Nath 21/06/2015Resenha do blog Pobre LeitoraO Último Homem do Mundo superou todas as minhas expectativas e me conquistou completamente, como um romance entre adolescentes não me conquistava a muito, muito tempo.
Vamos começar falando pela escrita da Tais, que é totalmente leve, descontraída e bem real. É como se estivéssemos lendo a história de amigos próximos. Mesmo os personagens sendo da elite - uma realidade bem diferente da minha - Tais os descreve como simples e complicados seres humanos, sem tentar nos ambientar num mundo 100% rico, o que eu achei excelente. A delicadeza e franqueza da narrativa são coisas que nos agradam logo de primeira.
Os personagens são todos, sem exceções, muito bem construídos e reais. Os conflitos e aprendizados da idade estão presentes a todo momento. Temos a representação de desde o adolescente mais rebelde e revoltado até o mais tímido e comportado.
Confesso que Amanda me irritou no começo do livro, achei-a muito mimizenta mas logo entendi o seu motivo para ser assim e a compreendi totalmente afinal, de que adianta todo dinheiro do mundo sem amor? Principalmente o amor maternal. É complicado e entendo perfeitamente porque ela se comportava da maneira que comportava.
Rafael, nosso lindo, gostoso e popular carinha é muito mais do que um Ken humano, ele é carinhoso, caridoso, preocupado, romântico, simples... Posso ficar o dia inteiro aqui falando todos os adjetivos pra esse garoto. Logo de cara da pra perceber que ele e Amanda vão ficar juntos, isso não é segredo pra ninguém mas a maneira que se da isso é tão tipicamente adolescente! Com toda a coisa do "ódio a primeira vista", das implicâncias e guerrinhas, é bem divertido de ler.
Maíra e Paulina, as amigas de Amanda, merecem destaque aqui. São meninas bem diferentes uma da outra mas as duas são pessoas justas e boas, as amigas perfeitas e que me conquistaram assim como conquistaram a Amanda. Deixo meu destaque também para Patrícia, mãe da Amanda. Apesar de termos a visão só da Amanda (o livro é narrado em 1° pessoa) em relação a mãe dela, no decorrer do livro conseguimos ter uma visão dessa mulher que já sofreu bastante na vida e que é tão forte.
Ler a evolução do romance entre Amanda e Ricardo se dar aos poucos, sair da implicância pro amor foi uma das coisas mais bonitas que há por ser tão simples. Ler a evolução do relacionamento de mãe e filha então, nem se fala. Mas o principal pra mim mesmo foi ler a evolução da Amanda como pessoa. O modo de tratar os outros, o modo de ver a si mesma, o modo como ela enxerga o mundo, tudo mudou e evoluiu no decorrer do livro e foi uma das melhores evoluções que já vi de uma personagem nessa faixa etária, mesmo com sua teimosia final, se não houvesse teimosia não seria uma adolescente.
O livro compensa também pelas lições que Tais nos dá. Independente da religião que você segue ou no que você acredita, a autora nos da um belo show de humanidade no livro, nos faz parar para refletir no que estamos fazendo por nós mesmo e pelos outros. Durante e após a leitura foi impossível não pensar sobre o quanto eu reclamo e quão pouco sou grata pelas coisas que tenho e pelas coisas que realmente importam. É fácil reclamar quando temos um teto sobre nossas cabeças, comida na cozinha e roupas quentes para vestir não é? Tais nos faz refletir justamente neste ponto, no quanto devemos ser gratos e no quanto podemos ajudar o próximo. São reflexões extremamente simples e extremamente importantes, as quais deixamos de fazer e ter isso neste romance foi muito valioso, em minha opinião.
Enfim, li o livro numa tarde só de tão gostoso que é e ao chegar no final eu queria mais, muito mais. Foi e vai ser difícil eu me despedir da Amanda e do Ricardo. Para os fãs de romance é uma ótima pedida!
site:
http://pobreleitora.blogspot.com.br/2015/06/resenha-o-ultimo-homem-do-mundo-tais.html