Mayombe

Mayombe Pepetela




Resenhas - Mayombe


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André 01/02/2018

8º Livro, Fuvest 2017
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fecan 04/09/2019

Muito bom!
Gostei de ter contato com literatura Angolana. Vale a leitura. Conta um pouco da história do povo na luta pela libertação de Angola, que até então, era colônizada por Portugal.
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Vicente Moragas 25/05/2018

Os caminhos da independência.
As guerrilhas que culminaram na independência da República da Angola sao refratadas em Mayombe ao mostrar apenas uma base de guerrilha. Quando o livro começa o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA) já tinha certo avanço, e a história conta uma fatia do processo revolucionário.
Por ter sido escrito por um ex-guerrilheiro que participou da revolta, os anseios, os medos, as conquistas, as alegrias, as paixões, e as táticas de guerra são descritas com vigor e mostram a realidade das diferentes bases que lutaram pela libertação ao exemplificar a base de Mayombe.
Aliás, Mayombe é maior, é vivo, é personagem, em seu dinamismo de floresta fornece subsídios e dificuldades ao movimento, assim como acolhe as etapas da libertação do povo angolano. Mayombe serve mais do que base, é alimento, é esconderijo e labirinto, e só pode ser realmente desvendado por quem é cria da casa.
O tribalismo angolano originário das diversas etnias e línguas que compuseram a nação, se faz presente no livro como um obstáculo já ultrapassado por muitos em relação a um inimigo maior, os portugueses, vulgarmente chamados por tugas. E mostra como o processo de criar uma Angola única encontra entraves até hoje.
Destaque ao português angolano. Tão próprio, tão livre do português de Portugal e do Brasil. Tão vivo e charmoso. A língua acaba por virar, pra nós lusófonos, uma lição da riqueza do idioma que praticamos.
Um livro pra se ampliar o conhecimento do mundo e de si. Uma obra-prima.
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Phelipe Guilherme Maciel 05/06/2018

Este livro conta a história de Ogum. O Prometeu Africano. Será?
"O Mayombe começa com um comunicado de guerra. Eu escrevi o comunicado e...o comunicado pareceu-me muito frio, coisa para jornalista, e eu continuei o comunicado de guerra para mim, assim nasceu o livro." - Pepetela.

Mayombe é o primeiro romance de Pepetela, nome de guerra de Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos. Pepetela foi guerrilheiro do MPLA (Movimento Pela Libertação de Angola). É curioso o fato deste livro se chamar MAYOMBE.... Poderia ter um nome muito mais revolucionário, idealista, que traduzisse o esforço de guerra, a bravura dos guerrilheiros, ou o mote da revolução. Porque este livro se chama Mayombe, e não: Morte aos Tugas!?
Acredito que o principal motivo seja que a Mayombe, a grande floresta onde boa parte da trama acontece, é o personagem principal do livro, e a força de onde tudo nasce. E também é importante citar que este é um livro sobre guerrilha que não fala de guerrilha.

Neste livro veremos principalmente a relação dos personagens com a floresta e seus dilemas pessoais, tribais, e a luta dos intelectuais para se encaixar aos ideais revolucionários comunistas. Ações de guerra são raras, Os portugueses e angolanos se enfrentam em duas batalhas durante todo o livro, e os Angolanos fazem algumas poucas ações de guerrilha para desmoralizar o inimigo em outros episódios. Eles estão muito mais em guerra com seus interiores do que com o inimigo.

O foco desse livro é desnudar os personagens. E o mais cômico é que os personagens são desnudados até a alma, e não sabemos o nome real da maioria deles. Todos são apresentados com seus nomes de guerra. Sem Medo, Muatiânvua, Comissário, Das Operações, Teoria, etc. Raros são os personagens que saem do nome de guerrilha e sabemos seus nomes reais. Mas através de um narrador onisciente e de pontos de vista em Primeira pessoa onde o escritor dá voz aos principais personagens, saberemos o mais profundo da alma de cada um deles. Por isso acredito que a guerra pela libertação de Angola contra Portugal é apenas um cenário, e como disse o próprio Pepetela, o livro surgiu de uma obrigação sua de passar um telegrama de guerra. É apenas o rastilho de pólvora que deu origem a tudo. Pepetela atuou na guerra como Comissário, era um dos Intelectuais.

