Quando Nietzsche Chorou

Quando Nietzsche Chorou Irvin D. Yalom




Resenhas - Quando Nietzsche Chorou


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Fivo 19/02/2010

TORNA-TE QUEM TU ÉS
QUINTA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2006

Este local aqui não é muito usado para este tipo de texto, mas, como não deixa de ser uma mídia e definitivamente é veículo de cultura e entretenimento, vou falar sobre livros. Como todas as coisas, abordar este "negócio" tem um/vários lado(s) ruim(ns) e um/vários lado(s) bom(ns). Ruim pois é mais difícil inserir imagens com adesão satisfatória ao que se aborda, algo que textos sobre quadrinhos, música e filmes tem em abundância. Ruim também porque as imagens dão ritmo a textos longos – característica deste blog - , como pontos de descanso em uma trilha. E bom, pois, como não há precedentes por estas bandas, as reações ao texto são inteiramente novas, assim como novas pessoas podem surgir pelos comentários se o assunto falar mais ao pé d'ouvido.

Falar sobre as paixões que os livros criam, bem como a magia intrínseca à excitação das idéias causada apenas pelo velo das palavras e o desvelo da imaginação é chover no molhado, então vou abordar dois outros focos, um passional e outro oportunista.

O passional vem através de uma obra que se esconde por trás da frieza de uma lápide de racionalidade, mas olha enviesado para o calor da emoção fundamental; a aceitação pela convivência. Trata-se de "Quando Nietzsche Chorou" (When Nietzsche wept - Yalom, Irvin D.; 1992). O livro traz para o mundo da ficção o relacionamento de pessoas reais e relevantes na história de nossa sociedade: Friedrich Nietzsche – filósofo prussiano do século XIX, Josef Breuer – médico vienense e mentor de Sigmund Freud – "pai" da psicanálise. A relação de mentor e discípulo entre Breuer e Freud foi factual, mas Nietzsche (pronuncia-se "Nitch", mas sempre que falo assim, sou forçado a apelar pro Niétch para reconhecerem de quem falo) nunca encontrou com ambos.

Resumidamente, Nietzsche sofre de doenças terríveis e é convencido, através da ação da única mulher foco de seu amor recalcado, a tratar-se com o renomado Dr. Breuer. Até aí parece que é um livro maçante, mas a forma como a relação entre estes dois homens evolui é inapelável, além de contar com vários coadjuvantes de peso, bem como arranha a porta da aurora da psicanálise.

Não é qualquer livro que, focado em diálogos, consegue fazer alguém sentir-se em um liquidificador de emoções. Os diálogos que travam Nietzsche e Breuer são inebriantes, os duelos retóricos apaixonantes, as diferenças de personalidades praticamente saltam do livro, tomam vida, e o desfecho é um ensinamento. Não um ensinamento como estes filmes edificantes e redentores que surgem por aí, mas, ao menos para mim, um ensinamento cuja clareza chega a cegar, dado o espectro de situações que ambos vivenciam até chegarem às suas conclusões. Especifico o "ao menos pra mim", pois, cético que sou, nunca li palavras que estivessem tão ligadas à minha forma de pensar, quase fazendo-me sentir como se fosse minha própria mão, conduzida por algumas entidade mais esclarecida, que escrevera alguns trechos do livro. As tormentas que cada um deles passa são tão reais quanto às suas ou às minhas, mas exaustivamente, - e nem por isto arrastadamente - interpretadas. Sabe aquele sentimento que às vezes temos aqui dentro, mas não conseguimos verbalizar? Neste livro todas estas sensações são detalhadas, quase como se fosse um manual para quando sentirmos os sintomas de nossas angústias e quisermos nomeá-las. O real sentido de amizade sofre abordagem tão honesta quanto a forma como o escudo intransponível da razão dá lugar à sólida, mas permeável, emoção.

Não satisfeito, o livro é um manancial de frases-verdade; destas incontestáveis por quem entende que a vida é menos romântica do que se pensa. O que dizer, por exemplo, da frase "as pessoas, em verdade, amam o desejo e não a pessoa desejada"? Na minha fase de maturidade, não vejo verdade mais absoluta. A busca pelo desejar é arrebatadora, as pessoas desejadas são transitórias. E o "Transforme o 'assim se deu' em 'assim eu quis', caso contrário, não viverás uma vida, pois se não escolhes seu destino é a vida que te vive. Deseje o necessário e ame o que desejar. Amor Fati". Claro, são retórica e, por vezes, podem estar longe demais do que sentimos, pois falam à razão. Mas até isto o livro sabe e, para não permanecer imparcial, trabalha a conversão do discurso para a mente em discurso para o sentimento de forma natural, aproximando as palavras pensadas das palavras sentidas.

