As virgens suicidas

As virgens suicidas Jeffrey Eugenides




Resenhas - As Virgens Suicidas


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Gabriela3115 11/10/2021

Pertubadoramente instigante
A leitura foi pesada e ao mesmo tempo viciante, senti milhares de emoções de uma vez. Acho que entendi o motivo pelo qual as meninas fizeram o que fizeram. Gostei da  narração ser na 1° pessoa do plural, porém odiei os narradores, odiei como as meninas são vistas como forças da natureza, mulheres perfeitas, cheias de sensualidade e malícia.
Descrevem em um momento a diferença das meninas, mas na realidade ninguém nunca viu nenhuma diferença. Lux, Bonnie, Mary e Therese nunca foram vistas como seres individuais, são CRIANÇAS que eram vistas como objetos sexuais e objeto de desejo dos homens/meninos, até os pais prendiam-nas como se fossem furacões que precisam ser contidos.


"Pensando em retrospecto, concluímos que as meninas tinham passado o tempo inteiro tentando falar conosco e pedir nossa ajuda, mas estivéramos apaixonados demais para ouvir."

"No fim das contas, as torturas que despedaçaram as meninas Lisbon apontavam para uma simples e fundamental recusa em aceitar o mundo que lhes tinha sido entregue, tão cheio de falhas."
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carinavd 25/01/2018minha estante
Isso. Fiquei me perguntando quanto os narradores influenciaram na decisão das meninas. Stalkers, não deixavam elas em paz, sempre vigiando, sempre fazendo suposições, e colocando elas num pedestal bizarro.


Jenifer Cerdas 03/06/2018minha estante
Tirou palavras da minha boca. Li 2 vezes a frase do termômetro pra ver se ele realmente era o que significava de tão absurdo.


Isa 06/03/2019minha estante
Ué, mas acho que esse é definitivamente o ponto do livro. Eles nunca poderão conhecer as meninas. Por mais que tentem juntar os pedaços e conservem coisas absurdas, elas são intangíveis justamente porque são pessoas de carne e osso com sentimentos e personalidades muito além daquilo que eles conseguiam enxergar. Essa é justamente a crítica do livro: como as expectativas desses meninos, que representam uma sociedade doentia que espera algo de sexual das meninas, entra em choque com a expectativa familiar que era pudica e religiosa. O livro põe em cheque a questão da dicotomia de santa e da prostituta, afinal mulheres são mais do que isso. Os narradores ditos por você como "punheteiros e fetichistas" nada mais são do que um reflexo da própria sociedade e o modo como as mulheres foram, são e serão julgadas por muitos. Acho uma grande maestria do autor, mostrar justamente essa assimetria perceptível e gritante: qual o direito de julgá-las se nunca as conheceram? Mas afinal, eles poderiam verdadeiramente conhecê-lás? As Lisbon escapam dos narradores como areia das mãos. Eles nunca poderiam conhecê-las e Cecília deixa isso bem claro quando se dirige ao seu médico,em sua explicação sobre os suicídios, afinal "ele nunca foi uma garota de 13 anos". E assim, somente a elas cabia entender a dimensão e o sofrimento de ser mulher diante de exigências e situações tão absurdas.




JanaAna 15/11/2021

Com gatilhos e muito arrastado
Eu, sinceramente, não sei dizer o que acho desse livro.
Achei a história bem arrastada, me fez muito mal o começo do livro com inúmeros gatilhos e pensei até em desistir da leitura, porém depois de uns 15% você consegue continuar lendo "tranquilamente".
Senti falta de algumas informações, mas o livro é narrado pelos vizinhos das meninas, então é justificável a falta dessas informações.
Tive um grande ranço de várias coisas e pessoas, enfim, não seria um livro que eu escolheria para ler se não fosse leitura do mês do clube que participo.

?É óbvio, doutor?, ela disse, ?você nunca foi uma menina de treze anos?.
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Izabelle.Amon 12/04/2023

