Resenhas - Estação Carandiru

Ana 03/09/2023

Estação Carandiru
Leitura muito enriquecedora e chocante.

Dr Drauzio Varella descreve, de uma forma humanizada, o cotidiano dos detentos no presídio Carandiru e também suas histórias.
Infelizmente, a realidade é dura e a leitura é de uma forma reflexiva e muito triste.

gabe 31/08/2023

De forma imparcial, Dr. Drauzio humaniza e nos mostra que a prisão é destino não só como consequência de decisões erradas mas também (e muitas vezes) destino de uma vida onde as escolhas eram poucas e as oportunidades inexistentes.
Com um relato visceral e emocionante vamos conhecendo as vidas, rostos e trajetórias e conseguimos sentir solidão, dó, raiva, medo. Desde o massacre de 1992 até a demolição em 2002, a cada página virada deixa claro que ninguém passa ileso pelo Carandiru.
Estação Carandiru é mais que um livro, é um lembrete de como sistema prisional é falho com toda a sociedade e que mesmo sem um estado atuante, a própria sociedade se organiza com hierarquias, líderes, regras de conduta. É um bom livro para quem vê a situação pelos dois extremos: a romantização da criminalidade e a desumanização do indivíduo criminoso.

Andreza 29/08/2023

Um retrato muito humano
Sou muito fã do trabalho do Dr. Drauzio ! Sempre que estive por SP e passava pela estação carandiru eu me perguntava sobre o que tinha acontecido lá, sempre tive curiosidade por saber um pouco da história das pessoas que estavam lá dentro. É muito fácil nós diminuirmos a história das pessoas que são marginalizadas e juntá-las em uma categoria que não leva em consideração tudo o que deixou de acontecer ou aconteceu antes do período no qual elas estavam lá, depois que chegaram são apenas os detentos, nem nome mais eles tem.
O relato de Drauzio humaniza, também faz pensar nos pequenos trechos das histórias contadas. É um livro muito visceral e emocionante, tinha vontade de ler há muito tempo, fico feliz que finalmente tive a oportunidade!

Heloyse 27/08/2023

Sensacional
O Dráuzio tem uma narrativa incrível. Sem defender, mas sem julgar, ele apenas conta como foi seu trabalho no Carandiru, e sobre as pessoas que conheceu lá.
Uma pessoa muito sensata e de uma sensibilidade enorme, Dráuzio é demais. Não imaginava que ia gostar tanto da escrita dele.

Izabela 27/08/2023

Um retrato do passado, que infelizmente, reflete o presente
Estação Carandiru não é somente um livro, mas também um marco brasileiro, um lembrete de como o sistema prisional falha, não só com aqueles que se encontram em situação de cárcere, mas com toda a sociedade, impedindo a ressocialização e incentivando a egressão dos sujeitos que por lá passaram.

Mesmo buscando a imparcialidade, Dr Drauzio consegue mostrar como a prisão, na maioria dos casos, é a consequência não somente de erros, mas sim de um passado onde as escolhas eram poucas e as oportunidades nulas.

Na história de cada pessoa do Carandiru, entoada por Drauzio, o coração aperta e assim como o médico, vamos nos sentido mais próximos dos encarcerados. E é após a criação desse vinculo, no final, quando tudo acontece, que a gente consegue entender o porque o massacre que aconteceu em 1992 precisa ser lembrado, já que em pleno 2023 continuamos com o mesmo sistema onde a preocupação é punir e não reeducar.

Ana 25/08/2023

"Não houve mortes entre os policiais militares"
Livro de se arrepiar do começo ao fim. Já conhecia a história do Carandiru, mas foi a primeira vez que li a história de cada um. Vi como são conhecidos, suas famílias, seus crimes, seus arrependimentos. É um livro extremamente forte.

Julianne.Santiago 24/08/2023

Ninguém passa ileso pelo Carandiru
Eu não vi o massacre de 92, era muito pequena, mas é como se eu tivesse visto. De 92 até 2002, quando o Carandiru foi desativado, era corriqueiro vermos reportagens sobre a maior casa de detenção do país. Para quem cresceu em São Paulo na década de 90, como eu, o Carandiru sempre foi assunto durante os jornais, entre os vizinhos, nas escolas e revistas. Ninguém em SP passou ileso ao Carandiru.

À vista era uma cena de solidão, dó, raiva e medo. Se olhássemos para cima, conseguíamos ver as pernas penduradas nas janelas. Na rua, principalmente nos fins de semana, sempre havia uma grande fila de mulheres e crianças, com muitas sacolas, e dor nos olhares.

Lembro como se fosse hoje o dia da demolição. Estava eu, ainda criança, sentada à frente da TV, esperando o momento em que tudo aquilo viraria poeira. A casa de detenção pode ter virado pó, mas quem viu ou viveu aquilo, não há demolição que apague da memória.

Drauzio Varella, com certeza é um dos homens mais corajosos que já vi. Muita gente não trabalharia no Carandiru nem se pagassem muitoooo dinheiro, e o cara foi lá como voluntário, ganhou o respeito de todos, fez seu trabalho e escreveu esse livro como realização de uma longa e difícil trajetória.

Tenho certeza que não foi fácil para ele, e com certeza ele não saiu de lá o mesmo que entrou, mas quero acreditar que ele saiu melhor. Melhor profissional, melhor homem, melhor humano.

