Gustavo Simas 24/05/2022Parceria futurística renovadaElijah e Daneel novamente se encontram para uma investigação de assassinato de outro mundo. Solaria é um dos 50 planetas Siderais (o 50º, logo o mais novo), um mundo com 20 mil pessoas e uma proporção muito maior de robôs. O número populacional fixo ocorre por controle de natalidade envolvendo engenharia fetal, havendo grandes propriedades à disposição e uma vida hedonista possibilitada pelo trabalho contínuo dos obedientes robôs de cada mestre humano. No entanto, o distanciamento entre os solarianos resulta em costumes peculiares. E assim se expande a "quase Distopia" do asimoverso.
Aqui Isaac conduz a narrativa com lições de análise forense. O didatismo em investigação policial e robótica é uma boa ideia, embora em vários momentos pareça incômodo e torne as coisas óbvias demais por conta da execução expositiva. Elijah Baley é evoluído, caminhando na transição entre apenas um policial terráqueo nível C-7, para um potencial visionário expansionista.
O encerramento expõe a óbvia pessoa culpada, contudo com pontas soltas e, infelizmente, se esquece totalmente de fechar um arco para Daneel Olivaw.
Vale consideração por esta edição bonita da Aleph com ilustração de capa de Stephen Youll, redesign de logo para Asimov e tradução de Aline Storto Pereira. Além disso o título em português (O Sol Desvelado) é uma boa tradução para o original The Naked Sun. "O Sol Pelado" talvez não seria uma boa opção comercial pt-br.