INCRIVEL
Uma obra que com certeza me causará reflexões a vida toda, me fazendo carregar uma certa visão "doce" e angelical da morte. Me coloquei várias vezes e me identifiquei em fortes pontos com as meninas, principalmente a Lux, que acredito eu foi a que mais teve sua personalidade retratada no livro inteiro. A crítica de fanatismo religioso, pais extremamente controladores e rígidos e até mesmo uma questão doentia da obsessão do narrador (os garotos obcecados pelas irmãs Lisbon) é retratada de uma forma melancólica e sútil no livro, fazendo com que o leitor fique tão absorto e confortável na leitura que às vezes fica difícil para enxergar a real problematização e o quanto as irmãs tinham motivos para fazer o que fizeram, TALVEZ transtornos mentais que foram ignorados, e principalmente, a falta de liberdade de todas elas. E é claro, a sexualização e a imagem puritana reforçada sobre todo UM esteriótipos. As irmãs Lesbon eram apenas crianças sem liberdades, com pais religiosos e controladores e sexualizadas por homens desde de novas, causando todo um mistério e curiosidade ao seu redor até mesmo depois de mortas.
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Janavisi 11/05/2023

Esperava mais
Na minha humilde opinião a premissa é boa, mas a narrativa é muito redundante e cheia de detalhes que pra mim não necessitava. Dei Duas estrelas por conta das reflexões que o livro traz. Pensei em desistir em vários momentos. O início é maravilhoso, aí o ritmo vai diminuindo.
Agora vamos ver a adaptação.
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Karen 16/12/2021

Meninas são tão mulheres ...
O livro me lembrou a música "Garotos II - Leoni".
Em meio a truques e confusões s meninas davam um baile nos meninos da rua.
Pobres meninas lindas, sufocadas pelo cinturão bíblico imposto da mãe beata, tiveram como a luz do fim do túnel a luz de uma outra vida.
"'Qualquer um no lugar delas se mataria só pra ter alguma coisa pra fazer'".
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bruna 03/06/2022

"adolescentes tendem a buscar amor onde podem encontrá-lo"
o livro é narrado por adolescentes que são platonicamente apaixonados por cinco garotas da família Lisbon. até o final percebe-se cada detalhe, situação, pensamentos e características de tudo que envolviam essas meninas.

durante todas as suas vidas elas foram estritamente controladas;não podiam se divertir, usar as roupas que queriam, sair acompanhadas ou fazer qualquer outra coisa comum que as garotas adolescentes faziam. e era exatamente isso que as tornaram interessantes.

após o suicídio inesperado de uma das irmãs, as outras entram em desequilíbrio, e lentamente isso se mostra em outras pessoas ao redor. como se um ultimato cruel fosse estabelecido sobre as outras quatro.

o leitor é induzido a se apaixonar pelas garotas, um amor tão puro mas ao mesmo tempo ardente e impressionantemente profundo. o tempo todo essa paixão virginal é mostrada mas com um tom sombrio de um final chocante.

"no fim das contas, as torturas que despedaçaram as meninas Lisbon apontavam para uma simples e fundamentada recusa em aceitar o mundo que lhes tinha sido entregue, tão cheio de falhas."
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Angie 27/04/2023

"No fim não foi a morte que a surpreendeu, mas a teimosia da vida."
Livro sensacional e muito bem escrito, a tradução está ótima e a edição também.
Essa já era (para mim) uma história conhecida pois há muitos anos assisti a adaptação de Sofia Coppola, mas é muito diferente ler o livro e assistir ao filme. Temos uma narrativa global de um grupo de meninos, não sabemos ao certo quem conta a história, que tem uma grande carga emocional, mas temos diversos pontos de vista de um mesmo enigma.

Lendo, fiquei com a sensação de poder fazer mais, mesmo por personagens que não existem, mesmo essa sendo uma história fictícia (que me levou em certos momentos a acreditar que não era) eu poderia facilmente atravessar as páginas desse livro para tentar ajudar as meninas Lisbon, que viviam enclausuradas não somente dentro de casa, mas também dentro de seu próprio mundo interior, fechadas em suas prisões mentais. E mesmo cientes de seu fim prenunciado, tive a impressão que os meninos iriam socorrê-las e que tudo ficaria bem, e acredito que eles pensaram a mesma coisa.

O suicídio, que é mais doloroso que a morte em si, não revela nada em específico. A narrativa nos permite um ponto de vista real, que temos quando tragédias como essa acontecem, não sabemos o quando, como, onde e por quê, apenas somos capazes de compreender que aconteceu e nada pode ser feito. Todo o nosso entendimento é construído a partir de perspectivas, mas a verdade é inalcançável, inimaginável, as dores de alguém, uma dor que leva à morte, chega a ser incompreensível, ainda que tentemos montar o quebra-cabeça, sempre faltará uma peça.
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Tainá.J 03/10/2020

