Leninha Sempre Romântica 27/02/2023
E eis que finalmente a resenha do primeiro livro sorteado no projeto: Desencalhando livros da estante, chegou. Quem não conhece o projeto e quiser saber do que estou falando dá uma conferida no Reels que postei lá no Instagram explicando direitinho. AQUI.
Agora vamos falar de Jardim de Inverno e todas as sensações e emoções que essa leitura me causou. Se existe uma palavra que posso usar para classificar esse livro essa palavra é: Dilacerante. Nenhuma palavra fala mais ao leitor do que essa, isso sem falar de tocante, emocionante, cru, doído e sem esquecer profundamente marcante, extremamente triste, porém ao mesmo tempo cheio de amor. Difícil entender, não é? É quase impossível ler esse livro e depois não entrar em estado de reflexão, se fechar em si mesmo para pensar no quão cruel pode ser a vida, ainda mais uma vida que passou pelos terrores da guerra.
Temos aqui a história de uma família, na verdade de várias famílias. O livro começa a nos contar no tempo presente a vida de Anya, Evan e suas duas filhas: Meredith e Nina. Uma família “nada comum”. Anya é uma mulher que vive num mundo particular, ela não consegue demonstrar amor, pelo menos não em relação às suas duas filhas. Elas cresceram num lar onde o pai era só amor, e a mãe pura frieza. Com o desenrolar da trama e a partida do pai, elo que unia a família, as coisas começam a desmoronar. Em seu último pedido Evan pede a Meredith que cuide de sua mãe e a Nina que faça com que ela conte a história do Jardim de Inverno completa, porque só assim as filhas irão entender a mãe, e talvez criar um laço entre elas.
Começa aí uma história doída, cheia de amargor, de uma tristeza profunda, e vemos os personagens da trama se abrindo e deixando tudo aflorar, mesmo que esse “tudo” traga dor, mágoas e mais sofrimento.
Não tem como não ficar preso às páginas desse livro de forma quase hipnótica. Cada frase, cada passagem no tempo prende o leitor cada vez mais, e incomoda, deixa a gente com a sensação de que a cada página algo ainda pior pode acontecer, já que o fio condutor da Segunda Guerra Mundial, e a invasão de Leningrado é tão dilacerante quanto a história contada por Anya às suas filhas.
Fazia tempo que eu não lia um livro que mexesse tanto com meus sentimentos, foi uma confusão, um tormento lidar com tanta dor, ouvir de uma personagem uma história que facilmente pode ter acontecido com qualquer um que viveu os dissabores da guerra. Um lugar onde a morte espreita em cada esquina, e vem de todos os lados, sem hora marcada e pega os personagens e, claro, o leitor, de repente, sem aviso prévio e dilacera a alma.
Aí você chega naquele final, e simplesmente você sorri com lágrimas nos olhos, a sensação é de que se cumpriu o objetivo do livro, mas também que agora essa história tão profunda, tocante e dilacerante faz parte da alma da gente. Não tem como não imaginar um punhado de “se”, mas que talvez tornasse a história menos crível. De tão dolorosa ela se torna única e como eu disse anteriormente: o livro cumpriu seu objetivo.
Sempre que pego um livro da Kristin Hannah sei que ela vai roubar um pedaço da minha alma, e dessa vez, Anya, Meredith, Nina e todos os outros personagens da trama se entranharam em mim, vai ser difícil esquecer, deixá-los ir, até porque não é esse o objetivo dessa leitura.
Super recomendo, indico, e insisto: leia Jardim de Inverno, não espere tanto tempo para desfrutar dessa história incrível como eu fiz. Mas prepare-se, essa leitura precisa de um coração forte.
site: http://www.sempreromantica.com.br/2023/02/jardim-de-inverno-kristin-hannah.html