Na foto acima, à direita, temos Lou Salomé, Paul Rée e Nietzsche em foto cuja importância é bem destacada no livro.

Há tempos não leio algo tão bom, tão envolvente e com tanta mensagem, pois "bom" e "envolvente" vários são, mas também são rasos de significado. Li emprestado, vou comprar. E as obras de Nietzsche estão na mira, certamente, até porque após pesquisar sobre o cara na net, a wikipedia fez-me passear por conceitos impossíveis de se ignorar.
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Tiago Fachiano 29/08/2021

Confiante para ler Zaratrusta
Esse romance criado pelo Yalom é fantástico. Ele criou um encontro que nunca existiu, mas os fatos ao redor são acontecimentos reais. Isso traz um brilho para a obra espetacular, pois ele não modificou o contexto que a história se passa. Utilizando disso, simulou um encontro entre Breuer (mestre Freud e pioneiro na psicanálise) com Nietzsche (pioneiro na filosofia como forma analisar seus sentimentos). Eles se unem para um tratamento e o autor utiliza frases das obras do Nietzsche nos diálogos e isso é uma ótima inicialização para as obras do filosófo. Estou confiante para ler Zaratrusta e vou bem devagar, pelo complexidade.

O escritor Yalom tem outras obras sobre filósofos e quero ler também.
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Gio 23/11/2021

Li já faz um tempo ?A cura de Schopenhauer? do mesmo autor! Gostei muito e tinha colocado este outro na minha lista de livros para ler! Confesso que no início custei um pouco para engrenar, mas depois me encantei! Gostei de ter lido ele aos poucos, degustando e refletindo! Valeu!
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Ricardo 10/09/2015

Uma obra de primeira grandeza
O livro conta uma história ficcional sobre Josef Breuer e Nietzsche com pequenas participações de Freud. O drama se concentra nas tentativas de Josef Breuer em tratar a enxaqueca de causas emocionais de Nietzsche, o qual é extremamente fechado e refratário ao tratamento.
É muito interessante como as tentativas de Breuer e suas motivações são descritas no livro, bem como é muito interessante perceber o rumo inesperado que o tratamento toma. As conversas entre Breuer e Nietzsche trazem lições muito valiosas de como deveríamos encarar a vida e o mundo em que vivemos.
Embora a história se constitua em uma ficção, as motivações e muitos fatos relatados tem fundamentação real e com isso, além do entretenimento acabamos recebendo de graça e de uma maneira muito didática e interessante conhecimentos sobre o nascimento da psicanálise e sobre a filosofia e pontos de vista de Nietzsche sobre o mundo.
O autor constrói de maneira muito eficiente e objetiva os personagens do livro, nos passando a sensação de que os conhecemos de perto. Nem mesmos os personagens menos importantes são figuras que passam desapercebidas.
Excelente livro, ótima história, ótima fonte de conhecimento.
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vksr 21/05/2020

Porque demorei tanto para ler este livro?
Que maestria do autor, de misturar realidade e ficção, conseguindo proporcionar ao leitor um romance de extrema qualidade, com leitura fluída e leve, sem contar que extremamente rico em informações sobre filosofia e psicanálise. Leitura recomendadíssima!
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João Pedro 17/08/2022

A ficção que podia ser realidade
Um livro que mistura filosofia e psicologia. Existencialismo e psicanálise. Friedrich Nietzsche e Josef Breuer. E, sobretudo, realidade e ficção.

Somos postos diante de várias figuras históricas compondo o cenário de Viena no início do século XX. O filósofo e sua grande paixão, Lou Salomé. O médico e seu pupilo, o jovem Sigmund Freud. Ambas as realidades são justapostas numa incrível narrativa que supõe um encontro entre as duas mentes brilhantes.

Em Nietzsche, percebemos suas características mais marcantes: sua filosofia da vontade de poder, do individualismo e da aceitação do sofrimento em face do eterno retorno, além de um interesse incipiente por Zaratustra que ocasionaria no Übermensch.