Bom
Gostei do estilo da escrita, da narrativa e da abordagem bem diferente ao tema. Muitas sacadas geniais e sutis ao longo do texto! Foi um livro melhor do que imaginava a princípio! Vale a pena a leitura!
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soso.anami 01/06/2023

"ela era o ponto fixo do mundo em rotação"
Com aparência e conteúdo simples, “As Virgens Suicidas” rapidamente entrou para um cantinho especial no meu coração: a seção dos meus favoritos. Trata-se de um livro sensível, bem-escrito e impossível de parar de ler.
Narrado através de um coro semelhante ao das tragédias gregas, o ponto central da história são as virgens do título, mas que atendem também a alcunha de “irmãs Lisbon”. Assim como os narradores, aos poucos vamos nos obcecando pelas peculiaridades das vidas dessas garotas. No entanto, o que realmente prende nossa atenção são suas trágicas e precoces mortes.
Após o suicídio da caçula de apenas 13 anos, Cecília, as outras quatro irmãs – Lux, Mary, Bonnie e Thereza – repetem o mesmo ato (como que atreladas à uma maldição) em um período de um ano. A narração de suas histórias, como mencionei, se dá através dos olhos curiosos que as observavam de longe e, acima de tudo, ansiavam por compreendê-las.
Os pais das garotas são aprofundados no decorrer da trama, e eu achei genial o modo como ambos foram caracterizados. Não há como chegarmos a uma conclusão definitiva acerca do que motivou suas cinco filhas a cometerem suicídio. No entanto, a teoria de que seu lar era abusivo nunca é descartada. Gosto de pensar que as figuras paternas das Lisbon realmente as amavam e prezavam acima de tudo. Ainda assim, penso eu que tanto afeto acabou literalmente por sufoca-las.
O tema saúde mental é tratado com muita responsabilidade na obra. Como as garotas eram apenas adolescentes, o autor opta por trazer à tona questionamentos muito pertinentes acerca do que é ser uma mulher passando por grandes mudanças – físicas e mentais. A transição da infância para a idade adulta já é algo assustador e, sem o apoio ideal, torna-se ainda mais difícil. No caso das Lisbon, muito se é abordado sobre seus gostos, sexualidades, hobbies, sonhos e anseios. Tudo que as tornava humanas e o que as amedrontava.
O grande ‘xis’ da questão – e que tanto nós, leitores, quanto o coro de narradores jamais saberemos com certeza - é o que de fato levou as cinco irmãs a cometerem suicídio. As passagens escritas por Jeffrey que frisam este tópico são belíssimas, onde destaco:
“[…] seu suicídio era uma espécie de doença que contagiava quem estivesse por perto. […] A bactéria traiçoeira alojara-se na gelatinosa garganta das moças. De manhã, aftas macias haviam brotado sobre suas amígdalas. As garotas despertaram indolentes. Na janela, a luz do mundo parecia mais fraca. Inutilmente esfregavam os olhos. Sentiam-se pesadas, apáticas. Os objetos do cotidiano perderam o significado […] E saíamos com o cabelo molhado, na esperança de pegar gripe e partilhar seu delírio”.
A puberdade dos garotos também não é deixada de lado. Gostei muito da sutileza destacada pelo autor para tratar dos conceitos de masculinidade, e como diversos comportamentos atribuídos ao homem são nocivos para o seu desenvolvimento enquanto adolescentes. Meus trechos favoritos acerca deste tema tratavam de vaidade (“[...] Não estávamos atentos à beleza que pudesse surgir entre nós, e acreditávamos que pouco valia”), sexualidade, masculinidade tóxica, empatia, sensibilidade e até homossexualidade.
O garoto popular e pegador da história – cujo papel representado na vida de uma das irmãs Lisbon é importantíssimo – é criado por um casal homossexual, com dois pais. Adorei como todas essas questões são tratadas naturalmente dentro do universo da história – afinal, são coisas naturais.
Outras discussões pertinentes que marcam presença no livro tratam de religião (e seu impacto na vida das pessoas, ainda mais correlacionado ao suicídio), liberdade religiosa, racismo e inclusão. Um dos pontos mais altos no livro de Eugenides, para mim, é em como não há preconceito em seu universo.
Eu simplesmente amei este livro. O autor se mostrou um às da escrita (algo que pude notar logo na primeira página). Apesar de curto, “As Virgens Suicidas” é uma obra intensa e cativa facilmente o leitor. A disposição dos capítulos é um tanto longa, mas funciona bem dentro da trama e da proposta da história.
Realmente adorei a composição, escrita, metáforas e a linguagem utilizada neste livro. Jeffrey possui tanta sutileza para tratar de um tema pesado como o suicídio que o torna semelhante ao rei Midas: o que ele escreve se transforma em ouro. Foram tantas as minhas passagens favoritas em sua obra que mal consigo enumerá-las. Conforme ia avançando na leitura, ia colando post-its em todas as frases e trechos que me marcavam – e quase fiquei sem adesivos.
Não há sequer um detalhe que me faça pensar que “As Virgens Suicidas” seja um livro ruim ou mal escrito. Eu amei o desenvolvimento, a singularidade e principalmente a escrita sensível do autor. Suas personagens – ainda que complexas – são relatáveis e pude me identificar com seus jeitos, pensamentos e até algumas atitudes. Os narradores são igualmente bem explorados, ainda que pouco saibamos sobre suas figuras.
As irmãs Lisbon, tratadas como um único ser em várias passagens do livro, são um símbolo de coragem (ou até mesmo covardia, para alguns) e simplesmente amei me envolver nas linhas de suas histórias – tão tristemente encurtadas.
Recomendo muito o livro.
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vit 22/06/2022

