Água Viva

Água Viva Clarice Lispector




Resenhas - Água Viva


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Idayane.Ferreira 07/04/2024

Água viva: o delicado jorro da vida
Estou lendo todos os livros do box especial da Clarice Lispector, seguindo uma ?ordem aleatória?. Comecei lendo os livros de contos, depois li ?A hora da estrela? e finalizado este emendei ?Água viva?. Tem sido uma experiência incrível porque embora sejam todos livros da Clarice Lispector, descubro tantas nuances diferentes da sua escrita.

Água viva é pura experimentação, jorro de palavras. É um pouco difícil ler tudo num fluxo (o que acontece em geral quando a gente ler Clarice), porque a gente tem logo a sensação de ter bebido muita água e o ideal é beber aos poucos, de leve, saboreando o frescor, admirando o cristalino da água. Água viva tem uns dos trechos mais lindos que li na vida e que foi musicada pelo Barão Vermelho em ?Que o Deus venha?.

A música é uma adaptação de um trecho do livro e diz:

Sou inquieto, áspero
E desesperançado
Embora amor dentro de mim eu tenha
Só que eu não sei usar amor
Às vezes arranha
Feito farpa

Se tanto amor dentro de mim
Eu tenho, mas no entanto
Continuo inquieto
É que eu preciso que o Deus venha
Antes que seja tarde demais

Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É o inesperado

Mas eu sei
Que vou ter paz antes da morte
Que vou experimentar um dia
O delicado da vida
Vou aprender
Como se come e vive
O gosto da comida
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Maria1691 06/04/2024

Água viva: desordem da mente.
(se estamos falando de desordem da mente, como o livro seria organizado? Afinal, a nossa mente é assim, não é mesmo?)

Eu definiria ?Água viva? como aquelas pinturas abstratas que as pessoas ficam horas em museus tentando entender o que significa aquele monte de ?pontinhos misturados? hahaha (brincadeira, meu forte nunca foi a Arte, mas sugiro que pesquise: ?Pinturas de Paul Jackson Pollock?).

No começo da leitura fiquei muito animada, pois gosto muito de livros que são como uma conversa em uma cafeteria, porém, me senti desesperada ao perceber que o livro não é dividido em capítulos e que talvez por isso (e pela a minha falta de tempo :/) eu não conseguisse ter a experiência que a Clarice queria passar: o "it".

Como um todo, não considero um livro fácil e muito menos o melhor que já li da autora.

?Antes de me organizar tenho que me desorganizar internamente. Para experimentar o primeiro e passageiro estado primário de liberdade. Da liberdade de errar, cair e levantar-me.?

"Será que depois da morte é assim? o sonho de um sonho de um sonho de um sonho?".
Hércules Alves 07/04/2024minha estante
E isso não é uma resenha?? E muito bem feita por sinal rs


Maria1691 08/04/2024minha estante
Hércules Miguel...




ivystrs 06/04/2024

Esse livro só começou a fazer sentido depois que parei de tentar entender ele, é como se a autora estivesse dizendo tudo e nada ao mesmo tempo. não tem história e por isso é incrível, é muito mais um sentimento do que um livro
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rizzoka 05/04/2024

"Na minha noite idolatro o sentido secreto do mundo"
Literatura clarisseana é, por natureza, sensorial, neurótica e mentalmente turbilhonada, mas essa obra explora isso sem se poupar.

Desde a primeira página somos inseridos num monólogo lúcido onde Clarisse nitidamente tem um pé no mundo físico e outro num mundo "sensorial". A autora fala como se a morte se aproximasse, mas ela se recusasse a aceitar sua finitude. Tudo é mentalmente MUITO poderoso e misterioso. A narrativa aqui não tem história propriamente dita, mas sim algo similar a poesia.

Inicialmente, acreditamos que o livro é um diário mas, após algumas páginas fica nítido que é "algo além" (que nem mesmo a própria Clarisse sabe explicar).

Existe aqui uma escrita "experimental", como uma banda de Jazz: cada músico vai improvisando seu instrumento e tudo isso junto vira arte. No livro, existem vários pensamentos diferentes gritando simultaneamente, de modo que alcançamos a transcendência juntamente a Clarisse.

