão com o futuro líder da ilha, um jovem educado na Europa, sedento pelo mundo ocidental.
comentários(0)comente



Fabio Shiva 14/04/2011

Este livro foi publicado em 1962, a última obra que o autor viu ser publicada.
Pode ser considerado o testamento de Aldous Huxley, o seu legado para a humanidade. Em minha opinião, a sua obra-prima e um dos melhores livros já escritos!

Li pela primeira vez em português, durante a adolescência. Ficou a lembrança de um livro muito bom, que eu deveria ler novamente algum dia. E agora tive a oportunidade de ler no original (“Island”), e a segunda leitura foi muito mais proveitosa que a primeira! É que eu mesmo avancei como leitor, e pude compreender melhor a profundidade da visão de Huxley.

Will Farnaby, um jornalista cético e aventureiro, que “não aceita um sim como resposta”, consegue vencer mil perigos e aportar em uma praia de Pala, a ilha proibida. É acordado pelo som de pássaros (mynah birds no original, creio que são parentes da gralha ou do corvo), que repetem sem cessar as seguintes palavras: “atenção” e “aqui e agora, rapazes”. Quando algumas adoráveis crianças encontram o náufrago Will, explicam para ele que os pássaros são ensinados a repetir essas palavras, para benefício dos habitantes humanos da ilha. “Mas por que?”, quer saber Will. Uma das crianças responde: “É que essas são as coisas mais fáceis de esquecer, ora!”

Esse é apenas o começo da história. No fundo, “A Ilha” é uma obra de filosofia disfarçada em romance. Apresenta a visão de um mundo ideal, tal como concebido por Huxley, talvez uma antítese à apavorante civilização descrita em “Admirável Mundo Novo”, sua obra mais conhecida. Escritor malandríssimo, para evitar que a descrição de uma sociedade perfeita fique tediosa, Huxley nos apresenta o paraíso na Terra justamente quando ele está para ser destruído. É que as tropas de Rendang, país vizinho de Pala, já estão se movimentando para invadir a ilha e tomar conta do precioso petróleo que jaz ali.

Poderia falar muito ainda, e ainda assim dizer muito pouco sobre essa obra, que só lendo para conhecer. Posso dizer apenas que, dos mundos perfeitos que já visitei graças aos livros (a República de Platão, a Utopia de Thomas More, a Nova Atlântida de Francis Bacon), foi em Pala que eu mais me senti em casa.

(12.04.11)



Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias no Orkut, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
Edméia 10/09/2018minha estante
*Confesso que ainda não li nenhum livro desse autor e ... acho que este será o primeiro ! Obrigada pela sua resenha ! Boas leituras . Um abraço. P.S. - O Orkut não existe mais e faz tempo ! Você tem canal no YouTube ?!




Marcos 01/05/2010

Admirável Mundo Novo às avessas
Em primeiro lugar, gostaria de falar de uma peculiaridade minha: só leio prefácios no fim do livro. Normalmente contêm spoilers, sem falar que tiram a sensação de novidade ao ler a obra. A Ilha não foge à regra, o prefácio de Olavo de Carvalho certamente vale mais a pena ser lido no final, mesmo porque pode influenciar no que você achará do livro.

Falemos agora da obra em si. A primeira coisa que percebi foi a diferença radical de abordagem para Admirável Mundo Novo (passarei a tratar pela sigla - AMN). Enquanto esta era uma distopia, onde os elementos negativos são destacados, A Ilha é uma utopia. Pala é uma sociedade idealizada, aparentemente sem defeitos. Curioso notar também que o estilo de Huxley em AMN se aproximava mais de Orwell, enquanto em A Ilha ele se assemelha MUITO a Herman Hesse.

Porém, na minha resenha de AMN, elogiei Huxley por apresentar uma visão de mundo imparcial, colocando os prós e contras de se seguir uma determinada fórmula. Não foi o que eu vi em A Ilha. A impressão que se dá é que Huxley resolveu sair do armário e expor aquilo em que ele acredita ser o mundo ideal, ao mesmo tempo em que critica tudo aquilo que quis criticar sobre a nossa sociedade. Sem o cuidado de expor prós e contras, como fez em AMN. Coloca apenas a sua opinião.

Terminada a leitura, li o prefácio de Olavo de Carvalho, que teve interpretação bem diferente. Ele acredita que o objetivo desta obra foi apontar as contradições inerentes a uma solução aparentemente perfeita. Desta forma, procederia de modo mais sutil que em AMN, deixando para o leitor captar essa sutileza.