as virgens suicidas é um livro difícil e arrastado, demorei cerca de quase um mês pra terminar, mas isso não apaga o fato do livro ser muito bem escrito e detalhado. ainda to processando tudo que eu li, não tenho uma opinião concreta, mas com certeza eu odiei esse narrador e a forma como todos enxergavam as irmãs lisbon. a idealização que esse narrador fez dessas garotas é surreal e assustador, beira a insanidade pensar que esses garotos passaram anos criando e alimentando uma imagem irreal de garotas normais. queria ter visto mais de cada irmã, queria saber o que passava na cabeça delas, como elas se sentiam e reagiram com a primeira morte, queria saber realmente como era a vivência delas com aqueles pais falhos. enfim, prefiro o filme da sofia coppola, o olhar feminino dela fez toda a diferença na delicadeza do filme em mostrar além da visão do narrador.
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Bru Fátima 11/11/2020

O livro e? um cla?ssico contempora?neo, que traz uma liguagem mais cult a esto?ria. ?
A narrac?a?o e? em terceira pessoa (um grupo de garotos da vizinhanc?a) e me lembrou muito um documenta?rio independente, a histo?ria das irma?s Lisbon: Ceci?lia (13), Lux (14), Bonnie (15), Mary (16) e Therese (17) e forma tra?gica como cada uma tirou a pro?pria vida em um curto peri?odo de tempo.?
?
Ao longo da leitura senti o foco se perder para esto?ria paralelas que na?o acrescentavam na trama principal, no tema principal, que tambe?m ao meu ver deveria ter sido melhor tratado. Claro que devemos considerar o contexto histo?rico o qual a trama aconteceu (1970), mas, ainda assim muito me incomodou as narrativa carregadas de preconceito e julgamento direcionados a familia Lisbon.?
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Apo?s a perda da primeira filha a fami?lia iniciou um decli?nio ra?pido e percepti?vel a qualquer um, ao passo que a propria residencia Lisbon se deteriorava, o mesmo acontecia com as meninas. Os vizinhos, conhecidos, colegas de trabalho e igreja, pouco fizeram a na?o ser bisbilhotar, julgar, se afastar como se eles fossem uma doenc?a contagiosa.?
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Prevenc?a?o ao suici?dio e? justamento o contra?rio de todas as pra?ticas apresentadas no livros. Suicidio e? um tabu imenso, permeado por crenc?as religiosas (que vem se quebrando) e populares, as pessoas tendem a se afastar, mas familias e pessoas que passam por isso precisam de rede de apoio, empatia, de insistencia e assistencia. Ningue?m sequer imagina a dor, a na?o ser que tenha vivido e ainda assim sera? semelhante em forma, mas sempre sentida de forma diferente por cada um.?
?
Por isso eu particularmente tive problemas com essa leitura, acreditei ate? a ultima pagina que todo aquele julgamento e preconceito seriam quebrados do tipo "viu gente? na?o podemos agir assim, poderi?amos ter salvado aquela fami?lia, aquelas meninas. Bastava termos tido empatia, oferecido e insistido em ajudar, em conscientizar", mas na?o, na?o encontrei nada disso. Uma Pena!?
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Victor Almeida autor 12/10/2020

Perfeito
Brilhantemente escrito. E uma história altamente tocante. Um diamante em meio à montanha de livros sem valor produzida na América do Norte.
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