A vegetariana

A vegetariana Han Kang




Resenhas - A Vegetariana


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Laís Andrade 19/08/2023

Fascina e depois causa angústia
Escolhi ler esse livro depois de ver um desses vídeos do instagram sobre thirllers que todos devem ler. As pessoas gostam de criar listas que mudam todo ano e todo ano sentimos que estamos perdendo algo e ficando pra trás na lista do que deveríamos ler ou assistir em nossas vidas. Em certos pontos, esse livro fala um pouco sobre isso, sobre o impacto de nossas escolhas não apenas na nossa, mas nas vidas dos que nos amam.
Este livro, escrito por Han Kang, fala sobre essa mulher que opta por uma dieta vegana em um lapso momentâneo. A decisão não apresenta uma razão muito clara e o terror começa a se entranhar nessas cenas por não conseguirmos decifrar as vontades da personagem. Acho que o terror vem disso, do não entender algo, pois temos uma inclinação ao desejo de controlar e tudo que nos foge disso, pode gerar emoções perturbadoras, como o horror.
O livro brinca lindamente com as imagens, nos vemos questionando a nossa própria lucidez diante o definhamento Yeonghye. Vamos saltando nos pontos de vista do marido, cunhado e irmã, mas não temos a impressão da própria Yeonghye, o que torna mais fácil tornar as motivações dela plausíveis, já que as assumimos como nossas.
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Acsa27 18/08/2023

Em digestão
Ainda tentando digerir e processar todos
os eventos e sentimentos apresentados tão crus e primitivos. acho que preciso ler algo mais pra compreender tudo que foi trazido ali. te leva a observar o âmago do que nos faz humanos, não é bonito, te prende, te assusta, te revolta mas mostra a verdade desses três seres.
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Carolina.Mota 17/08/2023

Leitura difícil
Sinceramente eu não gostei do livro, achei confuso e cansativo, algumas vezes (muitas) revoltante.

A abordagem da autora é interessante, pois a personagem principal tem a vida contada pela voz de outros personagens, com o ponto de vista deles.

Mas nada é explicado, é confuso e o final me fez querer colocar fogo no livro.
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hajimes 14/08/2023

A Vegetariana
Que 🤬 #$%!& de livro é esse? Muito estranho, muito complexo e eu vou ter que reler um dia pra ver se vejo sentido nele. É uma história muito intensa sobre o ser humano (principalmente a moça vegetariana), e apesar de ser interessante eu achei que nada é explicado e a gente termina sem entender nadinha.
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okazura 03/08/2023

A Vegetariana é excepcional. Não existem palavras que possam definir como toda a narrativa é envolvente, incomoda e, principalmente, devoradora. Yeonghye não tem voz dentro dessa diegese mesmo que tudo seja sobre ela, sobre seu corpo e sua mente; sobre o colapso de tudo que é e da sua família. É impossível não se identificar com suas dores, com os tormentos que acometem Inhye também.

Ha Kang elucidou com cuidado e as várias camadas do que é ser mulher, a falta de liberdade, a violência transgeracional, o abuso, a malevolência e o definhar psicológico.

A loucura é tratada de forma crua, exatamente como é. Não existem máscaras, modéstias. Porém é belo e fascinante. Definitivamente é uma leitura que pede tolerância, estômago, prudência e, por fim, contemplação. Vale cada página lida, cada palavra escrita com devoção.

A Vegetariana nos devora da mesma forma que o devoramos.
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Anna1607 03/08/2023

Loucura como emancipação?
Acredito que mulheres de diferentes formas conseguem se relacionar com esse livro, a filha perfeita que sempre faz o que é esperado e numa epifania se vê sem viver, a mãe cujo fio de vida é segurado pelo sorriso do seu filho, a filha e mulher que sofreu abusos, normalizou isso e por fim, inevitavelmente, colapsou. Ele trás uma dualidade gritante entre os papéis de homem e mulher, como a mulher passa a ser descartável quando ela não atende a determinadas expectativas, é um livro denso, apesar de curto, é preciso ir além das palavras para o compreender.
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JenniferIRSouza 02/08/2023

Yeonghye decide parar de comer carne por causa de um sonho recorrente. Mas isso não é tudo, e ela começa a agir de forma estranha e sua família não consegue entender ou ajudar.
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Deni 02/08/2023

Ainda digerindo essa obra prima?
Esse livro é cheio de camadas. Logo no começo já dava pra perceber que essa história seria bem profunda. A primeira parte narrada pelo esposo dela, demonstra o quanto ela era subjugada em casa, mostra que ela não tinha voz, que ela era submissa, etc. Além disso, evidencia o quanto ele menosprezava ela ou até aturava só porque ela fazia todas as tarefas da casa, comida, lavar e passar roupa, enfim. E foi muito bom saber o ponto de vista dele, porque deu pra perceber o choque dele quando ela finalmente se revolta de alguma forma mesmo sendo com uma coisa banal como o simples fato de ela se recusar a comer e preparar alimentos com carne. Ao longo do livro, a gente percebe ela se autoafirmando e as consequências disso, seja pra ela e pras pessoas ao redor dela. Até porque ela tá indo contra todas as regras e tradições que conviveu numa boa até aquele ponto. Gostei muito desse livro e de tudo que ele se propõe a fazer, todas as reflexões que ele traz mas principalmente os fluxos de consciência dos narradores. Muito bom.

