spoiler visualizarMateus 14/09/2021
Mais que uma história para criança...
Sobre o autor (1898-1963): Foi um professor universitário, escritor, romancista, poeta, crítico literário, ensaísta e teólogo irlandês. Criado no seio de uma família cristã, tornou-se ateu na adolescência e reforçou isto após participar da 1ª Guerra Mundial. Foi membro do grupo de discursão e colaboração literária "Inklings". Foi grande amigo de J.R.R. Tolkien (autor de O Senhor dos Anéis), tendo este, juntamente com a leitura da obra "O homem eterno - G.K. Chesterton", influenciado Lewis a converter-se ao cristianismo. Dentre suas obras mais conhecidas além das Crônicas de Nárnia estão: O problema do sofrimento e Cartas de um diabo a seu aprendiz.
Sobre as crônicas: As crônicas se passam em dois mundos: no nosso, mais especificamente na Inglaterra durante uma parte da segunda guerra mundial; e em Nárnia onde acontece a maior parte da história. Nárnia é sempre revisitada pelas crianças do nosso mundo. Estas tem papel principal de ajudar os habitantes nativos (animais falantes, faunos, centauros e outras criaturas fantásticas) a salvar o mundo deles de algum mal que de tempos em tempos os cerca.
A passagem do nosso mundo para Nárnia pode se dar de várias formas: através de anéis mágicos, do guarda-roupa feito com a madeira de uma árvore especial de Nárnia ou também a partir do "chamado" de Aslam, O Leão, criador de toda Nárnia. Durante as aventuras, as crianças e os habitantes deste mundo costumam receber auxilio de Aslam sempre que a situação parece meio perdida ou impossível de resolver. Os filhos de Adão e filhas de Eva, como são chamadas as crianças, são donos do trono de Nárnia e sua salvadora.
O tempo em Nárnia passa de forma não regular e diversa ao tempo na no nosso mundo, ou seja, nas várias idas e vindas passam-se anos e até mesmo centenas de anos, enquanto na terra passou apenas alguns meses ou anos.
Minhas considerações: Esta série de livros foi escrita para crianças como uma forma bem sutil de explorar ensinamentos e situações da bíblia. Isto é claramente perceptível desde a primeira crônica, onde há uma alegoria da criação do mundo, até a última história, onde temos uma referência ao apocalipse e ao que posso chamar de "encontro com Deus no céu".
Esta série de histórias passam longe de ser "apenas histórias para criança". Elas estão cheias de profundidades, ensinamentos de vida e alegorias bíblicas que não devem passar despercebidos pelo leitor ingênuo, aqui me refiro a ingênuo aquele leitor que vê esta obra apenas como uma história de ficção infanto-juvenil.
Eu sou agnóstico com um "pé" no ateísmo, porém me vi várias vezes emocionado e até mesmo arrepiado com a forma como C.S. Lewis abordou o cristianismo e suas lições. Para finalizar fica a minha grande recomendação deste livro para todos, e a sugestão de que leiam sempre buscando algo mais nas entrelinhas.