É maravilhosa a consciência política do autor, escancarada nos debates políticos protagonizados principalmente entre Sem Medo, o líder do grupo guerrilheiro e O Comissário de Guerra, que é o intelectual responsável pela educação política do grupo. Outros grandes embates de opiniões são protagonizadas com personagens secundários da mesma forma.
No decorrer das páginas 110 a 155, percebemos claramente que o autor não estava afogado na cartilha Marxista e conseguiu desenhar muito bem o destino fatídico de todo movimento popular que chega ao poder, e as demagogias e paradoxos no discurso mobilizador.
O livro passa a ideia clara de que o MPLA considerava que o MOVIMENTO suplantaria a CRISE TRIBAL complexa de Angola, que já estava desenhada na época da luta armada contra Portugal e que culminaria na sangrenta Guerra Civil Angolana, logo após sua independência.
Os vários pontos de vista dos guerrilheiros que já citei aqui que desnudam suas almas, também esclarecem que a questão tribal não poderia ser resolvida apenas com discursos sobre União Nacional.
O maior inimigo do povo angolano, portanto, não eram os Tugas, mas sim, o próprio povo, fragilizado por séculos de colonização e catequização depreciativa de sua própria história. Eram vítimas e algozes ao mesmo tempo.
Um ponto marcante a se observar é a deposição de André do posto de Líder geral da região, após a descoberta de seus crimes de desvio de verbas, e sexo com mulheres casadas. Em seus pensamentos, ele confidencia ao leitor que basta fazer uma autocrítica, e tudo se resolveria. Não iriam puni-lo como ele deveria ser punido. Além da firme convicção de seu próprio poder, ao ridicularizar o líder comunista Lênin, ele ridicularizava o próprio MPLA.
Esse flagrante caso de corrupção antes mesmo de o movimento se instalar no poder evidencia que o escritor, Pepetela, já percebia desde cedo que o movimento estava fadado ao fracasso de tentar levar a cabo um projeto utópico. Inclusive, já integrante do governo angolano pós Guerra Civil, Pepetela escreveu outros livros que criticam a fome de poder dos novos comandantes da nação, além de fazer uma autocritica a si próprio e aos intelectuais do povo. Pepetela também acaba por se afastar do poder e se dedicar somente a escrita e a profissão de Professor.
Mayombe é o grande personagem principal pois todos se utilizam dela para tudo. Ela é a maior aliada dos guerrilheiros, mas somente após eles próprios aprenderem a tê-la como aliada. Ela, que fornece abrigo e alimentação, também os maltratava e machucava quando estes eram estranhos. Eles a tratam como divindade: O Deus Mayombe. O Deus das matas para os Iorubás (Nigerianos) é Oxóssi. Para os guerrilheiros Angolanos, era Mayombe.
O narrador nos informa que contará a história de Ogum, outro Deus Iorubá, que é o Deus da Guerra, como se esse fosse o Prometeu Africano. Ogum é claramente sintetizado em Sem Medo, o grande guerrilheiro, mas cabe aqui lembrar que Ogum é um Deus Iorubá, ou seja, Nigeriano. Ogum é Ioruba e foi para o Brasil na rota dos escravos, em Angola não é conhecido. Isso é apenas um modo do escritor criar um legado cultural para a África.

Uma divagação afro-religiosa:
Questiono no título dessa resenha se Ogum seria realmente o prometeu Africano... Talvez não. Ogum pode ser Sem Medo. Mas o Prometeu Africano ao meu ver seria Exu. Este é o Orixá perfeito para desobedecer as ordens de outros deuses, seja em proveito próprio ou proveito da humanidade.
Mayombe seria Oxóssi. Sem Medo seria Ogum. Exu seria o Prometeu Africano.

Mayombe é um livro que deve ser lido. É a primeira obra angolana que dessacraliza os heróis. É também um livro contra o dogmatismo político. 9/10 estrelas.

