spoiler visualizareriksonsr 11/02/2015
Livro ótimo, porém frustrante
Primeiro livro do Jack London que leio e acho que comecei bem. Adorei a edição tem uma pequena biografia muito boa sobre Jack e que gostei bastante.
Para o livro ser excelente só faltou ter um final melhor. Do início da história até pelo menos a metade da mesma o livro é ótimo! Humphrey van Weyden que sempre teve uma vida fácil, vivendo de uma renda que nada fez para ter/merecer acaba indo parar em escuna de caça a focas (Ghost), onde conhece o capitão Wolf Larsen, um materialista que desde de o início o obriga a trabalhar negando a ele o direito de voltar para o continente sempre demonstrando o seu deprezo por ele em função da vida fácil que ele teve.
No decorrer da história Humphrey vai ganhando o respeito de Wolf e mostrando seu valor enquanto vai galgando posições na hierarquia da escuna e no mesmo passo começa a admirar o intelecto e a razão do brutal e selvagem Wolf Larsen.
A melhor parte do livro são os confrontos ideológicos entre o idealista Humphrey e o materialista Wolf Larsen. Os diálogos que ambos tem são muito bons. Porém nem tudo é tão bom, a segunda parte do livro fica bem chata quando começa um romance entre Humphrey e uma mulher que é resgatada e o pior de tudo é forma simples e fácil com que o Wolf Larsen morre, é muuuuito chato ver um personagem que você tanto gostou morrer da maneiras tosca com que o Wolf morre. Me lembrou a forma fácil com que o conde Drácula morre no Drácula.
Trechos e frases que mais gostei:
"Você nunca fez nada com o próprio suor. Vive de uma renda conquistada por seu pai. É como uma fragata dando um rasante nas aves mais estúpidas e roubando o peixe que elas pegaram. Está no mesmo time do bando que organizou o que eles chamam de governo, que domina todos os outros homens e devora a comida que outros homens buscaram e gostariam de poder comer";
"... toda a comida que comeu ou desperdiçou poderia ter salvado a vida da legião de coitados que a preparou e não teve a chance de comer. A que propósito imortal você serviu?";
"Ora, se oferta e demanda fazem algum sentido, a vida é a coisa mais barata que existe";
"... não consigo meter na sua cabeça a coisa incrível que é a vida. É claro que ela não tem valor, exceto para si própria. E posso dizer que minha vida é muito valiosa neste exato momento. Para mim. Tem um preço incalculável, o que é um exagero imenso, você há de concordar, mas não posso evitá-lo porque é a vida dentro de mim que estipula o valor";
"O poder faz o direito, isso é tudo. A fraqueza está errada. O que é uma maneira muito pobre de dizer que é bom para si ser forte, e ruim para si ser fraco. Ou ainda melhor ainda, é agradável ser forte, por causa das recompensas, e é agradável ser fraco, por causa das desvantagens";
"Um ato atruísta é um ato realizado em benefício alheio. É um ato desintessado, ao contrário de um ato egoísta, que é realizado em beneficio próprio";
"Se a imortadilidade estivesse à minha espera, o altruísmo seria um investimento rentável. Eu poderia elevar minha alma a altitudes de toda espécie. Mas com nada de eterno à minha espera, a não ser a morte, e tendo recebdio apenas um período muito breve para rastejar e me debater nesse fermento a que chamamos de vida, seria imoral de minha parte realizar qualquer ato que implique sacríficio";
"O homem não faz a oportunidade. Tudo que os grandes homens fizeram foi reconhecer a oportunidade quando ela apareceu diante deles";
"Só podemos medir o que não conhecemos com o que conhecemos";
"Questiono com frequência, se a razão realmente vale a pena. Os sonhos devem ser mais plenos e satisfatórios. O prazer emocional é mais substancioso e duradouro que prazer intelectual, e, além disso, você paga pelos momentos de prazer intelectual com a tristeza. O prazer emocional é sucedido apenas por uma fadiga dos sentidos, que se recuperam logo";
"amar é melhor e mais belo que ser amado, pois faz uma parte da vida valer tanto a pena que não nos opomos a morrer por ela. Esqueço de minha própria vida no amor por outra vida";