Lembra muito ?a metamorfose? do Kafka, tu ficas na dúvida sobre a condição dela e se tudo isso tá acontecendo realmente ou se é loucura mesmo.
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Ana Alice 30/07/2023

Perturbador
Pensei muito sobre como deveria classificar esse livro. Eu não gostei dele. De verdade, o livro me incomodou e me deixou extremamente desconfortável. Assim que acabei de lê -lo, senti uma espécie de alívio por finalmente ter acabado. Ainda assim, eu lhe dou 4 estrelas, porque, em seu propósito, o de deixar o leitor perturbado, ele funcionou perfeitamente.
A obra narra a história de Yeon (me perdoem pela abreviação, não sei escrever o nome completo dela de cabeça), a partir de três vozes, sendo nenhuma a dela. A escolha desses pontos de vista narrativos já é um grande acerto da autora; ajuda a reforçar o principal ponto da trama: a maneira como uma mulher lida com o silenciamento da sua voz.
Há diversos pontos fascinantes a respeito desse livro: o vegetarianismo (que lhe foi atribuído, não autoafirmado), como recusa aos estigmas sociais domésticos e femininos, com um recorte especial ao patriarcalismo coreano; a relação feita entre esse modo de vida e a sua motivação: "eu tive um sonho..."; a maneira crua com que o marido relata a propria violência com a sua esposa, acrescentando complexidade à imagem da mulher. O primeiro ato é o mais chocante, e arrisco dizer o melhor, porque nos introduz ao processo lento da rejeição de Yeon à carne - e a tudo que a carne significa -, com direito a um ponto de clímax. O segundo ato é bizarro. Após 2 dias de leitura, ainda não consigo dizer que absorvi a mensagem dessa parte. Mais uma vez narrada pelo ponto de vista masculino, esse ato nos apresenta a uma outra face de Yeon, que mescla erotismo, poesia, transcendentalismo e acredito que até um pouco da questão de inocência, atrelada à mancha mongólica. Por fim, o terceiro ato é o melhor. Neste, a voz narrativa é feminina e próxima da protagonista, de maneira que alguns aspectos da psique de Yeon são revelados, causando até um pouco de identificação do leitor com a personagem. Somos apresentados ao passado da vegetariana, de forma que é possível compreender a sua aparente "loucura" como uma fuga de toda a violência, direta e simbólica, sofrida pelo marido, pelo pai e pela sociedade como um todo. O relato da irmã de Yeon é delicado, sensível e triste, e retrata a sensação de estranhamento de mundo e de não pertencimento de uma maneira bem mais explícita do que os atos anteriores. É nesta parte também que as atitudes de Yeon começam a fazer mais sentido. É quase como se ela quisesse negar a humanidade e regressar a um estado anterior à existência.
Concluindo, "A vegetariana" é uma obra complexa, difícil, diversas vezes desagradável. Ainda assim, é um daqueles livros que nos fazem nos sentir estranhamente simpatizantes com a dor da protagonista. No fim, é quase como se o desconforto viesse da reflexão de que, sob determinadas circunstâncias, poderíamos ter o mesmo fim de Yeon.
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Ana 29/07/2023

Não é sobre ser vegetariana
Muitas vezes vi vendendo esse livro como se fosse a revolta de uma família quando uma mulher decide parar de comer carne.

Não acho que seja nada disso. A vegetariana ser vegetariana não é o grande ponto do livro. Para mim e um livro que fala quão frágil e nossa segurança, principalmente enquanto mulher. Quão fácil e violar outra pessoa em todos os sentidos possíveis. Quão fácil e te deixar para trás no momento em que você e mais trabalho do que é lucrativo para os outros.

