Gab 15/11/2015
Ser um herói
Fern sempre foi apaixonada pro Ambrose — era impossível não se apaixonar por ele, sendo tão lindo, incrível, forte e bom em tudo o que poderia fazer. Ambrose, para Fern, era aquele personagem invencível de livros de romance, em que nada poderia abalá-los, e eles eram realmente perfeitos para a suas mocinhas. E Fern queria muito ser a mocinha de Ambrose algum dia. Mas, ao contrário de Ambrose, Fern era feia. Tinha cabelos ruivos incontroláveis, usava aparelhos, era magricela, e andava com Bailey, o garoto da cadeira de rodas. A única coisa que ela tinha de bom a oferecer era a sua amizade com Rita, uma das garotas mais bonitas da escola e também sua melhor amiga. Tão melhor amiga que Fern se comprometeu a ajudar Rita a conquistar Ambrose por recados.
Mas diferente dos filmes, em que os rapazes encontram a beleza interior da mocinha, não foi o caso de Ambrose. Ele não gostava de Fern, não a achava atraente, e saber que Fern estava se passando por Rita apenas o deixou irritado e fez com que ele se afastasse de Fern. É onde Fern acredita que seu sonho de ficar com Ambrose, de ver que ele era realmente o seu protagonista incrível e invencível da sua história de amor imaginária, na verdade nunca iria acontecer.
Ao tempo em que Fern está tentando superar a rejeição de Ambrose, Ambrose está tentando encontrar seu lugar no mundo. Apesar de ser incrível, bonito, desejado por todas as garotas e bom em tudo o que fazia, Ambrose não sentia que se conhecia realmente e precisava encontrar-se no seu lugar. É um tempo depois do atentado de onze de setembro que Ambrose se alista ao exército junto com seus amigos. Mas apenas ele volta, e muito diferente do que era antes de partir.
Beleza Perdida é um livro que me tocou muito. Ele não apenas é uma releitura moderna de A Bela e a Fera, como também aborda temas importantes e tocantes como aprender a ser forte apesar das dificuldades; que beleza não é tudo, apesar de muitas pessoas considerarem algo essencial; e a importância da amizade, da luta e do amor na vida de alguém. A superação também é um ponto especialmente importante abordado na história, onde temos Bailey, o garoto que tem distrofia muscular e tem seus dias de vida contados. Mas, diferente de muitas pessoas que descobrem que têm uma doença terminal, Bailey aproveita cada dia da melhor maneira que pode e despeja lições que podemos carregar pelo resto de nossas vidas.
O mais interessante é que Beleza Perdida tem todas as características de um livro especialmente clichê, mas que também sempre nos mostra que de clichê ele não tem nada; que é único à sua maneira. Talvez seja pelas mensagens maravilhosas que o livro passa, ou talvez pelo modo como a autora sabe tocar no fundinho do nosso coração em alguns momentos. Mas Beleza Perdida é imensamente lindo, maravilhoso, além de ser clichê e ao mesmo tempo único. Eu aprendi tanto com essa história, com tão pouco tempo, que foi impossível não me apegar e não colocar Harmon na listinha de escritoras propensas a se tornarem minhas favoritas. Agora só preciso conhecer suas outras obras e ver se ela vai conseguir me fazer chorar como uma criança e agradecer por cada minuto de leitura como ela fez com esse livro.
Obrigada, Amy!
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