Nica 30/10/2014Resenha postada no blog Drafts da Nica - PROIBIDA CÓPIA TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.
Graffiti Moon é simplesmente leitura mais do que recomendada para os amantes da literatura jovem. O livro de Cath Crowley foi publicado aqui no Brasil pela Editora Valentina e, apesar de eu não ter curtido tanto a capa assim no começo, não posso dizer o mesmo da história: MARAVILHOSA.
Lucy chegou ao final do ensino médio e, dentre a sua listinha de coisas a fazer com suas amigas na noite de sua formatura, uma delas é conhecer o Sombra, um misterioso e muito talentoso grafiteiro local. No meio dessa aventura/busca, ela acaba tendo que passar um tempo com Ed, um garoto que frequentava a sua escola, que ela teve um rolo de um único dia e que acabou apanhando da menina.
Ed é um jovem muito inteligente, mas que tem uma vida bastante difícil. Mora sozinho com a mãe e tem que ajudar a mesma com as contas da casa. Acabou largando a escola para poder colaborar mais em casa e, assim, deixar que sua mãe realizasse um sonho antigo. Quando perde seu chefe e grande amigo, Ed se vê ainda mais solitário... Quando vê a admiração de Lucy a menina que ele admira e tem uma queda pelo trabalho dos grafiteiros Sombra e Poeta, ainda que com medo que ela descubra a verdade no final, ele promete leva-la ao encontro do seu fascínio, o Sombra.
Além dessas duas personagens maravilhosas, que sustentam a história muito bem, contamos ainda com Jazz, Daisy, Leo e Dylan. Se Lucy é doida pelo trabalho de Sombra, Jazz é pelo do Poeta. Aliás, a ideia maluca de se juntar à Ed, Leo e Dylan namorado de Daisy -, parte dela. Juntos, em uma noite pra lá de reveladora e misteriosa, com momentos íntimos e outros constrangedores, repleto de aventura e travessuras, esses jovens vão se descobrir e se apaixonar verdadeiramente.
Narrado a partir do ponto de vista de três (!!!) personagens, Graffiti Moon nos encanta com sua arte gráfica e suas palavras. A narrativa é feita, em grande parte, por Ed e Lucy, mas o Poeta também tem seus momentos on the spot e nos arremata com sua linda poesia, cheia de sentimentos e emoções. A linguagem desse livro é poeticamente bonita e flui facilmente, nos conectando imediatamente com as personagens, suas vidas e anseios.
Além da linguagem verbal, a não-verbal também chamará a atenção do leitor. Confesso que não sou muito fã de grafites... Pelo menos, aqui no Brasil. Poucos são os que realmente fazem artes com os sprays. Apesar de não encontrarmos desenhos dos grafites do Sombra, a descrição dos mesmos pelos olhos da menina Lucy, somados à poesia do jovem Poeta, faz com que sejamos capazes de imaginar, de visualizar, as mesmas. É delicado, é lindo!
"Gosto da ideia das suas garrafas. Memórias que são apenas formas estranhas flutuando aqui dentro da gente, memórias que são apenas garrafas vazias. E as coisas boas, engarrafadas, para que não possam ir embora."
Através da arte, o romance é lentamente desenvolvido... A leveza com que as coisas acontecem torna este livro ainda mais perfeito. Esqueçam aquelas paixões-foguete. Em Graffiti Moon, o amor vai nascendo aos poucos, passando por momentos de desconfiança, de dúvidas e insegurança; outras vezes, por momentos sensíveis, de entrega, de descobrimento e reconhecimento.
Graffitti Moon é muito mais do que um simples romance sobre arte e amor. É, na verdade, uma obra-prima minimamente trabalhada e poeticamente ritmada.
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http://www.draftsdanica.com.br/2014/08/resenha-graffiti-moon-cath-crowley.html