Considerando o desfecho da obra, até faz sentido. Porém, não me parece que Huxley coloca Pala como contraditória, mas, sim, o mundo em que está inserida, como se fosse avançada demais para o mundo de hoje. Ao contrário do que Olavo coloca, penso que Murugan não é fruto das contradições da sociedade palanesa. Note que é falado que o garoto se degenera com o contato com o mundo ocidental. Induz-se que a sociedade sobreviveria para sempre se não fosse pela influência do mundo exterior.

Entretanto, ainda que não tenha sido a intenção do autor, concordo com Olavo. Olhando para o nosso mundo, vemos a aplicação prática das ideias palanesas. Filhos sem uma família fixa, drogas, promiscuidade e espaço para ditadores e demagogos se aproximarem. Huxley não viveu para ver o que seria o ideal da sociedade palanesa em prática, morreu na década de 60. Nós vivemos.

No balanço final, minha opinião é que tanto a sociedade de A Ilha como a de AMN são exageradas e precisam de um contraponto, algo que as traga para um equilíbrio. Ainda assim, concordo com as críticas feitas por Huxley ao nosso sistema. Como diz Chomsky, não precisamos saber qual é a melhor fórmula para a nossa sociedade. Tudo o que precisamos é saber reconhecer que o que temos agora é errado e precisa ser trocado por algo melhor.
comentários(0)comente



desto_beßer 23/11/2009

Delírios tropicais
Este livro é ruim, pavorosamente ruim. O que poderia ser mais enfadonho do que uma longa tagarelice contra o modo de vida Ocidental, o capitalismo, a sociedade de consumo, a massificação da cultura e todos estes tópicos extasiantes das aulas de iniciação revolucionária do proletariado unido? Resposta: “A Ilha”, que tenta mostrar um mundo além do Ocidente baseando-se no criativo budismo de Estado, uma mistureba de ideologias totalitárias e pseudociência tosquíssima. Todos –absolutamente todos- os moradores da ilha de Pala, a “New Harmony” de Robert Owen tropical e picante, são excepcionais oradores e proselitistas do sistema social e de governo da ilha, aspergindo destramente toda a verborréia metafísica do lugar em qualquer incauto que passar pela frente. Aliás, não só os homens e mulheres poderiam cada um abrir sua seita: até os passarinhos piam auto-ajuda (sério!) e palavras de ordem. O herói do romance, fosse o livro mais realista, de tanta doutrinação que ouviu em sua curta estadia no local, certamente seguiria a deixa de van Gogh: acaba-se a leitura sabendo-se desde a maneira certa de criar uma criança até como se faz sexo tântrico, passando por outros temas empolgantes como o sistema educacional e os ritos mortuários dos palaneses.

A vida inteirinha dos ilhéus é regulada por um conjunto de regras e conceitos baseados naqueles fatos factuais que todo Estado totalitário sabe de cor acerca da verdadeira natureza humana e da criação do Homem Novo, e que só dão certo em um povo imbecilizado e entorpecido – e em Pala não é diferente. Desde pequeninos os habitantes são encorajados a refletir sobre a psicologia hare krishna esotérica dominante e só se tornam adultos após uma cerimônia de iniciação regada ao milagroso moksha – o “cachimbo da paz” dos uga-bugas palaneses. Ao longo da vida, quando a realidade esganar os dentes frente às alegrias pululantes da vivência comunal, o auxílio da erva é regra – o que não é de se estranhar. Num mundinho tão chato, forçado, cansativo e idiota, no qual diálogos como este são praxe...

“- A essência da “essência” é atingida quando tiver aprendido a prestar cada vez maior atenção ao não eu que existe no seu próprio organismo (suas sensações gástricas). Subitamente percebe que está prestando atenção ao não eu que existe nos recantos da sua consciência. Talvez seja melhor que inverta inteiramente a ordem do meu raciocínio. O não eu que existe nos recônditos da consciência de cada um achará mais fácil se fazer conhecido por um eu que tenha aprendido a ter maior consciência do seu não eu fisiológico.”

...a taxa de suicídio por qualquer um que tenha um tacape por perto seria elevadíssima, não fossem os ‘tóchicos’ subsidiados pelo próprio governo.

