yas.monteiro 23/01/2024
Algumas reflexões sobre o livro ?
Simplesmente incrível!
Eu devorei o livro. Li em apenas quatro dias. Não conseguia parar de ler, o livro me prendeu do início ao fim.
Fazia um bom tempo desde que li o primeiro livro. Apesar de alguns detalhes me terem fugido da memória, deu para acompanhar bem a narrativa.
O que mais admiro nesta história é como o autor conseguiu investir em cada personagem. Se no primeiro livro eu xingava alguns personagens de babacas e superficiais (cof cof Tedros cof Sophie cof), todas as minhas palavras caíram inertes quando li este. Quando conhecemos as motivações, os medos e as dúvidas de cada personagem, entendemos que todos estão tentando simplesmente serem felizes, e procurando, da sua maneira, qual a coisa certa a se fazer. No fim, a linha que divide o bem do mal é tão tênue, que mal dá para distinguir. Procuramos um culpado para a situação, procuramos um lado para apoiar, mas nos vemos simpatizando por ambos. Todos só querem encontrar seu final feliz, e como julgá-los por isso?
Passei MUITA RAIVA com o livro. Eu adoro quando isso acontece, pois vejo o quão investida eu fiquei com a história. Quando as coisas pareciam não ter como piorar, elas pioravam. De uma forma tão irritante e instigante, que eu agradecia por não estar na pele dos personagens, e me perguntava como iriam sair dessa.
Muitos se sentiram incomodados com a divisão extrema de meninos e meninas na história (com a proposta de "um mundo sem principes", e a divisão das escolas em "Escola para meninas" e "Escola para meninos", no lugar do Bem e Mal). Vejo o ponto, mas eu acabei enxergando de uma forma diferente.
Está certo que a Escola Para Meninas não era uma escola feminista. Elas pregavam a autonomia e independência das mulheres, sim, mas o feminismo prega a igualdade entre gêneros, não a supremacia defendida pela Reitora, ao ponto de expulsar todos os meninos e torná-los escravos. Isso, na verdade, é o femismo - o antônimo de machismo. E senti que era com essa ideia que o autor queria trabalhar - mostrar que os extremos não valem a pena. Não deve ser uma competição de quem é melhor, mas que todos são capazes, todos possuem sua importância, e devem ser reconhecidos e respeitados.
Às vezes, simplificamos as coisas como "8 ou 80", e nos esquecemos que o mundo raramente funciona assim. Muitas vezes, até, tanto um extremo como o outro pode ser perigoso. Deve-se entender que existe uma nuance de números entre 8 e 80, e tentar buscar por um equilíbrio.
Enfim, é uma história bem divertida de ler!
Mal posso esperar para ler o terceiro volume.