Em Breuer, notamos um homem conflituoso, tanto em sua vida profissional, que passa por inúmeras revoluções, como, e principalmente, em sua vida pessoal, na qual vê-se numa tênue linha entre a manutenção de seu turbulento casamento e a busca por novos horizontes.

Um detalhe interessantíssimo: a maior parte das cartas encontradas na obra são originais; isto é, escritas pelos personagens enquanto pessoas reais.
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Thainara Ramalho 13/05/2022

Quando Nietzsche chorou
Eu achei esse livro fantástico. Leitura bem fluida, comecei e não queria mais parar. Recomendo muito.
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Ariela.Soares 12/09/2020

É um livro muito interessante. A forma que a narrativa misturou elementos reais com fictícios foi sensacional. Porém me cansou um pouco. Não sei se foi a velocidade da trama (um pouco lenta) ou as sessões entre Breur e Nietzsche que me cansaram.

No geral o livro é bom, porém muitas pessoas, assim como eu, podem não se identificar tanto com ele.
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luissff 05/09/2020

Leitura incrível! A forma como o conhecimento de cada personagem é introduzido na história é muito interessante! Diálogos repletos de conhecimento.
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Wilber.Lacerda 18/12/2022

Um clássico que deveria ser lido por todos!
Não tem muito o que se dizer quando um livro como esse é considerado um clássico. A despeito de ser uma obra fictícia. Há tanto estudo e base de pesquisa, que sobra poucas dúvidas que um eventual desenrolar fosse diferente do que o livro mostra.
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Potterish 19/06/2012

Quando o real se mistura à ficção
Resenhado por Thiago Terenzi

Os personagens do romance são reais – você já deve ter ouvido falar de Freud ou Nietzsche –, mas a história é fictícia. Na realidade, o filósofo Nietzsche jamais se submeteu a um tratamento psicanalítico. Porém, mais apaixonante que grandes estórias de ficção, são estórias de ficção que utilizam personagens reais. Imagine um romance envolvendo J.K Rowling no universo mágico de Harry Potter – renderia, mais que uma fanfic, um grande best seller.

E é nessa mistura de personagens reais em universos ficcionais que “Quando Nietzsche Chorou” se apóia. Nietzsche, extremamente cético, foi um filósofo alemão autor de duras críticas tanto à igreja quanto à ciência. Marcou história com frases como “Deus está morto” e foi acusado (injustamente, diga-se de passagem) de inspirar a ideologia nazista. O filósofo, que dizia ter nascido póstumo, jamais foi compreendido durante a sua vida. Morreu louco. Hoje, enfim reconhecido, é considerado um dos maiores filósofos modernos da história.

É realmente empolgante – e, talvez, surreal – imaginar Nietzsche deitado num divã.

A narrativa é simples e a leitura flui facilmente. Irvin Yalom conduz o livro com maestria e consegue, na medida certa, criar tensões, clímax e mistérios – o que é responsável por fazer o leitor jamais desejar interromper a leitura. Esta, talvez, seja a principal virtude da obra.

Embora não seja um romance recheado de ação, aventura e movimentação, “Quando Nietzsche Chorou” jamais se torna chato. Ele investe nos diálogos para prender a atenção do leitor – e, acredite, consegue! O leitor, absorto na obra, se pergunta, a todo o momento, como será o desfecho. A narrativa nunca se torna óbvia.


PARA LER A RESENHA COMPLETA ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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Millena50 05/02/2023

?O eterno retorno é um martelo potente. Quebrará quem ainda não está preparado para ele.?
Esse livro me ensinou a ser livre, a fazer escolhas a aceitar o destino de uma forma diferente e astuta. Eu o leria mais mil vezes
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Jennifer 29/06/2012

O livro é fascinante, apesar de um início não tão convidativo, pois o desenvolvimento é lento e bastante detalhado, as conversas são descritas minusciosamente. No decorrer da leitura, porém, o enredo nos instiga a questionar e desvendar o caso juntamente com o Professor Nietzsche e o Doutor Breuer, a filosofar juntamente com suas idéias, e trazer parte delas a nossa vida.
O mais interessante, é que o autor esclarece no final, até onde vai a realidade, e o que se trata de ficção na história.
Recomendo, é um excelente livro.
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