Nouzaíra 24/08/2023

É um relato chocante da realidade de homens atrás das grades, são muitas histórias que até ler não tinha ideia. Vale a pena a leitura.

larissa 23/08/2023

Forte e ótimo de ler
Gostei muito desse livro. Sempre tive o interesse de saber mais sobre o Carandiru, e o Drauzio escreveu sobre ele com maestria.
A maneira que o Dr. traz os relatos te faz se sentir dentro da Cada de Detenção. Em muitos momentos, os relatos são fortes, em outros, são repugnantes e um pouco nojentos, aqueles de revirar o estômago.
O que gosto desse livro é que mostrou como os detentos possuem uma vida (as vezes não é a melhor de todas, mas não cabe a nós julgar, como o Doutor mesmo falou, existem juízos preparados para isso), e o motivo de cada um chegar lá.
Teve pontos que achei muito curiosos, como por exemplo, a organização dos pavilhões e quantidade de presos em cada um, e o sistema da Casa de Detenção, que é complexo, como uma cidade mesmo, cada um tem sua tarefa e, aqueles que não tem, devem respeitar o funcionamento do local.
É claro, o livro traz nos últimos capítulos, o massacre do Carandiru. O Dr. aborda em poucas páginas o fatídico dia, mas, apesar de breve, é extremamente pesado e revoltante.
Por fim, realmente indico esse livro, é bom de ler, a escrita é fácil e as histórias são importantes.

Bianca221 22/08/2023

Primeiro livro que li do Dr Drauzio, conhecia pouco sobre o Carandiru, achei pesadíssimo o livro, sem romantizar o sofrimento da cadeia, o sofrimento das famílias, livro de muita verdade?

Ari 22/08/2023

Sensacional!
Assisti primeiro ao filme e agora terminei o livro. Incrível a sensibilidade do Drauzio sobre esse assunto tão delicado, que querendo ou não, nos faz observar com outros olhos (longe de qualquer viés político).

Luiza144 19/08/2023

Acho que é um livro muito necessário pra refletirmos sobre a sociedade e a forma que, mesmo sem um estado atuante, a própria sociedade se organiza com líderes, hierarquia e tal. É o que aconteceu no Carandiru, em outros presídios e favelas do país. É um bom livro pra quem vê a situação pelos dois extremos: a romantização da criminalidade e a desumanização do indivíduo criminoso.

Infelizmente, choca e entristece saber que as coisas passadas nesse livro são fatos reais. Porém, não deixa de ser a realidade dos dias atuais. No mais, recomendo o livro pra quem tem estômago e mesmo pra quem não tem, pois é necessário. O Dr fez um ótimo trabalho e me impressiona suas habilidades como escritor, além de médico. Nota 5 pra essa obra.

Fernanda.Mancini 16/08/2023

?Só podem contar o que se passou daí em diante, como diz o dr. Pedrosa: - A PM, os presos e Deus. Ouvi apenas os presos.?.
Termino esse livro querendo ser amiga do Dr. Drauzio pra ouvir mais histórias. Muito bom livro.

eu_carmemm 09/08/2023

"É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar preso na Casa de Detenção"

Biatunix 09/08/2023

Próxima estação: Carandiru
"No dia 2 de outubro de 1992, morreram 111 homens no pavilhão Nove, segundo a versão oficial. Os presos afirmam que foram mais de duzentos e cinquenta, contados os que saíram feridos e nunca retornaram. Nos números oficiais não há referência a feridos. Não houve morte entre os policiais militares".

Lembro da primeira (que também foi a última vez, ate então) que desci na estação Carandiru, para ir no parque da esperança, minha turma ia fazer um piquinique por lá, o lugar extremamente grande, campos verdes, um prédio da Etec de artes. Fiquei pensando no presídio que tinha ali, na história dele, naquela altura eu já tinha visto o filme do Carandiru e fiquei completamente baqueada com toda aquela história.

Vendo o filme, fiquei surpresa do Dr. Drauzio ter trabalhado lá como voluntário, eu que já conheci ele como o senhorzinho simpatico e querido como ele é, nunca imaginei que teria feito algo tão altruísta. Foi ai que meu irmão contou que o filme era baseado no livro e fiquei com vontade de ver a perspectiva dele sobre tudo.

O livro é uma enorme reflexão, pelo menos foi pra mim. No final das contas, não somos todos seres humanos que somos dignos de perdão? Não cometemos erros e nos arrependemos? Qual a diferença de nós para eles? No final, acho que é diferença é que alguns tem oportunidades e outros precisam traficar e roubar para sustentar a família, pra mim o verdadeiro vilão sempre será o capitalismo.

Admito que conforme fui lendo, fui me apegando em alguns personagens e torcia para terem conseguido sair da cadeia e seguir com a sua vida, me batia uma dorzinha quando algum deles morriam, no final a vida é foda e com final amargo.

Não me entra na cabeça o massacre policial, sei que é completamente crível, polícia gosta de matar preto sem nem pensar duas vezes sobre, mas sim por matarem pessoas que nem tiveram o direito de se defender. No final, nenhum policial foi indiciado por nada.

Por fim, a narrativa é maravilhosa, é meio cortada, no início chega a confundir, mas depois fica bem fluído, é como estar dentro da cabeça do Doutor, enquanto ele relembra de tudo.

Dito tudo isso, esse livro só poderia ter cinco estrelas na minha opinião.

As vezes, preciamos sair da nossa bolha e olhar o outro, então deixar que o véu da verdade seja puxado, percebendo nosso privilégios e agradecendo a Deus, por não precisar roubar, traficar, matar etc. para ter o que comer e para sobreviver. E que fique a oração, para que ninguém tenha que passar por isso.