Andréia 11/07/2018Resenha O Teste - www.starbooks.com.br *Livro cedido pela editora para uma resenha honesta*
O Teste é uma distopia que narra a estória da jovem Cia. Cia vive em uma província pequena e está prestes a se forma e seu sonho é ser um dos poucos privilegiados com o convite de ir à Universidade, onde ela poderá ter uma carreira e um futuro brilhante com um cargo promissor como uma das líderes da Comunidade das Ações Unificadas. Só que quando ela é surpreendentemente selecionada, descobrimos que talvez O Teste (etapa que antecede e seleciona os melhores para a Universidade) não seja apenas um processo seletivo para demonstrar seus conhecimentos; e a crueldade passa a ser algo frequente
‘‘O pai nunca falou sobre o Teste, nem muito sobre seus dias passados na universidade, não importa quantas perguntas eu tenha feito. Por um momento eu me sinto mais próxima dele, sabendo que vamos dividir a experiência. Então o momento é despedaçado.’’
Cia é muito inteligente, tem uma família que ama, e que como leitores, conhecemos pouco no inicio, mas Cia vai nos apresentando aos membros da sua família e suas personalidades conforme a leitura avança, assim como ela vai mostrando sua personalidade e caráter pouco a pouco, só consegui montar uma imagem sólida da Cia ao final do livro, e ela é uma personagem que não tem defeitos!! Ainda não sei se isso é bom ou ruim mas não encontrei nada de negativo nas atitudes dela e o fato de ser narrado em primeira pessoa só fortaleceu essa constatação.
Cia também é muito madura e ela já pensa lá na frente, achei umas partes meio 'tudo está se encaixando muito bem', eu quero dizer que parecia que a protagonista já sabia exatamente o que iria enfrentar, que a surpresa seria apenas para o leitor, e isso eu achei meio falho, pois a Cia sempre tinha o necessário em mãos, sim ela sofre, mas ela consegue prorrogar muitas situações e se safar de outras.
‘‘(...) Tiros e gritos ecoam pela paisagem do Noroeste. Lembretes de que não estamos sozinhos na nossa missão e de que o perigo ainda não passou. (...)’’
Durante o desenvolvimento da narrativa eu tive a impressão de que muitos fatos ocorridos eram previsíveis e lógicos, em nenhum momento eu me vi pensando ‘’Meu Deus, o que será que vem em seguida???’’. Quando começava a ocorrer algo com a protagonista, eu então já imaginava o que viria em seguida, e digamos que eu não fui surpreendida (isso só até o desfecho do livro). Encontrei muitas similaridades com Jogos Vorazes e outras com Divergente, mas próximo ao final do livro essas similaridades não existiam mais e fico feliz em dizer que Joelle Charbonneau conseguiu me surpreender bastante com o desfecho -pena que a surpresa veio só no final- e eu queria muito ter o segundo livro em mãos para emendar uma leitura à outra.
Joelle Charbonneau cria um mundo distópico no qual conseguimos ver distinções sociais e inovações tecnológicas únicas ao mesmo tempo que parte da população sofre com certas restrições. Enquanto muitos autores de trilogias distópicas deixam para explicar sobre o mundo por eles criado só a partir do segundo livro, no caso de O Teste já temos algumas explicações nesse livro e pelo que eu vi o Estudo Independente promete ter tanta emoção quanto O Teste teve, e quem curte distopias e gostou de Jogos Vorazes, acho que também irá gostar de O Teste, só tentem não comparar uma obra a outra, ok. Outro detalhe, há sim, um par romântico para a mocinha, mas ao menos por enquanto não teve triângulo amoroso, e o romance é bem leve, surge de forma um tanto quanto abrupta, então demorei um pouco a me acostumar, mas é plausível e não é o foco principal.
‘‘(...) Bem, talvez seja a verdadeira base desse Teste. Líderes são forçados a matar o tempo todo. Então precisam aprender a viver com as decisões que tomaram. Assim como vou ter de aprender a viver com as minhas.’’
Estranhei um pouco o fato da protagonista se referir aos pais sempre como O Pai e Mãe, até o final do livro eu fiquei sem saber os nomes deles, mas isso não atrapalha em nada. Também encontrei alguns erros gramaticais, que provavelmente passaram despercebidos durante a revisão, mas que não atrapalham em nada a interpretação do texto. A edição está ótima e para aqueles que gostam de ter marcadores de páginas do livro, a editora Única pensou em tudo e colocou um marcador destacável junto à obra.
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