Ótimo livro.
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Junior Rodrigues 29/07/2023

Uma jornada diferente e intrigante!
Que livro estranho, mas ao mesmo tempo dificil de largar. Isso pelo menos na minha opinião, porque a leitura é fluida, mesmo com uma história tão surreal quanto diferente, a maneira que é contada faz diferença na experiência que tive ao tentar entender o que acontece com os personagens.
Intrigante, esse livro traz uma protagonista interessante e que diferentemente do que normalmente vejo nas histórias, sua jornada é contada pelo olhar de outras pessoas, o que torna a trama ainda mais instigante para quem está lendo.
Ao finalizar a impressão que tive foi a mesma da irmã da protagonista e isso é tão surreal quanto a história em si, já que seguir nosso caminho é complicado porque envolve várias variantes e ainda por cima tem uma bagagem que carregamos desde nosso nascimento e que influencia diretamente em cada passo que damos nessa jornada.
Não conhecia a autora e é uma grata surpresa para o gênero de suspense, porque traz uma história curta que possui personalidade e profundidade e para quem busca algo fora da caixinha do que normalmente vemos, esse livro é uma opção que pode fisgar os fãs do gênero.
Recomendo!
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srta.sabetudo 29/07/2023

"Como ser árvore"
Mesmo depois de mais de 2 meses de leitura, eu ainda não sei o que dizer sobre A Vegetariana. Não tanto pelas pequenas fissuras de ideias e cenas e pensamentos que eu ainda não pude acessar e entender, mas mais pra como eu deveria me sentir em relação a ele. À narrativa, aos personagens, à ideia que Han Kang quis expressar de forma tão visceral...

Eu preciso me esforçar ainda pra ir atrás de resenhas e vídeos sobre, pra conseguir entrar de fato no universo e nas ideias do livro, porque sinto que mesmo gostando da estética, da crítica (pelo menos o que eu pude entender), eu não fui tragada pra esse universo. Me senti na verdade sendo repelida... escorrendo como seiva, sendo uma parte deslocada da realidade de A Vegetariana.

Essa é definitivamente uma leitura de várias vezes, que não vai se revelar só em uma primeira viagem. Precisa que você volte de novo e de novo e de novo pra realmente fazer parte, ou ao menos entender sobre aquilo que você não pertence, ou que simplesmente não pertence a você.

É um romance curto, denso e que nos coloca em um lugar de estranhamento. Eu me senti incomodada, mórbida, reflexiva, mas só consigo pensar que não haveria um livro da Han Kang que eu não leria.

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Bianca 24/07/2023

Ela rompeu o precário fio que a ligava à vida cotidiana
O livro é narrado por três pessoas cada uma narrando como contribuiu para destruição mental da Yeonghye (a vegetariana). O pai e o marido de Yeonghye mataram a alma dela ao longo dos anos, o cunhado a deixou em total loucura e a irmã mesmo estando do lado dela por ser omissa em vários momentos deixou que ela chegasse aquele ponto.

O patriarcado mata mulheres, se a Yeonghye tivesse em outro sistema talvez tivesse chance de uma melhora, mas em uma sociedade machista, mulher só tem espaço se está bem caso tenha algum defeito é abandonada.

Esse livro é curto, mas vou levar pra vida, é surreal como os doramas faz os homens coreanos parecer perfeitos enquanto nos livros me faz dar graças a Deus por ser brasileira
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Lua 21/07/2023

Livro pequeno, com grande estrago
Não sei bem se foi o melhor momento pra ler esse livro, mas vamos lá.
Em A Vegetariana conhecemos Yeonghye, uma jovem adulta sul-coreana absurdamente ordinária, mediana. Cada vez mais entendemos de onde vem essa postura e comportamento. Yeonghye conhece bem das violências desse mundo.
Pra quem não sabe, a Coreia do Sul tem uma cultura ainda muito machista e pouco debate acerca do feminismo, o que acaba gerando violências nas mulheres, sem ter espaço para oposição. Ou seja, filhas apanham dos pais (mesmo adultas), estupro matrimonial acontece de forma desenfreada, mulheres são deslegitimadas socialmente, e ninguém acha estranho. É tudo aceito coletivamente.

Nesse cenário, nossa protagonista se torna vegetariana, não porque tem dó dos animais, mas sim porque começa a sonhar todas as noites com assassinatos (muitas vezes cometido por ela), sangue jorrando, pedaços de carne, etc., e ela acredita que parando de comer carne, esses sonhos pararão. Mas não param.

Acompanhamos nossa protagonista perdendo o fio que segura sua sanidade nesse mundo. Vemos cada vez mais ela se dessassociando dessa sociedade e percorrendo o que sua mente (muito debilitada) lhe convence de o que lhe trará felicidade.

Para além do tema de saúde mental, outro ponte forte da narrativa é a autonomia do corpo. Nesse caso, qual o tamanho da autonomia de um corpo feminino, "vulgar" e "louco"? A autora faz uma escolha narrativa que exemplifica bem isso: nunca lemos na percepção da protagonista. Primeiro, quem conta sua história é o marido. Depois o cunhado, e por fim, a única pessoa que ainda está ao seu lado, sua irmã mais velha.

O livro é curtinho, há muita coisa nas entrelinhas e no entendimento de o que se transformou a Coréia no pós 2 guerra mundial, mas pra quem gosta de uma narrativa forte, vale a pena conferir.
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