Kakau 13/01/2022
Amor fati
Engatei na primeira página do livro sem quaisquer expectativas.E estou verdadeiramente impressionada em como a obra me deixou imersa na narrativa.A maneira com que o primeiro capítulo foi escrito é o que o torna singular;na maioria das vezes,o início de um livro é naturalmente lento,levando um certo tempo para a integração completa do leitor dentro da história.Neste,não.Pelo menos não comigo.
Dentre tantos aspectos positivos referentes à obra,como recém mencionado,um deles é que o autor fugiu do modelo convencional de um prólogo.Particularmente,achei ele um tanto instigante.E foi a partir daí que não consegui me desvencilhar do livro e dos personagens tão humanos.Além disso,é indescritível a forma com que o autor explora o campo psicólogo de cada personagem,jogando com as contradições humanas,crenças limitantes,paixão e muito mais.
No tocante à esfera sobre personagens:sinceramente,não tenho o que comentar.Esplendidamente humanos,plausíveis,densos e repletos de complexidade,erros e vieses inconscientes?inerentes à espécie humana.A cada confissão relatada,senti-me representada,e pude ver com mais clareza e de uma perspectiva mais distante os meus próprios comportamentos,traumas e visões de mundo.
Outro ponto que me agradou deveras fora a mescla entre fatos verídicos e fictícios.Como eu não possuía muito conhecimento sobre a biografia de Nietzsche e as suas relações com as demais figuras importanfes presentes no livro,ao tomar conhecimento de que muitas frases,teorias e relacionamentos de fato aconteceram,fiquei ainda mais eufórica.
Não tenho hesitação nenhuma em afirmar que o livro transformou minha vida?mais na faceta interior do que na exterior.Pude refletir demasiadamente durante a leitura.Mas,mais do que sim,aprendi como analisar certas tendências e padrões mentais,a fim de maximizar a substância e a veracidade do meu autoconhecimento.
"Toda vida não vivida ficará latejando dentro de você,invivida por toda a eternidade.A voz ignorada de sua
consciência continuará clamando para sempre."
P.S.:Ah,e quando Nietzsche chorou,eu chorei também.