"Angolano segue em frente o teu caminho é só um...
Se você é branco isto não interessa ninguém...
Se você é mulato isto não interessa a ninguém...
Se você é negro isto não interessa ninguém...
Mas o que interessa é a tua vontade de fazer Angola melhor...
Uma Angola verdadeiramente livre e democrática".
(Teta Lando - Musico Popular Angolano)
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Biblioteca Álvaro Guerra 29/06/2018

Os bravos guerrilheiros confrontam-se não somente com as tropas portuguesas, mas também com as diferenças culturais e sociais que buscam superar em direção a uma Angola unificada e livre.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580446876
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Dan 05/08/2018

Será essa a história de Ogum ?
Pepetela participou na década de 60 e 70 do "grupo rebelde" MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) no processo de independência da Angola em relação aos portugueses. Segundo o próprio autor, ao fim da guerra, ele queria registrar tudo que ele havia vivido na guerra, e que não poderia ser apenas uma carta de declaração ou artigo, haveria de ser uma obra literária, de certo com muitas realizações inventadas, mas que, em essência, transmitissem tudo o que ele e seus amigos combatentes passaram. Assim nasceu o livro Mayombe, cujo título refere-se à floresta localizada em Cabinda, Congo.

Apesar de se situar dentro de uma guerra, a trama foca bem mais no desenvolvimento de ideias e personagens, cabendo uma análise detalhada em cada um desses, respectivamente:
Durante toda a história, há discussões entre os personagens de assuntos corriqueiros e polêmicos na sociedade contemporânea, tais como religião e sua alienação, tradicionalismo e seus ideais retrógrados e, por fim, o socialismo e como ele deve ser alcançado.

Quanto aos personagens, o livro tem uma característica ímpar, pois, apesar de grande parte da narrativa ser em 3ª pessoa, na apresentação dos personagens, são os mesmos que se descrevem (exceto Sem Medo, Ondina e personagens secundários), as vezes com ideias, com angústias, com histórias de vida, e isso, traz certamente aos personagens uma maior aproximação com o leitor.

Os dois personagens que não se apresentam são os protagonistas, visto que, estão presentes direta ou indiretamente em absolutamente toda a história. Não há necessidade de descrevê-los aqui, mas o que você precisa saber é que o primeiro é, em dadas proporções, o herói do povo, que apesar de não partilhar e engajar-se totalmente à luta armada, ele é o motor que leva os outros personagens a se rebelarem contra os colonos, sendo denominado em determinada parte do livro como "Ogum, o Prometeu africano" (aconselho ver o mito sobre esses dois personagens da mitologia).

Ondina é a única mulher que exerce um papel importante no livro, mas contrapondo esse "defeito" do livro, a personagem é um verdadeiro símbolo de empoderamento feminino frente uma sociedade machista e misógino, sendo capaz de controlar qualquer homem que ela deseje, Ondina também é capaz de influenciar na história, levando personagens a cometer atos que, de certo ponto de vista, atrapalham o desenrolar rápido e normal da história.

No livro também há uma forte crítica ao xenofobismo tribalista (chamado no livro de tribalismo), que é o preconceito que os grupos étnicos tem entre si, estimulando a desconfiança e o preconceito entre os personagens, como o "Teoria", que passa o livro todo tendo que reafirmar a sua índole para os seus companheiros do MPLA, visto que ele era mulato e os outros alegavam que, por tal fato, o mesmo tinha "sangue colonizador" em suas veias, o que era visto com extremo repúdio.

Por fim, Pepetela também critica o socialismo no livro, alegando que na teoria ele é perfeito, porém, quando posto em prática, sofre da dependência de implantação de uma ditadura para que todos os respeitem.

Resumindo, ele se tornou um dos meus livros favoritos justamente pela discussão de idéias e de como a história é narrada. Se você também valoriza tais pontos nos livros ou quer saber mais sobre a descolonização africana no período da guerra fria, é essencial que esse clássico da literatura africana esteja em sua estante.

site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepetela - https://www.youtube.com/watch?v=1oOfzGvAiEo
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Kelly Midori @kemiroxtvliterario 19/09/2018

Resenha: Mayombe , Papetela
Mayombe é um romance escrito pelo autor Pepetela pseudônimo angolano do Arthur Carlos Maurício Pestana dos Santos de grande importância para literatura angolana está na lista obrigatória da Fuvest 2019.

O livro foi emprestado da biblioteca da faculdade. Os capítulos cada narrador é um guerrilheiro diferente.