Entretanto, o que a autora articula tentando se expressar é de difícil compreensão. O que ela sente é tão intenso (e pude sentir isso também) que exteriorizar tudo acaba sendo muito caótico (isso é um elemento que eu amei no livro).

No meio disso tudo, Clarisse invoca a morte, sabendo que ela se aproxima, para, talvez, não confrontá-la, mas sim fortalecer sua existência (que ainda não terminou).

O livro é muito mais música do que novela; é um retrato falado de uma pintura abstrata. Em cada pincelada desse grande quadro, Clarisse não economiza a tinta de seus sentimentos mais profundos.

Melancolia, culpa e admiração pela vida são os principais companheiros em uma viagem em que somos uma água viva (um ser com forma física indefinida) boiando pelo oceano do pensamento. Ou então pode-se dizer que somos a própria água do mar, com momentos de calmaria, maré e tempestade. A água representa um elemento abstrato e interpretativo já que sua forma física é tão variada.

Clarisse escreveu uma obra enigmática e muitas vezes brinca com esse fato, como se zombasse do leitor de forma carinhosa ("pode-se perguntar sempre por que e sempre continuar sem resposta").

É uma leitura que você precisa estar no clima (é preciso sentir o "it"). Caso contrário, você vai ficar esperando uma história começar, franzindo a sobrancelha, e perder toda a mensagem que Clarisse transmite de forma que nunca antes li.
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Larissa Alves 04/04/2024

?
Definitivamente uma EXPERIÊNCIA. Esse texto é uma absurdidade, um desvario, um mergulho profundo, perturbador e extremamente lindo.
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Daiana59 02/04/2024

Não é uma leitura fácil, pelo contrário, é bem complexa, mas vale a pena. Achei bem profundo como todos os livros da autora. Deixo aqui um trecho para despertar sua vontade de ler essa maravilha.
"Mesmo para os descrentes há o instante do desespero que é divino: a ausência do Deus é um ato de religião. Neste mesmo instante estou pedindo ao Deus que me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. Sou forte mas também destrutiva. O Deus tem que vir a mim já que não tenho ido a Ele. Que o Deus venha: por favor. Mesmo que eu não mereça. Venha. Ou talvez os que menos merecem mais precisem. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor. Às vezes me arranha como se fossem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e no entanto continuo inquieta é porque preciso que o Deus venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado. Mas sei que terei paz antes da morte e que experimentarei um dia o delicado da vida". 
"
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thayzenha 02/04/2024

Poético e abstrato
Foi a primeira obra que decidi ler da Clarice, pois sempre tive curiosidade de conhecê-la.
Achei a escrita extremamente singular e poético, mas confesso que às vezes me perdia na leitura devido ao caráter abstrato demais da obra.
Houve passagens que me prenderam fortemente, mas também foi um pouco difícil em alguns momentos. De qualquer forma, gostei bastante e pretendo explorar outras obras da autora.
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Thayanne24 02/04/2024

Achei o livro de difícil entendimento, leitura um pouco arrastada apesar da história curta devido a complexidade do texto. Tive dificuldade de acompanhar o fluxo de ideias em alguns momentos? mas talvez seja isso, a semente da dúvida sobre o amar é sua essência no fluxo livre da mente sendo plantada.

Sei que se lê-lo novamente, terei uma nova perspectiva sobre a narrativa e derrubarei todas as certezas que (acho) que tenho hoje do que aproveitei da história.
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Carine Campos 02/04/2024

"O que estou te escrevendo não é para se ler - é para se ser
"Não gosto do que acabo de escrever - mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu. E respeito muito o que eu me aconteço. Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço."

Clarice se permitia sentir e escrever coisas tão genuínas, é necessário um desprendimento de si pra acessar tudo isso ?. Precioso demais!!

Me conectei com esse livro porque ele me pareceu expressar as coisas inefáveis que carrego comigo, que ao mesmo tempo que são confusas, fazem muito sentido. Clarice é muito única!

