Julia 15/12/2021
Todo livro de Outlander é uma montanha russa
Diana Gabaldon tem um poder de encantar o leitor com descrições muito intensas, seja em uma cena de guerra ou de amor. E como eu e quaquer outra pessoa fã de Outlander, sabe que um livro da série é equivalente a uma montanha russa de emoção; não só porque os livros são enoooormes e cheios de detalhes e narrativas paralelas, mas porque o estilo da história é sempre marcado pelas reviravoltas.
No geral, o 8o livro teve altos e baixos pra mim. Na minha opinião foi superior ao sétimo, "Ecos do Futuro", porque aqui temos as trajetórias dos personagens mais bem consolidadas: sabemos que Bree e Roger se instalaram na sua época "certa" e que Jamie e Claire estão a procura de um lar, seja ele na Escócia ou na América. Eu achei o 7o livro com um tom muito inconstante que me incomodou um pouco, além do fato de que inseriu o William como um personagem foco, o que eu detestei completamente porque eu nao consigo simpatzar com ele. Acho um personagem chato, mimado e petulante, e as partes do livro dele são muito enfadonhas de ler. Nesse ponto, o 8o livro perde pontos por dar continuidade a isso e pior, ainda não resolver o relacionamento entre ele e o Jamie. Pelo contrário, se arrastar numa narrativa com um potencal interesse amoroso só para no final não dar em nada e muito menos aproximar os dois. Muito frustrante.
Porém, eu gostei muito do arco de Bree e Roger preenchendo o "Guia do Mochileiro das Galáxias" e lendo as cartas de Claire e Jamie, além do perigo que enfrentaram com o grupo que sabe do segredo da viagem das pedras. A única coisa que sempre me irrita na Brianna é ela ser uma personagem muito séria, racional e lógica demais, ás vezes ela parece um robô. E sobre o Buk, antepassado de Roger ir pro futuro: hello!! É o primeiro personagem na série a ir do passado para o futuro, e achei esse ponto totalmente mal aproveitado pela autora. Ela poderia ter contado muito mais sobre o choque de época e outros detalhes, mas ao invés disso Buk parece achar tudo normal e o fato dele ser o 1o personagem na história a fazer a jornada ao contrário do que estamos acostumados passa batido na narrativa. Outra frustração pra mim. Sem falar que toda a narrativa "Roger acha que Jem voltou no tempo-Roger e Buk voltam-Jem não foi sequestrado-Brianna e as crianças precisam voltar pra avisar Roger" muito desnecessária. Parece que DG queria um pretexto pra fazer com que eles voltassem para Claire e Jamie (além de fazer uma ponta com o pai de Roger, outro momento que passou batido sem a atenção devida). Ela podia ter feito isso de outra forma.
Mas nem tudo foi ruim: é sempre incrível ver o amor de Claire e Jamie mudar e se adaptar a tudo o que eles passam, e nunca é demais ver o relacionamento dos dois virar mais sólido do que nunca. É muito gostoso ver os dois envelhecerem juntos.
Outro ponto positivo foi finalmente ver a redenção de Ian no seu "final feliz", depois de todo o sofrimento que ele passou desde que virou um moicano. O relacionamento dele com Rachel foi algo inusitado pra mim e muito interessante. Ela é uma personagem forte e muito fácil de gostar.
Quanto a Fergus e Marsali, fiquei muito triste com a tragédia que eles passaram. A morte de Henri-Christian foi horrível de ler, mas DG soube criar um momento dramátco sem se prender nele, até porque em Outlander temos vários momentos tristes. Rollo é outro personagem querido que diz adeus nesse livro, na minha opinião, servindo de símbolo ao marcar o fim de uma era pro Ian jovem e aventureiro que virou índio e o começo da era de Ian marido e pai, mais sábio.
O final nos deixa loucos pra saber o que aconteceu, e é claro que já está todo mundo ansioso pra ler o 9o. Na minha opinião, ele podia ser o último da série, porque por mais que amamos esses personagens e suas trajetórias, acho que também é bom saber o momento de encerrar.
Enfim, por mais que aconteçam coisas que não me agrade muito, ler Outlander é sempre maravilhoso, imersivo e familiar. Mal posso esperar pra ver como a série vai continuar adaptando os livros.