Mayombe é um lugar montanhoso em Angola onde diversos guerrilheiros vivem numa revolução sendo que eles tem nomes diferentes do comum como o Comandante “Sem Medo” um personagem importante, Comissário político, Chefe de operações, Guerrilheiro “Teoria”, “Lutamos”, Mutiânvua, “Mundo Novo”,” Milagre”, André e Ondina. É narrado sob perspectiva deles cuja principal base fica na floresta (Mayombe) enquanto combatiam o regime colonial e a dominação de Portugal. Em sua origem o livro não era um romance mas sim um documentário pois era relatado fatos do escritor africano mas acabou se tornando um romance.

Minha análise obtida foi que eu gostei do livro foi 5ª leitura da Fuvest 2019, uma boa leitura em meu ver pois se lê facilmente cada capítulo se vendo como se fosse um guerrilheiro do livro como se você estivesse em Mayombe portanto mesmo que você não for fazer o vestibular eu recomendo que você leia esse livro em meu ver vale muito e assim você entrará na floresta Mayombe.

Sobre o autor: “Escritor e docente angolano que usa sua obra como reflexão da história contemporânea e dos problemas que a sociedade angolana enfrenta. Lutou juntamente com Movimento Popular de Libertação de Angola, período que retratou em seu romance "Mayombe".”

Quote:
"É isso o amor. Manter a ternura pelo mesmo homem, embora se deseje outros a momentos diferentes.“

Conheça meu Instagram Literário: @kemiroxtvliterario

site: http://kemiroxtv.blogspot.com/2018/09/resenha-mayombe-papetela.html
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Jazz 07/10/2018

Lutar é necessário
Foi uma ótima leitura pra dar ânimon para lutar nesses tempos difíceis.
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Rafa 24/10/2018

Por dentro da cabeça de um soldado
Personagens muito bem desenvolvidos, talvez porque o livro seja bem baseado na experiência de vida real do autor na guerra de libertação da Angola. As descrições de comportamentos humanos são a melhor parte da leitura.
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Desirre2 20/01/2019

Podemos ler esse livro inteirinho ao som de Run Boy Run, do Woodkid. Combina muito.
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Helena Solo 12/03/2019

Incrível, uma lição de vida
Além de ser um livro muito bem escrito, a personagem Sem Medo nos ensina muito quando fala, principalmente, com o Comissário. Tem vários momentos em que Pepetela nos ensina a amar e nos importar com os outros, independente de onde vieram. Simplesmente perfeito.
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Lari 23/04/2019

Não dava nada para esse livro no início, mas confesso que o final surpreendeu. Retrata, de alguma forma, nossas vidas e nosso amadurecimento. O romance e o enredo nos enlaçam de forma imperceptível, mas que ainda existem.
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Rita 02/05/2019

Esperava mais...
A narrativa é fria e os personagens não demonstram a emoção de estarem vivendo a revolução - emoção não no sentido bélico, mas na esperança de gerar um país melhor. Faltou dar voz às personagens femininas. É possível aprender alguma coisa de teoria política nos diálogos, mas sem nenhum aprofundamento.
Alguns trechos:
"Há dez anos que combate o inimigo. Tem pouca formação política? Certamente. Mas a culpa não é dele. Quem a tem? Ele vê os exemplos que vêm de cima. A culpa também não é tua. (...) Não podes fazer mais do que fazes para convencer o Ingratidão que o povo de Cabinda é como o do resto de Angola. Ingratidão também não pode ser convencido só por palavras. Só a prática o levará a essa constatação." (p. 61-2)
"(...) Quem não quer estudar é um burro, e por isso, o Comissário tem razão. Queres continuar a ser um tapado, enganado por todos... As pessoas devem estudar, pois é a única maneira de poderem pensar sobre tudo com a sua cabeça e não com a cabeça dos outros. O homem tem de saber muito, sempre mais e mais, para poder conquistar a sua liberdade, para saber julgar. Se não percebes as palavras que eu pronuncio, como podes saber se estou a falar bem ou não? Terás de perguntar a outro. Dependes sempre de outro, não és livre. Por isso toda a gente deve estudar, o objetivo principal duma verdadeira Revolução é fazer toda a gente estudar. Mas aqui o camarada Mundo Novo é um ingénuo, pois que acredita que há quem estuda só para o bem do povo. É essa cegueira, esse idealismo, que faz cometer os maiores erros. Nada é desinteressado." (p. 75)
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