"Estou me criando. E andar na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos. Dói. Mas é dor de parto: nasce uma coisa que é. É-se."

"E ninguém é eu. Ninguém é você. Esta é a solidão."

"Ouve-me, ouve meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa".
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glauci 02/04/2024

It.
Esse livro é um jorrar de palavras que se amontoam e muitas das vezes formam frases desconexas e alucinantes, mas que em alguns momentos fazem tanto sentido que te atingem no fundo da alma.
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dovichce 01/04/2024

Li por conta de um trabalho da escola, e saí muito pensativa sobre o livro.
É um livro um pouco cansativo, pra quem não tá acostumado a ler livros clássicos, e com uma linguagem mais formal e antiga (auto crítica).

Mas adorei como consegui me sentir como a própria personagem, com pensamentos tão claros e profundos.
Me deparei em uma crise existencial e isso mostra que a leitura foi muito boa, porque senti como se fosse eu compartilhando meus pensamentos no livro; as ideias de Clarice sobre o porquê da vida e sentido das coisas, é pura arte nesse livro e vale muito a pena.
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bella 01/04/2024

Por que o horrível terrível me chama?
Padrão clarice lispector de soco no estômago. me identifico muito com esses textos "experimentais" dela em que é feita uma tentativa de escrever tudo que se passa na mente. às vezes com êxito e às vezes não. interessante pontuar também que tem uma mescla muito sutil de questionamentos existenciais com dúvidas inocentes de infância. será que ostra dorme? será que depois da morte é assim? o sonho de um sonho de um sonho de um sonho? é o tipo de livro que preciso ler sem usar a voz mental e sim o susurro. é livro pra ler em pé e caminhando, dando voltas no quarto.
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Leandro676 01/04/2024

Profunda desordem orgânica
Meu segundo contato com a Clarice e foi incrível. Neste livro, que não há personagens nem história, a autora-pintora troca, pela primeira vez, as telas pela escrita.

O desejo dela é alcançar na escrita a materialidade e abstração da pintura. Ritmo complexo, automatismo fragmentário, estruturas compactas: explosões da consciência. É abstrato.

É um livro bem particular e a leitura pode não ser fluída para aqueles que tiverem dificuldade em acompanhar o fluxo de pensamento. Pode ser denso e entediante para quem não está acostumado.
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Marinus0 31/03/2024

É o terceiro livro de Clarice Lispector que eu leio e percebo como ele é único: É uma história sem história.

Temos alguém que escreve para nós e é nossa única certeza. Não sabemos quem é, quem seria "nós", o que está sendo escrito. Essa pessoa, acostumada a pintar, está tendo usando a escrita como arte pela primeira vez.

Sendo assim, é um vômito de filosofias e pensamentos. O livro todo é defendido o momento, o instante e isso é presente em cada palavra. Só temos acesso ao pensamento e seu fluxo, não sabemos nada além, nada real, nada de contexto. É uma intimidade à mente, mas sem saber completamente de quem estamos falando.

É como se fosse sendo escrito a primeira coisa que se passasse pela cabeça dessa pessoa. E de forma bem lírica e desordenada, temos esses pensamentos dessa pessoa e é isso.

O que acaba se tornando uma leitura densa e entediante para quem esperava algo de fato. É perceptível o cuidado que existe na escrita desse livro, cada detalhe conectado e bagunçado ao mesmo tempo. Mas não foi uma leitura divertida e legal, senti que estava apenas vendo palavras e meu desinteresse não acabou.
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Carolayne7 31/03/2024

? Água Viva ?
Esse foi o primeiro livro que li da Clarice Lispector, a forma que ela escreve sobre um assunto e o muda sem fazer com que o outro perca o sentido é impressionante.
A escrita da Clarice é encantadora, mesmo sendo um pouco difícil no começo, ao entender você consegue seguir lendo tranquilamente, além de que ao longo da leitura fui compreendo e percebendo alguns conselhos
Em resumo eu gostei desse livro, mesmo demorando um pouco para entender ele, um fato sobre esse livro é que a capa dele é uma parte de um quadro que a própria Clarice pintou.
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