GG 12/01/2024
Começo dizendo que não é um livro simples, pelo contrário, é bem complexo: traz muitas ideias e conceitos (que ele vai explicando durante o desenrolar da história), fala de opostos (principalmente o leve/pesado) e é um livro extremamente político.
Todo o enredo gira em torno das relações entre Tomas, Tereza, Sabina e Franz, que vivem seus conflitos pessoais durante a ocupação russa em Praga, ao mesmo tempo que são suscitadas questões morais e ficam claros seus posicionamentos políticos. Os personagens são diretamente afetados pelo regime comunista e o autor usa esse contexto para fazer muitas críticas não apenas ao regime comunista em si, mas principalmente aos políticos, inclusive os da chamada direita.
A dualidade entre peso e leveza permeia todo o livro e fica bem claro o que seria a tal insustentável leveza, retirando nossa tendência de achar que leve = bom e pesado = ruim.
Tomas é um cara que separa bem sexo de amor, que se vê estranhamente envolvido por Tereza. Ele a ama, casa com ela, mas mantém suas "amizades eróticas". Tereza, por sua vez, vem cheia de traumas e conflitos com sua mãe, encontra amor em Tomas, mas vive a dualidade leveza/peso a cada dia, pois sabe das infidelidades do marido.
Sabina era amante de Tomas, uma mulher de corpo livre e que vê na traição não uma coisa errada, mas o desconhecido. Eventualmente ela se envolve com Franz, um professor em um casamento infeliz.
A insustentável leveza do ser é um livro muito peculiar, com uma linguagem poética, muito reflexivo, particularmente rico (culturalmente falando) e com personagens cheios de idiossincrasias.
Nem de longe essa resenha faz jus ao livro, que ainda estou digerindo e tenho certeza que vai ficar na minha cabeça por um booom tempo. Definitivamente é arrebatador, adorei.