O pior do livro é que Huxley o escreveu a sério, sendo uma síntese de sua visão amalucada de uma sociedade utópica. Coroou, assim, com um tremendo abacaxi o fim de sua carreira literária. Pode-se pensar que, talvez, talvez, o velhinho percebesse que suas doutrinas de Pala são basicamente as mesmas usadas nas sociedades super-controladas de seus outros livros (como em “Admirável Mundo Novo”), porém sob uma camada de açúcar e inventividade new-age, o que tornaria o livro uma sátira modernosa das ditaduras de outrora. Porém, sinceramente, pensar assim requer uma altíssima dose de bondade e wishful thinking palanês: quem define o câncer da maneira seguinte já demonstra a que veio.

“- É o que acontece quando uma parte de você se esquece do todo e começa a agir como as pessoas loucas: vai crescendo, crescendo, como se nada mais existisse no mundo. E esse crescimento geralmente só pára quando a pessoa morre.”

RIP
Marcos 01/05/2010minha estante
Talvez com um pouco menos de agressividade na escrita, sua resenha seria mais bem recebida. Eu procurei abstrair isto e até gostei do que você escreveu, embora eu tenha interpretado de um modo diferente. Acho que sua resenha complementa bem a minha. Porém, penso que deveria dar um pouco mais de valor à tentativa do autor em expor aquilo que ele acredita (e diga-se de passagem, o fez muito bem, descrevendo diferentes aspectos de uma sociedade, o que não é fácil). Huxley morreu na década de 60, sem ter tempo de ver em prática aquilo em que ele acreditou. Penso que A Ilha não mancha sua carreira literária, muito pelo contrário: a enaltece. Um bom escritor também precisa se expor.


Arthur.Valenca 24/09/2010minha estante
Uma resenha medíocre. Muito grande e desrespeitosa. Vc pode ñ gostar de um livro, e expressar seus motivos, mas você se excedeu um pouco...enfim, talvez o monge e o executivo seja mais a sua praia. Se me permite, eu o classificaria no q Schopenhauer veio classificar como "Eruditos de Peruca" - ñ é uma ofensa, apenas um convite a vc tentar rever certos hábitos autodestrutivos q muitas vezes são praticados inconscientemente.


desto_beßer 24/09/2010minha estante
Caro Arthur,
Farei uma resenhas com 140 caracteres e elogiando Huxley da próxima vez.
E, enquanto leio Schopenhauer, procure no Google por "ad hominem", tá bom?


Andarilho 18/07/2011minha estante
Gostei da sua resenha, e discordo de tudo que você disse. Acho que parte da chatice que você percebeu no livro é decorrente do objetivo do próprio Huxley, que era realmente fazer uma crítica à sociedade ocidental. Realmente, um lugar onde todas as pessoas sabem de cor e salteado os princípios do governo central, e que não perdem a oportunidade de doutrinar um estrangeiro lembra muito os chamados "comunistas de cartilha", aqueles que entram no PSOL ou PSTU e aprendem Marx lendo o material editado e escrito pelo partido. Entretanto, acho que isso se deve mais à estrutura do livro e da narrativa escrita - seria difícil falar da "sociedade perfeita" sem que no mínimo um personagem ou dois virassem "Os Explicadores da Coisa Toda".

Ao contrário de você, acho que "A Ilha" é o melhor livro de Huxley, por trazer em si idéias que o autor levou uma vida inteira para amadurecer.

Mas, enfim, interpretações divergentes são parte da experiência de ler um livro. Gostei da tua justamente por ser tão diferente da minha.


O Estrangeiro 10/09/2012minha estante
O que poderia ser mais enfadonho do que uma longa tagarelice contra o modo de vida Ocidental, o capitalismo, a sociedade de consumo, a massificação da cultura e todos estes tópicos extasiantes das aulas de iniciação revolucionária do proletariado unido? Resposta: Um pseudo-intelectual de direita.


desto_beßer 10/09/2012minha estante
Ai, que tristeza ler um comentário tão profundo à minha resenha quanto mais um "ad hominem"...

Mentira, esse tipo de atitude é mais do que esperado e não é à toa que se repete!


Renata 25/07/2014minha estante
Que bom que cheguei a esta resenha!! Estava me perguntando qual o meu problema diante de tantas experiências positivas e embevecidas. Achei a história toda muito mais ou menos, e não me refiro nem à politicagem do negócio, mas à improbabilidade de que uma pintura tão dicotômica, tão maniqueísta dos seres humanos e das sociedades possa ser feita a sério.


