A Desumanização

A Desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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akasaori 07/01/2023

Em 'A desumanização' acompanhamos Halla e sua família lidando com o luto após perder sua irmã gêmea Sigridur. O começo do livro é muito forte e eu não conseguia parar de grifar, até que deixou de ser. Esse livro já se difere dos outros do VHM por ser ambientado na Islândia, o que traz toda uma carga cultural diferente para a história, principalmente graças à essa discussão sobre luto atrelada a religião e costumes. A discussão dos personagens sobre deus estar em todos os lugares e ser tudo que é desconhecido é muito rica e interessante de acompanhar.
Contudo, a partir de um dado momento a leitura se distanciou um pouco do que eu esperava. Os livros do VHM tem a tendência de sempre caminhar para lugares que a gente não espera, tramas bem diferentes do que era no início, mas aqui a trama, apesar de interessante, carrega um plot que eu realmente não gosto de acompanhar e não consigo normalizar durante a leitura: Halla tem 12 anos e se envolve com um homem mais velho da sua vila.
Principalmente no início dessa relação o incômodo foi inevitável, não conseguia tirar da minha cabeça o quão errado era aquilo mesmo com toda a argumentação por trás disso. Foi a partir do desenvolvimento e do foco nessa relação que minha atenção com a história foi se perdendo também, voltando apenas quando voltamos a focar mais em Halla e suas discussões internas e questões familiares. Nesse aspecto foi interessante acompanhar os desdobramentos do luto e como cada um lidou com a perda de uma forma, tendo como principal foco a mãe das meninas se perdendo em si, chegando a se automutilar (alerta de gatilho) e ainda mutilar a filha, dando a impressão de que ela sente que a filha não está sofrendo verdadeiramente.
Ainda é um livro que eu recomendo, principalmente por conta do debate religioso e familiar do início, mas não virou um favorito.
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Iya Moura 04/01/2023

Em pedaços
A poetica de VHM nessa obra é inconfundível. É um livro pesado, denso, mas ele flui porque ha amor.

É de passar a leitura se despedaçando e recolhendo cada pedacinho para se recompor, várias vezes, sempre se recompondo de uma nova maneira.

Questões delicadas de se abordar.

Não indicaria como primeira leitura de VHM, nem a segunda...rs você precisa estar pronto e disposto a ler tudo que esse livro tem a dizer.
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Camila 31/12/2022

Quem não sabe perdoar só sabe coisas pequenas
Há uma diferença sutil mas fundamental entre tristeza e melancolia. ?A Desumanização? é pura melancolia e assume o top 3 dos meus preferidos de VHM. Com uma história situada na fria e vazia (no sentido mais figurado do que literal) Islândia, o luto é o personagem principal. Encerrando 2022 com mais um livro sobre luto, pelas mãos mágicas e poéticas de VHM. Deixo o próprio falar um pouco sobre a beleza da melancolia?
?
?A beleza é sempre alguém, no sentido em que ela se concretiza apenas pela expectativa da reunião com o outro?.
?
?Havemos de dezembrar. Dizia eu. Faltava pouco para o fim do ano. Era o meu pai, nos tempos de maior conversa, que o pedia. Depois de cada dificuldade, esperava que dezembrássemos todos. Que era prometer que chegaríamos vivos e salvos ao fim do ano, entrados em janeiro, começados de novo. A resistir?.
?
?Quando eu fugir, não deixes de comer, de sorrir, de subir ao cabeço, de ver como são bonitas as auroras, toma conta das ovelhas, têm um coração carente e são medrosas, nunca as assustes, é muito triste. Não deixes de ser malcriado. Quando deus ficar feio vai arrancar-nos a cabeça como se espremesse um bago de feijão. Porque somos imbecis, aprendemos nada e sonhamos com o que não nos compete. Tu nunca deixes de namorar, Einar. Atira-te às raparigas. Põe-lhes as mãos no rabo, lembras-te. Elas vão dizer-te que não gostam, mas estarão sempre a mentir. Convence-as de tudo, e faz-lhes filhos, não te importes que sofram. Elas vão ter de sofrer de qualquer maneira e não vale de nada a vida se não a jogarmos por inteiro. Traz as raparigas para aqui e faz-lhes filhos bonitos. Se nascerem rapazes, serão sempre Hilmar. Se forem meninas, tu sabes, podem chamar-se Halldora. Mas tu não guardes vazios os meus lugares. Deixa-me ir. Olha pelo meu pai. Se ele te falar dos poemas, ouve tudo. É a única coisa que conta, a poesia?.
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ludwig2 29/12/2022

Overrated
Resenha de 17/06/2020

A história é a de Halldora, uma menina de onze anos que tenta lidar com a imponente e onipresente ausência de sua irmã gêmea, Sigridur, que morreu. Era sua melhor amiga, confidente, seu espelho, e tinham uma relação quase telepática. A "irmã menos morta" vive na pequena vila de Bildudalur, onde não há outras crianças. Assim, cercada de adultos e velhos, ela é forçada a amadurecer antes da hora. Os únicos companheiros da garota são o pai, que escreve poemas, e o rapaz Einar, que tem um segredo: uma memória que ele não consegue recordar.

Inicialmente a narrativa é um pouco estagnada. A partir da metade do livro surgem personagens que roubam a cena e deixam a história mais dinâmica e interessante.

