Kassia.Castro 10/01/2024
O sangue dos Elfos
A saga do Bruxo Geralt de Rívia #3
Andrzej Sapkwski
Pag:400
O terceiro livro da saga é uma continuação mais focada em Ciri e Yennefer, explorando como elas se conheceram. Apesar de ser mais político entre humanos, elfos, anões e Nilfgaard, e ter menos ação de Geralt, foi uma leitura bastante empolgante da qual não consegui desgrudar. Podemos ver com mais profundidade do que na série o motivo pelo qual o bruxo não quer se envolver nas guerras e não toma partido, assim como seu olhar sobre o povo elfo e sua intenção de preservar aquela cultura.
?Ser neutro não significa ser indiferente ou insensível. Você não precisa matar seus sentimentos. Matar o ódio dentro de si é o suficiente.? ? Geralt
Um desafio para alguns leitores pode ser a extensa exploração de detalhes políticos, culturais e históricos do mundo fictício criado por Sapkowski. Embora esses elementos enriqueçam o cenário e contribuam para a profundidade da história, em determinados momentos, podem tornar a leitura um tanto intrincada, especialmente para aqueles que buscam uma experiência mais direta e centrada nos personagens principais. No entanto, eu pessoalmente adorei aprender mais sobre os elfos, dríades e anões.
Além disso, alguns leitores podem sentir que o ritmo narrativo é mais lento em comparação com outros volumes da série, o que pode impactar a experiência de leitura, principalmente para aqueles que esperam uma ação mais imediata e intensa. Por outro lado, é importante ressaltar que "Sangue dos Elfos" também apresenta momentos de grande impacto emocional, desenvolvimento de personagens e reviravoltas na trama. Detalhes sobre o sangue de Ciri e como ela está ligada a esse universo são aprofundados. A construção do mundo é notável, e Sapkowski demonstra sua habilidade em criar personagens multifacetados. Conhecer Kaer Morhen, o treinamento de Ciri com Yennefer e a explicação da magia do caos foram mais empolgantes do que na série.
Em resumo, enquanto alguns leitores podem apreciar a profundidade e a complexidade de "Sangue dos Elfos", outros podem achar desafiador lidar com a densidade da narrativa e a extensão dos elementos descritivos. Este livro amarra todas as histórias dos contos anteriores e começa a dar mais sentido ao desenrolar da saga. Foi muito emocionante acompanhar a evolução de Ciri neste livro, e mal posso esperar pelo próximo!
"Se a capacidade de aproveitar as experiências e tirar delas conclusões acertadas fosse decisiva, já teríamos esquecido há muito tempo o que é uma guerra. Mas experiências e analogias nunca detiveram nem deterão aqueles que desejam guerrear." Yennefer
Um assassinato será sempre um assassinato, independente dos motivos e das circunstâncias. Assim, todos aqueles que matam ou preparam um assassínio são delinquentes e criminosos, não importando quem sejam: reis, príncipes, marechais ou juízes. Ninguém que planeja ou comete uma violência tem o direito de julgar-se melhor do que um simples criminoso. Porque toda violência, pela própria natureza, leva inevitavelmente ao crime.
Apesar de se tratar de um livro fantasioso, o autor consegue lidar com muitas questões reais, como racismo e genocídio. Há uma semelhança notável entre Nilfgaard e os nazistas, assim como impérios medievais nos quais os reinos se unem para enfrentar o inimigo.
@kahlendo