Evy 17/07/2013O amor pode ser representado em um gráfico?Eu gostaria muito de ter lido os livros de John Green na ordem em que ele os escreveu. Por que eu tenho que confessar que "A Culpa é das Estrelas" arruinou a minha capacidade de olhar criticamente para as obras desse autor. Não consigo mais ser impessoal e neutra. Eu fiquei irremediavelmente apaixonada e sei que estarei sendo passional nessa resenha, como talvez não seria sem Hazel e Augustus me lembrando de como esse autor é genial.
Certo, genial ele realmente é, porque apesar de achar que a história não prendeu tanto a atenção, que o enredo é bem mais ameno e em algumas partes sem tempero, John Green consegue mostrar a que veio nos pequenos detalhes. A construção de seus personagens é impecável, e fica impossível não se apaixonar por eles, todos eles, até mesmo aqueles que você acha irritante. Vale ressaltar também sua preocupação ao longo do texto com suas notas e também no apêndice ao final do livro. É o tipo de qualidade na escrita e respeito com o leitor que não se tem hoje em dia na grande maioria dos livros.
Isso somado ao tom irreverente que acredito, mas não posso afirmar, seja uma marca narrativa de John Green, torna tudo muito cativante. Mas, abro um parênteses aqui outra vez, posso estar sendo influenciada por Hazel e Augustus novamente. De qualquer forma, a história é interessante: Collin é um adolescente nerd aspirante à gênio que não faz mais nada da vida a não ser ler demais, decorar tudo que lê, criar anagramas e namorar Katherines. Sim, porque ele já teve 19 namoradas com esse mesmo nome. Inclusive, o livro começa numa crise de depressão do Collin porque acabou de levar o fora de uma Katherine.
É aí que entra o meu personagem favorito: Hassan! Ele é o melhor amigo de Collin, aquele que vai dar uns chacoalhões (literalmente) no amigo e inventar uma viagem para tirá-lo da deprê. Hassan tem um senso de humor impecável e até cria um bordão para os dois. Os diálogos dele são definitivamente a minha parte favorita no livro. Bem, nessa viagem os dois acabam numa cidadezinha do interior onde conhecem Lindsey, outra personagem bem trabalhada de John que acaba mudando o curso da viagem e da vida dos dois.
É nessa cidade também que Collin tem seu momento "eureka" e descobre como representar o amor em um gráfico matemático. O tal gráfico é capaz de dizer quando o terminante vai terminar com o terminado, e ele começa a fazer um balanço de todos os seus relacionamentos com as 19 Katherines.
A história é bem original, os personagens muito bem desenvolvidos, mas a trama não prendeu tanto e por isso as quatro estrelas. Apesar de meu coração ficar até pesado por eu não ter dado cinco. Certeza que é a influência que venho falando desde o começo dessa resenha. Talvez se eu tivesse lido este primeiro, fosse capaz de ser menos passional, mas é um livro que recomendo!
Deve ser lido por todos os fãs de John Green, afinal, eu leria até a sua lista de compra ♥
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http://lyani.wordpress.com/2013/07/17/resenha-o-teorema-katherine/