Ponto baixo do livro: muitas vezes a narrativa se perde em reflexões das mais diversas, sobre morte, palavras, poesia, Deus, tristeza, beleza, solidão. Isso poderia ser agradável, mas parece haver um esforço constante para tentar produzir metáforas e comparações bonitas que acabam não sendo marcantes. Apenas os personagens secundários Einar, Thurid e a "mulher urso" motivaram a minha leitura.
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Suelen 27/11/2022

A desumanização
O livros tem vários temas difíceis e em alguns chagam a causa revolta e repulsa.

Cada pessoa tem uma maneira de lidar com o luto, mas a forma retratada nesse livro foi triste.
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srlucast 22/11/2022

Me fez virar fã do autor
Livro muito triste, doloroso e muito bonito.
Morte, luto, perda, depressão.
E a forma como as pessoas lidam com toda essa merda.

Fala de duas irmãs gêmeas, muito conectadas, na história uma delas morre logo no início do livro, é extremamente poético tanto a descrição dos sentimentos, das pessoas, dos lugares, e a principal coisa que a gente acompanha é o drama psicológico dessa família que perdeu essa menina.
Fun fact: nome da irmã que morre, a Sigridur, significa algo como a Bela; e a Aldora, a irmã que sobrevive significa: O Resto.

É um livro bonito e extremamente triste.
E o relacionamento da família com essa menina que ficou, a mãe dela é horrível, ela culpa a menina, ela não pode ser feliz porque a felicidade dela é uma ofensa à perda da irmã.
Eu vou reler esse livro daqui a uns anos, é um grande favorito da vida.
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Julie 01/11/2022

completamente ARRASADA
enquanto o filho de mil homens me abraçou, disse que ficaria tudo bem, que dá pra ser feliz nessa vida, a desumanização me deu 3 tapas na cara, bateu na minha mãe e me jogou na rua debaixo de chuva. valter hugo você é tudo!
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Marcelo.Castro 28/10/2022

Interessante
Embora com a típica narrativa poética que caracteriza outras obras do autor, este livro foge um pouco das demais histórias de Mãe por sua aridez. Mas que tem haver com o próprio ambiente em que a narrativa se desenvolve. A aridez e frieza do ambiente encontra paralelo com os próprios personagens e suas lutas internas. Não apontaria como uma das obras de maior destaque de Mãe, mas para quem já é fã como eu, vale a leitura.
Honey K. 31/01/2023minha estante
qual seria a melhor?


Marcelo.Castro 31/01/2023minha estante
O primeiro que li foi Filho de mil homens, mas o que mais me marcou dele até hoje foi Máquina de fazer espanhóis... Recomendo qualquer um dos dois. Se puder, leia ambos...




Nai Lima 15/09/2022

Quem não sabe perdoar, só sabe coisas pequenas.
Uma leitura densa que nos permite acompanhar o luto através dos olhos de uma criança onde aos 11 anos perde a irmã. De forma poética o autor aborda o quanto a criança sofre com a morte da irmã, mas tb a rejeição dos pais, de como passa a ser vista pela sociedade e como tudo isso a transforma para poder transbordar amor.
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Tiago Pedro 04/09/2022

Triste, bonito, denso, mas também cheio de clichés
O livro é denso, escrito em uma prosa quase poética. As vezes o autor consegue tocar na ferida, masnuitas vezes as frases soam cafonas. O cenário na Islândia, com poucos personagens que interagem pouco, segundo a visao do narrador-protagonista, dá a idéia de uma imensidão vazia. Esse vazio permeia o livro todo, que é sobre a ausência por causa de várias perdas. Uma leitura que pode custar um pouco, mas flui, em certa medida. Algumas frases doem, ferem.
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sherloking 02/09/2022

Este é um livro TRISTE
Não tem como descrevê-lo de outra forma: esse é um livro absolutamente triste, que já começa com o processo de luto na perspectiva de uma criança.
E apesar de este ser o ponto principal, muitas situações, ao longo do desenvolvimento da personagem, tornam tudo mais delicado e melancólico.
Gostei de muitos pontos tratados, mas acredito que o livro tenha sido poético e "arrastado" demais pra mim.
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BeatrizLassance 19/08/2022

Bonito porém cansativo
Como todo livro do Valter Hugo Mãe traz reflexões e trechos muito bonitos. Porém por vezes a leitura se torna cansativa e maçante, talvez pela extrema tristeza e melancolia que envolve a história da personagem principal. Apesar dos pesares é um livro bonito porém definitivamente tá longe de ser o meu favorito do autor
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_chol 28/07/2022

"Quem não sabe perdoar só sabe coisas pequenas"
"A desumanização" conta a história de uma garota que mora nos confins da Islândia e perde aos 11 anos a sua irmã gêmea, Sigridur. No decorrer da obra, a protagonista lida com a ruptura dessa ligação tão forte que existia entre ela e a irmã e com a transformação dos pais aos olhos da narradora a medida que a tristeza e o luto se apegam a eles.
Valter Hugo Mãe traz uma visão poética e melancólica a narrativa através dos olhos infantis e ao mesmo tempo tão profundos de Halla.
Outro aspectos fascinante da obra é o modo como o autor faz a Islândia parecer um personagem tão vivo e ao mesmo tempo tão onipresente para a narrativa. Quase como a figura de um deus implacável que parece se moldar ao mundo inteiro da protagonista.
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