Debora696 04/12/2014minha estante
Estou lendo esse livro e pensava em fazer uma resenha, mas você já expressou um pensamento parecido com o meu. De fato, "A Ilha" é uma outra faceta do admirável mundo novo, regada a orientalismo e bobajada hippie.


Edgar.Felix 27/03/2015minha estante
Desculpe-me, mas acabei de chegar. Minha pergunta é, tem que ser tão inteligentes quanto vocês para ler um livro e achar bom. Porque pelo o que lí nos comentários desta resenha é que há uma discursão politica incutida em suportar conceitos políticos do livro em questão. Meu repertório de livros é curto, acabei de ler 1984 e achei formidável, leiturá que deveria ser de todo brasileiro comprida, principalmente em nossa época, em que somos tão facilmente manipulados.


Orlando 09/10/2015minha estante
achei um livro fraco, não ruim, só fraco... não diverte, não empolga, não vai pra frente, a narrativa simplesmente não tem fluidez nenhuma, parece tão somente um gui de como construir uma utopia a partir das "lições" dadas pelos moradores de Pala ao visitante e conspirador Will Farbaby... A Ilha é uma manifesto em prol de um mundo melhor, um guia passo-a-passo e detalhadinho para isso...

Sinceramente estava esperando outra coisa, pois o livro começa com ares de que uma boa conspiração irá ser a tônica da narrativa na ilha utópica... a conspiração há, mas ela não acontece como história, como trama ou como fio condutor da narrativa... páginas e páginas "ensinando" nosso protagonista a ser uma pessoa melhor, mas sem ser no curso narrativo. Uma pena...

Talvez ter conhecido Huxley em Admirável Mundo Novo há anos atrás e depois ler A Ilha é uma experiência até frustrante... vale a leitura? sim, se você estiver intercalando com outro livro talvez sinta outra fluidez, mas se você quiser uma boa HISTÓRIA e BEM NARRADA, sinto muito, não é esse o livro.

Concordo com o amigo, não nas mesmas palavras, mas concordo


Rafael.Dias 04/10/2018minha estante
Sempre bom poder topar com uma resenha de crítica negativa longa e bem desenvolvida aqui no site; mas a sua se perde em exageros descabidos, tanto e de forma tão tosca, que termina completamente sem credibilidade. A coisa mais óbvia e importante a se depreender da sua crítica é o viés e a enorme má vontade com que você leu um clássico de um dos maiores intelectuais ingleses do século XX, aparentemente por meras discordâncias ideológico/políticas. Ora, não é preciso concordar para apreciar; pelo contrário, é preciso sim colocar certos pré-conceitos em suspensão para se permitir obter aquilo que a literatura tem de melhor a oferecer: uma abertura para a reflexão, para o contato com novas ideias e sensibilidades. Sua crítica é puro lixo... não agrega, apenas tenta destruir com ranço e ressentimento. Lamentável.




Andre.Crespo 14/05/2009

Aldous Huxley e suas "viagens"
Desse autor, já tinha lido o famoso "Admirável Mundo Novo", que é um dos meus favoritos. Não tinha ouvido falar muito desse, mas uma amiga minha doou-me este - e mais outros - e eu acabei lendo-o.
Digo que gostei, tem muito do outro presente nesse. Não é da altura do "Admirável", mas também não fica devendo em nada. Apreciei muito as partes em que ele falou sobre Hitler.
Nesse livro estão presentes aquela imagem futurista do mundo e a mesma confrontada com o passado, ou seja, com o mundo "natural". Mostra a mesma ambição que os homens têm por destruir tudo que é bom, saudável. Como o outro, este também tem um triste final em que mostra que a humanidade não tem um feliz futuro pela frente...
Ruth 23/02/2010minha estante
Huxley repetiu sua fórmula de "Admirável Mundo Novo" em "A Ilha".


Dener PÃ 30/05/2012minha estante
"A Ilha" é como um tapa bem dado na cara de todos nós...será preciso viver numa ilha para que a utopia seja possível? Bem gostaria eu de ir prá lá, ou melhor ainda, que o mundo recebesse esse tapa e passasse a perseguir a utopia como um objetivo (não tão categórico, mas pragmático).




102 encontrados | exibindo 91 a 102
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR