Eva 23/07/2022
Um planeta onde ninguém bate bem da cabeça
Neste livro, entramos novamente no mundo tecnologicamente avançado de Isaac Asimov. Diferente do primeiro livro da série, não estamos mais na Terra. Aqui, Lije é obrigado a sair de sua zona de conforto para investigar mais um assassinato. Próxima parada: Solaria.
"? Um dos fatores que colaboram para nos manter nessa posição é a ignorância. Só isso. Ignorância."
Aqui vemos claramente uma expansão acontecendo. Em "As Cavernas de Aço", a história é mais limitada àquele cenário. No final deste, Isaac deixa claro que a história não termina aqui, que virá uma continuação e que uma narrativa ainda mais complexa está por vir. Além da ficção científica e do romance policial, uma trama política vem sendo cada vez mais desenvolvida.
O livro foi muito rápido de ler. Apesar dos capítulos longos, a escrita é muito fluida e prende a atenção do leitor facilmente. Novos personagens são inseridos, e temos um planeta novo a desvendar. A maneira como o autor consegue criar novas culturas, totalmente diferentes umas das outras, é incrível. A diferença entre a Terra e Solaria é gritante. Inclusive, que lugarzinho estranho, com uma população ainda mais esquisita... Adorei como as fobias foram trabalhadas. A fobia do Lije por espaços abertos, e a dos solarianos com relação a interagir com as pessoas fisicamente.
Uma crítica que eu tinha relação ao último livro, sobre o Elijah não ter nenhuma química com a própria família, fica ainda pior aqui. Não sei por que o autor deu uma esposa e um filho para o personagem. Se era pra tratá-los com tanta indiferença, seria melhor que eles nem existissem. Aliás, o Lije parecia bastante interessado na viúva, Gladia... E como acredito que o próximo livro se passará em Aurora, é bem provável que eles se encontrem de novo. Vamos ver o que vai sair dessa história.
"Ele levantou a cabeça e pôde ver através de todo o aço, de todo o concreto e de toda a humanidade que havia acima dele. Ele podia ver o sinal luminoso fixo no espaço para atrair os homens para fora. Ele podia vê-lo brilhando. O sol desvelado!"
Enfim, me encontro novamente empolgada para a continuação. Vem aí um foco maior na política e na sociologia desses mundos?