Bru | @umoceanodehistorias 28/10/2014Um conto de fadas nem tão bom assim...De repente, Ana era um livro que estava muito ansiosa para lê-lo, pois, quem leu minha resenha de Simplesmente, Ana, sabe o quanto adorei a escrita da querida Marina e como me identifiquei com a Ana e os sentimentos que partiam dela. Mas, talvez, toda essa ansiedade tenha atrapalhado um pouco.
ATENÇÃO: Essa resenha pode conter spoilers do primeiro livro da série.
No segundo volume da série, diferentemente do primeiro, o foco da história é a política que envolve a Krósvia. O Rei Andrej sofre um terrível acidente de helicóptero e fica entre a vida e a morte. Ana, que se encontrava no Brasil em um momento de descanso com o bad-boy Alex, precisa retornar às pressas para Krósvia e além de ser acometida pela dor de ter seu pai em coma é acometida pelo fato de que precisa ser a substituta do pai e assumir o cargo de rainha, coisa, para a qual, ela não estava preparada.
A vida de Ana muda completamente e ela deixa de ter tempo para as simples coisas que adorava fazer: visitar as órfãs, ler seus livros e, principalmente, curtir os momentos com seu namorado. Como se isso não bastasse, Laika Nome de Cachorro está de volta e disposta a trazer ainda mais problemas para o casal fazendo com que o relacionamento deles ficasse estremecido.
Apesar de já muito tumultuada a vida de nossa querida princesa, a novidade é que ela pode ficar ainda mais: repórteres perguntam se Ana não aceitaria fazer um exame de DNA para comprovar que ela é realmente filha de Andrej; começam a criar inúmeros problemas com as falhas de Ana; julgam-na adepta do terrorismo; causam problemas em seu relacionamento com Alex e os inimigos de seu pai querem vê-la perder tudo.
Em Simplesmente, Ana é notável o quanto a Ana cresceu, de uma simples plebeia tornou-se a princesa de Krósvia e conseguiu superar todas as rixas que existiam para mantê-la afastada de Alex e eu acreditei que isso permaneceria em De repente, Ana, mas não foi o que encontrei. Apesar de a história ter um foco político coisa que me agradou muito ela relata o que acontece nos bastidores com a princesa e ela, mesmo com diversos problemas, sempre trás mais problemas para o seu, nem tão sólido, relacionamento com Alex.
Senti que a Ana, além de não estar preparada para lidar com o acidente do seu pai, julgou-se ser o centro dos problemas, todas as dúvidas, medos e dores deveriam girar em torno dela e não gostei de ver isso nela, em todas as discussões que o acidente de Andrej poderia gerar eu sentia raiva da forma mesquinha que a Ana agia, pois, não era só ela quem sofria com isso, Alex também sentia essa dor e muito.
Algo que eu também esperava muito nesse livro era conhecer o ponto de vista de Alex, afinal, sempre tive uma queda ou melhor, um tombo por ele, mas a mente dele não era o que eu imaginava. No começo do livro senti o Alex muito fixado em seu relacionamento com a Ana, ele fazia de tudo para ser presente, mesmo ela se esquivando dele, e ao longo do livro seus capítulos foram melhorando muito, ele deixou de ter certos pensamentos que me incomodava e passou a agir como o homem maduro que é e esse foi um dos pontos positivos do livro.
A linda forma como a Marina escreve seus livros continua ali, enraizada na alma da Ana, Alex e os demais personagens, mas eu senti um pouco de falta de maturidade na Ana, tudo bem que não é fácil você descobrir que é filha de um rei, ter diversos problemas com um cara que ama e depois ter que assumir o posto de rainha coisa que você nem faz ideia de como fazer mas, eu achei que todos esses acontecimentos fariam com que a Ana ficasse mais madura, que ela quisesse se ver livre de todos os problemas que a cercavam e não trazer mais problemas ainda como acontece.
Outra questão que me incomodou foi o fato de conter palavrões no livro, tudo bem, sim, nós sempre pensamos/falamos palavrões quando alguma coisa não está boa, mas não esperamos encontrar isso em nenhum livro. Vejo que talvez o intuito da Marina seja aproximar o personagem ainda mais da realidade, mas essas palavras poderiam ter sido deixadas pra lá.
O meu amor pela Ana, Alex, Krósvia e, principalmente, a escrita da Marina não mudou em nada, pois eu já tive o final que eu queria em Simplesmente, Ana, as coisas haviam ficado por conta de minha nem tão boa imaginação, mas estavam lá e isso bastava. Conhecer como a Marina via a vida de Ana depois de tudo foi algo muito bom e proveitoso e é uma leitura totalmente recomendável, afinal, todas nós sonhamos mesmo que só um pouco em um dia nos tornarmos princesas e viver nosso conto de fadas.
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