Danilo Andrade 14/12/2021Seria a imbecilidade uma constante humana?Mais um caso de uma leitura aleatória que começo, com a curiosidade sendo a única motivação plausível. Irei prestar concurso?Não. Algum vestibular ou exame do tipo?Não. Mas, com uma pesquisa rápida pelo nome do autor, vi diversas contribuições do mesmo para técnicas de neuroaprendizagem, além de ser o fundador da Editora Aleph, uma das quais nutro grande estima por trazer boa literatura ao Brasil, mas não somente por isso me entreguei a leitura, mas também por perceber onde o autor gostaria de chegar com sua tese.
Confesso que grande parte das dicas, havia de uma forma ou de outra aplicado à algumas fases de minha aprendizagem, e hoje, digamos que se assemelha muito à forma que o Pier expõe em seu livro, porém, ele aborda de uma forma bastante interessante as formas de gerir inteligentemente informações, e como não nos prendermos ao formalismo que somos direcionados em nossa educação básica, até mesmo, ironicamente, limitando a forma como lidamos com resolução de problemas, ponto alto do livro, quando confronta formas aritméticas e algébricas de lidar com a matemática e física por exemplo.
O autor se opõe fervorosamente contra os dispositivos eletrônicos no processo de aprendizagem, e como a TV, smartphones, mídias sociais tornam pessoas em estúpidas e imbecilizadas, e não se dão conta do quanto são prejudicadas por isso. Bom, existem estudos e mais estudos relatando que sim, o uso abusivo desses aparelhos dificultam o processo de aprendizagem de crianças, habilidades emocionais e sociais também, porém, vejo grande embate geracional do autor para com as mudanças frenéticas que o advento da tecnologia da informação trouxe. Creio que se tratem de casos e casos, portanto, julgo como sendo um caminho mais adequado, idealmente, no percurso de nossa aprendizagem, o emprego intensivo do raciocínio crítico, de deliberações conscientes e criteriosas de como a informação é absorvida, e nisto enxergo a tentativa do autor em ir nesta direção durante a leitura, embora tenha sido incisivo e "sem papas nas línguas" por assim dizer, e assim demonizando os aparelhos, que enxergo ainda sim, grande potencial de servir como ferramenta para o desenvolvimento humano, inclusive, na aprendizagem.
Muito tem a se dizer sobre os teses abordadas, mas com certeza, ponderando alguns fatos, e vieses do autor, ainda sim se aproveita boa parte de seus ensinamentos.